What Hurts The Most - Rose e Scorpius escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 1
Unico




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Quatro Meses Atrás

- Eu amo-te – disse Scorpius olhando-me com os seus olhos cinzentos, em chamas.

- Eu amo-te muito mais! – Respondi, aconchegando-me mais a ele por baixo dos lençóis.

Senti-o, mais do que ouvi, rir-se e foi impossível não o acompanhar. Lá fora estava frio, nevava e o chão encontrava-se coberto de uma camada branca fria, no entanto, dentro daquele dormitório, naquela cama, eu estava mais aquecida do que nunca.

- Rose? – Chamou ele, olhei-o. – O que imaginas quando pensas no futuro?

Fiquei assustada. Eu amava-o, mas sabia que um futuro com ele não era algo que estava ao meu alcance. Envergonhando a casa de Gryffindor, eu fui cobarde e não lhe respondi.

Encolhi os ombros.

- O que tu imaginas quando pensas no futuro? – Repeti-lhe a pergunta.

O loiro sorriu e, com a mão direita, acariciou a minha cara.

- Vejo-te a ti – sorri involuntariamente, – a meu lado! Com uma menina ruiva, ou loira, de olhos cinzentos nos braços.

Senti a garganta apertar de emoção.

- Eu amo-te tanto, Scorp – disse.

E como se tivéssemos sincronizados, ambos nos aproximámos e nos beijamos. E eu senti aquele sabor com que iria sonhar até ao final da minha vida.

Três Meses Atrás

- Não te preocupes Rose – pediu Lily, minha prima. – Ele não vai faltar!

- Ele está atrasado dez minutos – argumentei. Acho que nunca me senti tão nervosa em toda a minha vida, e a imagem reflectida do vestido branco no meu corpo não ajudava a acalmar-me.

Andei de um lado para o outro, na sala, irritando Albus.

- Para quieta! É o teu casamento – disse ele. – Se continuas assim, quando o Scorp chegar não te aguentas em pé!

Suspirei e sentei-me no sofá ao lado de Roxy.

Os nervos não se acalmaram, e o resultado era uma perna que não parava de tremer e as mãos que não paravam quietas.

Suspirei de novo. Eu ia-me casar! Casar! Ás escondidas!

Lembrei-me da minha conversa com o meu noivo, há duas semanas atrás.

Flashback On

Scorpius e eu estávamos deitados no sofá do Salão Comum de Gryffindor. Sim, ele é da casa das cobras, mas era comum vê-lo junto a mim, mesmo que para isso tivesse de entrar na casa “inimiga”.

A lareira estava acesa, e eramos os únicos na sala.

- Scorpius – chamei-o.

- Hum? – Respondeu distraído.

Comecei a ficar nervosa, e se ele dissesse que não?

- Eu quero casar-me contigo! – Disse rapidamente, antes que a coragem me falta-se.

Scorpius levantou-se depressa, ficando sentado no sofá. Imitei-o!

- Tu queres o quê? – Procurou confirmar.

Tinha sido uma má ideia.

- Nada, esquece – disse. – Já percebi que não queres… eu só pensei que tu…

- Rose! – interrompeu-me. – Eu amo-te e, claro que quero casar contigo. Apenas não estava á espera que dissesses assim.

Olhei para ele com um sorriso na cara.

- Então aceitas casar comigo? Ás escondidas dos nossos pais?

Ele sorriu.

- Não – respondeu e o meu sorriso morreu, imediatamente. Scorpius levantou-se, enquanto os meus olhos formavam lágrimas. – Isso não está certo! – Ele ajoelhou-se á minha frente. – É assim que deve ser feito!

Sorri quando percebi onde ele queria chegar. De repente, as lágrimas de decepção transformaram-se em lágrimas de felicidade.

- Scorpius – sussurrei. Ele colocou-me um bebo nos lábios, impedindo-me de continuar.

- Rose Granger Weasley, tu és a mulher mais incrível que eu conheço – começou. – És tudo o que eu sonhei e até mais. Eu não consigo ver o meu futuro sem ti – admitiu. Vi os seus olhos arderem de emoção, e supus que os meus estariam iguais, juntamente com as lágrimas e o sorriso. – Dar-me-ias a honra de aceitares casar comigo?

A minha garganta apertou, e a vontade de chorar ainda mais intensificou-se.

Sem me conseguir conter, lancei-me de encontro a Scorpius, fazendo-nos cair os dois.

- Sim! Sim! Sim! – Respondi, dando um beijo a cada frase.

Ouvi e senti-o gargalhar.

Flashback Off

E agora, finalmente, tinha chegado o dia. Apenas Lily, Roxy e Albus, que era o melhor amigo de Scorp e o meu primo, sabiam do casamento. Mais ninguém poderia saber, senão tentariam parar-nos.

Olhei de novo para o relógio.

- Já se passaram vinte minutos – levantei-me nervosa.

- Calma, Rosie – pediu Roxy. – Ele só está atrasado!

- O Scorp não se atrasa, vocês sabem – olhei para cada um dos meus primos. – Um Malfoy nunca se atrasa!

Voltei a andar de um lado para o outro, agora preocupada.

Passados mais 5 minutos, bateram á porta.

Sorri, involuntariamente, e corri para abrir.

- Scorp… - parei assim que vi quem era. Senti o meu corpo tremer ao reconhecer a figura ruiva á minha frente. – P-pa-pai?

Ronald apenas olhava para mim, de cima a baixo. Senti o meu sangue descer da cara quando me lembrei do que tinha vestido.

- Não é o que estás a pensar, pai – tentei, inutilmente, defender-me.

O meu pai abriu a boca, mas não saiu som. Voltou a fechá-la. Ele aproximou-se de mim e abraçou-me.

Paralizei. Eu esperava um sermão, meses de castigo, senão anos. Nunca esperei que ele me abraçasse nesta situação.

Depois de alguns segundos, ele soltou-me e olhou-me com pena.

- Ele não vem, Rosie – afirmou. – O Scorpius está morto!

I can take the rain on the roof of this empty house, that don't bother me
I can take a few tears now and then and just let them out
I'm not afraid to cry
Every once in a while even though going on with you gone still upsets me
There are days
Every now and again I pretend I'm okay but that's not what gets me

Ele está morto! Morto!

Os meus joelhos não aguentaram e eu cai no chão, de rastos. Senti as lágrimas caírem-me pela cara e a garganta apertar pelo choro, no entanto não sentia mais nada. Não ouvia! Não via! Não sentia! Tudo tinha parado!

Scorpius está morto!

O meu noivo está morto!

O dono do meu coração está morto!

Silêncio na minha mente! E depois, como uma explosão, tudo veio contra mim!

Roxy e Lily choravam, Albus socou a parede e o meu pai abraçou-me. Encostei a minha cabeça no seu ombro e deixei-me molhar a sua camisa.

Eu nunca mais iria vê-lo. Nunca mais iria ouvir o meu nome na sua voz, nem a sua gargalhada, nem ver o brilho nos seus olhos, nem ouvir um novo “amo-te”! Scorpius morreu!

Não! Não era verdade!

- NÃO É VERDADE! – Gritei e lutei para sair dos braços que me apertavam. – LARGA-ME! ELE ESTÁ VIVO! EU SEI QUE ESTÁ!

- Rose…

- Rosie!

Ouvi as vozes a chamarem-me, tentanto acalmar-me, mas eu só o vi-a a ele. Scorpius! O meu loiro!

O meu pai apertou-me mais nos seus braços e eu parei de lutar, caindo num choro sem fim!

Ele não se tinha atrasado! Um Malfoy nunca se atrasa para o seu compromisso!

Scorpius nunca se iria atrasar para o seu casamento!

E agora, ali esta eu, vestida de noiva, no chão, a chorar pela morte do meu noivo!

What hurts the most, was being so close
And having so much to say
And watching you walk away
And never knowing, what could have been
And not seeing that loving you
Is what I was trying to do

Tocar um vestido branco por um preto, nunca é bom sinal. E agora não era exceção.

O funeral de Scorpius tinha sido rápido. E, como costume, fui alvo de olhares nada simpáticos por parte dos Malfoy’s. As nossas famílias não eram amigas, aliás as nossas famílias odiavam-se, o que resultou num casamento escondido. Um casamento que resultou em desastre!

Al e Roxy permaneceram ao meu lado o tempo todo. Todos os colegas de Slytherin estavam no cemitério, assim como alguns alunos das outras casas.

Era bom saber que Scorpius era respeitado e amado por tantos.

It's hard to deal with the pain of losing you everywhere I go
But I'm doing it
It's hard to force that smile when I see our old friends and I'm alone
Still harder getting up, getting dressed, living with this regret

But I know if I could do it over
I would trade, give away all the words that I saved in my heart, that i left unspoken

Duas semanas atrás

Voltar á escola não é algo fácil! Devo ter respondido “estou bem, obrigada” pelo menos umas trinta vezes, mas nenhuma delas foi verdade. E o pior, foi que ninguém se preocupou.

Eu acho que quando alguém te pergunta como estás, não quer realmente saber.

Eu escondi os meus sentimentos o melhor que pude, mas não fui convincente. Todos me olhavam com pena. E eu odiei isso!

Odiei andar pelos corredores de Hogwarts e ver todos os meus amigos e dele, e eu estar sozinha. Não haveria mais Scorpius a meu lado!

Nunca mais iria sentir o calor da sua mão na minha enquanto andávamos pelos corredores. Nunca mais iria vê-lo a tentar tirar-me da biblioteca á sexta á tarde. Nunca mais iria vê-lo voar na sua vassoura. Nunca mais iria deitar-me com ele no sofá, ao sábado á noite. Nunca mais…

Nunca mais me iria sentir completa!

-Olá, Rosie – cumprimentou-me Luke. Um aluno de SLytherin, amigo de Scorp e meu amigo.

- Oi – respondi.

- Então, já voltaste, hein? – Constatou o obvio.

Esforcei-me para sorrir

- Não poderia ficar em casa deprimida muito mais tempo – admiti, embora fosse essa a minha vontade.

Ele sorriu.

- É bom ter-te de volta – afirmou.– Ele não iria querer que tu ficasses triste. Ele sempre me dizia o quanto adorava ver-te sorrir. - Abraçou-me e depois afastou-se.

Deixando-me no meio do corredor, a lutar contra as lágrimas.

Sim, Scorpius dizia o que sentia. Mas e eu? Eu guardava para mim! Eu nunca lhe tinha respondido á simples pergunta do que imaginava no meu futuro.

Eu nunca lhe disse exatamente o que queria!

Mas agora, eu arrependia-me de não o ter dito! Era, sem duvida, o meu maior arrependimento.

ATUALIDADE

A pedra, á minha frente, era fria. Era impessoal!

Scorpius Hyperon Malfoy

Filho e Amigo Amado

Claramente, a família não achou que por algo que o ligasse a mim fosse necessário.

A sua foto sorria-me. O mesmo sorriso que me conquistou. Os mesmos olhos que me aqueciam á noite….

Sentei-me na relva e cruzei as pernas.

- Olá Scorp – cumprimentei, olhando a fotografia. – Eu sei que já devia ter vindo cá mais cedo, mas tens de perceber que é difícil para mim, tudo isto! Eu não queria nada disto!

Olhei para o chão e comecei a brincar com a relva, arrancando-a.

- Tu abandonaste-me – acusei. – E tu disseste que nunca o irias fazer!

A garganta apertou-me, e as lágrimas formaram-se.

- Eu amava-te tanto – disse. – Eu só não me quero sentir culpada! Eu só quero saber que tu não estás chateado comigo! – As lágrimas escorreram e eu não fiz nada para as impedir. – Estávamos tão perto, sabes? Tão perto de pertencer um ao outro! Eles não nos iriam conseguir separar!

Agarrei os meus joelhos.

- Eu só queria poder chamar-te meu – admiti com lagrimas nos olhos. – Mas fui estupida e não percebi que tu eras meu, assim como eu era tua! E isso não vai mudar! – Afirmei. – Eu vou sempre amar-te Scorpius! Tu estarás sempre no meu coração! – Sorri. – Apenas não te vou poder tocar! Mas eu sei agora que a distância impede o toque, não o sentimento!

Sentei-me de joelhos e sorri.

- Eu vim cá dizer-te algo, Scorp – admiti. – Eu descobri outra coisa tua que os nossos pais não me podem – coloquei a mão no ventre. – Eu estou grávida de 2 meses – o meu sorriso aumentou. – Um filho teu! – Acariciei a minha barriga. – Eu amo-o tanto! Tanto quanto te amo a ti! Eu prometo-te que o teu filho, ou filha, saberá tudo sobre ti!

Levantei-me e virei-me para sair, mas lembrei-me de algo.

Voltei-me para a pedra.

- Lembras-te de me perguntares o que via no meu futuro? – Perguntei. – Eu vejo-me a mim com uma loirinha de olhos cinzentos – sorri.

E assim, de coração partido pela despedida ao meu amor e aquecido pelo meu futuro filho, eu parti, pronta para recomeçar a minha vida.


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Notas finais do capítulo

Espero comentarios!



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