Atraída por um Darcy escrita por Efêmera


Capítulo 9
Coração em Risco ― Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaa, gente linda. Aqui vai mais um capítulo dessa minha fic preferida para vocês. Espero que amem. *-*



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― Você me ama, não é? ― indagou. ― Mas eu não... E estou cansado disso!

E se afastou.

Eu fiquei ali tentando entender por que lágrimas molhavam a minha face... eu nunca me senti tão triste.

Por que... estou chorando?

Ele já me dispensou antes.

Mas, mesmo assim, eu ainda pude acreditar que estaria tudo bem em ouvi-lo dizer coisas cruéis para mim.

Mas, então, por que estou chorando? O que há de errado comigo?

Por mais que ele me maltrate, eu estou bem em saber que uma parte de mim realmente o odeia. Eu verdadeiramente estou bem com isso. Ou deveria estar...

Por que isso tem acontecido? Por que sou tão fraca sentimentalmente com relação a ele?

~~

Eu estava tão fora de mim que não fui capaz de esperá-lo para retornar. Eu não sabia o que aconteceria comigo se tivesse que encará-lo naquele momento, embora tivesse as minhas suspeitas. Sendo assim, consegui fugir de todos logo que a última aula terminou. Eu realmente não me importava de voltar de metrô ou com qualquer outra coisa que pudesse acontecer comigo. Na verdade, eu estava tão perdida que nem sei o que fiz entre o trajeto escola-casa, e muito menos que horas era aquela, só sabia que estava tudo escuro e que eu estava parada em frente à mansão.

— Lizzie, você demorou. Estava preocupada com você! — se aproximou a Sra. Darcy assim que entrei. Eu sabia que tinha outras pessoas ali, mas não fui capaz de erguer a cabeça para ver quem era e respondi enquanto me aproximava da escada:

— Me desculpe, esqueci completamente de ligar.

Assim que cheguei ao quarto deixei os meus pertences de lado, jogando-os ao chão de qualquer jeito. Eu não estava com cabeça para me preocupar com bens materiais, não quando tudo o que eu mais desejei estava fugindo de minhas mãos em tão pouco tempo.

Por que ele havia feito isso comigo?

Eu, que não me importei quando ele foi duro ou quando me desprezou.

Que não liguei quando ele recusou a minha carta sem nem me olhar direito. Ao contrário, tenho-a guardada depois de todos esses anos. Foi a primeira carta de amor que eu já escrevi... e nunca foi lida.

Que não me importei com o que falavam de mim e ainda continuei gostando dele. Porque, se não fosse por gostar dele, eu não poderia ser tão forte e enfrentar tudo o que já enfrentei sem desmoronar.

Então por que ele me odeia?

Não posso acreditar que estou apaixonada por aquele cafajeste sem coração. Será que sou masoquista?

Mesmo ele estando tão perto... como posso senti-lo tão distante? Isso é tão deprimente porque, mesmo ele não sendo legal comigo, eu ainda o amo.

~~

Depois de uma noite de lamúrias, em que, em meio a lágrimas, eu havia aberto a minha antiga carta e lido inúmeras vezes, eu peguei no sono sobre o tapete. Quando acordei, meu corpo estava descansado e os acontecimentos do dia anterior não passavam de uma nuvem... ou pelo menos por esse momento, enquanto eu não dou de cara com o motivo das minhas lágrimas. Foi só depois de alguns minutos que eu notei que estava na cama... E coberta, coisa que não havia feito na noite anterior.

Como eu havia parado ali?

E foi então que a ficha caiu: meu pai veio ao quarto, preocupado com alguma coisa que a Sra. Darcy tenha dito, e visto o meu estado lamentável. Eu não pude evitar e comecei a me odiar por ter permitido que os meus problemas, que eram idiotas, afetassem o meu pai, que já tinha coisas demais para se preocupar. Eu estava sendo muito infantil, tinha que aprender a sofrer minhas idiotices sozinha!

— Bom dia! — saudei a todos assim que cheguei ao jardim, meu sorriso nada parecendo com a minha cara lastimável de antes, afinal ninguém ali tinha culpa de nada do que havia acontecido comigo.

Ou quase ninguém, tirando o sem coração que também estava presente.

Por outro lado, a Sra. Darcy e Georgie precisavam me ver sorrindo para não se preocuparem e eu iria dar isso a elas, mesmo que com muito esforço. Já basta o que fiz com o meu pai!

— Bom dia, Lizzie. — responderam ambas, mas apenas Georgie completou: — Vejo que está muito melhor.

— Oh! Não foi nada... eu estava com muita cólica ontem, mas já tomei um analgésico e melhorou. Mas, Georgie, o chá deste sábado ainda está de pé?

— Sim, claro. Quero muito conhecer suas amigas também. Isso se não tiver problema para você.

— Não... não é isso. Só que me sinto mal em trazer meus amigos aqui. — admiti logo de uma vez o que estava sentindo ao ter que trazer as minhas amigas ali.

— Você não deve ficar assim, Lizzie. Esta, a partir de agora, também é a sua casa. — respondeu a Sra. Darcy. E olhando significativamente para Georgie, tornou: — E se tudo sair como eu espero, você nunca deixará esta família.

— Mamãe ficou sabendo que você anda com bastante amizade com nosso primo Richard, Lizzie. Ela ficou muito feliz com isso.

— Sim, somos muito amigos. Nunca conheci alguém como ele, creio que seremos amigos por muito tempo. — concordei sorrindo. Richard era uma pessoa maravilhosa.

— Você tem razão, Lizzie. Richard é o mais doce dos meus sobrinhos, tenho muito orgulho de tê-lo na nossa família. Seus irmãos são mais sérios, mas ele é realmente um presente que a minha irmã recebeu.

— Não posso concordar mais, só não entendo por que ele não visitou vocês desde que vim morar aqui. Até onde sei, ele gosta muito de todos daqui.

— Mas Rick é assim mesmo. Ele costumava vir bastante, até chegou a passar várias noites aqui e nossa tia teve que vir buscá-lo porque não se aguentava de saudade. Do nada, sem motivo, ele parou. Não compreendi e muito menos ele me disse qual era o motivo, mas atualmente eu mal o vejo. Isso tem me afetado até hoje, Lizzie, mas eu realmente não sei por que ele não nos visita mais. — lamentou Georgie e eu vi o quanto aquela ausência a deixava triste, mas também não pude deixar de notar quando o maxilar de seu irmão de contraiu. Tinha alguma coisa estranha ali e eu tinha certeza que Darcy sabia o motivo, mas eu não iria me meter. Não enquanto pudesse evitar.

Georgie, Sra. Darcy e eu continuamos conversando por mais algum tempo e assim que eu tinha terminado o café da manhã, Darcy e eu nos preparamos para ir para a escola.

Eu não sabia como me comportar. Não era como se eu tivesse feito algo de errado, mas ainda assim era estranho estar na presença dele depois do que havia acontecido. No entanto, eu teria que passar por aquilo da melhor forma.

Como sempre acontecia quando a gente se atrasava, mesmo hoje estando cedo o suficiente para ir de metrô, Darcy optou por ir de carro. A viagem foi silenciosa como sempre fora e a única coisa diferente foi que ele pediu para que parasse em frente ao portão principal e desceu junto comigo, entrando na escola em silêncio. Eu não estava compreendendo o seu comportamento.

O resto do dia passou rapidamente. Embora elas merecessem, eu não estava com humor para chamar a atenção das minhas colegas. E ele nem sequer falava comigo! Como pode me odiar tanto assim?

No final da aula as meninas me chamaram para sair, novamente com Charles, Richard e Darcy. Eu não queria, tudo estava me parecendo tão estranho, mas elas insistiram tanto que eu me vi sendo arrastada até o último lugar onde a turma havia se encontrado. E para a minha surpresa, Jane, Char e Collins também estavam lá. Mais essa...

Minhas queridas amigas, Jane e Char, viram logo que eu estava estranha e tentaram arrancar o motivo de mim, mas eu não conseguia encontrar uma forma de ter aquela conversa sem que os outros escutassem, então mandei um sinal de “mais tarde” e tentei aproveitar o máximo que pude aqueles momentos entre amigos. Quando tivemos nosso primeiro momento livre, no entanto, aproveitamos para ter aquela conversa que não conseguimos no começo. Falei sobre tudo... Onde estava morando, o motivo, como ele me tratava antes e o que havia acontecido no dia anterior. Elas ficaram surpresas e tentaram me acalmar, mas eu vi como Char fuzilava Darcy do lugar que ela estava. O que eu não vi, no entanto, foi a confusão que havia dado início no mesmo lugar, quando Collins partiu para cima de Darcy. Eu, como sempre, não sabia o que estava acontecendo, só vi quando Charles e Richard tentaram afastar Collins de cima de Darcy.

— Você está louco? — gritou Darcy do seu lugar.

— Você ainda ousa me chamar de louco? Só um orgulhoso sem coração para fazer isso com ela!

Não... Collins não... Ele não estava fazendo aquilo. Não estava me fazendo passar por mais vergonha...

— Ela, uma pessoa que tem te amado durante todos esses anos! Mas eu não me importo, meu amor por ela vai fazê-la superar isso. Ela não levará muito tempo amando alguém que a odeia e que não sabe o que é sentimento!

Todos, inclusive eu, olhávamos para Collins em tremenda surpresa. Poucas pessoas ali sabiam do meu sentimento por Darcy, mas só um idiota para não compreender a ligação, afinal todos os últimos acontecimentos apontavam para mim, então foi bem esperado quando voltaram seus olhos na minha direção e viram o meu rosto vermelho de vergonha e meus olhos cheios de lágrimas por causa da humilhação. Eu não merecia passar por aquilo.

— Não sei se eu concordo com isso. — começou Darcy sério, e todos se voltaram confusos para ele. — Sentimentos são emoções e emoções nunca obedecem à razão. Se eu pudesse escolher, com certeza não me apaixonaria por alguém como ela, mas isso está longe de mim. Eu não a odeio, só não gosto. Mas uma vez que sentimentos podem mudar, talvez eu possa acordar amanhã a amando. — finalizou dando de ombros.

— O que você quer dizer com isso? — gritou Collins. Mas era uma pergunta que todos os donos dos rostos perplexos estavam se fazendo.

— Acho que você me compreendeu muito bom. — e levantando-se, pegou sua mochila e se aproximou de mim carregando um sorriso sedutor. — Vamos, Elizabeth, já está na nossa hora.

Eu levei cerca de três segundos para compreender que ele estava me chamando para irmos para casa. Esquecendo completamente de me despedir dos outros, me ergui e peguei minha bolsa, diminuindo a distância entre nós dois. Ele, por sua vez, sorriu de lado e passou o braço direito sobre meu ombro, levando-me para fora.

Não tinha como a minha cara ficar mais idiota. Eu o olhava admirada, e ao mesmo tempo perplexa, sem compreender o que ele esperava com aquilo, mas assim que chegamos ao exterior do ambiente ele se afastou, organizando o uniforme e dando de ombros ao entrar no automóvel que nos esperava bem na entrada.

— O-o quê foi aquilo? — perguntei em um fio de voz.

— Sim? — indagou indiferente.

— Aquilo... lá dentro.

— Não sei do que você está falando.

Minha face voltou-se para ele como reflexo. Então seria assim? Ele iria mesmo querer fingir que não aconteceu? Então eu iria ajudar. Dessa forma, passei a ignorar a sua presença enquanto olhava a vista maravilhosa de Londres passar. Fiquei tanto tempo assim que quando voltei a si já estávamos estacionando, de modo que me adiantei e deixei o carro o mais rápido que pude.

~~

Eu mal percebi e já era fim de semana, mais precisamente sábado à tarde, e eu, Georgie e Maggie (sim, fui obrigada a tratá-la por esse nome até mentalmente se não quisesse sofrer as consequências – que eu não sabia quais seriam, mas não queria arriscar) esperávamos minhas amigas e também as novas colegas chegarem. Eu não estava muito feliz com aquela visita, pois seria obrigada a falar mais do que eu desejava. E isso era algo que eu não curtia nem um pouco.

As meninas chegaram pontualmente em dois grupos, com seus olhares surpresos enquanto olhavam tudo. Eu sabia que Mary, Gê e Kitty tinham muito dinheiro, afinal vinha de famílias ricas, mas eu também sabia que não chegava a tanto. Afinal, a fortuna de um duque é algo incalculável para pobres coitados como eu.

— Lizzie, eu nunca poderia imaginar que um dia entraria na casa do Duque de Dorset! — sussurrou Jane assim que me aproximei, ainda na entrada.

— Ainda mais como convidada, e pela própria duquesa! — falou Char. — Como devo me comportar, Lizzie? Não quero lhe fazer passar vergonha. — completou e eu ri do seu nervosismo. Bem, eu não tinha motivo para isso, afinal a coitada tinha toda razão. A questão era que eu já estava acostumada a viver naquele meio suntuoso, então achava tudo normal, mas para alguém que vinha de fora tudo era muito fora do lugar ao qual estava acostumado. Eu mesmo já havia passado por aquilo, oras.

— Não se preocupem, basta obedecer às formalidades iniciais e depois tudo sairá muito bem. Vocês irão amar a duquesa e Georgie. — sussurrei em resposta enquanto andávamos em direção ao jardim. Mas não demoramos muito, logo erámos alvo de cinco pares de olhos felizes. — Maggie, Georgie, essas são minhas melhores amigas, Jane Woodhouse e Charlotte Lucas.

— Oh! Lizzie... todas as suas amigas são lindas! — falou a Sra. Darcy. Jane e Char ficaram caladas, acredito que com receio de falar alguma coisa errada. Eu tentei lançar algumas olhadelas para elas, que me ignoraram. Pelo jeito o dia iria ser difícil... — Venham, queridas, se aproximem e sentem-se.

— Sua Graça, Lady Darcy. — cumprimentou Jane em seu eterno mode Eu-Não-Quero-Pagar-Mico, mas já pagando... Mas Maggie e Georgie eram tão maravilhosas que só responderam ao cumprimento de forma gentil.

Tipo, não me levem a mal, muita gente hoje em dia respeita as formalidades e tal, mas isso definitivamente não é o que acontece naquela casa. Segundo Maggie, exceto em ocasiões oficiais – que eu nunca presenciei, falando nisso –, ela não costumava incentivar a saudação formal. Segundo ela, também, isso acontecia porque nunca conseguiu se acostumar com o título. Foram muitos anos, mas ainda assim o peso de ser uma duquesa era tão grande que ela ainda preferia ser tratada apenas como “Sra. Darcy” ou “Maggie”. O Sr. Darcy também, ele havia ido no mesmo caminho de sua esposa, embora não deixasse isso tão abertamente. E eu poderia compreender Maggie totalmente, uma vez que só de me imaginar no lugar dela eu começava a tremer. Imagina só ser duquesa? Impossível!

E dessa forma iniciamos nossa tarde que ainda traria grandes acontecimentos, com minhas novas amigas falando como era estudar na minha atual escola e os planos que tinham para depois que se formar.

— E você, Lizzie, já sabe qual universidade vai escolher? — indagou a Sra. Darcy, o que me pegou de surpresa porque nunca antes haviam me feito essa pergunta. Eu me senti perdida, a maioria dos jovens já sabem o que vão querer fazer do futuro antes de começar o último ano... já eu estava perto de terminar e não fazia ideia!

— Eu... er... hm... N-não faço ideia.

Todas me olharam surpresas. Digo... todas, menos Jane e Char, claro. Elas riram. Sim, minhas amigas imbecis estavam rindo de mim porque eu não sabia o que iria fazer do meu futuro idiota. Mereço!

Meneei minha face na direção das duas, olhando-as séria, e Char revirou os olhos. Sabe, isso não é coisa que se faça na frente de alguém que quer arrancar a tua cabeça. Só dica.

— Ah, Lizzie, por favor... você sabe muito bem o motivo da minha risada.

E eu tive que fixar o meu olhar mais firme ainda na direção daquela cachorra, porque eu definitivamente estaria ferrada dali em diante e precisava de um motivo para viver. Ela, claro, me ignorou. Afinal, não é a Char se não me ignorar. A filhote de taturana olhou para todas as outras presentes, que olhavam-nos sem entender porra nenhuma, e sorriu timidamente – ah, vá se foder!

— Eu realmente acho que a Lizzie vai ser olheira. Sabe, ela gosta de observar novos talentos, e faz isso tão bem que não posso deixar de ver futuro.

Todas ficaram surpresas, me olhando como se um chifre de unicórnio tivesse surgido no meu nariz.

Puta que pariu!

E Jane, que era a única que entendia o que estava sendo dito ali, tentou segurar o riso.

Tentou, porque não conseguiu.

E eu reclamando das minhas novas amigas.

E, para completar a merda toda, Darcy apareceu no jardim, porque sua mãe havia dito que ele tinha que aparecer ou iria ficar de castigo pelo resto do fim de semana. Eu estava tentando imaginar aquele homem de castigo, mas nada de sucesso por aqui.

— Boa tarde.

Todas responderam ao cumprimento do “Eu-Me-Acho” e logo ele se afastou. Acho que ele levou aquele lance de “aparecer” muito a sério.

O resto da tarde ocorreu tão bem quanto poderia ser, e Maggie estava tão animada com tudo que resolveu jantar fora com toda a família. Então, assim que as meninas deixaram a mansão, corri para procurar alguma roupa adequada para a ocasião. Bem, não foi nenhum trabalho, visto que eu tinha ganhado um guarda-roupa novinho em folha com apenas peças da última estação. Mas, como eu não era muito boa nessas coisas, Georgie fez o favor de escolher minha roupa e optou por um vestido preto mini. Tá, era bem curto, mas tão lindo que não pude evitar. Ele também era justo, com linhas transparentes em tule na cintura e outro recorte bem moderno também em tule no decote, realçando minhas curvas e não deixando muito escroto. Eu amei. Ela também deu um jeito no meu cabelo e no meu rosto, usando o babyliss nas pontas para deixá-lo mais solto e aplicando uma maquiagem básica em todo o rosto, exceto nos olhos onde usou um quarteto em cores variadas como bege, roxo, preto e outra que era tão estranha que não lembrava. Assim que me olhei no espelho fiquei chocada.

Aquela não era eu.

E aquela estranha estava linda.

E os olhos estavam tão destacados que eu não pude me amar mais do que estava me amando naquele dia. Eu sempre gostei dos meus olhos na verdade, mas minhas sobrancelhas ficavam tão em destaque que poucos o notavam. Mas hoje não: eles definitivamente estavam em primeiro lugar!

Para completar o visual, um scarpin bege quebrou a cor dominante e eu realmente me senti bem. Então, assim que fiquei sozinha (porque Georgie esqueceu sua bolsa no quarto), continuei me admirando no espelho – não é como se eu fosse alguém que me achasse e tal, mas vamos combinar que não é todo dia que a gente pode ficar deslumbrante desse jeito, pois é –, mas eu já estava ali há tanto tempo que achei melhor descer e ir esperar todos na entrada.

Assim que cheguei ao final da primeira escada dei de cara com Darcy, que estava sentado em uma das poltronas próxima à porta, com os cotovelos apoiados na perna e a cabeça entre as mãos. Eu até tentei voltar e ir ao quarto de Georgie, mas assim que tentei me virar ele ergueu a cabeça e me pegou no flagra. Droga!

Como sempre, eu esperei pelos xingamentos, mas nada. Ele ficou lá, parado como se eu nem tivesse aparecido, mas ao mesmo tempo sem afastar os olhos, e eu comecei a me perguntar se realmente estava me vendo. Ok, não tinha como não me ver, eu estava praticamente na frente dele! Dessa forma, continuei a descer a escada e fui até outra poltrona um pouco afastada, mas perto demais dele para deixar qualquer um de nós feliz. Ele, por sua vez, acompanhou meus movimentos com o olhar e foi aí que percebi que ele realmente estava me olhando. Fitzwilliam Darcy estava me olhando! Na certa estava procurando algum outro defeito para me criticar, uma vez que nunca perdia a oportunidade, mas o que ele não sabia era que aquilo era obra prima de Georgie e que seria difícil encontrar algum ponto que matasse a vontade dele. Perdeu, otário!

— É uma pena não poder ficar assim todos os dias, não? — perguntou me encarando.

— O-o quê? — Ele realmente estava me elogiando? Sério mesmo?

— Quero dizer... Isso é como uma máscara, uma vez que seja retirada você acabará voltando a ser o monstro idiota de sempre. — respondeu levantando a mão direita e simulando uma máscara que estava sendo retirada.

Eu não estava acreditando naquilo.

— Vo-vo-você-

— Ei, não fique assim! — interpelou erguendo as mãos como se estivesse pedindo paz... sei, no inferno, isso sim — Não é como se eu estivesse dizendo algo novo. Tem espelho no seu quarto, você sabe do que estou falando.

Aquilo já estava me deixando indignada, então me levantei e caminhei a passos largos até parar na sua frente e ficar o encarando. O idiota continuou me olhando enquanto se encostou mais na poltrona e cruzou os braços, esboçando um sorriso de lado (de uma forma tão masculina que eu comecei a senti outra coisa que estava bem longe da raiva. Droga!).

— Você não tem o direito! — exclamei apontando o dedo indicador direito. O imbecil, revirando os olhos, segurou minha mão e me puxou até que eu caí sentada em seu colo. — Aaaaah!

— Não tenho o direito? — ele começou sussurrando enquanto segurava firme a minha mão para que eu não saísse do lugar (como se eu fosse... não sou idiota) e usava o braço livre para envolver o meu corpo e me trazer para mais junto do dele. — Eu tenho o direito de fazer isso e mais o que eu quiser. Você precisa compreender, Lizzie... — continuou, soltando a minha mão (que agora caiu tranquila já que meu cérebro estava muito bem ocupado com outra coisa) e começou a alisar meu rosto com seu dedo indicador, aproximando seu rosto do meu — Eu sou um homem, jovem, na idade mais perigosa... digamos... para controlar os meus instintos. Você não pode aparecer enrolada em um tubo e me dizer o que eu tenho o direito de fazer ou não. — E ele continuou aproximando seu rosto, deixando-me quase sentir o sabor do seu hálito de tão perto que sua boca estava da minha... — Porque, na verdade, o que eu quero e o que desejo, agora, vem me confundindo terrivelmente. Você compreende? — prosseguiu e eu pude senti seus lábios roçarem os meus.


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Notas finais do capítulo

Eaí, o que acharam? Tô quase tendo um sangramento nasal, porque né. HAHAHAHAHA Os fortes me entendem, pois bem... até daqui a alguns dias, lindos, porque estou de férias e, como quase nunca tenho essa sorte, estou tentando aproveitar. *-* bjs



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