POV Cher Aguillery

Agora começa o segundo dia de treinamento, não confio tanto nas pessoas ao meu redor, os carreiristas. Mas sei que meu inimigo principal é aquele misterioso grupo, com a garota do distrito 12 que tem 13 anos e aqueles outros três. Tenho que manter minha confiança, não quero deixar que aquelas pessoas me subestimem, a Pamella Rigurashi parece fraca, mas tenho quase certeza de que é um jogo. Jasper Fayrbain, do distrito 11, ele não parece nada fraco, então pode vir a ser um problema. Artemis Lancaster, do distrito 10 não está se mostrando tão fraca, Megan Parker parece ter bastante confiança.

Vou até o setor de escaladas, geralmente carreiristas não vem muito aqui, mas preciso aprender isso, na Arena não posso ficar todo momento no chão.

Depois de praticar um pouco a minha escalada – Que já está melhorando – Vou até o setor de tridentes, onde estão alguns carreiristas, não sou do distrito 4 mas sei lidar até que bem com essa arma, os únicos que estão treinando são Mike e April, do distrito 4.

– E aí, pessoal? – Pergunto.

– Tudo certo. – Responde Max, o garoto do distrito 3 que acabou por entrar no nosso bando.

– Amanhã já é a avaliação individual, o que vocês vão fazer? – Pergunta Mike.

– Sei lá, acho que vou atirar com facas e usar um tridente. – Diz April. – Não tenho muita certeza.

– Eu não sei bem o que vou fazer, ainda estou pensando. – Respondo, mentindo.

Já tenho tudo planejado. Na avaliação eu vou pegar um boneco e vou enforcá-lo, e depois vou jogar uma faca em seu peito. Não tenho tanta certeza se é digno de uma boa nota mas vou tentar.

– Haha! Tente pensar rápido, mas eu já sei o que farei, eu vou simplesmente mostrar todas as minhas habilidades com todas as armas que puder usar! – Responde Mike, e depois sai do setor, indo em direção ao setor de picaretas. Uma arma que não me conforta muito se ele usar.

Estou andando para o setor das plantas venenosas, tenho que aprender sobrevivência, não posso ir para a arena sem saber disso, mesmo sendo carreirista, não confio muito em meus aliados, posso fugir á qualquer hora.

Quando estou quase chegando ao setor sem querer esbarro com alguém, acho que é a garota do distrito 8, Lucia Menezes, ela tem 17 anos, igual a mim, mas a diferença da altura é impressionante.

Ela é bonita, branca de olhos azuis e tem longos cabelos loiros, quando esbarro com ela, cai no chão e faz uma cara de “desculpe-me”.

Não posso deixar de xingá-la, posso até ser calma e doce ás vezes mas tem algumas situações que perco o controle, e também não posso deixar os carreiristas pensarem que sou desse jeito.

– O quê você acha que está fazendo garota? – Começo a gritar – Não sabe andar direito? Hein?

– Me desculpa – Começa ela, se levantando – Não te vi passar. – Acaba, indo até o garoto do distrito 11, Jasper Fayrbain.

Ela fica de papo com ele por um tempo, se insinuando para ele, e depois escuto ele resmungando algo sobre ela entrar na “aliança” com a Pamella, Megan e Artemis.

Ontem eu a vi dando em cima do Philipe Pires, o garoto do distrito 5, mas ele não deu muita bola, acredito que ele não goste muito disso.

Treino um pouco com plantas venenosas, esse subsetor fica no setor de sobrevivência, a maioria dos tributos estão aqui, aprendendo a fazer nó e acender fogo, não deviam ficar muito aqui, em um dos últimos jogos, do qual o vencedor se chamava Sedy, uma garota do distrito 1, todos os tributos – Todos mesmo – Ficaram no setor de armas e luta corpo a corpo. Depois, lá na arena, não havia nenhuma arma que eles sabiam usar. Então talvez eles nos deixem em algum lugar em que acender fogo, fazer nós, coletar frutas e plantas e tudo isso que estamos treinando seja, ou impossível, ou completamente desnecessário, ou talvez até mortal.

Estou saindo agora do Setor de sobrevivência, não quero que nos larguem em um pântano todo envenenado. Quando estou andando para o setor de lanças, não tem nenhum carreirista lá, estão todos num canto do centro conversando, só o Mike Johnson que está no setor de Parkour, a única pessoa que está aqui treinando lançamento de lanças é o garoto do distrito 7, Zule Toki. Pego uma lança, estou atrás dele e ele nem está me vendo, ele é um pouco menor que eu, então consigo lançar uma lança por cima dele, em direção ao alvo que está mirando.

Acerto em cheio e ele olha para mim, me encarando. Abre um sorriso pequeno, pega uma lança e atira no alvo que se encontra no setor de arco e flechas, do outro lado do centro de treinamento, impressionante.

– E aí? – Provoca ele. Mas ninguém está olhando, posso falar com ele na boa.

– Muito bom, quer ser meu aliado? – Pergunto.

– Com os carreiristas? Nem. – Responde ele, mas continuo tentando convencê-lo.

– E se eu fugir dos carreiristas e depois me aliar á você? – Proponho, tentando fazê-lo entrar em meu jogo.

– Não. Eu trabalho sozinho. Não quero ser atacado pelas costas. E você, quer?

– Não, vou continuar com os carreiristas então, mas eu dou um jeito de esvaziar o bando. – Respondo.

– Gostei de você. – Diz ele – Só não quero que fiquemos cara a cara no final.

Mal tenho tempo de responder quando ouvimos, no setor de Parkour, Mike Johnson, caído no chão e gritando com a garota do distrito 3, Athena Martell.

– O quê você acha que está fazendo me derrubando? – Grita ele.

– Mas eu... Não te derrubei, você só caiu porque se assustou comigo pulando.

– Ah é? É mesmo? Então vamos ver quem derruba quem agora! – Continua Mike a gritar, irritado, ele se levanta e vai em direção a Athena, mas o orientador o para.

– Parem! – grita o orientador e os dois se acalmam – Parem. Não vamos querer arrumar briga aqui, não é? Terão tempo o suficiente para se matarem na Arena.

– Mas saiba, 3 – Começa Mike – Que você vai ser a primeira que eu vou caçar!

A garota sai do setor assustada e Mike volta ao setor de picaretas.

– Oh! Ela não dura muito tempo, né? – Diz Zule.

– Com certeza não. – Respondo – Então, e se nos ajudássemos antes da arena? Para conseguirmos patrocinadores, que tal? – Pergunto.

– Então ta fechado, mas nada de aliança nos jogos, beleza?

– Por mim tudo bem.

– Então ok. O que podemos fazer na avaliação individual, então? – Pergunta ele.

– Eu vou enforcar um boneco. – Respondo.

– Boa! Essa vai ser 12, tenho certeza! – Diz ele – Eu acho que, e se eu atirar lanças?

– Haha! Vai conseguir uma nota fácil fácil. – Respondo a ele e nós apertamos nossas mãos.