P.O.V Robbie

Música alta, computador, celular, televisão... Nada melhor para um sábado a noite depois de irritar sua meia irmã e fazer ela sair de manhã e ainda não ter voltado pra casa. Na verdade, já faz muito tempo que ela saiu... Eu posso até gostar de irritar ela, mas daqui a pouco os pais dela ficam preocupados e sobra pra mim.

Atende, atende, atende. Ótimo, a Dianna desligou o celular,fodeu. Eu acho que já sobrou pra mim... Pego meu celular e tento ligar para ela de novo, a chamada nem completa. Levanto da cama, 23h. Onde uma menina de 16 anos pode estar a essa hora da noite? Tento mais uma vez e nada.

Eu espero que os pais dela fiquem muito bravos quando ela aparecer.

Levanto da cama e desço as escadas sem fazer barulho, pego a chave do carro e começo a minha busca. Ligo o rádio e não esta tocando nenhuma musica boa, então decido ficar sem ouvir nada mesmo.

Depois de uns minutos dirigindo, sinto o bolso da frente de minha calça vibrar, tiro o meu celular e vejo que é Dianna ligando. Atendo.

– Onde.você.está?

– Ta irritadinho?

– Dianna, eu não to brincando, cadê você?

– Eu estou em uma festa com alguns amigos, e não, meus pais não sabem okay?

– Vai pra fora da festa que eu to passando aí – desliguei o telefone

Isso deve ter a irritado um pouco, pois ela entrou no carro emburrada, quieta e conectando o celular no carro. One Direction.

– Você podia desligar né?

– E você podia morrer

– Parece que a irritadinha é você. Terminou com o namorado? Tá triste? Quer que eu compre um pote de sorvete e loque filmes dramáticos pra você terminar a noite chorando?

Dianna pode até ser uma menina, mas ela tem um braço forte e uma mão pesada. Tudo que consegui falar no momento foi AI. Levei um tapa no rosto. Não falar de filmes dramáticos com garotas.

Na lista.

– AI

– Que bom que doeu – Dianna revirou os olhos

– Aconteceu alguma coisa?

– Não se faça de desentendido, óbvio que aconteceu. Aconteceu que você chegou na minha casa e acabou com toda a minha vida

– Oh drama

– Calado

– “Calado” – a imitei – e agora você vai ficar bravinha e me encarar

Pude perceber que ela se segurou para não virar pra mim e gritar, isso seria um perigo já que eu estou dirigindo.

– MIDNIGHT MEMORIES OH OH OH OH – comecei a cantar

– Para

– BABY YOU AND ME, STUMBLING IN THE STREET

– Eu disse pra você parar de cantar

– SINGING SINGING SINGING– eu continuei e ela me bateu de novo, mas depois riu

– Midnight Memories – ela cantava sussurrando

– ANYWHERE WE GO, NEVER SAY NO

– Just do it, do it, do it.

Ela continuou cantando até chegar em casa. Entramos em silencio para ninguém descobrir que saímos e fomos cada um para o seu respectivo quarto. Me joguei na cama, liguei o ar e assim dormi.

...

– VINGANÇA – acordei no outro dia com um copo de gelo sendo despejado em mim

Caralho, isso é muito gelado. Queima...

Abri os olhos e ri. Fingi abaixar para pegar algo embaixo da cama e puxei o pé da Dianna, fazendo com que ela caísse.

– Ganhei

Levantei da cama, puxei Dianna para fora do quarto, tranquei a porta e fui em direção ao banheiro. Joguei uma água na cara, tomei um banho, coloquei um short e desci a escada para assistir TV com o “meu pai”.

– Pai,vou ao cinema, volto mais tarde – Dianna deu um beijo na cabeça do pai, um tapa na minha e saiu

– Vocês começaram a se dar bem ou é impressão minha?

– Ainda nos odiamos

– Interessante... Isso vai terminar em.... – começou o Sr. Agron – nada não

– Terminar em??? – perguntei curioso

– Nada – ele riu e eu o acompanhei

– Vou ao shopping e depois comprarei o almoço. Volto mais tarde com a Di

– Tchau amor – O Sr. Agron se despediu

– Até mais tarde – eu gritei quando ela já estava lá fora

– Você faz a pipoca e eu pego o sorvete – Ele me encarou

....

Pipoca e sorvete não é a combinação perfeita, mas serve. O dia de hoje até que foi tranqüilo, eu e a Dianna brigamos apenas umas 3 vezes. Estamos melhorando nisso, ou não. Porque ela está gritando comigo agora, acho que ela descobriu que eu estraguei o som dela... Mas isso não importa. Coloquei o outro lado do fone de ouvido e continuei ouvindo minha música como se nada estivesse acontecendo.