Caretrisse escrita por Millena
Notas iniciais do capítulo
É um capitulo bem simples, acho. Espero que gostem!!
1
Eu vejo que cheguei atrasada de novo porque o ônibus da escola já vai um pouco longe, vou correr de novo tentando fazer com que ele pare e me espere, corro o mais rápido que consigo e começo a ficar cansada, então grito: ”Por favor, espera!!”, mas o grito sai quase sem som, como se eu tivesse falando só pra mim. Nunca funciona mesmo, penso. Sempre termina com o ônibus dobrando a esquina e eu parada respirando com dificuldade.
Volto a caminhar e depois de um tempo escuto uma voz cantando: “Meu destino não éee de ninguéeeem, e não deixooo os meus passos no chãaaoo.”, começo a rir e faço uma dancinha esquisita, mexendo os pés e balançando as mãos, enquanto estou indo pra trás de costas e esbarro em alguém. Faço cara de surpresa e falo: “Ah, me desculpe! Eu sou tão distraída...”, Cristina começa a rir e me abraça. Nós somos amigas desde o primeiro ano do ensino fundamental, e apesar das brigas frequentes e não sermos tão próximas como éramos no começo da amizade, acredito que vamos ser amigas para sempre.
“O que foi dessa vez?”, Cris pergunta e me olha fechando um olho por causa do sol batendo em seu rosto.
“Só não consegui acordar cedo, e você?”
“Também, e a prova?”, agora ela olha pra o celular enquanto guarda os fones de ouvido na bolsa.
“To ferrada!”, grito e começo a correr. Cristina me segue, correndo e rindo. Tento me lembrar de uma música legal pra cantar porém lembro que estou gripada, logo com a voz péssima.
“Eu adoro ser louca!”, minha voz sai um pouco rouca porque falei gritando de novo. Então começamos a dançar e ás vezes corremos de costas, rindo sem parar até chegar na escola.
O porteiro é o mesmo deve fazer uns 5 anos, o nome dele é Miguel e nos damos muito bem porque uma vez no oitavo ano ele me pegou pulando o muro na quarta aula, levei um susto, me desequilibrei e caí de bunda no chão. Ele começou a rir e não conseguia parar, perguntou qual era meu nome e se eu tinha algum problema na cabeça, respondi que meu nome era Joana e que sim, tinha um problema na cabeça. Então ele me liberou.
Meu nome não é Joana. Ele descobriu isso, mas prefere me chamar por outro nome.
“Bom dia, desiquilibrada.”
“Bom dia, idoso.” Eu respondo rindo, e Cristina me olha esquisito.
Andamos pelo corredor sem falar nada até parar no meio, onde fica a sala que Cristina estuda, a minha fica só no fim, aliás, é a ultima. Cristina bate na porta e me dá um tchauzinho, nós fiquemos em turmas separadas esse ano, o que nos afastou um pouco mais. Quando estou chegando perto da minha sala, a professora Julia vem saindo e começa a se aproximar de mim.
“Atrasada de novo?”, ela parece chateada.
“Posso fazer a prova?”
“Não, Tris, sinto muito.”
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