Ai Nanka Kowakunai?! escrita por Assa-chan


Capítulo 12
FINAL




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Soul abriu a porta com toda a força que tinha, deparando-se com seu irmão e Maka sentados sobre sua cama. A loira aparentava estar triste, ainda olhando para o celular que segurava com força em mãos. O Evans ao seu lado parecia impaciente, batendo frenéticamente seu pé contra o chão.

- Finalmente. - Wes levantou-se, enquanto que Maka se limitou a olhar para o novo hóspede com lágrimas embaçando os orbes verdes. - Achei que teria que violentar a garotinha pra fazer você vir.

- O que você fez? - Soul avançou rapidamente, encontrando os olhos negros do irmão à sua frente.

- Nada... Simplesmente disse a verdade. - o Evans olhou para a Albarn que derramava finalmente o pranto que ficou por tanto tempo segurando - Sabe... Sobre o Kid, sobre o fato de ela ter estragado seu casamento, e até a coisa de ela ser um enorme peso para você.

- Maka! - Soul gritou, olhando para a colega de classe - Você é idiota, por acaso?! Não acredite do que esse cara diz!

- E eu tenho escolhas, Soul? - ela se encolheu, limpando o rosto com as mãos vazias. Naqueles dias tinha chorado mais do que em toda sua vida. - Tudo faz sentido. A cicatriz do Death-sempai, as coisas sobre meu pai, o fato que a imprensa parou de falar da festa do nada... Eu simplesmente não posso ficar mais ao seu lado... A Tsubaki-chan até cancelou o casamento! Eu só estou atrapalhando.

- Maka... - Soul sussurrou, vendo o quão frágil a menina era naquele momento.

- Eu não gosto desse tipo de coisa. - Wes disse, voltando a se sentar e passando a mão por trás do corpo da loira, até encontrar o ombro que ficava no lado oposto dele. Soul pôde vê-la tremer por um instante, mesmo se não disse absolutamente para pará-lo. Onde estava aquela garota sincera e corajosa pela qual se apaixonou?! Wes com certeza tinha dito mais do que devia. - Eu mesmo vou dar ela para o Kid, tá? Eu até poderia ficar com ela... Mas é muito jovem e reta pro meu gosto. Entretanto tem um rosto bonito. - continuou, levando seus dedos até o queixo da estudante, fazendo-a olhar para o negro de seus olhos - Me pergunto se o gosto de seus lábios é bom. Já os provou, Soul? Divida com seu irmão também.

- Wes, dessa vez eu não vou me limitar a um ou dois punhos. - o Evans elevou sua voz, olhando o rosto inexpressivo da menina em mãos ao imão.

- E acha que eu vou ficar sem reagir? - respondeu, sem nem mesmo olhar para Soul, enquanto um de seus dedos indicadores passeava pelos lábios de Maka - Não seja tão ingênuo, maninho. A simples existência dela é um perigo para seu futuro como dono das empresas Nakatsukasa. Maka-chan era tão agressiva, perceba como eu a eduquei com pouco esforço. Você nem mesmo fez isso. Como pode se apaixonar por alguém que respeita mais a mim que a você?

- Porque eu nunca precisei "educá-la". Isto nem sequer passou pela minha mente. - Soul serrou um punho, tirando um envelope de dentro de um dos bolsos da calça com a outra mão. - Sabe, Wes. - ele sorriu, direcionando seu olhar à loira que correspondeu sem dizer nada - Quando eu achei que ninguém olharia para mim como sou, e sim como um herdeiro dos Evans e segundo da familia, ela quis ver meu verdadeiro eu. Quando pensei que tinha escondido meus sentimentos bem o bastante, ela chorou por mim, entendendo minha dor. Maka me mostrou cores em um mundo que eu via preto e branco. Por isso eu francamente não vou deixar que você lhe faça alguma coisa.

A Albarn arregalou os orbes verdes, que até mesmo pararam de chorar. Tudo o que Wes tinha lhe dito naquela última hora parecia ter desaparecido no nada. Essa era a maior qualidade de Soul afinal. Mesmo sendo alguém com um ego gigante, sempre pensaria nela como sua coisa mais importante - mas até então ela não tinha entendido o motivo.

- Belas palavras. - o irmão mais velho se pronunciou, ainda um pouco estarrecido - Mas como pode ver... Ela é exatamente como as outras. Tenho certeza que não me negaria um beijo se eu lhe pedisse agora. - completou, voltando sua atenção à ela - Né, Maka-chan?

- Acho que não. - ela respondeu, como se tivesse acordado de algum tipo de feitiço, empurrando Wes. - Eu achei que poderia esquecer o Soul depois do que me disse. - ela suspirou, vendo-o se levantar depois de ter caido da cama - Mas isso é impossivel. Eu notei que também gosto dele.

- Não seja idiota, garota! - Wes estava por lhe dar um tapa, quando Soul se aproximou para impedi-lo.

- Pode me machucar se quiser, mas nem ouse tocá-la. - a loira se sentiu aquecer por dentro, vendo que ele não a abandonaria - E... Não estrague a declaração, por favor. Sabe como eu esperei por esse momento?

- Você é mesmo um ingênuo. - Wes sorriu, levantando-se e olhando o irmão de cima para baixo - Acha que vai poder fugir de mim e do nosso pai com simples determinação e ainda por cima com uma plebéia como ela?

- Eu sabia que iria dizer isso. - o rapaz abriu um sorriso quase maligno, encarando o irmão do mesmo modo - Eu não sou mais uma criança, sabia? E também tenho meus contatos. - prosseguiu, olhando o envelope que tinha em mão - Aqui dentro tem uma série de registrações telefonicas de você e meu pai negociando com comandantes de máfias japonesas. Se você interferir em mais alguma coisa na minha vida, isso vai diretamente para a policia e para todos os jornais do Japão. Vai ser dificil pagar todo mundo pra ficar quieto dessa vez, né?

- O... que?

- O que foi, nii-san? - disse, sarcastico - Claro que essa é somente uma cópia que eu trouxe para que você certificasse que eu estou falando a verdade. - completou, jogando-a em cima do irmão que a segurou no mesmo instante - Tenho algumas pessoas com várias outras duplicações como essa, prontas para mandá-las com uma chamada. Quer arriscar?

- Humpf. - o homem se deu por vencido. Aquilo não deveria ser um blefe, por que ele realmnte tinha contatos com aquele tipo de gente. Encaminhou-se até a porta, então olhando para a menina sentada na cama e Soul ao seu lado de pé - Um dia vai se arrepender por ter nos desafiado, Soul. Eu vou conversar com meu pai... e dizer pra ele o que fez. Certo, não vamos interferir em nada... Entretanto é somente uma questão de tempo até as classes de vocês dois falarem mais alto. - concluiu, saindo e batendo a porta às suas costas. Soul sentou-se, como se tivesse se liberado de um peso enorme. Ele finalmente tinha conseguiu enfrentar seu irmão.

Tinha gravado aquelas fitas quase 5 meses antes, pois tinha noção que antes ou depois iria forçá-lo a fazer algo que não queria... Como um casamento ou algo do tipo. Mas aquelas horas perdidas escutando todas as chamadas da impresa tiveram uma função bem maior do que achou que jamais teriam.

- Acabou, - ele olhou para a loira, que parecia não saber o que dizer naquela situação - Você é mesmo uma idiota, né? Confiando em alguém como ele.

- É assim que você trata a garota que gosta? - indagou, cruzando os braços e desafiando-o com o olhar ainda meio molhado - Mas... Obrigada. - sussurrou.

- De nada, Maka. - Ele tirou uma de suas mãos de cima do outro braço, apoiando-a sobre a cama e depositando a dele sobre a mesma - Que bom que ele não te fez nada.

- Sim. - disse, enquanto os dois olharam para lados oposto, enrubrecendo. Eles finalmente poderiam se tornar um casal sem se preocuparem com as vontades dos outros.

- E não se meta com o Kid.

- O que o Death-sempai tem a ver com isso? - pediu, confusa.

- Mais do que imagina. - disse, voltando seu rosto ao dela, que tinha feito o mesmo - Sabe, eu lutei muito por você. Aposto que a Tsubaki não teria se feito de dificil nesse modo. Quem sabe eu deveria fazer dela mina amante ao invéz de noiva.

- Como é que é?!



Uma semana se passou desde o acontecido. Várias cláusulas no contratato de casamento poderiam fazê-lo se cancelar. Os pais de Tsubaki nunca foram más pessoas, afinal. Maka caminhava pelo corredor tranquila, indo encontrar o namorado. Soube que a amiga Nakatsukasa finalmente tinha decidido ficar com Black Star, mas que para anular o matrimonio Asuza fez com que ela largasse os estudos para se dedicar somente à empresa. "Foi um preço válido a se pagar", foi o que ela disse sorrindo quando a Albarn decidiu ir vistá-la "Pelo menos assim vou poder cumprir meus deveres sem ter que pensar na prova de matemática ou coisas do tipo".

Maka se sentia sozinha de um lado, contudo contente pelo outro: Tsubaki finalmente podia olhar para frente sem se sentir mal por conta de seu passado. E tudo isso graças aos esforços do Hoshizoku que nunca desistiu de acreditar nela.

Fica tudo bem quando termina bem, afinal... Por mais que soubesse que seria uma questão de tempo até que a familia de Soul voltasse a atormentar suas vidas. Mas que seja, pensou. Eles passariam por tudo sem pensar duas vezes.

- Maka! - o presidente do conselho estava caminhando bem atrás dela. A loira se virou espantada, fazia realmente muito tempo que não conversavam - Soube que está namorando com o Evans. - ele a alcançou, parando bem à sua frente.

- Sim. - respondeu timida, sentindo-se meio constrangida.

- Obrigado. - sussurrou, colocando as mãos nos bolsos da calça.

- Pelo o que? - indagou, sem entender o motivo do agradecimento.

- Por ter trazido o sorriso de volta pro rosto de Soul. - respondeu sem sequer hesitar.

- Eu quem deveria agradecer. - sorriu, fazendo-o abrir ligeiramente mais os olhos topázio - Por você tê-lo salvado... Muito obrigada! - inclinou-se por um instante, mas logo voltando à sua postura normal - Eu sei que o Soul gosta de você, Death-sempai. Eu prometo que vou fazer de vocês bons amigos de novo! - exclamou, com aquele brilho nos olhos que Kid sentia falta de ver. Ah, ela estava feliz. E por mais que aquele sentimento estivesse começando a nascer de novo... Desistir de Maka foi a melhor coisa que poderia fazer.

- Certo.

- Agora, tenho que ir. - avisou, começando a correr - Até!

- Tchau. - respondeu, com uma expressão de tristeza. No entanto, para ele... Aquela saudação foi somente mais um motivo para deixar de lado tudo antes mesmo de começar. Pois é, a disputa foi boa enquanto durou.



Soul a esperava em frente ao banheiro masculino, por mais que aquele não fosse o local de encontro que haviam combinado. Porém, ele tinha outras coisas em mente. A viu se aproximar correndo, como sempre. Aquela idiota não sabia fazer outra coisa? Os cabelos presos em duas maria-chiquinhas flutuavam sobre o ar, enquanto a face se fazia contente ao rever os olhos carmim do garoto.

Desencostou-se da parede, caminhando para encontrá-la. Antes que a Albarn pudesse dizer qualquer coisa Soul já tinha segurando seu pulso e a estava arrastando para algum lugar. O rapaz abriu a porta do banheiro com um pé, e viu que não tinha ninguém ali. A encostou na parede ao lado da porta. Fitou o verde seus orbes com um sorriso malicioso comandando a boca que tanto desejava a dela.

Ele a segurou. O fazia de novo. Talvez fosse a segunda, ou a terceira vez que lhe estava impondo algo do tipo. No banheiro da escola, que ultrajante! Mas ela só conseguia se render ao toque de Soul. Aqueles beijos eram selvagens, tirando o pouco de consciência que ela ainda possuia. A soltou por um segundo, todos dois respirando com dificuldade.

- N-Não... Soul... Algué.. - O garoto tomou de novo seus lábios, como se estivesse dizendo a ela para ficar calada.

Ao ver que a resistência era pouca, tentou retomar o fôlego, indo mordiscar sua orelha. Ela estremeceu, e ele simplesmente gostou daquela reação mais do que timida.

- CHEGA! - ela berrou, finalmente empurrando-o. - Você acha que isso vai levar a algum lugar? Soul, eu não sou esse tipo de garota!

- Ah. - Ele suspirou, passando a mão por atrás da nuca, assim que conseguiu reaver o equilibrio depois do empurrão - Eu nem posso mais beijar minha namorada. Então você serve pra quê, afinal?

- Eu sou aquela das cores, lembra?

- Sei, sei. - reclamou - Eu posso achar outra e ficar com as duas, se quiser...

- Soul, você é cruél. - Maka sussurrou, limpando uma lágrima que sem querer escorreu pelo seu rosto. - Eu achei que era importante pra você, mas me enganei né?! Você só pensa em coisas pervertidas!

Ah, era isso que ela achava. Sorriu. Ele simplesmente não sentia vontade de ficar com outra. "Isso tudo é culpa sua, Maka", ele pensou, fitando os olhos verdes ali na sua frente que lutavam contra o choro eminente. Suspirou, tomando-a em seus braços de novo "Ninguém mandou me fazer apaixonar.", completou, saboreando seus lábios mais uma vez.



Ei, Deus. Para uma garota como eu, que nunca soube o que realmente é amar e sempre teve medo deste sentimento...
 ...Tudo isso parece um sonho.
Mas, se realmente for, eu lhe imploro de joelhos; jamais me faça acordar.


Fim.


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Notas finais do capítulo

AHHHH meudels nem acredito que cheguei ao ultimo capitulo disso! *PALMAS*
Obrigada a todos os leitores que acompanharam isso do começo até o fim... Realmente estou emocionada. *Enxuga as lagrimas*
MAS CALMA! Ainda não acabou. Pretendo fazer uma segunda historia de ANK, com o povo crescido - provavelmente na faculdade. Digam-me ae se gostaram da idéia. .
Reviews, se não for incomodo. x3 E... Até a proxima fic da Sra. Assa-chan!