Sangue Monstro escrita por Ytsay


Capítulo 46
Encurralado.


Notas iniciais do capítulo

Ollá,
—Boa leitura!



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Enquanto corria me lembrava em partes quem meu irmão era. Sabia que ele era um puro, por isso um irmão, sabia que ele era mais velho e sabia como era sua personalidade, mas nunca o tinha visto antes. Era uma lembrança interna que eu não podia controlar, só sabia.

Facilmente a noite tinha começado, ainda resistia bem quando cheguei ao bosque, ou floresta, no lugar marcado. A alguns poucos quilômetros tinha despistado os homens, mas acho que eles ainda estavam determinados em me encontrar e não deviam estar longe de me achar. Com certeza o comando estava encabeçando as táticas deles a essa hora, já que entendiam bem de criaturas como eu e sabiam precisávamos ser tratadas com algum cuidado.

Ao meu redor arvores de diferentes diâmetros, folhas que deixavam o chão com um tapete macio, algumas aves passavam nos topos das arvores indo para seus abrigos noturnos e a lua subia para seu posto fornecendo luz suficiente para mim. Estava de olho em tudo, mas eles estavam chegando e pelo som havia também cães de caças com eles.

Não foi surpresa quando um carro grande apareceu mirando seus faróis fortes em mim, seguido de outros vindos de outras direções, e parou afastado o suficiente para qualquer um ter uma boa mira de mim, parado e sozinho. Os homens gritaram que eu estava cercado e que era para me entregar. Um grupo de soldados a pé apareceu preenchendo os espaços entre os carros, e uns sete ou mais cães levados por soldados esticavam suas coleiras latindo pra mim. Respondi que não ia me entregar e precisava fazer um acordo com eles. Mas eles eram irritantes e me negaram com deboche. Então o suposto mandate do comando veio á frente de um dos carros, com a mão na pistola ainda no cinto, não querendo me ameaçar diretamente.

–O que você quer em troca de se entregar sem ferir mais ninguém?

–Senhor ele é um assassino, acabou de matar inocentes na cidade. - sussurrou um dos soldados com a espingarda levemente baixa. E recebeu um olhar de repreensão, que me pareceu um pouco suspeito pra mim.

–Quero que deixem os outros em paz, deixe-os ser o que são sem os ameaçar de mata-los ou destruírem o que conseguiram nessa cidade.

–Não podemos deixar criaturas como você soltas. -disse o mandante com uma voz inflexível e seria. – Tudo o que querem é matar.

–Não se baseie em alguns para definir todos. Os outros são mais pacíficos que vocês sem armas e diferentes de mim.

O homem sorriu.

–Certo, se você se entregar sem resistência, e colaborar conosco, podemos fazer isso.

–Ele está mentido Roan. - A voz de Raphael soou de algum lugar e resisti ao impulso de me virar, pois sabia que ninguém estaria visível.

Sorri irônico e criei um raio para brincar nas mãos, o que fez com que os soldados levantassem e mirassem com mais determinação suas armas, e os cachorrinhos ficaram quietos por um segundo com um estalo elétrico.

–Não minta pra mim comandante. Sabe que não sou o único capaz de matar. E será pior se não cumprir a sua parte.

O homem pareceu ficar bravo de ter descoberto sua farsa de aceitar minhas condições.

–Você esta sozinho agora, aqui. Nada pode impedir que alguém o perfure com balas ou que um dos cães lhe rasgue para conte-lo. Acho que você esta em desvantagem garoto.

Como esses humanos arrogantes são irritantes.

–Já provei que acabar com dois de vocês é fácil, mais alguns não vai chegar a ser difícil...

Um sinal rápido do comandante e um projetil gordo e estranho veio na minha direção e se abriu em uma rede grossa para me capturar. Mas então, ha alguns metros de mim, ela se congelou. E com uma teia de aranha, brilhante e rígida, continuou vindo em minha direção e se quebrou quando me protegi virando e deixando ombro se chocar contra a rede. Pam tinha melhorado suas habilidades e gostava de congelar coisas que eram lançadas, uma habilidade útil.

–Anne, é sua vez. – falei a seguir vendo os soldados puxarem suas armas, prontos para atirar.

Logo ela conseguiu fazer as pistolas e rifles desaparecerem para o alto, com a ajuda do garoto que ela conheceu que tinha magnetismos com sua habilidade de sangue monstro, mas acho que ele estava posicionado em algum lugar distante, pois as armas voaram para o meio das arvores até sumirem.

–Roan, Bianca esta no limite.–Raphael disse e virei não vendo nada.

–Já?- isso me surpreendeu.

Bianca podia criar as ilusões, mas precisava se concentrar e agora ela estava gastando muita energia mantendo alguns escondidos atrás de mim.

Não demorou e eles apareceram subitamente, porem ao mesmo tempo um dos gêmeos, amigo de Tess, usou o vento junto com a neblina branca de Melanie criando um vórtice a nossa volta que nos ocultava. A menina de cabelos castanhos, chamada Bianca, caiu para os braços de Damian.

–Leve ela. –falei para ele e logo o ruivo sumiu correndo. - E vocês se preparem. Raphael - ele não estava ali -, se tiver mais alguma coisa nos pensamentos deles nos avise se conseguir.

O vórtice começou a não funcionar sem a neblina, até que Melanie e o garoto pararam. Olhei Jennifer no meio do pequeno grupo atrás de mim. Então olhamos os policiais, que deram um passo para trás vendo que agora tinha mais alguns junto de mim.

–Ainda podem desistir isso! - gritei.

–Agora que sabemos que podemos capturar mais? Acho que não matador. - disse o comandante se afastando em direção a um dos carros.


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Notas finais do capítulo

Nota que eu não sei como por na historia: Os puros, irmão de Roan no sentido de ser um puro, não podem interferir muito nessa relação dos descendentes com os humanos. Por isso Andrew o ajudou e sumiu, apenas evitando que o irmão deixasse os descendentes em ar puros após organizar essa luta. Roan, não podia morrer no meio do caminho. Roan é um fora da lei, dos humanos- matando pessoas- e dos Puros – deixando os humanos o descobrir e lutar contra eles (e ainda levando os descendentes da cidade junto).
Espero que tenham gostado! obrigada por ler!