Tecnologia escrita por DarkRaven


Capítulo 1
Capítulo 1




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Tecnologia. Um nome novo que vem passado de boca em boca nos últimos dias. O que há dezoito anos era uma cidade de campo onde os burocratas vendiam e compravam escravos, por causa do meu pai, agora é a maior produtora de carros, aviões de curto alcance e robôs empregados de todo o país. Mas, todo o plano de crescimento traz o seu preço. Meu pai pagou o mais caro... Sua vida. David Clarke, um dos maiores inventores de nossos tempos, um aristocrata gentil com sua filha e visionário perdeu sua vida na briga pelo poder. Hoje, eu volto para os Hamptons, depois de ter sido exilada e mandada para longe com outra família, querendo vingança.




Revenge - Tecnologia

Estradas cheias de carros com cor de bronze e que soltam fumaça preta como chaminé, casas grandes com belos jardins floridos com a primavera começando, robôs de metal, pintados em bronze como se tivessem andado por várias tempestades de areia e, igualmente os carros, muitas engenharias e tecnologias que eu conhecia bem.

Hoje a cidade estava em festa. Estaria presente um dos maiores investidores orientais na casa dos Graysons, os maiores aristocratas e donos de várias terras da cidade. Conrad Grayson, um homem com seus cinquenta anos, roupas belas, cheias de apetrechos que a deixavam mais atraente e com certeza identificando o dono de toda a tecnologia que agora abrange vários estados do país. Sua esposa, Victoria Grayson, era uma mulher de classe. Seu sorriso poderia indicar a morte ou a vida de alguém na cidade mais do que um dedo acima ou abaixo de um dos Julius Cesares que existiram na Roma antiga. Seus cabelos escuros como carvão ostentavam uma beleza sem igual e suas roupas próximas da cor de seu cabelo e com vários toques de bronze e branco aqui e ali mostravam que a primeira dama da cidade tinha tanto poder quanto seu marido.

A porta de meu carro foi aberta e desci, entregando minha mão para Aiden Mathis, um dos maiores investidores da Grayson Global. Seu chefe, Satoshi Takeda, entregou-lhe os direitos de comandar a empresa de criação de aviões a longo alcance no país em ascendência enquanto as decisões mais iminentes seriam tomadas pelo próprio Takeda. A mão de Aiden era grossa, como um trabalhador das minas de carvão, mas seus olhos eram brilhantes e seu sorriso encantador como um bom empreendedor, sua voz rouca trazia um leve sotaque britânico que quem não estivesse prestando a atenção na tênue voz de Mathis não perceberia.

Sua roupa era peculiar, diferente de todos os que acenavam para nós enquanto adentrávamos a casa dos Graysons: usava um sobretudo com manchas brancas em quase toda a extensão de seus ombros, um colete preto com detalhes que pareciam ramos de árvore espalhava-se por todo o tecido e dava uma impressão de ser metalizado, sua camisa era branca e a gravata ficava quase escondida pelos grandes óculos redondos que possuíam uma lente escura como se ele não quisesse que os outros o vissem. As luvas que ele usava eram de borracha, mas eram finas e deliciosas de segurar, podendo sentir os dedos e a segurança que o empreendedor passava por entre eles. Sua calça era riscada como se fosse feita com giz branco e a textura como de couro de cobra e, por fim, Aiden usava uma bota preta manchada de pequenos cortes de bronze que davam um toque de cor e ao mesmo tempo se misturava ao local em que estávamos.

Havia escolhido algo que contrastasse com Aiden, para que ambos chamássemos a devida atenção. Um vestido branco que na parte da frente acabava antes que a parte de trás, fazendo um rabo. Uma bota de couro bronze que se estendia até logo abaixo do joelho, uma camada de tecido mais fino preso em um cinto com acessórios de engrenagens. Um corpete que acentuava meus seios da mesma cor da bota, o busto a mostra escondendo somente os seios e um pouco cheios nos ombros, com detalhes bronze. Uma gargantinha cinza metalizada para dar o toque final e acentuar meus olhos que procuravam por pessoas específicas naquela noite.

Conrad vestia um terno bronze e óculos de aviador que deixava seu cabelo branco espetado, dando um ar jovial. Seu sorriso abriu-se ao ver Aiden e logo veio, junto com sua mulher Victoria receber-nos. O aperto de mão de Conrad demonstrava o poder que ele impunha e a delicadeza de um lorde. O sorriso de Victoria ultrapassava a falsidade e deixava claro que não apreciava alguém mais bem vestida que ela a pelo menos quinze quilômetros de distância... De preferência morto.

Todos os que estavam presentes sabiam do caso de Victoria com David, meu pai, antes de sua morte, mas ninguém se dignava a comentar algo sobre isso para qualquer um que estivesse presente.

- Ah, Sr. Mathis! Que prazer em vê-lo. - Conrad possuía uma voz rouca mas sincera, pelo menos até onde parecia - E essa bela moça, quem é?

- Senhor Grayson, essa é Emilly Thorne, uma das investidoras de nossa empresa e uma das mais renomadas mulheres que tive o prazer em conhecer.

Os lábios de Conrad tocaram minha luva branca e seus olhos buscaram os meus. Um senhor daquela idade ainda buscava uma moça mais nova. Patético.

- Deixe-me apresentá-la à minha esposa, Victoria. - A mulher estava vestida em um vestido preto com várias camadas grossas que com certeza exaltava o carvão que a Grayson Global produzia à custa de vários homens e pequenos salários.

- Sra. Grayson... - Levantei um pouco meu vestido e sorri - Muito linda a festa e sua roupa.


- Ora, que moça educada você encontrou, Aiden. - Sua voz um pouco mais grossa que a minha expunha seu poder ante as mulheres que estavam dançando na festa - Digo o mesmo, Srta. Thorne. De onde você vem?

- Eu nasci aqui. Mas passei muito tempo estudando fora para conseguir crescer com a empresa de meu pai.

- Deixaremos que vocês conversem - Disse Conrad puxando Aiden para longe.

- Pois então vamos nos sentar e beber algo. Martini? - Ofereceu Victoria. Sorri e neguei.

- Não bebo, mas agradeço. Então, Sra. Grayson...

- Chame-me de Victoria.

- Victoria, claro... Como estão os empreendimentos?

- Ah, vamos, estamos numa festa... Poderíamos falar sobre qualquer coisa, menos trabalho. - Sua risada soou falsa tanto quanto a minha que saíra de minha boca. - Conte-me, como conseguiu o contato com Aiden.

- Nos conhecemos através de Nolan Ross, o investidor da Nolancorp...

- Sim, sim. Conheço-o, grande homem! Ele veio hoje, está belíssimo com seu chapéu e na companhia de Lydia Davis.

- Ah, conheço... - Victoria havia tocado no assunto que gostaria de chegar. Lydia havia sido uma das concorrentes de meu pai quando ele estava vivo e participou de todo o processo de julgamento, sendo uma testemunha contra meu pai e com a morte dele na prisão. - Mas, não a vejo junto com Nolan.

Acenei para Nolan que se aproximou, com sua roupa bronze, seu chapéu coco com um óculos de aviador, seu charuto que estava preso a um longo cabo de bronze e com detalhes entalhados em ouro, sua calça bufante creme e uma bota creme parecida com a minha. Levantei e abracei-o como se encontrasse um amigo.

- Olá, senhoras - disse Nolan com sua polidez de sempre. - Peço perdão por não apresentar-lhes Lydia, mas ao que me parece ela foi ter uma conversa mais particular com uma pessoa. - Ele sorriu de forma encabulada e olhou para mim. Nolan sabia que Lydia e Conrad estavam tendo um caso e, como um dos meus amigos pessoais, Nolan sabia do plano de terminar com Lydia hoje.

Aiden, também cúmplice de todo o plano, aproximou-se trazendo uma água para mim e sorriu ao ver Nolan.

- Oras, Sr. Mathis... O que está fazendo aqui? Onde está Conrad? - perguntou Victoria.

- Ele me disse que teria uma discussão mais particular, acredito que esteja fechando um negócio. Homem trabalhador ele, não? - Victoria sorriu junto com Aiden e olhou para a escada, onde Conrad voltava com seu olhar apreensivo e o cabelo desarrumado, sem o seu inesquecível óculos de aviador. Logo em seguida Lydia desceu com sua roupa desarrumada e sem as luvas que havia trazido, ambos trocaram olhares e saíram de perto um do outro.

- Com sua licença, senhores, preciso ir retocar minha maquiagem. - Todos nós concordamos e Victoria rapidamente dirigiu-se para Lydia e acompanhou-a escadas acima.

Poucos minutos depois, Victoria desceu sozinha as escadas e continuou, como se nada tivesse acontecido, beijou Conrad em seu rosto e falou-lhe algo em seu ouvido que, pelo que pudemos ver em seus olhos, causou um terror que passou por entre sua espinha.

- Vocês acham que vai demorar a encontrar Lydia morta em algum lugar dessa casa? - perguntou Nolan.

- Acredito que não. Mas não deveríamos saber que Victoria tem a ver com tudo isso? - Aiden olhava para os lados procurando alguém que pudesse ter acompanhado todos os acontecimentos.

- Todos sabem como Victoria é... Ela nunca vai colocar as mãos na massa. Com certeza ela conseguiu ameaçar Lydia sem que as provas concretas caiam sobre ela.

Levantei-me, coloquei os braços em volta dos de Aiden e nós seguimos para a saída.

***

A cidade amanheceu agitada, acordando-me com os gritos e o barulho de carros de polícia. Conrad havia sido acusado de assassinato pois fora o último a ser visto com Lydia antes de sua morte, ainda não confirmada como suicídio. Victoria olhava pela janela de sua casa enquanto seus filhos Daniel e Charlotte acompanhavam o pai e tiravam de perto de si os curiosos.


Tecnologia. Uma faca de dois gumes. Consegue-se subir rapidamente como um avião de várias turbinas, mas cair quando uma delas que fez o avião subir explode.

Tecnologia. A inteligência do homem posta à prova, bem como sua confiança.


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