Somewhere underneath your skin escrita por Brave


Capítulo 101
A verdade




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Rachel:– Você olhou bem para essa criança?

Santana:– Olhei o suficiente para saber que vou amar, vou cuidar e vou dar minha vida por ele

Rachel:– Ele não te lembra ninguém?

Santana:– Você vai pirar e dizer que está vendo o Sam, que não vai saber como lidar com essa situação e blá, blá, blá

Rachel:– Não é isso. Ele não me lembra o Sam, ele me lembra o Finn

Santana:– Você está louca

Rachel:– Santana essa criança não é sua, ele é o filho da Quinn

Santana:– Claro que não
A latina balança a cabeça, descrente nas palavras de sua amada.

Santana:– O filho da Quinn morreu assim que nasceu

Rachel:– Foi o seu que nunca nasceu meu bem, sua gravidez foi psicológica

Santana:– Jamais! Eu senti ele aqui dentro de mim, você também

Rachel:– Ele foi apenas imaginação, o médico disse que isso acontece

Santana:– E como aquele idiota me deixou acreditar nisso até agora?
A morena está com os dentes trincados. Com as mãos apertando o lençol da cama.

Rachel:– Eu que pedi, eu não queria te ver sofrer

Santana:– Estúpida! Você acha que agora estou mega feliz?

Rachel:– Amor... Eu queria muito que fosse verdade

Santana:– Eu não sei por que ainda acredito no que você diz

Rachel:– Porque nos amamos e iremos passar por isso juntas

Santana:– Estou compartilhando do desejo da Quinn agora

Rachel:– E qual é?

Santana:– Morrer, sumir, deixar tudo que me machuca

Rachel:– Você não pode pensar assim, ainda temos uma vida inteira para aproveitar e quero muito ter um filho nosso

Santana:– E se eu não quiser?

Rachel:– Eu vou continuar aqui, com filhos ou sem

Santana:– Quero ver a Fabray

Rachel:– Não sei onde ela está, mas sei do Finn. Ele vai explodir de alegria

Santana:– Enquanto eu me acabo na tristeza

Rachel:– Amor...
A pequena senta ao lado de sua amada. Deita o bebê por cima de Santana e encosta sua testa na testa dela.

Rachel:– Olha pra ele... Amor nunca é demais. Ter uma mãe é tudo na vida de alguém, imagina ter duas! Sei que Quinn irá compartilhar os momentos dele com você, esse pequenino já tem o seu amor, o meu e de todos aqueles que já puderam vê-lo

Santana:– Isso não é justo, você não deveria ter me iludido dessa maneira

Rachel:– Eu quis te proteger de algo e acabei te deixando frágil por outro

Santana:– Eu quero te matar e ao mesmo tempo te dar um beijo

Rachel:– Me mate, mas antes me beije
A latina encosta lentamente seus lábios nos de Berry, elas se beijam com carinho.

Santana:– Vai atrás da Quinn, não vou aguentar passar muito tempo com esse bebê sabendo que não é meu
Berry acaricia o rosto de Santana com o polegar.

Rachel:– Ok. Estou indo. Eu te amo

Finn estava com os olhos vermelhos, respirava com dificuldade. Ele parecia estar entorpecido, sem forças. Com o mínimo de vontade ergueu seu olhar ao escutar a voz de Rachel.

Finn:– Você novamente aqui?

Rachel:– Tenho uma boa noticia

Finn:– Nenhuma será boa o suficiente hoje e acho que nunca mais

Rachel:– Quero que venha comigo, lave o rosto e fique apresentável

Finn:– Por qual motivo?

Rachel:– Para conhecer seu filho
O grandão deu um salto. Segurou Berry pelos ombros e apertou com firmeza.

Finn:– Você está brincando comigo? Quer que eu vá olhar o cadáver do meu filho mesmo sabendo do meu estado

Rachel:– Você está me machucando e não, não é o cadáver dele. Seu filho está vivo

Finn:– Como?
Ele agora estava pálido.

Rachel:– Houve um erro e seu bebê está vivo. Quem não tem bebê sou eu e a Santana

Finn:– E a Quinn? Preciso encontrar a Quinn, eu disse coisas horríveis para ela

Rachel:– Calma, iremos procurar, mas antes vá conhecer a coisa mais linda desse mundo

Finn:– Quero compartilhar esse momento com ela, você entende?

Rachel:– Sim. Compreendo completamente

Finn:– Cuida do meu filho enquanto trago a mãe dele de volta!
Hudson dá socos no ar e grita. Ele corre sem rumo na busca por sua esposa. Berry se sente aliviada e retorna para dentro do hospital.

Blaine:– E como estão os bebês?

Kurt:– Só tem um bebê e ele está ótimo

Blaine:– É de quem?

Kurt:– Da Santana, o filho do Finn não resistiu

Blaine:– Hmmm... Que pena né. Acho que isso acabará com o casamento dele e da Quinn

Kurt:– Vou torcer para que não

Blaine:– Verdade? Pensei que acharia isso ótimo

Kurt:– Do que você está falando?

Blaine:– Nada, bobagem da minha cabeça. Mas me diz amor, você acha que ele vai passar um tempo fora ou sumir?

Kurt:– Não sei. Para com essa conversa estranha

Blaine:– Tudo bem, eu me calo

Kurt:– Não deseje o mal do meu irmão, eu o amo e o quero feliz

Blaine:– Eu sei como ama e o quanto ama

Kurt:– Vamos voltar para essa história?

Blaine:– Perdão. Vamos mudar o foco ok? Que tal fazer algo especial hoje?

Kurt:– Eu estou de luto, prefiro ficar em casa
O possessivo Blaine morde os lábios e sorri. Ele beija o rosto de seu amado e o deixa sozinho. Hummel coloca as mãos na cabeça e suspira.

Kurt:– O que eu faço com esse homem? Ele surtou...

Eu abri a porta de casa e ela estava deitada no chão da sala. Havia roupas de bebê por todo lado, nossas fotos estavam jogadas e sua aliança mergulhada em uma taça de vinho. Consegui ouvir seu choro de longe, era dolorido, tanto que machucava os ouvidos de quem pudesse ouvir.
Me aproximei com cautela, acariciei seus cabelos, me ajoelhei ao seu lado e não contive as lágrimas. Ela tentou me evitar, se encolheu o máximo e cravou as unhas no tapete, mas sinto que sua vontade era cravar suas unhas no meu coração, para que eu pudesse sofrer junto. Sussurrei em seu ouvido que nosso filho estava vivo, Quinn sorriu, vibrou e como nos filmes, em um instante, voltou a ser aquela mulher radiante de algumas horas atrás. Nos beijamos, nos apertamos e nos perguntamos varias vezes se aquilo era real.
Fomos juntos para o hospital e sem mais rodeios fomos conhecer o nosso filho. Santana estava com ele nos braços, lhe aquecendo enquanto Quinn não chegava. Nos aproximamos e sem nos olhar, Santana colocou o bebê nos braços de Quinn, pegou suas coisas e foi embora. Não esperou nenhuma palavra sair de nossas bocas, senti que ela estava querendo escapar dali e se livrar da dor que estava lhe atormentado.
Eramos naquele momento uma família, o meu garoto era minha cara! Porém os traços de anjo havia herdado da mãe. Eu estou tão feliz, tão completo que por um segundo me esqueci que quase morri de tristeza...

Quinn:– Ele é perfeito

Finn:– Como a mãe

Quinn:– Não era assim que você pensava quando soube que ele estava morto

Finn:– Eu errei, fui um tolo, quis descontar em você a minha dor

Quinn:– Mas não devia, eu precisava do seu apoio e mais ainda do seu amor

Finn:– Sei que vai ser difícil você me perdoar, porém quero te dizer que eu te amo e não iria te deixar, eu ia te refazer, pedaço por pedaço

Quinn:– Vou te perdoar por causa dele

Finn:– Vou te provar que não é só por ele e sim por nós
O grandão rouba um beijo de Fabray. Eles ligam para todos e avisam sobre a boa noticia. Quinn agora só desejava sua casa, sua família e um tempo de paz. E ela somente conseguiria isso depois de conversar com Santana, pois ela imaginava o sofrimento da amiga e queria ajuda-la.

Longe do hospital, nos corredores da escola estava Santana. Ela arrastava sua mão pelos armários até chegar na sala do coral.

Santana:– Será que posso entrar?

Brittany:– Santana! Que surpresa, claro que pode entrar

Santana:– Eu estou precisando de uma pessoa que me ame de verdade e me entenda como ninguém

Brittany:– Veio atrás da pessoa certa
As duas se abraçam. A latina encosta sua cabeça no ombro da nova treinadora do ND.

Santana:– Adorei saber que você assumiu o clube glee

Brittany:– Eu amo tudo isso e essas crianças estavam precisando de algo novo, especial

Santana:– Uma boa dose de unicórnios!

Brittany:– Isso! Mas me conte o que te trouxe aqui, pensei que ia dar a luz... Cadê o bebê?

Santana:– Posso apenas ficar quieta?

Brittany:– Você sabe que pode tudo que quiser quando estiver comigo, sou sua melhor amiga e faria qualquer coisa pelo seu bem

Santana:– Obrigada, então apenas me abrace
A loira aperta forte a amiga em seu abraço. As duas ficariam ali por um longo tempo...


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