O livro de Emma Frost escrita por Ana Frost Cullen


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oi, essa é minha primeira fic one-shot, então espero que esteja boa.
Então relaxem e aproveitem a leitura!



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Meu nome é Zoë, tenho 16 anos, tenho olhos azuis e cabelos lisos castanho escuros, sou um pouco baixa para minha idade, e apesar de ter 16 anos, eu acredito em magia, muitos me chamam de infantil por isso, mas prefiro o nome sonhadora, amo ler, talvez por que vejo a magia nas palavras que leio, coisa que já percebi que muitas pessoas não conseguem, sou meio excluída, e os poucos amigos que tenho, estão do outro lado do país, eu me mudei por conta do trabalho de meus pais, eles trabalham em uma empresa, e foram transferidos para uma filial em outro estado, ou seja, estou em um novo lugar, em uma nova casa, vou para uma nova escola, uma nova vida... Não me sinto bem com isso... Minha nova casa é na verdade antiga, pertence a minha família faz décadas, talvez séculos, tem dois andares, e um grande quintal, já no meu quarto eu arrumo minhas coisas, meu quarto tem paredes vermelhas, um armário de madeira escura, uma cama no canto da parede, e na frente dela havia um baú vermelho escuro, cuja textura parecia ser veludo, guardei minhas roupa no armário e joguei o resto das coisas na cama, então abri o baú, para minha surpresa havia um livro dentro, um livro bem antigo, com capa dura marrom, as páginas estavam amareladas e manchadas, e na primeira pagina, escrito com tinta preta e letra caprichosa havia um nome, Emma Frost, eu fui virando as páginas, até que parei em uma, que uma palavra me chamou a atenção: Morreu. Eu resolvi ler desde o começo.

Oito anos... Este é o tempo que faz, desde... Desde que meu irmão morreu... Não diga sinto muito. Sei que não é verdade... Já ouvi muitos "sinto muito", a maioria, de pessoas que mal conheciam meu irmão, a maioria, não pude sentir nem um único e solitário pingo de verdade e emoção em suas palavras, dizer "sinto muito" só piora a situação, ainda mais, quando você fala como se fosse uma coisa trivial... Se você acha que com o passar dos anos, a dor diminui, está enganado, ela só aumenta cada vez mais, pois o tempo passa e você começa a perder as lembranças, que é tudo que você tem da pessoa, você percebe que tudo acabou, eu não quero que acabe... Meu irmão se foi quando eu tinha oito anos, as poucas lembranças que tenho dele, tem buracos, só consigo lembrar de poucas coisas... E logo, sei que não conseguirei lembrar de nada, sei que um dia, sei que a pessoa que sempre me fez rir, será apenas mais uma lembrança de infância, eu não quero que isso aconteça... Quem ler isso, poderá ver as páginas borradas, bem perdão, é difícil colocar tudo isso para fora, não posso conter as lágrimas que tanto insistem em cair... lembrar dele dói, mas é uma dor que valhe a pena, queria poder vê-lo de novo, nem que fosse por um só dia apenas, queria dizer o quanto o amo, o quanto queria que ele estivesse aqui, e sabe qual é a pior parte de tudo? É a culpa, que em todos esses anos insistiu em me perseguir, eu que tanto insisti em ir patinar aquele dia, eu poderia ter pedido para fazer uma guerra de bolas de neve, um boneco de neve, qualquer coisa, mas eu insisti em patinar, e o que aconteceu? O gelo estava fino, estava rachando sob meus pés, meu irmão estava em uma parte mais estável, e tinha um galho na mão, com o qual pretendia me puxar, mas quando o fez, o impulso que ele fez para eu ir para uma área segura, fez ele ir para onde eu estava, onde o gelo estava rachando, quando ele tentou se levantar, o gelo cedeu... E meu irmão? A ultima coisa que vi dele foi seu corpo desaparecendo na água escura... Eu tentei ir para lá segurar meu irmão, traze-lo de volta, mas não pude, se quer mesmo saber o que aconteceu naquele dia, eu posso lhe dizer, apenas continue lendo, mas se não se importa e nemgostariadesaber o que houve comigo, não vejo por que continua lendo.

Eu quero saber, pensei, tenho que saber!

Eu havia me levantei muito rápido e gritava por meu irmão, tentava chegar mais perto do buraco criado quando o gelo se quebrou, mas quanto mais me aproximava, o gelo rachava sob meus pés, eu sabia que meu irmão iria me empurrar para longe se pudesse, mas eu precisava chegar mais perto, precisava salva-lo, mas quando estava quase chegando no buraco onde meu irmão havia caído, dois braços surgiram em volta de mim, me puxando para longe, eu me debatia, gritava e chorava enquanto aqueles braços me seguravam, a única coisa que passava por minha cabeça era que meu irmão havia caído e eu tinha que dar um jeito de traze-lo de volta, eu não parava de me debater, quase que enlouquecida.

- Emma, calma... - Era a voz da minha mãe, era ela que estava me segurando.

Mas eu não parei de me debater e de tentar me soltar.

- Não! Preciso salvar Jack! Preciso tirar ele de lá! - Eu gritava

Quando eu tinha oito anos, eu achava mesmo que conseguiria pular lá e tirar meu irmão de dentro do lago, mas agora relembrando disso, sei que isso seria impossível, eu me afogaria junto com meu irmão, mas não me importava naquele momento, eu só queria traze-lo de volta...

Minha mãe ainda me segurava com firmeza, eu não conseguia parar de me debater, sentia minhas bochechas molhadas, não me recordava de quando as lágrimas haviam surgido, mas não eram lágrimas do tipo sem motivos que a maioria das crianças tinham, eram lágrimas surgidas de um sentimento forte, extremamente forte, era como uma mistura rara de medo, desespero, tristeza e impotência... Minha visão estava ficando cada vez mais embaçada por conta daquelas lágrimas, até que chegou ao ponto que as únicas coisas que eu via eram borrões brancos, azuis e marrons, tudo perdia a forma diante de meus olhos, como se o mundo estivesse derretendo e me levando junto, foi neste momento que eu parei de me debater nos braços de minha mãe, que parei de gritar, aquele foi o momento que desisti e me rendi, foi o pior momento de minha vida, assim que meus pés se firmaram no gelo, minha pernas cederam, eu cai de joelhos, junto com minha mãe, ela ainda estava com os braços ao meu redor, mas não como antes, me segurando, agora era reconfortante, ela me virou de frente para ela e colocou as mãos em minha bochechas, seus olhos estavam tão vermelhos quantos os meus deviam estar, ela já sabia o que havia acontecido, de algum modo ela sabia, e sem dizer nada, me abraçou forte, eu chorava em seu ombro, depois de alguns minutos naquela posição, ela se levantou e me carregou em seu colo até dentro de casa, com minha visão ainda embaçada, era como se entrasse na casa de um estranho, mas ouvi a voz de meu pai em minhas costas.

- Onde está Jack?! - Ele disse preocupado.

Minha mãe não disse nada, talvez seu olhar a entregasse, os dois não emitiram mais nenhum som, minha mãe me levou para meu quarto, e mesmo vendo embaçado, percebi meu pai correndo para fora, indo para o lago, minha mãe me deitou na cama e se ajoelhou a meu lado acariciando meu rosto, enfim minha visão começava a voltar ao normal, mas eu ainda chorava.

- Mamãe, o Papai vai trazer Jack de volta? - Eu pergunto, em minha inocência de criança, achava isso possível.

Minha mãe continuou a acariciar meu rosto.

- Não sei querida...

- Quero ele de volta!

- Eu sei... Eu também quero...

- Mamãe...

- Shh - Ela colocou o dedo em meus lábios, me interrompendo - Tente dormir, quem sabe ele não te visita em seus sonhos?

- Ele pode?

- Claro, sempre que você precisar dele ele estará com você!

Eu exibi um sorriso, minha mãe também me retribuiu um pequeno sorriso.

Eu fechei os olhos, e logo adormeci, pensando em meu irmão, mas não sonhei com ele, tive um pesadelo em vez disso, eu estava no gelo rachado no lugar de Jack, e só o que vi depois foi a escuridão consumindo a luz, e me senti afundando na água.

Acordei em um pulo, e me lembrei do lago, do que minha mãe dissera, Jack não havia me visitado, ele não estava aqui, quando eu mais precisava dele, foi quando ele partiu.

Foi isso que aconteceu, depois encontrei meus pais chorando, eles não me explicaram muita coisa naquela época, mas anos depois, me disseram tudo, achavam que eu estava pronta para saber o que houve com meu irmão mais velho.

Meu pai não pode salva-lo, nãotinhamos nem ao menos um corpo para enterrar, nada! De uma hora para a outra seu corpo desaparecerá quando o lago descongelou, eles fizeram um tumulo simbólico, na frente do lago, me levaram para lá algumas vezes, cujas minhas experiências lá foram terríveis, não aguentava ver aquele pequeno tumulo, se me lembrar de seu sorriso, de suas brincadeiras e dos momentos felizes, e lembrar que se foram.

Mas sempre, no primeiro dia de inverno, de alguma forma sentia sua presença, ouvia seu riso e sonhava com ele, todo ano, como disse minha mãe, ele me visitava em meus sonhos, e todas essas noites eu acordava chorando por ele partir. Mas algo aconteceu este ano, não sei se foi verdade, ou se estou ficando louca.

Como sempre no primeiro dia de inverno eu sonhei com ele, e acordei gritando seu nome, chamando-o, mas de repente um forte rajada de vento abriu minha janela com um estrondo, e ele entrou. A principio pensei que fosse um fantasma, uma assombração, tão pálido, deixando o ar frio ao seu redor, mas foi quando eu o observei que o reconheci, seus olhos perderam o castanho, dando lugar ao azul, seus cabelos escuros, estavam incrivelmente claros, brancos até, sua pele adquiriu um tom pálido que eu jamais vi.

Mas era ele, era meu irmão, com as mesmas feições e a mesma idade, mas parecia ter diminuído, mas eu sabia, que fui eu quem cresci, agora eu estava quase da sua altura, e ele me olhava, não sei se com surpresa, alegria ou curiosidade, talvez os três, mas eu não me importava, ele estava ali, depois de anos, ele estava ali!

- Jack... - murmurei, as lágrimas já queriam tomar conta de meus olhos, mas não eram como antes, estas, me enxiam de alegria.

- Como você... - Ele começou a dizer em um sussurro, mas depois aumentou a voz - Pode me ver?

- Jack! Sou eu! Emma! Não me reconhece?

- Como sabe meu nome?!

Uma dor tomou o lugar da alegria, ele não me reconhecia, não se lembrava de mim, meu irmão, cujo eu pensei em todos esses anos, se esquecerá de mim.

- Você não... Não se lembra de mim? - Eu disse com dificuldade, com medo de sua resposta.

- Eu deveria? Mas, você me é familiar...

- Jack...

A porta se abriu e eu me virei, minha mãe entrará no quarto, com o olhar cansado carregando uma vela.

- Ouvi vozes - ela disse ao entrar

- Mãe! É Jack ele voltou!

Eu me virei para olhar para ele, mas senti um apento no coração, ao ver que ele havia desaparecido tão rapido quanto aparecerá.

- Ele estava...

- Deve ter sido um sonho Emma, volte a dormir - ela disse e saiu do quarto.

Mas eu sabia que não tinha sido um sonho

E agora, criei este livro porque, depois daquilo, eu decidi que procuraria meu irmão, disse a meus pais que queria explorar o mundo, foi difícil, mas consegui convence-los de minha partida, tinha economias de roupas que eu fazia e vendia, eu as juntei e fui embora, não preciso dizer o quão difícil foi me separar de meus pais, mas eu precisava, eu precisava encontrar meu irmão. Viajei por muito tempo com este pensamento, minha esperanças sempre sendo renovadas, quando eu escutava histórias de um garoto pálido de 16 anos, de cabelos brancos e olhos azuis, que passava rápido como o vento no inverno.

Mas quando fui ler a próxima página do livro, ela não estava lá, havia sido arrancada. Me desesperei e comecei a procurar no baú, não estava lá, havia sumido, procurei pelo quarto inteiro, até mesmo atrás do armário, não havia nenhuma página em lugar algum...


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Notas finais do capítulo

Eu sei que devem estar querendo minha cabeça, mas se gostaram comentem, e se quiserem eu faço uma continuação!