Coroada - A Seleção Interativa escrita por Lady Twice


Capítulo 81
Epilogue


Notas iniciais do capítulo

Heyoo! Honestamente, vou dizer tudo aqui logo, porque, se tudo correr como o planejado, vocês estarão com a visão embaçada demais pra ler ao final desse cap HUAHUSHAUHUSHUAH

Vamos lá. Eu não vou repetir tudo o que disse sobre Coroada ter sido muito importante pra mim porque bom, vocês já sabem disso. Em vez disso, vou dizer porque esse capítulo foi reservado para o dia primeiro de abril.

É PORQUE É MENTIRA, COROADA NÃO ACABOU HAHA

Mentira, acabou sim. FELIZ PRIMEIRO DE ABRIL!

Ok, parei. A pessoa que acertou a resposta foi nossa linda Bella: Coroada foi postada, o primeiro capítulo, no dia 01/04/14. FELIZ ANIVERSÁRIO DE DOIS ANOS PRA TODAS VOCÊS SUAS LINDAS!

Hm, quê mais tenho a dizer além de repetir que vAI TER SEGUNDA TEMPORADA? Mas a gente já sabia disso hehe. Eu ainda vou levar mais ou menos uma semana pra postar TCOW, então fiquem ligadas que vou falar no tumblr (tcowfanfic.tumblr.com) e botar o link nesse cap e nas notas da história quando postar ;^)

Mais alguma coisa? Hm, acho que não. A música que eu escolhi foi Disenchanted ou Cancer, do My Chemical Romance. As duas funcionam bem para o propósito.

Boa leitura, pessoal, e até a segunda temporada! Lembrem-se que amo vocês e muito, muito, muuuito obrigada por ter lido Coroada até aqui depois de todas burradas que eu fiz xD



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Flashforward – 73 anos depois

Arthur respirou fundo e apertou a mão de Delancy breve e fracamente, oferecendo-lhe um sorriso fraco, que logo caiu. Sua mulher, com os olhos marejados, só conseguiu comprimir os lábios para evitar o choro, segurando a mão do marido com ambas as suas. Ela parecia desesperada, e, como ele havia reparado em suas últimas duas semanas no hospital, definhando de pouco em pouco. De todas as conseqüências que sua condição terminal acarretaria, esta era a que ele mais odiava.

Delancy fora, nos últimos setenta anos, tudo o que importava para ele. Ele basicamente construíra sua vida em volta dela, mas não queria que a vida dela fosse a volta dele. Arthur apreciava o apego de sua mulher – e muito –, mas todo esse amor das últimas décadas lhe levaria à algo pior do que a morte.

Ele não tinha medo por si próprio. Sabia que iria morrer a qualquer momento e, quando isso acontecesse, iria para seja lá onde fosse ou simplesmente pairaria imóvel sobre o eterno nada. Não havia como evitar aquilo. Por sua amada, entretanto, ele não só temia como sofria. A única coisa pior que morrer de câncer pulmonar devia ser ver seu marido morrer de câncer pulmonar, e ela estava passando por isso. E depois que ele finalmente se fosse? O que é que aconteceria à Dya?

Arthur nunca teve a chance de perguntar, uma vez que seus quatro filhos entraram de uma vez no quarto do Palácio que acabara virando sua enfermaria pessoal. Os quatro já eram praticamente idosos a esse ponto, todos entre os setenta e cinco e sessenta anos, mas, por algum motivo, pareciam bem mais novos do que de fato eram. Arthur atribuía isso aos genes Lewis, já que sua mulher de 90 anos nunca pareceria ter essa idade.

Caroline, a mais velha, correu até o lado da cama e tomou a mão livre do pai. Max e Ahren, seus garotos, sentaram-se ao pé do colchão, um de cada lado de suas pernas, enquanto Eadlyn, cujo cabelo ruivo já perdia toda a cor, ficou atrás de sua irmã mais velha, correndo a mão pelos escassos cabelos do pai. Ela e Caroline pareciam capazes de se debulhar em lágrimas a qualquer segundo, assim como a mãe de ambas, mas Max e Ahren estavam mais controlados. Eles pareciam tristes, calados para que nós não se formassem em suas gargantas, mas Arthur sempre soubera que eles haviam herdado a dureza dos Schreave. Seu próprio avô, Clarkson Schreave, carregara para o túmulo consigo uma infame reputação de tirano. Arthur não se orgulhava disso, mas não era uma surpresa tão grande que alguns de seus filhos pudessem ser duros.

Ele moveu seus olhos de Delancy para Caroline, onde se fixou. Os olhos cinzentos da já senhora encontraram os seus. “Não deixe que ela continue assim”, ele disse, a voz rouca e falha devido à doença. Os doutores estavam quase o proibindo de falar de todo, já que praticamente cada palavra saída de sua boca causava um ataque de tosse incontrolável. Ele também não se surpreendeu quando, após esta frase, um pouco de sangue saiu junto com o ar. Precisava prosseguir, porém. “E não fique como e-“, outro ataque. Mais sangue. “Não fique. Nenhum de vocês.”

“Pai, o senhor deveria ficar quieto”, Ahren disse, a voz tremendo um pouco. Arthur poderia ter rido da situação se tivesse fôlego para isso. Ao invés, tinha dois tubos de oxigênio em seu nariz. “Não queremos que seu estado deteriore.”

Olha só o que você fez, Arthur. Seu próprio caçula te dizendo para calar a boca com palavras rebuscadas., ele pensou, mas não conseguiu dizer. Em vez disso, soltou a mão de Caroline. Ele sentia a força vital sendo sugada dele gradualmente, e sabia que, em breve, o aparelho que monitorava seu coração faria o barulho contínuo e mostraria o monitor sem curvas. Olhou nos olhos de cada um dos seus filhos, tentando dizer com o olhar o que não poderia verbalizar, e viu que eles haviam entendido. Max deu um suspiro tremido que indicava o choro por vir – como quando ele era criança – antes de abraçar Caroline, que chorava como um bebê, pelos ombros. Eadlyn estourou em lágrimas e soluços, o que fez com que Ahren fosse até sua gêmea e escondesse-a em seu abraço.

Arthur percebeu que ali, no meio de sua família, que continuava unida como sempre fora, era um ótimo lugar para dar seus últimos suspiros. Em pensamento, agradeceu ao mundo por tudo o que lhe dera – uma esposa incrível, quatro filhos perfeitos, netos e até mesmo alguns bisnetos. Quase quarenta anos de reinado, que ficariam conhecidos como uma parte da Era de Ouro illeana; súditos leais e uma saúde perfeita até os oitenta e poucos. Uma vida maravilhosa. Ele não poderia pedir por mais.

Ele sentiu algo parar dentro de si, e entendeu que aqueles seriam seus últimos momentos. Sem força, tentou apertar a mão de Dya mais uma vez. Virou-se para sua esposa. “Eu te amo”, foi tudo o que ele conseguiu dizer antes de o ar lhe escapar pela última vez. Ele sentiu sua mão relaxar-se completamente antes de seus olhos revirarem. Arthur havia sabido que aquilo era seu fim e, ainda assim, não se arrependeria nem de um segundo sequer se pudesse. Ele não se importava com o quê aconteceria à ele. Nunca se importou. O que fazia a diferença era só sua esposa, sua família. Eles tinham de saber que ele os amava.

E, embora ele não pudesse saber disso, os Lewis-Schreave sabiam.


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Notas finais do capítulo

XOXO,
— Lady Twice