Crônicas de Cerco escrita por Kiyoshi Takeda


Capítulo 1
Cerco a Dion - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Essa fic foi postada em uma conta antiga minha, mas por razão de que eu não me lembro a senha do e-mail original dela estou postando-a nesta conta, e consequentemente excluindo da outra.

Bem... boa leitura.



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Dezenas de arqueiros presentes à cima do muro retesavam seus arcos, enquanto pegavam cada um uma flecha de sua aljava e em seguida a punham em seus devidos lugares, em contato com a corda d arco que agora começa a se puxada para trás

–Levantem os escudos. -a voz ecoa em meio ao mar de formas ondulantes presentes na pequena ponte. Armaduras de diversas formas se movimentavam junto aos corpos por baixo das mesmas, algumas negras como a noite com detalhes em dourado e com desenhos variados, desde uma cruz no centro do peito a alguns menores nas manoplas e calças de aço pesado, e com pequenos adornos saindo de suas costas como cotos de asas, outras apresentavam um rubro como o sangue e partes em preto, negras como a noite com contornos em dourado e com alguns adornos, como o desenho de um crânio alado dourado planando em seu tórax e contornos dourados cobrindo as ombreiras, ainda havia armaduras de um puro branco, essas estavam visivelmente já manchadas com o líquido vermelho de corpos, alguns advindos de corpos já sem vida, outros advindo de inimigos, aliados e até dos próprios usuários tudo isso ainda não tirava a beleza dos detalhes em um dourado vivo das armaduras brancas. De resto ainda eram vistas diversos tipos de armadura, Azuis com detalhes dourado, com um lobo prateado no peito, de um cinza escuro quase como se estivessem marcada pelas chamas, azul com branco, se entrelaçando e quase formando uma única cor, escudos do mesmo número de cor das armaduras, alguns até de cores que não combinavam com as mesmas, e espadas de todos os tipos e formatos, algumas com detalhes outras de forma rude, com marcas de batalhas passadas e seminovas, mas todas afiadas como nunca estiveram antes. O mar de guerreiros se movia para a frente. -Levantem agora! -Exclama novamente a voz.

Cada braço envolvido em cota de malha e em manoplas e grevas de batalha se curva para o alto, bloqueando a visão de seus corpos, pelo menos o máximo que podiam, os escudos se elevam o máximo possível em número, e em altura para assim aumentarem a área de cobertura.

As cordas dos arcos são puxadas, esticando-se o máximo possível e quando atingem tal máximo são largadas, isso faz com que sejam lançadas como raios em direção aos seus alvos reluzentes logo abaixo. O tilintar do encontro ecoa pelo campo de batalha, flechas encontram-se com escudos e se quebram instantaneamente, as que não o fizeram agora jazem fincadas nos mesmos enquanto seus donos avançam não as dando importância. Um ou outro soldado é acertado por uma flecha, alguns na perna, por uma junção da armadura para dar movimento a um ligamento, em outros casos a flecha conseguiu penetrar mais a armadura, mas isso se limita a menos de 10 soldados, e alguns desses ainda continua avançando.

–Não parem! Continuem nosso alvo esta logo a frente. -Grita A mesma voz masculina de antes, mas agora é possível ver de onde vinha tal voz. Um Elfo negro, com uma armadura dourada, com detalhes em preto e cinza, o dourado apresentava uma tonalidade escura, quase como uma sombrá que sub-julgara o brilho do amarelo reluzente. Por debaixo da armadura se estendia uma cota de malha quase negra, protegendo cada centímetro da pele quase azul de seu usuário. O escudo era da mesma cor da armadura, porém apresentava adornos e detalhes em um branco celestial, e igualmente celestiais asas saiam do topo do mesmo, enquanto o desenho de plumas e penas se estendia pela sua borda uma rosa branca desabrochava em seu centro e caules com espinhos se estendiam de cada ponta do escudo até o centro, onde residia a rosa. Um braço do Elfo negro estendia-se para o alto, elevando o escudo de forma a cobrir, o máximo que podia, o seu corpo, o outro braço estendia-se para frente cota de malha e uma greva dourada cobriam cada centímetro e na mão encontrava-se uma espada com uma lamina tão dourada quanto a armadura, a lamina se expandia e se arredondava quanto mais próximo se encontrava da empunhadura, a mesma se abria com um formato semicircular com figuras projetando-se para fora como dentes, no total oito (cinco de cada lado da lamina, que por sua vez formava um nono dente central, muitas vezes mais longo e grosso do que os outros) no centro do semicírculo encontrava-se o desenho de uma orbita igualmente dourada a lamina e com um efeito de raios de luz gravados em torno de si. O dedo indicador do portador da lamina dourada encontrava-se estendido, apontando para uma parede de madeira maciça logo a sua frente.

Os guerreiros seguem o Elfo negro e rumam em direção ao portão a sua frente, As armaduras tilintavam ainda mais a cada passo, somado a gritos de dor, entusiasmo, ordens e, principalmente, de determinação e esforço.

Ordens são gritadas de trás do muro do castelo, alguns arqueiros correm de um lado para outro em busca de melhor posicionamento para os disparos de suas flechas, quando estes chegam as posições desejadas outra ordem ecoa de dentro do pátio do castelo e os homens armados com arco e flecha novamente retesam suas cordas e alinham as flechas com seus arcos, mirando em seus alvos logo abaixo.

A cerca de quase meio quilômetro de distancia das paredes do castelo montes de terra se erguiam do solo, alguns levemente arborizados com castanheiras e arvores de médio porte, não passando de 5 a 6 metros de altura. Os montes se erguiam verdes a cima da altura dos muros do castelo tornando a visão por trás deles impossível. Mas até ali os gritos da batalha se faziam presentes, ecoando entre as arvores.

Atrás dos montes e entre as arvores.

–Clark eu não concordo com isso. Eu deveria estar lá não o Soh. -Fala uma fêmea humana, ela encontrava-se trajando uma armadura semelhante a do guerreiro Elfo negro, mas com uma espada mais esguia, com uma lamina mais fina e de um aço esbranquiçado, mas adornado com algo como filetes sólidos de ouro que desciam desde próximo ao meio da lamina até a empunhadura, esta por sua vez era protegida por uma trave horizontal rubro de metal trabalhado com adornos de rubis, o cabo se seguia da mesma cor, com o botão dourado encontrando-se na outra ponta. A espada como um todo brilhava com chamas vermelhas saindo da lamina, o poder emanava dela e todos sabiam disso. O escudo igualmente dourado a armadura encontrava-se fincado ao solo, logo a sua frente.

–Rachel você sabe que não posso te por em risco. -Retruca o guerreiro que encontrava-se logo a frente da humana, ele olhava fixamente os cabelos acobreados dela, que desciam por de trás do meio elmo, e pendiam entre os olhos esverdeados dela, assim como a proteção do nariz advinda do elmo. O guerreiro era um humano com cabelos louros, encontrava-se sem elmo e uma armadura vermelha cobria todo seu corpo, ela parecia feita de escamas vermelhas e mesmo parecendo rígida e resistente não aparentava dificultar a mobilidade do usuário, um um rubi trabalho em uma forma oval encontrava-se em seu peito e com uma profunda pintura negra de forma que parecia um olho de dragão. O arco em sua mão era igualmente trabalhado, inclusive com a pedra e emanava fracas chamas azuis, quase imperscrutáveis. -Não precisamos disto aqui, não na frente dos soldados. -Sussurra o guerreiro enquanto olha de leve para trás de si.

Atrás do guerreiro rubro com o arco encontrava-se um enorme grupo de soldados, cerca de duzentos, alinhados em dez fileiras, cada fileira encontrava-se bem separada da anterior. da primeira a terceira encontravam-se figuras do sexo masculino de diversas raças, humanos, com suas armaduras grandes e corpulentas, elfos com suas armaduras mais justas ao corpo e com peças de couro cozido por baixo das mesmas e cobrindo pequenas partes que encontravam-se livre de armadura, Elfos negros com vestidos da mesma forma mas somente com cota de malha no lugar do couro, um ou outro anão podia ser visto em pontos aleatórios da fileira com suas armaduras em menor porte e seus elmos situados já sobre as cabeças, enquanto que os anteriores encontravam-se com seus elmos a tira colo. Todos tinham seus escudos e espadas, clavas e martelos fincados a sua frente no chão.

Da quarta a sétima fileira encontravam-se homens e mulheres, elfos, humanos, elfos negros e até um ou outro ogro, também variando de sexo, com vestimentas leves de pano com adornos de pingentes e algumas pedras preciosas, alguns com cajados segurados firmemente entre os dedos de ambas as mão, outros seguravam espadas adornadas com aros e laminas negras e brilhantes, uma ou outra emanava um brilho de chamas azuis, mas que não parecia se quer ferir seus donos, alguns cantavam cânticos de modo a fazer pequenas luzes e círculos luminosos surgirem em torno de si e de seus próximos.

A oitava e a nona fileira encontrava-se constituída por elfos, elfos negros e humanos somente, cada um com uma armadura de metal, mas visivelmente mais leve e simples do que as que eram vistas com os soldados da primeira fileira em suas mão encontravam-se arcos, alguns pareciam feitos de escamas vermelhas, outros de um cristal e trabalhados de modo que nas pontos parecesse haver penas ou folhas, outros tinha arcos mais simples com uma aparência que parecia advir de uma mistura de ligas de metais de diversos tipos, outros pareciam simples e alguns ainda feito de algo como ossos e cristais frágeis. Todos os homens dessa fileira encontravam-se retesando os arcos ao máximo, dando voltas com as cordas sobre as pontas dos arcos.

A ultima linha dentre as fileiras encontrava-se composta pelas mesmas raças da que veio antes dela e de iguais armaduras, porém as armas que os membros desta fileira empunhavam eram diferentes, eram como espadas curtas, adagas, algumas com dentes de serra na pequena lâmina, outras pareciam ser feitas com duas laminas circulares que se encontravam e depois voltavam a se separas até chegarem a ponta, onde quase se encontravam novamente na ponta, outras ainda tinham aparência simples com adornos de asa junto a empunhadura e uma lamina branca brilhante apontava para frente.

Rachel olhou de relance para os soldados e percebeu que alguns já apresentavam olhares confusos. Ela então respirou fundo e tentou se acalmar. Voltando a falar depois de um instante de silêncio.

-Eu possuo mais experiencia... participei de mais cercos, eu que devia ficar na vanguarda. -Desta vez sua voz era mais branda, mas não com menos indignação.

-Você não esta em condição para tal... e sua presença aqui ajuda a fortalecer a moral dos soldados, depois da ultima...

-Oh deuses Clark... já aconteceu a dois anos. É passado. -Rachel se virou levemente tentando visualizar qualquer parte do castelo, mas só viu arvores a sua frente e a terra se erguendo.

-Dois duros anos... -Clark sabia que mesmo que ela não admitisse aquilo ainda doía, a traição e a morte a assolavam nas noites, e ela se mexia inquieta na cama com pesadelos que nem ele conseguia acalmar quando ela acordava e procurara o conforto de seus braços mas nem isso a confortava totalmente.

-Passado é passado, eu já falei. E a presença dele aqui forneceria tanta moral quanto a minha. Mas não, eu tenho que permanecer aqui esperando enquanto ele lá luta e se fere.

-Um líder de Clan é mais importante do que um membro, você deve permanecer aqui, junto aos curadeiros. -Ele explicou.

-Um líder de Clan deve lutar e morrer com o seu Clan. -Retrucou ela.

-E a maior parte de seus homens se encontra aqui, os de meu Clan que seguiram com Soh.

Rachel se viu sem argumentos, ela deu as costas a Clark e subiu levemente o monte de terra a passadas nervosas e longas. Clark ficou olhando as suas costas, subindo ali, decidida a ir em frente... Rachel começava a fazer ele lembrar-se dela, ela que a dois anos estava ali junto a eles, encorajando-os e seguindo com todos... Clark não podia perder Rachel também, já seria demais para ele. Por fim pegou-se pensando que talvez a jovem fosse mais forte do que ele próprio...

-Senhor... os Dancers e Songers chegaram. -Falou um homem que havia aparecido de súbito atrás de Clark.

-Ótimo. Faça-os começar os cânticos de as danças. -Os últimos elementos haviam chegado, os Cânticos dos Cantores das Espadas (Sword Singers) e a dança inspiradora dos Dançarinos das Laminas (Blade Dancers) aumentavam e muito qualquer técnica usada pelos guerreiros e seriam cruciais nessa batalha. Depois de ouvir as ordens o homem deu meia volta e caminhou em direção aos soldados. Clark então se viu livre por um momento e então começou a caminhar em direção a Rachel.

Quando chegou quase ao topo do monte Rachel retirou o meio elmo da cabeça, deixando que os cabelos caíssem sobre seus ombros, eles haviam crescido um pouco mas não passavam mais do que 5 centímetros dos ombros, e de certo modo aquele ruivo acobreado contrastava bem com a armadura dourada. Rachel então serrou os lábios e com um puxão de ar gerou um assobio leve. Os galhos de uma árvore próxima ressoaram e se moveram de súbito, uma figura branca luminosa então passou com um raio e foi do galho ao solo em um instante, com um arco com curvas que parecia ser feito de ossos misturado a uma liga metálica leve, alguns chamavam de Arco das almas, Rachel não sabia se era devido a aparecia de ossos ou ao poder de seus disparo. O elfo caiu de joelhos em frente a humana e permaneceu olhando para baixo.

-Parece que eles ainda não chegaram ao portão senhora. -Declarou o homem.

-As ultimas tropas chegaram, estejam prontos, pode começar a qualquer minuto. -Informou uma voz atrás de Rachel, que ela logo reconhecera como sendo Clark assim que se virou.

-Isto já começou... -Sussurrou a humana firmando os dedos ao redor do cabo da espada. -Soh começara tudo no momento em que rumara para o portão. Não! Antes mesmo disso, no momento que se armara e dera o primeiro passo tudo já tinha começado. -Ela soltou um leve suspiro, tentando pensar de maneira racional. -Ainda restam mais 10 horas de cerco. Para que os outros castelos nos reconheçam como soberanos de Dion temos que tomar o castelo nesse espaço de tempo que nos resta...

Clark e o vigia concordaram com um aceno, e nos instantes seguintes os três se viram observando os muros do castelo, todos no topo do monte e escondidos entre as sombras das arvores que os cercavam. Tudo o que podiam fazer até o sinal era esperar... Até que o som fosse ouvido... o som da trombeta, seguida do Strider, com sua pele verde e escamosa de dragão, as “asas” diminutas e a leve armadura que cobria os animais, montados pelos mensageiros e correndo em sua direção...

Aaaaaaaauuuuuuu

E assim se fez, o sopro da trombeta dos mensageiros logo ecoou pelos campos, dois sopros seguidos um do outro, com um intervalo não maior do que um segundo. As três figuras correram de súbito mais para frente e para cima do monte saindo das arvores, todas olhando em direção de onde ficava o portão do castelo em busca do menor sinal de mensageiros. Clark observou com o canto do olho guardas na muralha externa se dirigirem para a direção onde ficava o portão. Uma mão já firmava-se no arco e a outra tateava a aljava situada na cintura.

-Vamos... Striders... Onde estão? -Sussurrava Rachel olhando inquieta para o campo a sua frente.

Durante um instante o silencio perdurou, todo e qualquer barulho advindo da batalha ocorrendo num raio de um quilometro do local onde eles estavam foi ignorado. E somente a visão era acreditada.

-Ali, aquele monte de fumaça de areia subindo. -Foi o vigia que notara, e estava apontando avidamente em direção a fumaça.

Levantando poeira enquanto corriam encontravam-se dois Striders, um montado por um humano de cabelos loiros e mais compridos, formando duas semi franjas em “V” e a seu lado corria outro Strider, este montado por um Elfo negro, com uma armadura Branca que contrastava com sua pele. Por mais um instante os três permaneceram ali, como se esperassem mais um sinal para o ataque. Mas suas mentes voltaram a realidade quando uma flecha vinda da muralha acertou o humano na lateral, fazendo ele e o dragão irem ao chão. O Dragão verde chocou-se violentamente, possivelmente esmagando a perna do seu cavaleiro.

Rachel correu desde onde estava até o pé do monte, dando gritos e ordens para que os guerreiros se preparassem, quando chegou ao pé da montanha em sua maioria eles já o estavam.

-Primeira, segunda e quarta fileira. Comigo! -Gritara Rachel.

-O restante, Comigo! -Grita Clark chegando no encalço da humana.

Ambos os grupos rumaram para o topo da colina, enquanto se separavam de modo mais evidente para formar as ondas de ataque. Rachel foi a primeira a chegar ao topo, recolocando seu elmo que se encontrava a tira colo. Ela então fitou as muralhas do castelo, Clark iria percorrer um caminho rente a elas atirando flechas para dentro dos muros e derrubando os guardas das muralhas, ela por sua vez tomaria um caminho diferente.

-Atacar!!! -Rachel então levantou sua espada para o alto para que os soldados avançassem e então correu junto a eles em direção ao local onde ficava o portão do castelo de Dion.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado deste início, não tenho ideia ainda de quando irei postar o próximo cap, devido a aulas na faculdade e etc. Mas prometo que postarei o mais rápido possível.

Não esqueçam da Review falando do que gostaram, e do que não gostaram no cap.

Até a próxima.



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