Percy jackson e o coração negro. escrita por Luan Oliviera


Capítulo 9
IX Passado


Notas iniciais do capítulo

Fala meu povo, como prometido, cá estou trazendo mais um capitulo da nossa Fic.
Espero que gostem, tenho me empenhado em fazer algo mais bem construído e estruturado, trabalhando melhor nos diálogos e cenarios.



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POV PERCY

Depois de um momento muito estranho, quem eu quero enganar? Foi estranho pra caramba, mas estranho do que a ideia suicida de levantar a espada contra a própria deusa Athena, foi a ideia de vê-la chorar. Sequer era possível imaginar que ela era capaz de chorar, quanto mais ser gentil, e não, ainda não me acostumei com o fato de isso ter acontecido, e eu ainda estar vivo é o que mais me espanta.

— Preciso saber, o que é esse coração negro?---- perguntei rápido, tentando ao máximo afastar a estranha timidez que senti repentinamente, eu lembrar que chorei feito criança no colo da deusa.

— Não tenho muitas informações sobre o que exatamente ele é. Até por que nunca chegamos a ver o dito coração negro, tudo oque sabemos é que foi uma arma ou, imaginamos ser uma arma criada pelo proprio Lord Caos, Chronos tentou usa-lo na guerra porem ao que parece era algo poderoso demais, e Lord Caos o escondeu temendo o seu uso pudesse destruir a existencia tanto dos titans quanto dos deuses— Disse Athena, que para meu alivio já havia retomado sua postura de sempre.

Foi a vez de Frank questionar.

— Tudo bem senhora, mas… porque exatamente essa coisa, afeta alguns semi-deuses, e qual a ligação que ela tem com os filhos de Poseidon?---

— Isso…—- Por um momento Athena ficou em silêncio, até que falou. --- Não há uma explicação para tal, nem ao menos posso encontrar algo que explique o porquê dos filhos de Poseidon serem tão atrativos à coisa… mas é visível que é a pior combinação possível.--- disse sendo enfática no, PIOR.

Nico que examina com uma distância segura o fosso onde a água negra, embora mais calma do que antes, ainda se agitava como se estivesse viva.

—-- Por causa dessa coisa, certo?--- disse ele enquanto lançava um galho dentro do fosso, e saltar espantando quando o mesmo foi moído, como se fosse mastigado por uma boca feroz. --- OLHEM ISSO! A porcaria parece uma fera faminta, procurando algo para devorar --- disse com uma cara incrédula.

—-- É uma abominação, como uma doença integrando águas puras, imagine o que isso faria se fosse espalhada pelo globo? Tem que ser contida, se não, destruída…--- Disse a deusa, sabendo que o comentários traria à tona a pergunta mais difícil de se responder.

Ela estava engasgada em minha garganta, e acredite se quiser, sendo filho de Poseidon, um filho do mar, o impossível aconteceu, minha boca estava seca como o próprio mundo inferior.

Me esforcei se êxito para não gaguejar.

—-- P… Por que…--- fiquei mais do que agradecido por Frank ter percebido minha hesitação e completar a pergunta.

—-- Por que a senhora executou um filho de Poseidon, ou melhor por que o próprio Poseidon ordenou a execução?---- questionou Frank. E nesse momento eu percebi que estava prendendo a respiração.

De repente Athena se virou para minha direção e me encarou com olhar conflitante, algo no semblante da deusa, me lembra a expressão que eu já havia visto milhares de vezes. 

A mesma expressão que Annabeth fazia, a mesma expressão que indicava que o que ela diria certamente não me agradaria.

— Foi… necessário.--- disse somente, e o silêncio caiu como pedra.

Necessário?  Simplesmente assim, necessário. Comecei a sentir a mesma raiva borbulhando dentro de mim novamente. Athena nunca demonstrou qualquer afeição por mim, nunca esperei que fosse receber de qualquer forma. Ela ser capaz de executar um semideus não é algo que espante, afinal é uma deusa, A deusa guerreira da sabedoria. Mas, meu pai, Poseidon? Isso não é algo que se encaixe em "necessário".

ASSASSINA… MULHER MALDITA…. ATAQUE-A, ELA QUER TE MATAR NOVAMENTE…”

—- Não me olhe com esses olhos cheios de ódio Perseu, não ouse levantar a espada para mim novamente. Existe um limite para minha misericórdia.--- fui arrancado dos meus pensamentos, nem mesmo percebi que estava apertando o cabo da espada ao ponto dos meus dedos ficarem brancos com a força que estava fazendo.

— Eu… Eu…—- O que eu estava fazendo? Eu ia atacar Athena de novo? Eu não sou exatamente brilhante, mas também não sou estupido.

— Calma lá Percy, que tal você respirar um pouco? — disse Nico, se colocando a minha frente.

— É, de preferência sem a espada em mãos.- Frank falou apressado e seus olhos alternavam nervosos da deusa para mim e vice e versa.

— Não se preocupem heróis, não sou leviana ao ponto de não discernir que ele está sob a influência do coração. — Disse serenamente e virando-se de costas.

— Quando digo que foi necessário, digo que não havia outra solução. Não pense que me orgulho de tê-lo feito, porém não me arrependo, sei que a decisão embora difícil, foi a correta.--- Ela se deteve, virando-se como para verificar se estávamos entendendo o que suas palavras significavam.

— Theo… Theo, esse era seu nome. Era um semideus muito talentoso. Não sabemos o que exatamente desencadeou a infecção do coração negro mas foi muito rápida, ele se tornou cada vez mais descontrolado. Uma raiva desenfreada, injustificada e que como pode ver estava gerando a deflagração dessa imundice pelos oceanos.---.

— Poseidon tentou de várias formas resolver a situação, mas até mesmo para ele era algo fora de alcance… Sim, ele não conseguia impedir o avanço dessa podridão  e Theo estava ficando descontrolado, louco, já não reconhecia a realidade.---

Isso era algo fora da realidade, imaginar que o senhor dos mares não conseguia lidar com a existência da água negra me fazia pensar no que aconteceria caso eu atingisse um ponto sem volta.

A raiva começou a borbulhar, mas consegui com esforço, empurrá-la garganta a baixo.

—Mas por que meu pai pediu que a senhora… bem… você sabe…— Obviamente eu não estava conseguindo lidar com esse assunto, a ideia de ser fulminado por Athena, embora a alguns instantes tivesse demonstrado mais afeto e gentileza comigo do que eu jamais imaginava ser possível, ainda  me deixava em um misto de pavor e nervosismo.

— Originalmente esse nunca foi o pensamento de Poseidon. Acreditem quando digo, foi uma situação extrema, ele jamais desejou a morte de um de seus filhos não importa o quão perigoso ele fosse. 

—O próprio Poseidon tentou tudo o que pode, mas, nada surtia efeito. Theo estava definhando e quanto mais próximo do fim ele estava, mais para longe da sanidade ele caminhava. 

— Então não foi exatamente uma execução?---  Questionou Frank, e eu comecei a sentir meu corpo menos tenso.

— Não, Theo estava morrendo, e o sofrimento que ele estava sentindo era demais para ele. Poseidon queria o fim disso pois sabia que nada podia fazer.--- Athena parecia cansada.

— Ele queria ele mesmo dar um fim ao sofrimento de seu filho, assumir a responsabilidade de um pai, por mais contraditório que seja em relação a natureza de nós, deuses.  Porém não era possível, dada a forma como essa infecção age, Poseidon se viu em mais de uma vez, sendo influenciado por sua maldade.----

— Se um semideus filho de Poseidon já apresenta um considerável perigo estando sob poder do coração, imaginem o que aconteceria se o senhor dos mares fosse possuído por essa abominação.--- ela adquiriu um tom sensível.

— Quando Tio Poseidon veio a mim pedindo que… desse fim ao sofrimento do seu filho, eu não hesitei, era necessário. Mas não via isso como um ato de bondade e misericórdia, era uma situação perigosa e eu devia ser a executora da missão.--- Foi breve mas a máscara fria de Athena cedeu, o que me chocaria se não a tivesse visto chorar a pouco tempo.

— Nunca pensei em semideuses como nossos filhos, propriamente dito, ainda mais os meus próprios. Tendo em vista a forma como meus filhos nascem, claro que reconheci o valor e feitos de meus filhos ao longo do tempo. Mas sempre mantive uma distância entre  nós. Annabeth… Ela mudou isso em mim. — uma voz doce e embargada se ouvia dos lábios  da deusa Athena. — Quando ela foi convocada a reformar o monte Olimpo, não fazia diferença para mim, eu via o que sempre vi uma heroína talentosa, mas não passava disso.

Ela conseguiu diminuir essa distância, por mais que eu tenha me esforçado para mantê-la. Nunca imaginei o porquê de vivermos tão afastados e indiferentes a nossos filhos, sempre foi assim e sinceramente nunca me importei com o fato, é natural. Mas a existência de Annabeth me fez pensar sobre.---

Agora sim eu estava completamente perplexo, Athena, a deusa que se não fosse dita como deusa da sabedoria, poderia muito bem ser chamada de deusa do gelo sem fim. Estava dizendo que sofria pela morte de Annabeth? Ok, estou louco.

Nesse momento a máscara da frieza foi erguida novamente, e a deusa me olhou profundamente em meus olhos.

— Eu não vim para  pôr fim ao seu sofrimento, creio que ainda estamos bem longe disso, vim lhe informar a pedido de Poseidon para lhe dar isso. — Nesse momento ela me entregou um bracelete prateado entalhado com tridentes e uma grande gema azul . Eu instintivamente estendi a mão para pegá-lo, mas me detive. 

— Fique tranquilo, sei que  sua condição não permite que toque em metais celestiais. O bracelete é feito de prata comum, o que realmente importa é a gema. Chama-se Soberano das Águas, Poseidon o forjou para Theo, não anula os efeitos do coração mas protege em partes que a influência inunde a sua mente. Infelizmente já era tarde demais para Theo, ele já estava  muito debilitado, a ajuda que o bracelete oferecia já não era o suficiente.--- disse enquanto retirava a manopla da armadura de meu antebraço esquerdo e a  substituia pelo Soberano das Águas.

No mesmo momento senti um alívio mental, como se pudesse pensar com clareza depois de muito tempo. Realmente não era algo permanente, eu ainda ouvia a voz na minha mente, mas agora, parecia algo distante quase inaudível, e senti aquele sentimento raivoso ser abrandado.

— Obrigado, me sinto muito melhor… peço perdão por…. — disse sincero, sentido a vergonha de como  havia agido até aquele momento, com Frank, Nico, Quiron e Athena. Deuses eu ataquei Athena, a deusa guerreira, deusa da sabedoria, A ATHENA, foi a coisa mais estúpida que já fiz na vida, bem talvez não a mais estúpida. Uma vez tentei fazer a água da privada girar na direção oposta quando puxava a descarga. Então atacar Athena foi a segunda coisa mais estúpida que já fiz na vida.

— Frank, Nico… Eu… Sinto muito. As coisas que disse… Sinto muito— Me sentindo o pior por tudo, eu quase estrangulei Nico… céus o que eu estava fazendo?

— Tudo bem cara, agora você está melhor.--- Frank empolgado com a noticia. — É, não era você, a gente sabe que você nunca faria ou diria algo cruel. — concordou Nico.

— Muito bem, mas lembrem-se de que isso só retarda o avanço da influência do coração sobre sua mente, não anula completamente seus efeitos. Você continua proibido de ter contato com o mar, se tiver contato com a água isso irá se espalhar. Qualquer contato com água deve ser isolado, e não pode haver vestígios, uma única gota pode se alastrar pelos oceanos inteiros.--- Disse e deusa.

— Mas o que faremos com isso?--- Frank apontava para o fosso com água negra que já não se revoltava com violência.

—-Quanto a isso, irei tomar as devidas providências. Pedirei a Hefesto que prepare um reservatório de ouro celestial para recolhermos todos os focos dessa peste.--- Disse franzindo o cenho enquanto se aproximava da beira do fosso.

— Todos os focos? Existe mais disso espalhado pelo mundo?--- Perguntou Nico com os olhos arregalados.

— Um total de 8 fossos selados contendo a substância negra, estão espalhados pelos oceanos. Acreditávamos que seria o suficiente, uma vez que não pode ser destruída ou purificada, aprisioná-la e deixar selada no fundo do oceano parecia o melhor a se fazer, mas o fato de ter subido até a superfície indica que não podemos mais confiar apenas nisso, vamos recolher todos e afastar o máximo possível dos oceanos. 

— Então devemos prosseguir, antes que os outros fossos entrem em atividade, vamos seguir caminho.--- disse chamando BlackJack.

— Sim, vocês devem partir de imediato. E… Perseu… Percy, não há provas de que exista forma de trazer Annabeth de volta, mas se houver… eu tenho fé que não existe ninguém mais capaz disso do que você.--- Athena disse isso sorriu — Agora vão!--- disse ela antes mesmo que eu pudesse manifestar qualquer coisa.

Montamos nos pegasus, Blackjack já não se sentia desconfortável perto de mim, isso me trouxe alívio. Eu vou achar esse coração e vou trazer Annie de volta, nem que eu tenha que descer ao Tártaro novamente, mas vou.


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Notas finais do capítulo

É isso eu povo, comente se gostou e aproveitem. Semana que vem tem mais.



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