POV Eden Cancilliery

Corremos em direção ao final da rua, que está longe de nós, os coiotes nos perseguem, sem parar. Mas não estão tão rápidos assim, mas quando alcançarem alguém vão querer mais e irão atrás dos outros. Os coiotes realmente tem uma aparência amedrontadora, não duvido nada que todo o nosso bando seja extinguido por eles. Tenho a sensação que é exatamente isso que irá acontecer. Nós corremos frenéticamente em direção ao final da rua, que por sinal, está bem longe.

Mike Tropeça em algo e dá um grito, que parece ser um pequeno buraco na rua. Desvio o olhar e me concentro em correr, não sei exatamente se os coiotes o alcançaram, mas se for verdade, com certeza não morrerá muito tarde. Mike dá um grito agonizante, como se algo estivesse devorando ele. O que acho que realmente aconteceu.

Um tiro de canhão. Mike Morreu.

– Eles não vão parar de nos seguir! É inútil! – Grita Max.

– Como assim? Se nos escondermos não vão poder nos achar. Você não acha que só vai chamar mais atenção se ficarmos tentando lutar contra eles? Hein? – Diz Aqua.

– Eles vão estar nos seguindo, onde quer que nós nos escondamos eles vão achar a gente. Precisamos amedrontar eles, assim eles nem vão mais nos seguir! – Diz Max. É verdade. – Então, continuem correndo, eu vou me arriscar.

– Não! – Grita Aqua. – Pare!

– Eu vou lá! Se eu não voltar, adeus! – Grita Max, que começa a correr.

Ele corre para trás, Tira sua espada da mochila e luta contra um dos coiotes, ele é bom com espadas, então não duvido nada que consiga matá-lo.

Concentro-me em correr, a adrenalina que sinto não me deixa processar nenhum som que escuto em meu cérebro. Mas, a única coisa que consigo ouvir agora são os nossos passos, os gemidos do coiote e os gritos agonizantes de Max.

Acabo olhando para trás, e vejo que o coiote conseguiu jogar a espada de Max bem longe, mas por sorte, a picareta que Mike estava usando está há uns seis metros de Max. Ele consegue correr até lá e pega a picareta, depois vira para trás e a crava no coiote. Sangue jorra para todos os lados e ele deixa a picareta cair no chão, depois luta para pegar sua espada, os outros coiotes não parecem assustados, então ele desiste, será muito difícil derrotar todos.

Max começa a correr, nós estamos a pelo menos uns trinta metros de distância de Max, estamos quase chegando ao final da rua. Dou uma olhada para trás quando estamos quase chegando à esquina e vejo Max sendo derrubado por um coiote, ele luta contra ele com uma espada. Volto a me concentrar em correr.

Finalmente chegamos na esquina, corremos um pouco mais e um coiote chega a essa rua, só um. Os outros dois estão na outra rua, um morto e outro lutando contra Max, pelo menos agora não teremos tantos bestantes para fugir.

Mais um tiro de canhão. Max não deve ter agüentado, não sei o quanto tempo esse coiote vai levar para devorar Max. Mas acredito que há uma grande chance de demorar bastante. Mas as chances não estão contando agora.

Corremos o mais rápido possível, já estou ficando sem fôlego, e essa rua é bem grande, não vamos chegar a outra tão rápido assim. Eu estou logo atrás de Cher, que está pelo menos uns cinco metros atrás de April, e atrás de mim provavelmente está Aqua.

Ouço um grito, e quando o som chega a meus ouvidos é como se meu coração estivesse sendo quimado. Minha Irmã. Aquamarine.

– Eden!

Ela acaba de ser derrubada pelo coiote, que começa a observá-la de cima a baixo, analisando onde seria melhor começar a devorar sua carne. Seus olhos se enchem de lágrimas e ela começa a soluçar.

– Aqua! – Grito, respondendo.

– Eden, por favor! – Continua a gritar – Pelo Chiffon! Por favor! Vingue-se!

Entendo exatamente o quê ela quer dizer, quer que eu me vingue pelo namorado dela, não exatamente que eu deva vencer os jogos, mas se conseguisse seria melhor. Ela tem um certo ódio por tributos do distrito 8. Então, vou tentar ao máximo acabar com os tributos do distrito 8 – Mesmo que ache que um deles já morreu – E mesmo que não consiga, tentarei dar um ótimo show para a capital, e vou poder me vingar de Chiffon.

– Eu prometo! – Grito. Mais um tiro de canhão. Lágrimas começam a brotar de meus olhos – Aqua!

Não tem mais coiotes. Um está devorando Aqua, o que vai demorar muito, um está morto e o outro está matando Max. Na verdade, já o matou.

O coiote que matou Max aparece no final da rua correndo, e continuamos á correr, na minha frente, April tenta lançar uma faca em Cher, mas erra. Acabou. Não somos mais uma aliança.

Cher revida e lança uma faca que acerta exatamente acima da canela de April, o que a faz cair no chão e gritar. Cher escolhe uma casa qualquer, abre o portão e se esconde nela.

Corro mais rápido ainda, passo de April, finalmente agora há casas que podemos entrar, com portões sem trancas. Então escolho uma pintada de laranja e entro, sem pensar.

Do portão fico observando April, caída no chão esperando que o coiote a devore. Mas ela pega seu tridente e começa a lutar com o coiote, com certeza vai perder. Nem preciso continuar olhando.

Entro na casa, até daqui posso ouvir os gritos de April. Fico pensando em Aqua. Chiffon. Eu só queria participar e vencer os jogos uma vez, mas... Nem penso nisso agora. Está amanhecendo, olho a rua pela janela. Não consigo ver April nem o coiote. Não sei exatamente o que aconteceu com ela, mas sei que está viva, não ouvi nenhum canhão.

Chiffon morreu em uma edição dos Jogos, por um tributo do distrito 8. Ele não deu nenhum orgulho à nosso distrito. Então Aqua simplesmente decidiu vingá-lo dando o maior show nos jogos. Mas não conseguiu. Agora estou aqui. E se quiser realmente vingar Chiffon terei de dar o meu melhor. Eu começo amanhã. Seja lá o que eu for fazer. Caçar outros tributos, me esconder... etc. Hoje, depois daquela coisa com os bestantes não vão me mostrar tanto. A não ser que eu decida fazer uma coisa bem errada, tipo tentar lutar com April, mas não vai acontecer. Hoje eles só devem me mostrar o suficiente para deixar claro que estou vivo.