"Controle Elsa, deixe sua mente limpa, pense em algo que te deixa feliz" eu pensei nele "olhe para mim, concentre-se" eu estava concentrada, muito concentrada, em seus olhos azuis e frios como gelo, e sua boca com aquele sorriso fácil que me cativou em tão pouco tempo. Não conseguia mais resistir ao seus lábios...
– Elsa! Elsa! - tomo um susto ao ouvir meu nome e logo me recomponho, ninguém pode ver breves erros que reis e rainhas cometem, como por exemplo se assustar, é tão maçante.
– sim, Anna - não me lembro quando parei de prestar atenção ao que ela dizia. Depois que tive esse sonho, essa lembrança daqueles tempos, dos tempos ruins como eu e Anna chamamos, não tenho prestado atenção em nada, nem mesmo em Olaf que chama atenção de todos. Fico toda hora lembrando, pensando, me distraindo com o sonho, ele era a melhor coisa que tinha me acontecido quando nada de bom parecia capaz de acontecer.
"Elsa, eu acredito em você, eu acredito em você" esse era o jeito dele de me fazer acreditar no que eu podia, acreditando em mim "você consegue, eu sei que sim".
– então Elsa, só queria avisar que Kristoff vira jantar aqui hoje? - não tenho certeza se foi uma pergunta ou uma afirmação, respondi a única palavra que daria certo nas duas opções.
–certo... - pelo sorriso que ela abriu creio que era uma pergunta, Minha vez de fazer uma, abro a boca para chamar ela, mas hesito, se eu perguntar ela pode tirar conclusões, vai achar estranho, mas também pode não achar nada. Anna está saindo da sala quando chamo-a em um tom mais alto, rainhas nunca gritam, temos que respeitar a etiqueta, mesmo não gritando o som de minha voz reverbera pelo salão.
–Elsa, está tudo bem?- Anna começa a andar rapidamente passando pelos longos dez metros do tapete cor de cobre, chegando ao trono no qual eu estou sentada. Ela está preocupada, isso me irrita, está sempre preocupada como se eu fosse fazer algo para me machucar - tem algo errado?
– não há nada errado - sabia! Sabia que não deveria ter chamado, ela já acha que algo está errado. Respiro, inspiro, tenho que perguntar, se não, continuará preocupada, e não quero ver minha irmãzinha assim.
–pode me falar- pede suplicante.
– não é nada demais, só queria saber... O que você sabe sobre Jack Frost?
–Jack Frost? - ela pergunta desconcertada- o mesmo que você, um conto de fadas, uma lenda, é uma história do outro mundo, é um causador de nevascas, tem poderes sobre o gelo mas, por qu... - ela interrompe-se, Ah não, ela percebeu, não, não, não! - não está pensando em tentar encontrá-lo esta? Elsa, ele não existe, é só uma lenda do outro mundo.
Para você Anna, para mim ele é tão real quanto eu, mas isso não é algo que eu possa falar.
– eu sei!- ela me olha assustada, e só então percebo que havia gritado, massageio as têmporas e falo duramente - saia- Anna abre a boca para protestar mas, interrompo antes - apenas saia.
Minha irmã começou a sair de cabeça baixa, odeio fazer isso, odeio vê-la assim mas, era preciso, se não ela iria ficar perguntando sobre, eu fico me perguntando... Como eu pude esquecer? Ele foi a única coisa que me manteve em pé nos tempos ruins. E agora eu sei de uma coisa. Eu vou encontrá-lo.