The Killers- Interativa escrita por White Rabbit


Capítulo 8
Capítulo 7- Relacionamento


Notas iniciais do capítulo

O primeiro capítulo de Free Time Events, aqui, os personagens começaram a se relacionar, criar laços e amizades, espero que gostem.



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Rachel Summers

Escritora de Nível Super Colegial

Todos são escritores, preenchemos com nossos atos as páginas brancas da nossa vida.”

Dark Wood Circus

Por mais que eu tente não consigo dormir, viro na cama diversas vezes, mas a imagem de Sea sendo estraçalhada pelos tubarões volta para me atormentar diversas vezes. Tudo o que vejo na escuridão é o sangue dela se espalhando pela água enquanto a risada do Monokuma ecoava por todos os lados. Será que aquele pesadelo não teria fim?

Estava tudo indo bem, três dias de pura paz, três dias onde começamos a achar que tudo viraria a nosso favor e que em breve todos nós sairíamos daqui sãos e salvos. Mas não, aquelas duas tinham que tentar se matar. Será que a culpa era de Miranda que começou isso tudo? Ou será que era de Sea? Não, a culpa é daquele que nos prendeu aqui dentro.

Levanto-me da cama e tateio a parede em busca do interruptor, quando finalmente o acho tenho de fechar os olhos para que minha visão se acostume à luminescência criada pela lâmpada. Não sei que horas são, mas rezo para que amanheça logo e eu possa sair deste quarto, todos devem estar apavorados.

Por sorte, os meus esboços e anotações estão aqui e eu posso dar continuidade ao meu segundo livro. A segunda parte de Rosa Escarlate será Rio de Sangue. Estou quase na metade, mas os últimos acontecimentos tiraram quase toda a minha inspiração e eu tenho que me contentar em fazer alguns esboços. Quero terminá-lo o mais rápido possível, e assim quando eu finalmente sair daqui poderei publicá-lo junto com a mensagem: “A mais jovem escritora da década, sai da prisão escolar e lança novo livro.”

As pessoas adoram um pouco de drama. E acho que foi isso que elas gostaram no meu livro, porque eu nunca achei que o tema medieval fosse chamar tanta atenção. Recebi apenas algumas críticas maléficas de algumas pessoas, que diziam que meu livro era sem criatividade- falta do que fazer de escritores aposentados que já foram largados no balaio das mucamas- todos os outros me elogiaram e me incentivaram a seguir em frente.

Começo a rabiscar alguns trechos no meu caderno, tentando imaginar a possível situação em que poderá se encontrar minha personagem. Cercada por ladrões? Não, ela sequer está perto de uma das estradas perigosas. Talvez, alguém tentasse matá-la? Não, já fizeram isso antes. É, como eu disse minha inspiração sumiu.

Tudo o que me vem à mente agora, é Sea sendo estraçalhada por tubarões, enquanto eu vejo a minha única amiga de verdade ser morta no meio do fogo sem que eu possa fazer nada para ajudá-la, queimada numa fogueira, assim como as “bruxas” da Idade Média. Todas as vezes que me lembro dela, tudo parece triste, frio e estático.

Começo a pensar em minha família, todos devem estar preocupados- principalmente meu irmão- pois eu ainda não liguei ou dei notícias como havia prometido que daria. Mas com toda certeza o responsável por isso tudo deve ter dado um jeito de ludibriá-los. Quando me lembro daquele vídeo que mostrava a minha casa em chamas... Não, com toda certeza eles estão bem.

Ouço batidas repentinas na porta. O relógio diz que são quatro horas da manhã. Quem é que me procuraria a essa hora? As batidas continuam. Seria Monokuma? Não, ele provavelmente já teria aparecido dentro do quarto. Passo a mão no primeiro objeto pontudo que encontro- uma caneta seria possível se defender com isso?- e começo a caminhar em direção a porta. Estou me sentindo numa floresta escura rodeada de assassinos e ladrões.

Minha respiração acelera, estou prestes a ter um colapso nervoso, mas não antes de tentar desmascarar o nosso mais novo traidor. Provavelmente achou que eu era fraca e que ele poderia me matar, mas eu vou imobilizá-lo e mostrar aos outros quem era o mais novo assassino antes que ele cometesse um crime.

Retiro a tranca devagar e abro a porta subitamente, erguendo a caneta como se fosse uma adaga. Deparo-me com Aya, de olhos arregalados e visivelmente assustado, pelo que percebo, ela está desarmada. Ela recua uns passos e eu abaixo a mão dando um suspiro aliviado.

– Você me assustou- ela disse naquele tom de menina mimada que eu detesto- você poderia ter matado sabia?

– Desculpe, mas eu achei que você fosse alguém querendo me matar.

– E porque eu ia querer terminar como as outras duas?

– Eu não sabia que era você, quem é que iria me procurar as quatro da manhã. Aliás, porque mesmo você está me procurando a essa hora?

– Estava com sono e resolvi te fazer uma visita- ela deu um risinho irônico- vai me convidar pra entrar ou pretende me deixar trancada aqui no corredor?

Deixo que ela entre, porque será que uma patricinha está atrás de mim? Sinceramente, espero qualquer coisa vinda da Aya. Afinal ela foi a única que não demonstrou nenhuma emoção ao ver a Sea morrer, ou ela tem coração de pedra, ou aprendeu a esconder as suas emoções.

– E então, vai me dizer o motivo da sua visita?

– Sabe Rachel, eu consigo decifrar as pessoas, saber como elas são antes mesmo de conhecê-las, pelas suas ações, seus gestos, dá pra saber um monte de coisas.

– E o que isso tem a ver?

– Todos os outros estudantes são facilmente decifráveis, todos eles... Menos você- ela me lança um olhar esquisito, uma mistura de curiosidade e arrogância- você é a única que eu ate agora não consegui decifrar.

– Bom saber que eu sou um enigma pra você.

– Um enigma que eu vim aqui para desvendar.

– Desvendar?

– Simples, eu quero saber quem é Rachel Summers.

– Você já sabe quem eu sou não sabe?

– Eu quero saber a verdadeira Rachel Summers, não a menina calada que vive no cantinho admirando o Joey.

Corei no mesmo minuto. Entre eu e o Joey havia apenas uma amizade, nada mais do que isso. Ela riu, seu olhar continuava o mesmo, começou a me dar medo. Ela olhou o quarto e viu aos meus papéis jogados pela cama, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa ela lançou-se sobre eles.

– O que é isso?

– É o esboço do meu segundo livro- disse quase esganando aquela malcriada.

– Posso ler?

Quase grito um não, mas me lembro que ela pode ser a última pessoa a ler as minhas palavras, a última pessoa a me dar um elogio ou uma crítica construtiva. Pode ser a minha última amiga, então com um coração penoso eu digo:

– Pode.

– Sabe Rachel, acho que estou começando a decifrar você.

°°°

Klev Bisharp

Otaku de Nível Super Colegial

“Existem coisas que não vem por encomenda.”

Now or Never

– Bom dia desgraçados! Já são sete horas da manhã, e está mais do que na hora de acordar! Deixei uma surpresa pra vocês junto a escadaria bloqueada pela grade.

Abro os olhos vagarosamente, detesto que a minha manhã comece com a voz desse psicopata. Deslizo os dedos pelas cobertas, a cama e o sono continuam convidativos. Queria passar a manhã inteira aqui, mas se eu fizer isso, os outros iam ficar pensando bobagem como sempre. Principalmente agora que tivemos o primeiro assassinato.

Levanto-me calmamente, afinal, os outros só vão aparecer no refeitório lá pras oito, quer dizer, acho que todos devem ir pra escadaria que dá para o segundo andar. Que tipo de surpresa seria? Um estoque de armas para matarmos uns aos outros? Ou talvez uma bomba que matasse a todos nós numa tacada só? Acho que estou imaginando coisas, só queria saber como foi que aquele cara conseguiu trazer um tanque cheio de água que projetava ondas, um navio pirata, robôs e tubarões de verdade? Ele deve ter os seus truques, sei lá. E a morte da Sea foi digna de uma cena de anime.

Mas infelizmente estamos na vida real, onde não ressuscitamos quando morremos, e quem parte não volta a mais, a menos que os shiki existam, mas eu acho difícil disso acontecer.

Arrumo-me o mais rápido que posso, não quero causar preocupação nos outros. Por mais que eu não confie neles não quero que eles fiquem pensando que eu morri- nunca que eu vou ser o próximo- e talvez, se fomos mesmo passar o resto das nossas vidas aqui, eu poderia até fazer amizade com alguém, mas por enquanto eu prefiro ficar sozinho.

Saio do quarto e rumo a passos duros em direção ao local da “surpresa”, nenhum sinal de vida por aqui, todos devem estar dormindo, talvez tivessem tido pesadelos por causa da morte brutal da Sea- eu não tenho esse problema, não depois de assistir Another, Highschool of the Dead e Umineko no Nako koro ni- é compreensível da parte deles.

Mas para minha surpresa, quando cheguei a escadaria, todos estavam lá, um tanto cabisbaixos e com caras de sono, e eu achando que teria sido o primeiro a me levantar. Todos me lançaram sorrisos amarelos:

– Desculpe- disse o mais gentil que podia- achei que todos ainda estavam dormindo...

– Nenhum de nós conseguiu dormir direito- disse Esther- a noite foi a mais longa de toda minha vida.

– E agora mais do que nunca, precisamos temer a noite- disse Adari- com o primeiro assassinato, possíveis traidores surgirão em breve, e teremos de ter cuidado.

– Está mesmo dizendo que um de nós vai matar alguém?- gritou Crucius.

– A Sea matou não foi?- ele disse com um sorriso sarcástico nos lábios- e nós também a certo modo, já que votamos nela.

– Ficar se torturando por isso é besteira- gritei- foi triste o que aconteceu, mas devemos seguir em frente, por elas duas.

Mal terminei de falar e a Tv colada na parede ligou, mostrando um Monokuma risonho e com uma taça de vinho em mãos, como eu detesto esse urso psicótico:

– Adoro esses momentos melodramáticos, me lembram muito as telenovelas mexicanas- ele disse rindo- mas não estamos aqui para isso, bom, todas as vezes que um Julgamento Escolar tiver sido terminado, eu destrancarei a passagem para o segundo andar, por enquanto, estão liberados para a investigação, a, e uma nova regra será colocada por precaução.

A grade que nos separava do segundo andar começou a se erguer até sumir numa pequena linha no teto, estávamos livres para investigar o segundo andar. Todos escutaram um barulho vindo do cartão eletrônico. Ele havia sido atualizado com os dados do segundo andar e a nova regra:

Regra N°7- Proibido trocar as placas do seu quarto.

Ele queria impedir que acontecesse o mesmo outra vez. O segundo andar era formado por oito compartimentos: o salão com algumas salas de aula, a biblioteca, a academia, o salão das piscinas, os vestiários feminino e masculino, uma sala para funcionários e por fim a sauna.

– É melhor nos dividirmos em duplas, assim podemos examinar toda a área o mais rápido possível- disse Joey- depois nos encontramos no refeitório.

As duplas foram separadas, e eu fiquei com Carlos para examinar a sauna. Sinceramente, eu preferiria ir sozinho por enquanto, a sauna é um local perfeito para um assassinato- se bem que o verdadeiro motivo da divisão em duplas foi uma estratégia, afinal se alguém morresse, seria bem provável que sua dupla era o assassino- e o que eu, um simples otaku, poderia fazer contra um lutador profissional? Nada!

No entanto a sauna chega a ser aconchegante, as paredes e o piso são feitas de madeira, e pelo que posso perceber recém-colocada, pois ela não está danificada pelo vapor. Os bancos são acolchoados, existe um armário cheio de toalhas e um espaço para guardarmos as roupas. No outro compartimento, há uma banheira de hidromassagem com regulador de temperatura e uma espécie de dispensa com sais, óleos e todo tipo de iguaria para o corpo. Além de uma máquina que produz vapor. Nada de interessante, nenhuma pista sequer, nada além de toalhas, perfumes, sais, óleos... A única coisa escrita por aqui é uma carta do Monokuma explicando como usar a máquina.

– É acho que nada por aqui- balbuciei enquanto me sentava- estamos perdendo tempo isso sim.

– Acha mesmo que ele iria colocar as pistas em um lugar bem visível?- Carlos riu- pode estar em qualquer lugar. Qualquer lugar mesmo.

– Onde? Já olhamos tudo por aqui! A menos que ele tenha escondido em um alçapão não tem outro lugar para olhar, a menos que você consiga quebrar as paredes com um soco.

Carlos analisou a parede cuidadosamente, depois me lançou um olhar sarcástico:

– Mesmo que eu quisesse não daria, atrás da madeira tem uma fina cama de concreto que deve ser a parede do vestiário feminino e do outro lado a do masculino. E nem preciso comentar o que há debaixo do piso...

– Engraçadinho!

– Você está certo, não há mais nada por aqui!

– Ótimo- queria mesmo me livrar daquele brutamonte- podemos ir embora agora.

– É, eu posso preparar uma pizza pro pessoal.

– E vai fazer o que? Envenenar todo mundo?

– Se eu quisesse matar alguém, bastava quebrar o pescoço, pra que eu teria tanto trabalho?- não respondi- Você é meio anti-social sabia!

– Eu? Saiba que eu sou o mais extrovertido da minha classe.

– Sei- ele disse com sarcasmo- imagino...

– Está duvidando?

– Estou! Vai fazer o que?

– Nada!

– Covarde.

– Acha mesmo que eu vou brigar mano a mano com você?- disse quase rindo- só se eu fosse muito idiota de comprar briga com o Lutador de Nível Super Colegial.

– Até que você é legal.

– Eu disse...

– Sabe Klev, acho que isso pode ser o começo de uma grande amizade- lancei a ele um olhar duvidoso- não se preocupe, não vou matar você.

– Melhor assim.

°°°

Daniel Fray

Atleta de Nível Super Colegial

“Todos são seus inimigos, exceto você mesmo.”

The Doll House!

A investigação não rendeu em nada, pelo menos da minha parte. Eu e Tyler investigamos todas as salas de aula- foi meio difícil de investigar com ele me perguntando a todo o momento quais os meus times preferidos, minhas jogadas estratégicas, etc...- nada além de carteiras e mesas vazias, livros didáticos, apagadores e muito giz.

Até agora apenas eu, Tyler e Klev estamos no refeitório, Carlos está fazendo- ou tentando fazer- uma pizza na cozinha, a qual eu vou comer apenas que alguém der uma mordida nela, pode estar envenenada. Eles também não encontraram nada na sauna.

Aos poucos todos os outros começaram a chegar até que em poucos minutos, os quatorze estudantes que restaram estavam reunidos mais uma vez no refeitório.

– E então?- perguntou Adari- o que vocês encontraram?

Todos lançaram olhares negativos, com toda certeza não haviam encontrado nada. Também, não era de se esperar que o Monokuma estivesse distribuindo pistas pela escola:

– Tudo o que eu encontrei foi um laptop quebrado na biblioteca- disse Aya- você pode concertar não é Natsuri?

– Sim!

– Acho melhor fazermos algumas buscas mais detalhadas amanhã- disse Joey- por enquanto, é melhor descansarmos.

– Já desistiram?- Monokuma apareceu na mesa magicamente como sempre- eu escondi muito bem as pistas mesmo, mas vocês a encontrarão eu tenho certeza.

– De onde foi que você saiu?- gritei.

– Isso não interessa, vim aqui para dizer que fiquei muito orgulhoso de vocês, afinal vocês desmascararam o assassino e isso merece um prêmio.

– Que tipo de prêmio?

– Vou permitir que vocês realizem uma festa!

– Uma festa?- todos gritaram.

– Sim, afinal uma vida escolar seria muito tediosa sem uma festa, deixarei toda a decoração e alimentação necessária no saguão de entrada, poderão usar o ginásio para isso, ou se preferirem a sala das piscinas, mas só poderão realizá-la daqui a três dias, na festa, darei outra surpresa a vocês. Até mais... Upupu!

Ele sumiu magicamente, ainda continuo me perguntando como ele faz isso. Festas... Sempre detestei festas, ia apenas por obrigação, e acho que uma festa em circunstâncias como essa seriam um tanto... Perigosas. Afinal, em muitos seriados de mistério, sempre aparece um corpo na piscina... Só espero que tudo corra bem, mas se o segundo assassinato acontecer... Não quero nem imaginar o que seria de nós.


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Notas finais do capítulo

Quanto ao prêmio dos que acertarem será: Decidir qual será a surpresa do Monokuma durante a festa, mandem por MP e escolherei a melhor!!!



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