A filha do diretor escrita por The Drama Queen


Capítulo 28
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Aaaahhhh Não me matem. Sério, gente. Por favor, me entendam. As aulas voltaram, as provas estão chegando, muitos trabalhos e testes. Eu tenho andando sem tempo para respirar. No fim das contas é sempre o mesmo motivo. Espero que entendam. Mas pelo menos eu escrevi um capítulo grande. Vocês provavelmente vão querer me matar e comer meu fígado depois desse capítulo, mas tudo bem. Já estou com o POV extra pronto, mas não sei se posto agora também (porque já passam de 3h da manhã). Eu amo tanto vocês que fiquei até agora escrevendo o que faltava para terminar o raio do capítulo. Cara, me amem demais. Então o POV extra é do capítulo 26 e 27, dos dois juntos, e eu só vou postar amanhã (domingo) a tarde.
Quero agradecer imensamente a Lady Waters, HimeBibs e Um alguém pelas recomendações super divas e maravilhosas. Vocês são todas uns amores. Fico muito feliz que estejam gostando da fic. Capítulo super dedicado a vocês, lindas!
Sem mais delongas, boa leitura!



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– Diretor Cooper - tentei soar casual.

– Posso saber o que diabos você faz no meu quarto? - Ele parece se controlar para não exaltar a voz, mas, ainda assim, seu tom me fez estremecer.

Agora ferrou de vez.

Eu estava indo encontrar com a sua filha escondido e devo ter entrado na janela errada.

Isso não soa muito bem

– Diretor Cooper - repeti.

– Acho que meu nome não é a resposta adequada para a pergunta, Sr. Miller.

Tentei, mas não consegui pensar em nenhuma desculpa, no mínimo, razoável.

– Eu entrei no quarto errado - disse por fim. Não deixa de ser verdade. Quer dizer, em realmente entrei no quarto errado.

– E a quanto tempo você está aqui, exatamente?

– Não muito.

– Scott, me responda uma coisa: você, por acaso, pode ficar invisível?

– Não, Senhor.

– Pode se teletransportar?

– Não, Senhor.

– Então, me explique como eu não te vi passar pela sala, uma vez que eu passei as últimas horas sentado no sofá próximo a escada. - Suspirei antes de responder.

– Eu não passei pela sala, Senhor. Eu… - Pigarreei. - Eu pulei a janela.

– Moleque insolente! - exclamou entre os dentes.

Talvez eu devesse ter ficado calado e me jogado da janela, ao invés de dizer a verdade. Pois é. A verdade pode te colocar em grandes roubadas.

Diretor Cooper veio em minha direção, com passos pesados e furiosos. Agarrou uma de minhas orelhas e saiu do quarto me puxando, enquanto eu gritava de dor e ele dizia coisas como “Essa é uma casa de família”, “Isso é uma falta de respeito, tanto a minha filha, quanto a mim” ou “Você é um marginal irresponsável e rebelde”, e ainda “Tem sorte de eu não ligar para os teus pais”. Essa última frase me fazendo estremecer, porque, bem… Eu não tenho pais. Eu tenho tios que são responsáveis por mim. Mas não vamos deixar que isso me distraia da dor insuportável que estou começando a sentir na cabeça.

– Scott? O que está acontecendo? - ouvi Alysson perguntar. Sr. Cooper se virou na direção da filha, consequentemente, me virando para a mesma direção.

– Seu namorado pulou a janela e entrou no meu quarto. É com esse tipo de gente que você anda?

– Por que fez isso? - ela perguntou para mim.

– Porque você… - comecei a explicar, mas fui interrompido por uma voz. Uma voz inconfundível e odiável.

– Está tudo bem, Aly? - Kyle saiu pela mesma porta que Alysson, e parou ao seu lado, com a mão em sua cintura! Mais o que?!

– Kyle? - perguntei. - Isso é sério Alysson? Você me chama aqui e está com o Kyle no seu quarto?

– O que? Eu não te chamei. E o Kyle, ele…

– Alysson foi você quem chamou esse delinquente? Pediu que ele entrasse pela janela? Eu esperava mais de você!

– Pai, eu não chamei ninguém!

– Não chamou? Você me enviou uma mensagem há poucos minutos, pedindo que eu viesse! - gritei.

– Eu não enviei mensagem nenhuma! - gritou de volta.

– Baixem o tom, vocês dois! Só eu posso gritar aqui! - esbravejou o diretor.

– Aly, eu acho que já vou. - Kyle disse. - Nos falamos mais tarde?

– Claro. Eu te acompanho até a porta.

Isso foi a gota d’água! Me soltei da mão do diretor e acertei um soco no nariz de Kyle. Só não vieram outros seguidos, porque Alysson se meteu na frente.

– Qual é o seu problema, Scott? - ela gritou.

– Qual é o meu problema? - gritei de volta. - Você está com o seu ex-namorado no seu quarto, e pergunta qual é o meu problema? E ainda se acha no direito de me criticar quando eu beijo outra.

– Vai embora! - berrou. - Saí daqui agora!

– Alysson... - comecei a me desculpar.

– Eu te acompanho até a porta - o diretor disse, puxando a gola da minha camisa. Me soltei dele, lancei um último olhar para Alysson, que agora estava quase a chorar, e para Kyle, que claramente segura o riso, enquanto a abraça. Desci as escadas os mais rápido que consegui, e bati a porta da frente com força.

Como ela faz uma coisa dessas comigo? Tudo bem. Eu posso não ser a melhor pessoa para julgar uma situação dessas, mas… Poxa, ela é a Alysson. Ela é a sensata e certinha da relação. Eu sou aquele que comete deslizes, embora esteja mudando isso e tentando melhorar. Ela devia ter um pouco mais de respeito por mim e pelo que nós temos.

E o que é que vocês têm, panaca?

Tudo bem. Talvez (mas só talvez) o que nós temos não seja nada sério, ou pelo menos oficial, mas, mesmo assim… Ela tem o direto de brigar comigo por beijar outra garota e eu não posso me exaltar por vê-la sozinha no quarto com seu ex? Isso não me parece justo.

Mas afinal, por que eu fui para justo no quarto do diretor? Se Alysson estava com Kyle e queria que eu os visse, não teria me mandado pra lá. Ou ela pensou em formar todo esse teatrinho só para me ferrar de vez?

Peguei meu celular e abri as mensagens.

Me encontre no meu quarto daqui a 20 min. Entre pela janela sem que meus pais te vejam. 3° janela da direita para a esquerda, segundo andar - Alysson

3° janela da direita para a esquerda. Da direita para esquerda. Eu mereci ser espancado depois dessa. No fim das contas, não era da esquerda para a direita.

Mas isso não muda o fato de ela ter me mandado a mensagem, me chamando para vê-la com Kyle. Sabe-se lá o que eles faziam quando eu cheguei.

Cheguei em casa rapidamente. Talvez devido a raiva e a adrenalina que pulsava em minhas veias. Bati a porta da frente, fazendo-me estremecer com o estrondo. Não dei importância a isso e comecei a subir as escadas.

– Ei! Sou eu que pago isso depois que quebra. Vai com calma aí! - ouvi alguém gritar.

Desci os poucos degraus que havia subido, e encarei tio Paul, que está sentado no sofá, assistindo alguma coisa na TV.

– Desculpa, tio. Foi sem querer. Eu só… - Não consegui terminar a frase, então bufei.

– Quer conversar? - perguntou, preocupado.

Suspirei. Talvez eu devesse conversar com alguém sobre isso, mesmo que o tio Paul não seja a pessoa que eu mais converse. Quer dizer, eu mal o vejo e nem “bom dia” ou “boa noite” trocamos regularmente. Mas eu preciso aliviar pelo menos um pouco dessa mistura de sentimentos que estão a me atormentar.

Me sentei no sofá ao seu lado e respirei fundo antes de começar a falar.

– Hoje mais cedo, recebi uma mensagem da Alysson.

– Sua namorada? - perguntou, me interrompendo. Esqueci que ele não sabe de nada. Apenas assenti em resposta, mesmo não sendo totalmente verdade.

– Ela pediu que eu a encontrasse no seu quarto, entrando pela janela. Não queria que seu pai soubesse que eu estava lá. Assim eu fiz. Só que, ao que parece, eu entrei pela janela errada e fui para justamente no quarto dos pais da Alysson. O Sr. Cooper, pai da Alysson, entrou no quarto e me viu lá.

– Esse tal Sr. Cooper, por acaso, não seria o diretor da sua escola?

– Por acaso, seria - respondi. - Mas essa não é a pior parte.

– Preciso comprar um caixão com antecedência?

– Não - respondi, forçando um sorriso, que logo se desfez. - Talvez. Quando o diretor me arrastou para fora do quarto, Alysson saiu do seu quarto e, junto com ela, o seu ex-namorado.

– Hum… - murmurou, num tom compreensivo.

– Ela estava com o ex no quarto dela. E eles estavam sozinhos. Entende isso? E ela ainda pediu que eu fosse lá ver aquela cena ridícula. Aposto que estavam fazendo coisas obscenas.

– Como tem tanta certeza?

– Não está óbvio? - perguntei incrédulo.

– Você os viu fazendo algo do tipo?

– Não - admiti. - Mas o que eu vi deixa subentendido.

– Eles podiam estar só conversando. Isso já passou pela sua cabeça?

– Brevemente. Mas, então, por que raios ela me chamou lá enquanto estava com aquele desgraçado lá? Eu só vejo um motivo: me provocar.

– Não tire conclusões precipitadas. De repente, foi tudo um mal entendido. Vai com calma. Conversa com ela, esclareça as coisas. E, mais importante, procure ouvir e tentar entender a versão dela. - Assenti.

– Valeu, Paul.

– Sem problema. - Me deu dois tapinhas no ombro e eu me levantei, dando essa conversa por encerrada.

Talvez o que tínhamos (seja lá o que for) foi destruído. Talvez tenha acabado. Talvez realmente não era pra ser. Quer dizer, Alysson e eu somos bem diferente. Nossos mundos são diferentes. Não iria mesmo dar certo. E, no fim, tudo acabou ficando como deveria ficar: aposta ganha, Alysson dispensada. Tudo bem, talvez não dispensada, mas não estamos mais juntos, de qualquer forma.

Foi uma longa sexta-feira...

Fui deitar ainda com tudo martelando na minha cabeça. Demorei a adormecer. Acho que qualquer um demoraria. E sinto que essa não será a única noite mal dormida daqui em diante.

Sábado. Acho que é um bom momento para viver um sábado. Não vou ser obrigado levantar dessa cama, não vou à escola, não vou ver a Alysson. Não sei se conseguiria olhar para ela. Passou-se pouquíssimo tempo desde o ocorrido - apenas algumas poucas horas. Preciso de mais tempo para amadurecer a ideia de um possível “término”, porque eu, provavelmente, cederia a Alysson, simplesmente esqueceria que ela estava com Kyle em seu quarto, esqueceria que ela ficou do lado dele e contra mim. Esqueceria tudo isso e a tal ideia do “término” seria apenas uma lembrança absurda de um passado distante. E eu não quero isso. Pelo menos acho que não.

Fiquei um bom tempo deitado na cama, encarando meu teto branco. Não quero sair daqui. Não quero de fato viver hoje. Só quero ficar e pensar. E sim, eu penso. Descobri que tenho uma coisa chamada cérebro. Estou começando a usar com frequência.

Bufei com os meus pensamentos.

4 meses. Em 4 míseros meses uma garota conseguiu virar minha cabeça por completo. Eu já não me reconheço, não reconheço meus próprios pensamentos. Alysson Cooper conseguiu fazer com que aquele Scott, “o maior pegador da história” - como Dylan costuma dizer -, sumisse, desaparecesse. Ela conseguiu o que ninguém mais conseguiu, o que ninguém imaginou que pudesse acontecer. Alysson Cooper fez com que eu me apaixonasse pela primeira vez.

– Vai hibernar? - Virei a cabeça o suficiente apenas para enxergar Dylan.

– Não estou a fim de levantar.

– Esse estado de depressão tem alguma coisa a ver com o que aconteceu ontem? - Se sentou na minha cadeira ao lado da cama. - Ouvi sua conversa com meu pai.

Suspirei antes de responder.

– Em todo caso, não era para durar tanto.

– Mas você queria que durasse mais. - Não respondi. - O Anthony desistiu da Alysson por você e é assim que você retribui?

– Do que Anthony desistiu? Ele não tinha nada com ela.

– Não foi por falta de tentativa.

– De qualquer forma, agora já foi. Alysson me traiu com o ex dela. Acho que ficou claro quem estava brincando com os sentimentos de quem nisso tudo.

– Você sabe que ela pode não ter te traído, não sabe?

– Dá pra parar de defender ela?! - gritei. - Caramba! Eu vi os dois saindo do quarto dela! E ele ainda pôs a mão na cintura dela! O que você quer que eu pense que eles estavam fazendo lá dentro? Conversando? Eu não sou tão idiota, Dylan. Eu já estive do outro lado da porta. - Dylan suspirou e sacudiu levemente a cabeça.

– Tudo bem. Eu não vou mais insistir. Continue achando que Alysson, a garota certinha, perfeita, que tinha medo de sofrer de novo por um garoto e, mesmo assim, ficou com você, te traiu. - Se levantou e saiu do quarto.

Claro que fiquei mais um bom tempo deitado, agora não só pensando na Alysson e Kyle e no que tio Paul disse, mas também nas palavras de Dylan.

Anthony desistiu da Alysson por mim. Alysson me escolheu. Mas Alysson também estava no quarto com Kyle, sabendo que ele foi um dos três babacas que me bateram no acampamento. Talvez Alysson esteja brincando comigo, assim como eu deveria ter feito com ela. Talvez Alysson não seja aquilo que me disseram que fosse.

Nessas poucas horas que fiquei dentro do quarto, todas as pessoas que moram nessa casa vieram me chamar pelo menos umas 2 vezes cada uma. Fora as mensagens que eu recebi de outras milhares de pessoas. Ao que parece, vai rolar uma festa hoje. Alysson não vai a festas. Estou pensando em ir, beber bastante, beijas muitas bocas e quem sabe até arrumar uma briga. Tudo para esquecer isso tudo por um tempo, mesmo que por míseras horas.

Saí de casa sem falar com ninguém, mas também não saí escondido. Podem ter me visto ou ouvido sair, mas não se manifestaram nem me impediram. Não importa. Não faço ideia de quem seja a festa, não quem vai estar lá. Só sei que não é muito longe daqui e eu vou a pé - também não quero correr o risco de dirigir enquanto bêbado, as consequências não seriam agradáveis.

O caminho até a festa me fez passar pela praça, a mesma em que conversei com Sarah quando pedi que me ajudasse com Alysson, e quando a contei sobre a aposta. Digamos que ela passou a ser uma praça bem desagradável, uma vez que, quando falei com Sarah pela primeira vez, ela saiu arrastada por Ethan e, na segunda, ela ficou com raiva de mim e, bem, parou de falar comigo.

Enfim, continuei meu caminho. Ainda estava na metade da praça, quando comecei a sentir aquela incomoda sensação de estar sendo observado. Quase sempre essa sensação está certa, mas estou tão atordoado com tanta coisa, que nem dou muita importância a isso. Simplesmente continuo meu caminho e atravesso rapidamente a praça. Só mais duas quadras e eu chego na tal festa.

– Está fugindo de mim, Scott? - perguntou uma voz extremamente fria e sarcástica.

– Já veio estragar minha noite, Peter? Não podia esperar até eu estar bêbado? - Ele abriu um daqueles sorrisos que me irritam até a alma.

– Me desculpe se incomodo tanto assim. Só queria ter uma breve conversa com alguém interessante. Não sei a sua, mas a minha noite está realmente entediante.

– E eu fui o primeiro ser inofensivo que você encontrou no seu caminho?

– Basicamente isso. - Suspirei, impaciente.

– Diz logo o que você quer, Peter.

– Bom, eu me lembro de uma certa aposta que fizemos. Soube que você cumpriu muito bem algumas partes. Beijos, encontros… Mas não chegou ao meu conhecimento que você cumpriu a minha parte do acordo.

– Eu já disse que…

– Estava ganhando a confiança dela - me interrompeu. - Já entendi isso. Mas não acho que fazendo um escândalo na casa do diretor você vá sequer conseguir chegar perto dela.

– Mas como você…?

– Eu sei das coisas, Scott. Nem você, nem ninguém, pode esconder nada de mim. Em sempre vou estar muitos passos a frente de todos vocês. - Seria impróprio dizer que estou começando a ficar com medo dele? - A propósito - ele continuou -, aquela cena com o Kyle… Os chifres já estão pesando?

– Aquilo não foi uma traição! - esbravejei, talvez num tom desesperado demais.

– Não. Claro que não - ironizou. - Mas eu me sentiria, no mínimo, ridicularizado. Você não está nem um pouco incomodado com isso tudo, Scott?

Estou! É óbvio que estou! Estou mais do que incomodado. Alysson me fez de idiota, virou o jogo contra mim. No fim das contas, tudo não passou de um jogo.

– Você deveria fazer alguma coisa a respeito - Peter sussurrou. - Não deveria deixar que a Alysson ganhe essa.

A voz de Peter agora está sendo misturada a voz da minha própria mente. Talvez… Talvez não. Com certeza eu não devo, não posso deixar que a Alysson ganhe esse jogo.

Quando dei por mim, estava sozinho no meio da rua, como se Peter nunca tivesse estado aqui conversando comigo. Continuei meu caminho até a festa, tentando fingir que nada aconteceu, o que não deu certo. Não tem como ignorar aquela maldita vozinha que fica repetindo na minha cabeça a mesma frase igualmente irritante. Não deveria deixar que a Alysson ganhe essa. Não deveria deixar que a Alysson ganhe essa. Não deveria deixar que a Alysson ganhe essa. Eu realmente não deveria deixar que ela ganhe essa.

A casa da festa não foi difícil de reconhecer. Está abarrotada de gente, a música, como de costume, estava extremamente alta, as luzes coloridas piscando freneticamente em padrões inconstantes, gente bêbada para todo lado, pessoas dançando, beijando, conversando. O normal de toda festa. Mas isso não importa hoje. A única coisa que eu procuro aqui são as bebidas, e as melhores estão na cozinha, com certeza.

Estou beijando uma garota. O cabelo dela parece vermelho, meus lábios já estão meio estranhos. Eu não consigo sentir a boca dela direito. Mas seu cabelo é macio e sedoso. Parece o meu cobertor. Eu gosto do meu cobertor, da minha cama… Seria legal se a Alysson estivesse na minha cama comigo. Mas eu estou bravo com a Alysson. Ela foi uma má pessoa. Tudo o que ela queria era me ver triste, mas agora quem vai ficar triste e brava vai ser ela, e a única coisa que eu vou fazer vai ser rir. Rir da cara de tapada dela. Ela vai ver só.

Uma coisa tremeu na minha calça e me fez cócegas. Eu tive que empurrar a garota para ver o que estava acontecendo. Um celular. Deve ser o meu. Deslizei o dedo algumas vezes na tela brilhante, tentando fazer com que aquilo parasse. Quando consegui, ouvi uma voz gritando. Ela vinha do celular. Encostei o aparelho no meu ouvido e comecei a entender o que ela dizia.

Scott, você está aí? – disse a voz.

– Eu sou o Scott.

Eu sei disso, idiota.

– Quem é você?

É a Sarah.

– Eu tenho uma amiga chamada Sarah. Só que ela não fala mais comigo. Ela diz que eu sou idiota.

Sou eu, Scott. A sua… sua amiga Sarah. Espera um minuto… Você está bêbado?

– Você não pode ser a Sarah. A Sarah não fala mais comigo. Ela me deixou sozinho.

Scott, onde você está?

– Está escuro. A menina do cabelo de cobertor foi embora.

Acordei com uma luz forte machucando meus olhos. Minha cabeça parece que está explodindo constantemente. Cada parte do meu corpo lateja de dor. Gemi com o desconforto e cobri minha cabeça com o cobertor.

– Scott, acorda!

– Não grita - murmurei.

– Não estou gritando, babaca. Estou praticamente sussurrando.

– Sussurra mais baixo então.

Senti as cobertas sendo puxadas de cima de mim. Abri os olhos com dificuldade e enxerguei uma silhueta. Minha visão não se estabilizou, então eu desisti de tentar saber quem é e cobri minha cabeça com o travesseiro.

– Quem é você? - perguntei no mesmo tom de antes.

– Sou eu, Sarah. Estou tão irreconhecível assim? - Apenas resmunguei qualquer coisa sem sentido e resposta. - Ninguém mandou beber tanto. Agora aguenta a ressaca.

Abri os olhos novamente. Dessa vez minha visão ficou menos embaçada e eu consegui enxergar Sarah parada ao lado da cama. Olhei em volta. Um quarto branco e rosa. Isso aqui definitivamente não é o meu quarto. Essa não é a minha cama e, com certeza, esse não é o meu cobertor.

– Que lugar é esse?

– Meu quarto - Sarah respondeu.

– Como eu vim parar aqui?

– Isso não vem ao caso agora - ela disse. - Que cena ridícula foi aquela na casa da Alysson?

– Cena ridícula? - Eu realmente não sei do que ela está falando. Minha cabeça está doendo muito para que eu consiga raciocinar direito.

– Entrar pela janela, brigar com Kyle, discutir com a Alysson e tudo na frente do diretor. O que você estava pensando? - gritou.

– Já falei para não gritar - resmunguei de novo. Ela bufou.

– Bebe a droga do café que está na mesa do lado da cama. E depois você tem que conversar com a minha mãe. Ela está achando que você é meu namorado - disse a última frase com uma expressão estranha, não consegui decifrar, mas seu tom era de incredulidade misturada com desdém.

– Depois converso com ela. - Bebi o café todo de uma vez, mesmo que tenha queimado cada canto da minha boca. Amargo. Extremamente forte e amargo.

Levantei da cama. Estava vestido. Minha roupa parecia de um mendigo, eu provavelmente cheirava a álcool e eu não quero nem saber como está meu cabelo e meu rosto. Depositei um beijo rápido na bochecha de Sarah e saí pela porta o mais rápido que as dores no corpo e na cabeça permitiram. Preciso ir pra casa, tomar um bom banho e dormir o resto do dia.

– Scott, volta aqui! Eu te liguei ontem porque precisava falar com você.

– Você me ligou ontem?

– Liguei. Mas você estava mais bêbado do que não sei o que.

– Ah… Tudo bem. Depois a gente se fala.

– Não, Scott. Eu… - Não deixei que ela terminasse. Saí pela porta da frente e segui para casa.

Muito tempo. Eu esperei muito tempo para agir. Vamos virar esse jogo ao meu favor. E vai ser agora!

Toquei a campainha e esperei poucos segundos, até que atenderam a porta.

– O que você quer, Scott?

– Eu queria conversar com você - respondi. - Esclarecer algumas coisas, concertar outras. Será que eu posso entrar?

Alysson suspirou e abriu espaço para que eu entrasse. Ela me levou até seu quarto, como eu suspeitei que faria. Parece que agora todas as suas conversas (e supostas conversas) acontecem no seu quarto. O Diretor Cooper não está em casa. Melhor ainda!

– Então? - ela perguntou se sentando na ponta da cama.

Preciso responder alguma coisa? Acho que não. Não tenho paciência para conversas no momento. Estou ocupado demais tentando recuperar minha dignidade.

Avancei para cima da Alysson. Sem cerimônias. Beijei-a ferozmente enquanto praticamente a empurrava na cama. Ela levou suas mãos a minha nuca, enquanto as minhas viajavam por todo o seu corpo, explorando cada canto, antes desconhecidos por mim. Ela não está protestando. Está se deixando levar. Esse jogo já está virado, agora só falta garantir a vitória. Procurei a barra de sua blusa sem partir o beijo. Quando encontrei, comecei a levantá-la ao mesmo tempo que acariciava sua cintura.

– O que você está fazendo? - Alysson perguntou quando conseguiu separar nossos lábios por um breve momento.

– Só relaxa.


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Notas finais do capítulo

Eu estou morrendo de sono, então não vou conseguir escrever uma nota final decente. Não sei... Comentem o que acharam dessa coisa toda. Como vocês acham que vai terminar essa parte final? Se realmente acontecer, será que Scott vai se arrepender depois? O que acharam da Sarah? Do Kyle? Do Peter? Ah e da primeira conversa decente com o tio Paul? E a Aly minha gente?
Ah, antes que eu esqueça: eu ainda vou responder últimos comentários deixados, ok? Não se preocupem. Vou responder a todos.
Ah lembrei agora haha E acabou que tudo foi por pura lerdeza do Scott. Sim, ele entrou no quarto errado porque não presta atenção em nada. Se não fosse bonito não seria nada na vida, não é?
No fim, eu acabei postando o POV extra. Eu postei literalmente agora. Quero que vocês comentem sobre ele por aqui também, se possível. Ok? Ok.
Acho que é só isso... Tenho a impressão de esqueci alguma coisa... Ah... Depois eu lembro e falo. Qualquer coisa que ponho no blog.
Enfim, beijos de amora e até qualquer dia :*