The Killers- Interativa escrita por White Rabbit


Capítulo 18
Capítulo 17- Mentirosos Devem Morrer!


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, mais um julgamento feito especialmente para vocês, sei que sumi por um tempo, mas foram por motivos maiores. De todo o modo, espero que gostem do nosso julgamento!



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Class Trial

O corpo de Aya Nakamura foi encontrado dentro de seu quarto, misteriosamente, o horário da morte e o horário que a menina foi vista pela última vez não batem, sabe-se que a causa da morte foi hemorragia interna e provavelmente foi causada por algum químico, no entanto, esse químico não foi pego nem da enfermaria e nem do depósito. As pistas são complexas e não dizem claramente quem foi o culpado. Quem é o assassino?

° ° °

Adari Addolarata

Detetive de Nível Super Colegial

“Todos os homens tem segredos, e por esse mesmo motivo, todos os homens são inimigos de si mesmos”,

– Dessa vez vamos mesmo morrer- Daniel grunhiu com os punhos cerrados enquanto o elevador descia- não conseguimos juntar nenhuma das pistas.

– Nenhum dentre nós dezesseis estudantes é um assassino consagrado, todos deixaram brechas até agora, esse assassino também deve ter dado alguma brecha que ainda não conseguimos identificar. E ele não pode receber ajuda- disse Joey com um sorriso nos lábios, ele estava de volta- se houver mesmo um assassino entre nós, eu vou descobrir quem é...

– Tem algo a dizer Adari?- Kanoto me perguntou meigamente.

– Tenho... Mas é melhor nos guardamos para o julgamento.

O elevador parou e as portas se abriram, depois de termos vindo parar ali por três vezes, já sabíamos de cor os lugares em que cada um ficaria, dessa vez os lugares de Rachel e Aya foram substituídos por dois póstumos, apenas oito estudantes estavam ali, se o número continuasse a diminuir, em breve teríamos apenas dois, três, quem sabe somente um.

Monokuma estava no seu trono característico lambuzando-se com um pote de mel enquanto nos olhava em tom ameaçador, eu detestava aquele urso com todas as minhas forças, detestava quem estava por trás dele, não importa quem fosse. Esse seria um julgamento decisivo, sei que os meus colegas escondem segredos, vou colocar tudo em pratos limpos. Apenas assim é que vamos conseguir descobrir quem é o assassino:

– Sempre soube que os veria no julgamento de novo... Vocês jovens são tão fofos quando sujam as mãos de sangue- o urso nos encarou com uma expressão maléfica- já sabem as regras, hoje vocês irão decidir quem é o assassino de Aya Nakamura!

Todos nos colocamos em nossos devidos lugares, éramos quase a metade do que quando ficamos presos aqui. As pessoas escapavam das minhas mãos como água e eu não podia socorrê-los, tinha prometido a mim mesmo que mais ninguém iria morrer, mas não pude cumprir minha promessa, eu sou o pior ser humano de todos:

– Então vamos começar, não temos tempo pra brincadeiras- grunhiu Joey enquanto encarava a todos nós em tom ameaçador- a morte de Aya foi uma tristeza, mas se ainda tiverem um pingo de amor pelas suas vidas então colaborem.

– Ele tem razão, temos que nos empenhar se quisermos descobrir quem matou a Aya- Kanoto suspirou ajeitando os cabelos- pra ser sincero nenhuma das pistas fez o menor sentido.

– Então vamos começar pela ordem de pistas- sugeri- vamos a primeira!

(Pista N°1- MonoFiles)

– Isso tudo é uma loucura- gritou Daniel- nós ouvimos a voz dele minutos antes, como ela pode ter morrido as duas da manhã?

– Podem ter gravado a voz dela- sugeriu Esther- nos grandes shows, eles sempre colocam playback para que os cantores não forcem as vozes, acho que usaram o mesmo sistema aqui.

– Mas existe um problema, nenhum de nós poderia ter acesso a nenhum gravador, eles não existem em nenhum dos lados da escola- Ryan protestou- a menos que alguém os tenha encontrado e escondido em algum lugar.

– É verdade, eu também nunca encontrei nenhum gravador por aqui- grunhiu Nina- isso está tudo muito confuso.

– Então vamos falar da causa da morte, os arquivos dizem que foi por hemorragia interna, os únicos modos que eu conheço de se causar isso é por ingestão ou injeção de algum veneno- disse Joey enquanto nos fitava.

– Kanoto, vocês encontraram alguma seringa no quarto da Aya?- perguntei, a ruiva olhou-me por alguns segundos, levando o indicador aos lábios como se estivesse tentando lembrar.

– Não, eu própria não encontrei nenhuma seringa ali, e o corpo de Aya também não tinha marcas de injeção.

– Tem razão- completou Natsuri- nós vasculhamos o quarto inteiro, mas não encontramos nada.

– Então ainda existe a possibilidade de ingestão, muitas das vezes eles injetam químicos perigosos em alimentos para enganar as pessoas, talvez tenha isso que tenha acontecido- completei olhando para as faces dos outros estudantes- colocar venenos em alimentos é muito comum para se cometer crimes.

– Mas e se a Aya cometeu suicídio?- perguntou Nina abraçando-se contra o seu próprio corpo, com os dedos apertava as mangas longas de sua camisa- ela estava visivelmente abalada com a sua quase execução não era?

– Seria uma possibilidade- Ryan disse- mas não havia nenhum frasco de veneno ali.

– Então colocaram veneno em algum alimento- riu Joey- e a segunda pista comprova facilmente isso.

(Pista N°2- Poça de Sangue)

– Quando uma pessoa ingere algum químico muito forte, os tecidos tendem a se romper, de forma que o sangue tem que escapar por algum lugar- Joey nos olhos em tom sério, nunca vi ele tão empenhado em um caso- e geralmente as vítimas vomitam o sangue não é mesmo Adari?

– Sim, ele tem razão. Havia uma poça de sangue de uns poucos centímetros junto ao corpo de Aya, ela deve ter vomitado o próprio sangue enquanto morria lentamente.

– Isso é muito cruel- soluçou Kanoto- nunca vou perdoar quem quer que tenha feito isso.

– Então, ela ingeriu veneno de alguma forma, tudo bem- disse Daniel em tom preocupado- mas apesar de arrogante a Aya não era nem um pouco idiota, isso aconteceu antes com a Miranda e a Sea, ela já sabia do truque, não iria ingerir algo perigoso assim, sem mais nem menos.

– Tem razão Daniel, alguém usou algum método desconhecido- falei- mas tem outra pergunta que não quer calar.

– E qual é?- perguntou-me Nina.

– Por que alguém mataria Aya Nakamura?- todos me olharam surpresos, era uma pergunta um tanto óbvia, quem a matara com certeza desejava sair dessa escola,a mas tinha algo me incomodava.

– Como assim?- Esther grunhiu- Com toda certeza foi pra sair daqui.

– Sim, mas porque escolheram a Aya? Entre tantos estudantes, por que justo ela teria que ser escolhida?

– Deve ter sido uma escolha aleatória- disse Ryan- como foram os outros casos.

– Na verdade nenhum caso até agora foi aleatório- disse Natsuri- Rachel matou Tyler, pois ela não confiava nele. Sea matou Miranda, porque ela tentou matá-la e Crucius matou Klev, por que...

– Ele sabia o seu segredo!

Todos me encararam, sabendo do que eu estava falando. Kanoto enxugou as lágrimas que corriam furtivas pelo seu rosto. A modelo olhou-me em tom sério:

– Tem razão, a terceira pista tem tudo a ver com isso.

(Pista N°3- Caixa Vazia)

– Todos nós recebemos um caixa do Monokuma contendo o segredo de outra pessoa- falou Natsuri enquanto encarava o chão- a que ele havia dado pra Aya estava vazia, ou seja, o segredo foi roubado.

– Então essa pessoa matou a Aya porque essa tinha o seu segredo- riu Daniel- então isso não nos ajuda em nada, qualquer um de nós poderia ter matado ela.

– Na verdade- eu disse com um sorriso maléfico encarando firmemente cada um deles- existe uma pessoa aqui que pode muito bem ter matado a Aya por conta desse detalhe...

– Sério?- indagou Nina surpresa- e quem seria?

– Por que não pergunta pra sua amiguinha? Vamos Esther, porque não nos conta o que aconteceu?

– E-eu? Contar o que?- ela corou até o último fio de cabelo- Você está enlouquecendo Adari. Eu não matei Aya Nakamura. Eu não iria matá-la por um segredo bobo.

– Enlouquecendo? Eu sou o Detetive de Nível Super Colegial, você achou mesmo que eu não iria vir pra uma escola sem antes saber sobre os meus colegas de classe?- todos encararam a loira esperando dela alguma reação- Vamos Esther, porque você não nos falado seu ex-namorado.

– O que tem meu ex-namorado?- ela falou irritada- a meses que eu não tenho contato com ele.

– Exato, uma semana depois que vocês terminaram, ele simplesmente desapareceu. Encontraram apenas as roupas dele sujas de sangue junto a um rio, nem mesmo a família do rapaz sabe como aconteceu.

– Ele morreu? Grande coisa. O que isso tem a ver comigo.

– Simples, um dia antes de ele desaparecer, ele havia ido conversar com você. E você sequer apareceu pra dar depoimento a polícia. Considera isso um segredo bobo?- eu olhei nos olhos da cantora, ela esbanjava apenas fúria, parecia querer pular em mim e cortar minha garganta- vai nos contar ou prefere que eu conte.

Esther olhava para o chão, todos estavam perplexos. Quando tudo que ela fez foi apenas soltar uma sonora gargalhada, confesso que até mesmo eu me assustei com sua expressão. Ela parecia estar possuída por algo, seus olhos me fitavam com uma mescla de ódio e curiosidade enquanto ela enrolava o cabelo no dedo indicador:

– Adari, sempre soube desde o primeiro dia que te encontrei que você seria uma pessoa interessante. E sabia também que você seria o mais empenhado nesse caso, afinal era bem visível que você sentia algo pela Aya... Sim, eu matei o meu ex-namorado, aquele infeliz mereceu o que recebeu. Ninguém trai Esther Spinnelle e fica por isso mesmo, ainda me lembro do sofrimento dele, enquanto eu cortava pedacinho por pedacinho daquele corpo inútil.

– Esther?- Nina olhou para a amiga visivelmente perplexa, todos ali deviam estar- Você matou Aya para poder esconder esse segredo?

– Não, eu nunca mataria a Aya, sequer sabia que era ela que tinha meu segredo não é mesmo?

– Ela tem razão- foi Joey quem falou desta vez- Não tinha como ela saber que foi a Aya que possuía o segredo dela, o Crucius só soube por que o próprio Klev foi correndo contar a ele.

– Mas e se Esther pretendia matar a Aya de qualquer modo?- sugeriu Carlos, fora a primeira vez que ele falara durante todo o julgamento- e depois de ter matado ela, poderia muito bem ter descoberto por acidente que era Aya a dona do seu segredo.

– Eu já disse, eu não sou a assassina da Aya, se eu quisesse sair dessa merda de lugar eu já teria matado alguém antes...

– Você é nossa suspeita por enquanto Esther- ralhei com a loira que me olhava furiosa- vamos continuar juntando as pistas.

(Pista N°4 e N°5- Restos de Biscoito e Bagunça na cozinha)

– No quarto da Aya, encontramos uma dúzia de biscoitos jogados no chão, bem próximos ao corpo dela- disse Natsuri- e podemos muito bem ligar esses biscoitos caseiros aquela bagunça infernal que fizeram na cozinha.

– Então através disso, podemos descobrir como o assassino envenenou Aya. Fazendo simples biscoitos de chocolate- Joey riu enquanto olhava para mim- então, se ela pegou aqueles biscoitos, provavelmente eles foram feitos por alguém que ela confiava.

– Ela confiava em todo mundo, então isso continua colocando todos nós como suspeitos- protestou Daniel- a Aya era muito arrogante, a mais chegada a ela era a Rachel, e está morta.

– Na verdade, existiam outras duas pessoas a quem Aya possuía certo afeto- bradou Nina com um olhar severo- Joey e Adari... O garoto que a salvou da morte e o outro que foi gentil com ela nos primeiros dias.

– Está tentando nos colocar como suspeitos Nina?- perguntei em tom sarcástico- Tem provas concretas de que eu sou o assassino da Aya?

– É mesmo... Você gostava dela não é? Como matar a garota pela qual você era apaixonado?- Nina disse com simplicidade encarando-me de uma forma assombrosa- mas aqui Adari, existem muitos mentirosos.

– Enfim, vamos ficar aqui parados, esperando que a resposta caia do céu?- Carlos disse brutalmente- vamos logo ao que interessa, já sabemos que os biscoitos foram envenenados, e aquela sujeira na cozinha foi por culpa dos mesmos biscoitos. Vamos logo a próxima pista, por favor.

(Pista N°6 e N°7- Cartões dos Estudantes Mortos e Nome da Rachel)

– Essa foi com certeza a pista que mais me intrigou até agora- Esther falou levando as mãos ao queixo, seu rosto ainda exibia um leve rubor por eu ter revelado que ela era uma assassina- eu encontrei os cartões de cinco dos seis estudantes mortos em uma lixeira numa das salas de aula, se eu não me engane, eles estavam no saguão de entrada não é mesmo?

– Cinco?- perguntou Joey a garota- de quem era o que estava faltando.

– O da Rachel... Ele não estava na lixeira.

– Sim, eu o encontrei no depósito- disse alto, batendo os punhos no encosto da plataforma- usaram o cartão da Rachel para poder entrar no depósito sem serem identificados.

– Então, o assassino para não ser colocado como suspeitos, roubou os seis cartões dos estudantes mortos, escolheu um deles aleatoriamente e jogou o resto na lixeira.

– Esse é mesmo muito espertinho- protestou Daniel- nos enganou direitinho.

– Usar um estudante morto para acobertar seus crimes- riu Nina- foi mesmo um truque de gênio.

– Mas por quê, alguém faria isso?- Kanoto disse temerosa- pra que ter tanto trabalho em matar a Aya?

– Pra sair daqui- Monokuma disse, soltando confete pelos ares- e pelo visto, ele irá conseguir não é mesmo?

– Será que existe algum motivo especial para se usar o cartão da Rachel?- perguntou Carlos- não acho que tenha sido uma escola tão aleatória assim.

– Bom, talvez o assassino estivesse com pressa e pegou qualquer um, não acho que tenha nenhum motivo em especial para se usar o cartão da Rachel- eu falei num tom áspero, eu tinha que encontrar o culpado logo ou todos iam morrer- até porque, o que o assassino usou foi absurdo.

– E o que foi?- perguntou-me Joey.

– A nossa oitava pista!

(Pista N°8- Massa para Biscoitos caseiros)

– Como já sabem, todas as vezes que alguém pega algo no depósito, o nome fica gravado em um painel esverdeado junto ao código do item que ele pegou- expliquei com calma- no entanto, o único item que o possível assassino pegou foi... Acreditem ou não... Uma massa para biscoitos.

– Sério?- protestou Esther- ele pegou só isso? E como ele cometeu o resto do crime?

– Podemos deduzir que essa massa foi usada para fazer os biscoitos, disso não há dúvidas- disse Kanoto- mas e de onde veio o resto? Com o quê ele gravou a voz da Aya? Onde ele conseguiu veneno para os biscoitos? Como ele ludibriou a Aya de uma forma tão fácil?

– São perguntas sem resposta por enquanto, não faço a mínima ideia de onde ele conseguiu o veneno ou a substância que matou a Aya, nem como ele conseguiu gravar a voz dela causando essa confusão toda entre o horário da morte e o horário em que ouvimos a voz dela pela última vez- Joey falou visivelmente preocupado- mas tenho certeza de que se ele conseguiu esses itens, ele deve ter os pego em algum lugar desta escola.

– O veneno pode ter vindo facilmente da enfermaria, mas não existe nenhum gravador nessa escola, eu tenho certeza disso- disse Esther.

– É mesmo, a enfermaria, ele deve ter pegado o veneno de lá com toda certeza- disse Ryan- afinal, onde mais ele conseguiria o veneno.

– Na verdade o armário dos químicos perigosos da enfermaria estava intocado, ou seja, ele não usou nenhum dos remédios da enfermaria.

– E depois do que aconteceu com a Sea e a Miranda, a Aya não seria boba para aceitar remédios ou pílulas de quem quer que seja... Mas biscoitos...

– Biscoitos são bem inofensivos não acha?- eu falei num tom de ironia- Quem recusaria biscoitos de alguém que supostamente parece ser uma boa pessoa? A Aya aceitou e morreu, simples, depois o assassino só precisou trancar o quarto e entupir a pia com a chave do quarto dela.

– Agora as coisas estão se encaixando- disse Joey- vamos as próximas pistas logo, quero saber se minha acusação tem fundamentos.

(Pista N°9 e N°10- Gaveta das Seringas remexidas e iniciais A.R.)

– Quando eu fui olhar a enfermaria, tudo estava intocado em seu devido lugar, exceto por uma gaveta. Ela estava aberta e as seringas que ficavam organizadas em pequenas caixas estavam espalhadas por toda a gaveta, com toda a certeza foi a única coisa que o assassino que o assassino usou daquele lugar.

– Pra pegar uma seringa se ele não injetou nada na Aya- protestou Daniel mais uma vez- isso tudo está confuso demais para o meu gosto.

– Tem razão, mas com o tempo vamos juntar todas as pistas e descobrir quem é esse maldito assassino- Carlos bradou cerrando os punhos- se ele pegou uma seringa daquelas, ele deve ter usado ela em alguma coisa. Talvez injetar algo em algum lugar ou mesmo na Aya, em algum local que nós não vimos.

– Na verdade, ele pegou só a seringa, as agulhas ficam num local separado e estão não foram remexidas. Ele não injetou nada em ninguém, deve ter usado a seringa para outra coisa.

– E para que foi então?- perguntou Nina furiosa- tem algo nessa história que não se encaixa nisso tudo.

– Tem razão- eu falei num tom de desafio- tem algo que não está mesmo se encaixando nessa história. Esther, você encontrou mais alguma coisa na enfermaria quando foi investigar lá?

– Sim, no lixeiro, havia restos de papel, o único que “acidentalmente” ficou visível foi um que continha as iniciais A e R.

– A e R?- Kanoto levou o indicador aos lábios como se estivesse pensando nas possibilidades que aquilo poderia representar- só consigo pensar que sejam A de Aya e R de Rachel.

– Por que alguém colocaria o nome das duas no meio disso tudo?- perguntou Natsuri.

– Tem razão- eu falei olhando para Joey, ele com certeza entendeu o que eu queria dizer- essas letras não são iniciais de dois nomes, mas sim de um único nome...

– Lembram dos segredos que ganhamos do Monokuma? Todos eles contêm as iniciais dos nossos colegas não é mesmo?- Joey sorriu sadicamente- A e R? Bom, acho que essas iniciais pertencem a um de nós...

– Mas, nenhum de nós possui essas iniciais- protestou Kanoto- O único nome dos que estão aqui que inicia-se com A é o seu Adari, mas seu sobrenome possui A de Addolarata também não é?

– Sim... E se quiserem confirmar- eu mostrei a eles meu cartão de estudante- É meu nome verdadeiro.

– Então quer dizer que... alguém aqui usa um nome falso?- perguntou Esther temerosa.

– Isso mesmo Esther, um de nós tem mentido esse tempo inteiro e usou esse pormenor apenas para fazer um assassinato perfeito. Quase perfeito na verdade não é?

– Mas antes- Joey interrompeu- tem mais alguma pista que gostariam de discutir.

– Sim- disse Daniel- eu tenho mais uma.

(Pista N°11- Gravador Destruído)

– Na sala do incinerador de lixo, eu encontrei um gravador parcialmente destruído, provavelmente alguém com pressa pisou nele até ele quebrar.

– Um gravador? Então senhores, o caso está resolvido- eu disse em tom vitorioso- o assassino fez os biscoitos envenenados e visitou o quarto de Aya, gravando a voz da garota ao tempo todo, até ouvi-la dizer o que ele queria, quando ela morreu, ele simplesmente apareceu no dia interior junto com os outros estudantes e soltou a gravação para que pensássemos que ela não estava morta.

– Mas quem é o assassino?- perguntou Ryan.

– Boa perguntar- eu respondi num tom de pura felicidade- quem de nós é o assassino?

– Na verdade Adari- Nina disse com um sorriso no rosto- eu creio que seja você. Você teve a ideia de que todos ficassem esperando em frente ao quarto da Aya, foi um plano seu não foi?

Eu sorri para a loira, todos me encararam maleficamente, não haveria argumentos que os fizessem mudar de ideia aquela altura, eu cheguei tão perto... Deve ter alguma coisa que me passou despercebida, alguém fazendo algo suspeito, mas que não me chamou a atenção. Espere... Sim, como eu não percebi antes, eu já sei quem é o assassino de Aya Nakamura.

– Na verdade, existe algo que só me veio na cabeça agora. Kanoto vai confirmar o que eu disse, quando eu, ela e Esther estávamos esperando os outros estudantes, “alguém” saiu do seu quarto bocejando, alegando ter ido dormir apenas as duas e meia da manhã, seria uma declaração boba, se não coincidisse com o horário da morte de Aya que foi as duas da manhã... Não é mesmo Nina?

A loira empalideceu enquanto me encarava, poderia jurar que seus olhos iriam saltar para fora das órbitas, todos a encaravam surpresos enquanto ela tremia de pavor.

– E-eu? Isso foi uma mera coincidência...

– Na verdade não foi... Você fez apenas uma declaração descuidada, sequer percebeu que falou isso, mas na polícia essas declarações descuidadas ajudam a chegar ao culpado.

– Está enlouquecendo Adari? Querendo me colocar como assassina? Onde eu arranjaria o veneno? E o gravador? Pode explicar isso?

– Existe outra coisa que ninguém lembrou-se até agora... Nas caixas, além de segredos, cada um de nós tinha ganhado um item que nos ajudasse a cometer um assassinato. Itens não encontrados em nenhum lugar dessa escola.

– Então Nina- Joey continuou- você poderia muito bem ter ganhado um desses itens, e pego o outro no quarto de um dos estudantes mortos. Se eu não me engane, as chaves dos quartos ficam junto aos seus cartões não é? Você pegou a chave do quarto de alguém para roubar o item precioso...

– Essas insinuações são falsas, muito falsas, eu não matei a Aya. E vocês não têm provas o suficiente para dizer que fui eu...

– Tenho sim Nina... As MonoFiles diziam que havia restos humanos debaixo de suas unhas, ou seja, enquanto o veneno lhe matava por dentro, ela arranhou alguém!

– Isso é besteira!- ela protestou furiosa.

– Nina... Você vive com camisas de mangas longas, e eu senti que algo estava lhe incomodando no começo do julgamento, poderia arregaçar as mangas por favor.

Ela parou estatelada, a boca entreaberta tentava produzir algum som, mas nada provinha dele. Ela apenas abaixou a cabeça arregaçando as mangas, mostrando-nos os arranhões produzidos pelas unhas de Aya.

– Nina?- Esther disse boquiaberta- Você a matou?

– Sim... Eu matei Aya Nakamura com os biscoitos envenenados, usei a seringa apenas para medir a quantidade de veneno. Peguei o gravador no quarto do Klev e o veneno eu mesma havia ganhado. Achei que iria dar tudo certo, meu plano não poderia falhar não era mesmo?- ela riu sadicamente enquanto nos olhava com os olhos cheios de lágrimas- eu queria muito sair dessa merda de lugar... Mas acho que nem tudo é como queremos.

– Adari- Joey chamou minha atenção- poderia fazer o resumo do caso por favor.

– Sim...

Aya Nakamura estava em seu quarto ao receber a visita do assassino, este lhe deu biscoitos envenenados enquanto gravava a voz da garota. No entanto antes de Aya morrer, ela conseguiu arranhar o braço do assassino. O assassino para escapar de suspeitas, usou itens dos estudantes mortos para que ninguém desconfiasse dele. No dia seguinte, juntou-se aos estudantes na porta da Aya, soltando a gravação que havia feito no dia anterior. Ele quase saiu imune, mas graças a uma declaração descuidada acabou sendo descoberto, não é mesmo? Nina Baudelaire.

– Se já sabem o assassino... Então votem!

Todos votamos e segundos depois Monokuma saltou de seu pequeno trono:

– Vocês escolheram e está CORRETO, quem matou Aya Nakamura foi Alyna Romanova, que vocês costumam chamar de Nina Baudelaire.

A.R.- eu sibilei lentamente- Alyna Romanova.

– Nina... Por que você fez isso?- Esther perguntou com lágrimas nos olhos.

– É difícil dizer o porquê... Quando o Monokuma nos deu aquele telefone, eu achava que poderia falar com minha irmãzinha. Eu não via ela a anos... E quando ninguém atendeu, eu enlouqueci. Achei que precisava achá-la, achar o Alexei, sair dessa escola e ter uma vida normal. Sabe, quando meus pais morreram naquele maldito incêndio, eu fui separada da minha irmã. Levada a um orfanato onde eu fui abusada... Eu enlouqueci, e me vinguei de todos os criminosos que eu encontrei pela frente...

– O Caso da Dama de Copas, não é?- eu sibilei olhando para ela- Aqueles assassinatos misteriosos envolvendo ladrões, estupradores, pedófilos e chefões do crime.

– Sim, eu e Alexei matamos todos os eles, deixando uma carta de baralho em seu lugar. Tive de mudar de nome e sumir, conheci os jogos de azar e me tornei a melhor, até vir parar nessa escola. Queria apenas rever minha irmã, mas tudo... Tornou-se uma mentira. Por favor, se um de vocês conseguir sair e encontrar a minha irmã, digam a ela que eu a amo.

– E assim como tudo se torna mentira, a vida de Alyna Romanova tem que chegar ao fim da sua... É a hora da verdade! Vamos, digam tchau a sua Apostadora, porque chegou o momento do êxtase.

Esther saltou de seu lugar dando um grande abraço em Nina/Alyna, esta retribuiu-lhe com um beijo na testa e sussurrou algo em seu ouvido, Esther deu uns passos para trás desconcertada, enquanto Monokuma puxava o seu característico martelo da punição, Nina mantinha-se calma, enquanto se despedia mentalmente de cada um de nós:

– Vamos lá queridinho, eu preparei uma punição especial, prestem atenção no trocadilho, porque hoje Alyna Romanova vão jogar um pouco... Hora da Punição!

° ° °

Game Over

Alyna Romanova

Alyna Romanova foi pega em flagrante.

Começando a punição.

° ° °

Betting on Despair

O som de dados sendo jogados pode ser escutado, Alyna/Nina é colocada em uma espécie de tabuleiro de jogos gigantesco. Ao lado do tabuleiro numa espécie de arquibancada, diversos Monokumas gritam pelo seu nome enquanto jogam cartas de Rainha de Copas. O chão forma uma espécie de trilha até um local com o nome “Salvação”. Um Monokuma gigante vestido de apostador pega dois dados e os coloca em um copo girando-os e jogando-os numa área aberta, os dados giram até parar formando o número “5”. A plataforma onde Alyna está começa a cair e ela corre para a próxima, e assim com a seguinte e a seguinte, até que ela estava a cinco casas a frente. Abaixo dela pode ver um incinerador gigantesco. Ela respirou fundo quando um cartão sai da plataforma com o nome “Desaparecimento”. Ela pode ver a imagem de sua irmã correndo atrás dela com uma faca. Ela se joga para a plataforma seguinte pois a outra cedeu. Os dados são jogados novamente formando o número “11”.

Ela começa correr, onze plataforma começam a despencar assim que ela passa por cima delas e são consumidas pelo fogo abaixo de tudo. Ela para na casa de número 17. Um cartão sai com o nome de “Assassina”. Diversos Monokumas vestidos de criminosos somem e começam a atirar nela com pistolas, ela joga-se da plataforma conseguindo fugir dos tiros. Os dados são lançados mais uma vez, mostrando o número “3”, ela fez o mesmo movimento anterior e da plataforma surgiu um cartão com o nome “Cobra Mentirosa”. Uma cobra preta e branca gigantesca surge do meio do fogo, Alyna se joga para frente, enquanto a cobra devorava a plataforma. Os dados são jogados novamente dando o número “12’’, ela correu doze plataforma, estava agora a uma plataforma do nome “Salvação”, ela respirou fundo quando o cartão saiu mostrando o nome “Execução” e antes que ela fizesse qualquer coisa, diversas lanças surgiram e a empalaram, seu sangue espalhou-se por toda a plataforma enquanto esta junto com Alyna era engolida pelo fogo.

° ° °

– Yahoo! Foi a melhor execução de todas, estou sentindo uns calores estranhos no estômago- todos nós estávamos boquiabertos, eu olhei para Esther pedindo perdão mentalmente, ela apenas sorriu para mim- agora vamos, voltem aos seus aposentos!

– Eu vou fazer você pagar!- Natsuri gritou- Você vai pagar por tudo que você fez!

– Vou esperar para ver!

Todos nós saímos da sala de julgamento visivelmente abatidos, outro de nós havia morrido, eu não queria que isso acontecesse, mas infelizmente tinha... Mais uma execução, mais um assassinato, eu já não sei mais o que fazer. Sinto-me fraco, impotente, não posso proteger a mim mesmo, quem dirá proteger aos meus amigos.

° ° °

Alunos (08/16)

Miranda Taylor –X-

Sea Daliver –X-

Klev Bisharp –X-

Crucius Seamakker –X-

Tyler Beackforth –X-

Rachel Summer –X-

Aya Nakamura –X-

Alyna Romanova -X-


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, no próximo capítulo, os segredos dos nossos personagens serão revelados, coisas vão acontecer, até mesmo os alunos mortos terão uma participação "especial". Até o próximo desespero: Upupu!!!!!



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