Coroada - A Seleção Interativa escrita por Lady Twice


Capítulo 66
Release


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu realmente tenho de parar de ficar escutando Smoke + Mirrors o dia inteiro.
Ou não, oopsie.
Mas vamos ao que importa, né.
Embora a última parte desse cap já estivesse escrita, foi meio difícil escrever ele. Principalmente porque hoje eu podia ganhar o prêmio de pessoa mais dispersa da face da Terra e porque o prIMEIRO EP DE SHADOWHUNTERS SAIU NA NETFLIX E EU JÁ ASSISTI DUAS VEZES PORQUE PRECISO DE MAAAAIS.
I MEAN, CLARY
I MEAN, JACE
I MEAN, IZZY
I MEAN, MAGNUS
I MEAN, ALEC
CAAAARAA ALGUÉM POR FAVOR FAZ O ALEC VIRAR BI OU HÉTERO PORQUE EU QUERO COLOCAR ELE NUMA CAIXINHA E GUARDAR PRA MIM
Calma, Luiza (AH MEU DEUS O PC TÁ FALANDO QUE MEU NOME ESTÁ ERRADO E DEVERIA TER ACENTO SE MATA PC LUIZA COM Z SEM ACENTO É CERTO SIM PORQUE O I É HIATO DE QUALQUER JEITO), respira, calma. Então só avisando que a música do cap é Release, do Imagine Dragons. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/491082/chapter/66

Skyler se sentia vazia.

Desde o dia da eliminação de Aly, uma semana antes, ela não conseguia parar de pensar na amiga. Andava cabisbaixa por aí, e nenhuma das tentativas das garotas de animá-la funcionavam. Todos puderam reparar em quão sozinha ela sentia-se, porém, depois de ela recusar a oferta de Alasca sobre re-assistir sua série favorita. Parecia que a partida da melhor amiga realmente deixara-a mal.

Naquele dia, por algum motivo, ela sentia-se ainda mais triste, e não conseguia explicar por quê. Pediu à suas criadas que elas lhe servissem o café na cama, já que não sabia se seria capaz de descer pro café, e as mulheres desceram, obedientes, para a cozinha. Momentos depois, porém, não foram elas a abrir a porta de seu quarto. Embora estivesse de camisola, sem ânimo e triste como um cão; praticamente voou para fora da cama ao ver a Rainha America de pé à sua porta.

“Majestade”, Skyler disse, já de pé, se curvando em reverência. Provavelmente por ela ter se levantado muito rápido, sua visão momentaneamente escureceu, o que fez com que a garota cambaleasse. A Rainha andou rapidamente até ela, impedindo-a de cair e sentando-a na cama.

“Senhorita Smith”, a Rainha devolveu, embora estivesse sentada sobre sua cama bagunçada enquanto segurava sua mão. “Achei que as meninas de hoje soubessem que levantar com rapidez abaixa a pressão e traz tontura.”

“Não, na verdade”, Skyler comentou, apoiando a cabeça, que ainda girava, na mão em que America não segurava.

“Pois deveriam”, America sorriu, e Skyler também o fez. “Mas obviamente não vim até o seu quarto para que possamos bater um papo sobre os efeitos de se pôr de pé, não é mesmo?”

“A quê devo à honra de sua visita?”

“Provavelmente à sua amiga, Alyssa Swan”, America disse, se colocando de pé e observando o quarto, enquanto Skyler recolhia as pernas para cima da cama. “Olha, eu sei que está doendo vê-la ir embora depois do tempo juntas. Vocês realmente se aproximaram, não é?”

“Eu acho que só fui tão próxima assim da minha irmã”, Skyler concordou.

“Suponho que os pais não contem à vocês sobre quando minha melhor amiga saiu da Seleção”, a Rainha disse, o que fez com que Skyler levantasse as sobrancelhas, interessada. “Não deveriam, de qualquer maneira. É uma história dolorosa e triste, embora eu ache ela bonita à sua maneira.”

“Ah”, a Selecionada disse, supondo que ela não lhe contaria.

“Ela estava tendo um caso com um dos guardas, sabe?”, America disse, olhando pela janela. “Então flagraram eles. Foram açoitados em público, dez chicotadas nas mãos de cada um, e minha amiga perdeu as mãos finas e delicadas que ela tinha. Eu quase desisti da Seleção depois de vê-la ir embora e ser rebaixada a Oito, mas, com o tempo, a ferida sarou. Eu fiquei no Palácio. Eu me recuperei, e me permiti fazer outras amigas. Acho que, no final das contas, foi bom para mim.”

“Foi?”

“Foi sim. E eu tenho certeza de que você se sente muito mal agora, mas vai passar. Enquanto isso, você ainda tem de viver sua vida, Skyler”, a Rainha tocou o braço da garota, novamente próxima dela, e Skyler sentiu o peso daquelas palavras. “Então eu não vou ordenar, mas tenho uma recomendação pra você: levanta da cama e deixa as suas criadas se arrumarem, estaremos lhe esperando no café. Você não vai querer perder sua vida por causa dessa eliminação, eu lhe garanto.”

Skyler sorriu. “Como queira, Majestade.”

–x-x-x-

Sofia havia decidido passar o dia assistindo tevê, na esperança de poder descansar a cabeça de tudo que estava acontecendo. Ela sentia-se afetada pela eliminação, como todas as outras, mas pensava que um tempo longe daquilo tudo a faria bem. Curiosamente, o aparelho já estava ligado quando ela entrou. Alguma das garotas provavelmente deixara ligada, e as criadas pareciam entretidas pelo programa. Sofia sentou-se em frente à tela e sorriu em surpresa quando, ao final da propaganda, Alyssa apareceu sorridente na tela. Ela estava distraída, conversando co uma mulher fora da tela, até que sua atenção voltou-se para a câmera.

“Ah, estamos no ar? Vocês realmente têm de começar a me avisar essas coisas, gente”, ela abriu um sorriso, as pessoas no auditório rindo. “Olá de novo, Illéa! Eu sou Alyssa Swan, e estou aqui hoje com nossa ilustríssima Winter Torrington, a atriz que encabeça Turn, Turn, Turn, a.k.a. a maior audiência dos últimos três anos. Como estamos, Winter?”

A câmera focou em uma mulher bonita ao seu lado, dona de longos cabelos negros e olhos azuis. Sofia a reconheceu da série que Aurora e Alasca acompanhavam. “Ah, Alyssa, eu estou ótima. Você?”

“Muito bem, obrigada. Antes de tudo, eu gostaria de te agradecer por ter vindo aqui hoje.”

“A honra é toda su-ah, perdão, minha”, ela brincou, fazendo a platéia rir mais uma vez.

Sofia continuou assistindo a entrevista, que tomava um rumo divertido, e viu que Delancy e Calliope tinham se juntado à ela. As três ficaram no sofá por algum tempo, até que Alyssa se despediu do público com mais um de seus brancos e lindos sorrisos e o programa acabou.

“É estranho, não é?”, Delancy disse, do nada. “Quero dizer, somos só seis agora. Isso nem faz sentido.”

“Nenhum”, Calliope concordou com a amiga, embora parecesse meio aérea enquanto corria os olhos pela programação.

“Acho que faz tudo parecer mais real, sabe?”, Sofia ponderou. “Agora que ela saiu, a eliminação é uma coisa mais real. Uma coisa que já aconteceu e vai acontecer de novo.”

“Com certeza”, Calliope opinou, embora ainda não tivesse tirado os olhos da tela, falando com toda a calma do mundo. “E, veja bem, essa foi só a primeira. Imagina quando chegarmos à reta final?”

“Ouvi dizer que no final ficam sempre quatro, daí o príncipe dispensa duas antes de fazer sua escolha”, Delancy replicou, concentrada em tirar o esmalte de seu dedão coma unha.

As duas continuaram conversando, mas Sofia pediu licença. Ela estava tentando não pensar naquilo, entrar numa conversa sobre o assunto com Delancy definitivamente não era o melhor jeito de fazer isso.

Em vez disso, decidiu ir para o seu quarto e escrever para Bianca. Talvez colocar as palavras no papel a tirassem de sua cabeça, e o prazo para o envio de cartas semanal seria no dia seguinte, de qualquer maneira.

“Querida Bianca,

minha promessa de mandar uma carta por semana fica cada vez mais fácil de ser cumprida. É sério: o Palácio está um tédio por estes dias, principalmente depois que a apresentação passou. Antes, por mais chato que escrever uma lei fosse, eu ainda tinha alguma coisa para fazer. Acho que me disporia a escrever um estatuto inteiro agora, se isso fosse me livrar do tédio.

Falando em estatutos e regras, recebi notícias que está se saindo muito bem no Internato! Eu sempre soube que você era uma que valia a pena ensinar, e aqui está meu resultado! Aposto que papai e mamãe ficariam imensamente orgulhosos se nos vissem agora, Bia.

Mas, bom, vamos lá. Como você pediu que chamassem, minhas descobertas sobre a vida de bibelô desta semana.

Essa semana, Bia, eu descobri que os bibelôs daqui, na verdade, não são tão diferentes de qualquer outro. Bibelôs, em despeito a tudo o que já falei, têm uma rotina muito frágil, uma vida muito frágil. Se uma coisa pequenininha muda ou vai errado, eles começam a rachar. Quando algo de grande e imprevisto acontece, é sempre necessário catar os cacos deles pelos cantos.

Em contraponto, essa semana também me contaram que bibelôs não podem ser só cascas vazias – pelo menos, não um bibelô que vive no castelo. Os bibelôs do castelo têm de ser finos e elegantes, como todo bibelô, mas é mais que isso. Para merecer ser um bibelô do castelo, você tem de ser inteligente. Você tem de ter uma mente afiada e criatividade, você tem de ser quase um ativista.

E, a cada vez que lhe escrevo, descubro mais um pouco o quão contraditória e complicada minha vida ficou depois de tirarem aquele papelzinho da urna, Bia. É como se-“

Ela parou de escrever quando alguém bateu à sua porta, ajeitando a saia do vestido enquanto andava até lá. Abrindo-a, pôde ver uma garota loira e de postura frágil, vestida com um vestido austero e um semblante sério. Reconheceu-a como Carmen Leger, uma das assessoras.

“Senhorita Delacour”, ela cumprimentou, e Sofia sorriu em resposta.

“Pois sim?”

“Peço gentilmente que me acompanhe.”

Sofia engoliu em seco. “Para qual fim, senhorita Leger?”

A assessora sorriu, embora parecesse apreensiva. “Não se preocupe, senhorita. A senhorita recebeu uma ligação em um dos telefones do Palácio, é só.”

Sofia ergueu as sobrancelhas, mas ainda fechou sua porta e a acompanhou. A única pessoa que ela tinha lá fora era Bianca, mas ela não tinha o telefone do Palácio ou um próprio para fazer a ligação. “Eu posso lhe perguntar de quem seria essa tal ligação?”

“De fato, a senhorita pode. Mas tente não me perguntar por que ele lhe liga, eu não saberei.”

“Tentarei. Quem é?”

Ela virou em um corredor e abriu uma porta para uma sala vazia cheia de telefones, onde um estava fora da linha, como se quem estivesse ligando esperasse pelo interlocutor. Carmen sorriu com cumplicidade. “Sua Majestade, o Príncipe Marius Brochère.”

Sofia levantou as sobrancelhas e arregalou os olhos. “Mas por q-“

“Não me pergunte, só vá lá e fale com ele”, Carmen a interrompeu e, após um ruído de confirmação de Sofia, fechou a porta, deixando-lhe sozinha com o telefone.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Que pensam?
Eu particularmente gosto de escrever cartas da Sofia pra Bianca, sei lá. E em breve teremos uma carta da Bianca pra Sofia yaaay.
Vejo vocês nos comentários ^.^