Amor é uma coisa boba e que não se nota até realmente acontecer. Porque amor não é aquela coisinha que se sente quando criança, com aquele garoto bonito que toda menina quer. Não é só uma troca de beijos e “eu te amo”s ditos com facilidade.

Amor é aquilo que a gente sente por alguém e não consegue explicar. É quando não é o garoto mais bonito ou mais inteligente, mas simplesmente aquele garoto. É sentir um aperto no peito que não sai, é aquele incômodo de se magoar e não poder chorar. É derramar lágrimas toda noite por uma pessoa que talvez não retribua seus sentimentos jamais. É passar o dia inteiro pensando apenas nele. É sentir aquele perfume mesmo sem tê-lo sentido há dias. É imaginar como seria se as coisas tivessem sido diferentes. É sonhar com ele sempre que dorme. É esconder dos outros porque sabe que vão te julgar. É guardar pra você, porque sabe que não vão acreditar.

Porque vão dizer que não se ama tão novo.

Mas talvez o maior fato de que é amor é a dificuldade de deixar sair aquele “eu te amo”. Porque é algo precioso. É algo que não pode ser dito e depois descartado. A coragem para dizê-lo precisa ser enorme. E se for retribuído, é maravilhoso. É aquele abraço apertado, a sensação das mãos juntas, os lábios se tocando. Parece um sonho.

E se não for retribuído, paciência. Vai doer, serão noites e noites de lágrimas caindo soltas no canto do quarto, para ninguém ver. O fingimento para os outros, tentando parecer bem, é inevitável. E um dia passa. Talvez não hoje, nem amanhã, nem daqui a semanas. Mas a dor não é eterna e inevitavelmente ela passa. O sentimento fica, sim. As lembranças também. Mas ai não dói mais. Pelo menos, não tanto quanto doía antes. E então a vida continua.

Como se nada tivesse acontecido.