Damn this ship! escrita por WeepingAngeldb


Capítulo 1
ONE SHOT


Notas iniciais do capítulo

Olá! Fiz essa fic como continuação da minha outra fic 'JohnLock e o grande caso', leia ela primeiro pra entender essa.

Eu devo ter deixado muito grande, mas não conseguia achar um fim pra isso... Espero que tenha ficado bom.
Tem draminha no meio, foi porque eu tinha que achar um jeito de encurtar, se fosse escrever todos os dias que eles ficariam no navio ia virar um livro numa one shot, então...

Enfim, boa leitura. ♥



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-Eu vou sentir sua falta. Você sabe que eu te amo e que resolver crimes com você é a coisa que mais me anima. Você me tirou do tédio tantas vezes. E eu confesso que fico lindo com você. Não me olha assim serão poucos dias. Poucos dias que vou ter que ficar longe de você. Eu juro que quando voltar eu vou vestir você na primeira hora, ok?
-SHERLOCK? Você está se despedindo do sobretudo de novo? –John ria –Que tal se despedir de pessoas de verdades? As que realmente sentirão saudades?
-A pessoa que se importa comigo vai estar em minha companhia pra quem mais deveria se despedir? –Sherlock estava de joelhos, enquanto acariciava a lã de seu sobretudo. –Eu vou voltar logo pra você...
-A Sra. Hudson. Pegue sua mala e vamos. Vou te esperar lá na frente.
-Ótimo! Duas semanas com ardência por todo o corpo e tendo que dançar?


Dois meses se passaram desde o acontecimento. John ficou em observação por três dias depois de sair do coma e se recuperou incrivelmente bem. O médico estava impressionado com a recuperação, é um caso em mil.

O julgamento de Vincent saiu há uma semana. Foi condenado á 10anos de cadeia, por conta de outras coisas descobertas. Sua amante á 2, e Silvestre á 9.
Agora não precisavam se preocupar com eles. Não fariam nada contra. Não tão cedo.



No tempo em que não ficavam discutindo, Sherlock e John ficavam jogando jogos, assistindo abraçados, e teve até um dia em que Watson convenceu Holmes a sair para dançar. “Quando fomos para o cruzeiro, vai ter que dançar um tango comigo”. Sherlock dançava bem, mas quando ninguém presenciava. Nunca foi de ter vergonha, mas pra isso era totalmente tímido.
John tinha mudado os hábitos costumeiros de Sherlock, mas claro, algumas coisas nunca mudam.

Decidiram, então, por marcar a data para o dia 10 de setembro. Precisavam arrumar as coisas e como o cruzeiro era para o verão, precisavam comprar muitas coisas de verão. O navio partia em uma hora de Londres, e seu destino era Miami.
Duas semanas em alto mar. Duas semanas longe da fria Londres.

-Ai! Como estou feliz por vocês. –a Sra. Hudson estava nas escadas, e avistou Holmes descendo. O acompanhou até de encontro com John, já colocando as malas no táxi.
-Você vai ficar bem? Não se sentirá sozinha?
-Oh, John. Eu não te contei a novidade?
-Novidade?
-Sim.
-Ela está noiva. –falou Sherlock.
-O que? –John gritou de surpresa –Como não me conta isso? Quem é ele? Quando é o casório?
-Oh não. Não vamos fazer casório. Apenas nos juntar como adolescentes. –ela riu –E você já o conhece. É o Jeremy, dono da padaria.
-Isso é uma baita novidade! –John ria em tom surpreso.
-Não, não é, John, ela sai com ele á anos.
O doutor olhou no relógio e jogou a mala no carro.
-Sra. Hudson, estou imensamente feliz por você, isso é muito bom. Agora temos que ir, se não somos deixados pra trás. Voltaremos logo e podemos comemorar, an?
-Claro. Vão meus meninos. Se divirtam!



O navio estava fervendo de gente, uma música mexicana tocava alto. E John quasepodia ver Sherlock reclamando por dentro. Ajeitaram as malas, todos os restos dos pertences e foram aproveitar o que tinham direito.
Como era pra ser, em uma hora o enjôo já estava tomando conta de todos os passageiros. Demorou alguns minutos para os meninos se acostumarem com a forma em que o navio se locomovia. Era diferente.
Holmes passou muito protetor solar, nem mesmo tinha chegado a uma atmosfera mais quente, mas ele estava se cuidando. Ambos estavam sentados na frente da piscina, tomando suco. “Eu não quero vomitar pela forma em que o navio se locomove e nem por beber álcool, John”.


Mesmo se amando, os dois não demonstravam muito afeto em publico. Achavam uma coisa desnecessária ficar de agarramento enquanto famílias inteiras os olhavam. Isso podia ficar para a noite. Dentro do quarto. De um jeito mais confortável e romântico.

-Ann, quer nadar?
-Não. Aquele homem gordo acabou de soltar um pum dentro da piscina.
-Mas você não tem uma folga? Nem mesmo aqui?
-Olhei as bolhas subindo. Não tenho culpa de não ser cego e conseguir ver coisas simples acontecendo ao meu redor.
-Uhun, ok. Só me lembre de não entrar na piscina hoje.
-Certo.
-Que livro você está lendo?
-Me encontrei em tédio. Fui até uma salinha diferente ali no corredor e achei isso.
-É uma lista telefônica com números de emergências para ocorrências em alto mar...
-Eu te culpo por isso.
-Desculpe por me preocupar com você andando pelado pelo navio e não ter espaço para o seu livro. Mas eu acho que vi uma revistaria ali atrás, quer ver se tem algo?
-Não. Se eu levantar posso pegar uma insolação.
-Nem está tão sol. –John o puxou da cadeira.

A caminho da revistaria, algumas mulheres ficaram encarando Holmes. Esse que nem percebeu, mas seu companheiro notou e ficou enciumado.
Um homem de idade tocava a revistaria dentro do navio, parecia bem gentil. Tinha revistas de todos os tipos, mas Holmes se interessou nas partes das revistas sobre curiosidades cientificas.
Comprou várias da mesma editora, e John ainda estava em duvida em qual comprar.

-Vou levar essas revistas aqui, John. –Sherlock colocou umas 8 revistas em cima do balcão. –Já escolheu as suas?
-Não... –olhou indeciso para o idoso, esperando que ele pudesse recomendar algo.
O senhor entendeu o olhar, e tirou algumas revistas de baixo do balcão.
-Eu fui proibido de vender esse tipo de coisa aqui na banca. Mas essas são minhas, pode ficar se quiser. –entregou cinco revistas grossas para John, em uma sacola.
Quando o doutor abriu a sacola soltou uma risada, jogou as revistas de novo no balcão e ficou olhando para Holmes.
-O que aconteceu? –o senhor perguntou –Não gostou dessas revistas?
-É que... –John suspirou –Eu não acho que eu queira ver mulheres peladas no cruzeiro.
Sherlock, que já havia pagado o que tinha comprado, saiu de dentro da banca em risos altos, que ecoaram por um minutos após ter saído.
John deu uma risadinha para o senhor e saiu sem jeito.

-Eu nunca gostei de revistas pornográficas, nem mesmo quando adolescente.
-Você sabia que há mais de 100 tipos de queijos fabricados na França? Imagine o cheiro? –Sherlock estava sentado tomando um Martini em um bar enquanto folheava as revistas.
-Adoraria ir até a França... E você disse que não ia beber... –John apontou para a bebida e ergueu a sobrancelha.
-E também te disse que nunca viria para um cruzeiro... Ual! Ando quebrando muitas regras. –ele deu um sorriso sarcástico e adorável.
-Haha, mas já que estamos aqui não vejo porque não provar as bebidas. Sempre quis tomar aquela bebida com guarda chuvinha... Sabe?
-Uhumm... –Sherlock não tinha escutado o que seu parceiro disse, estava concentrado na revista.
-Já está quase anoitecendo...
-Está?
-Sim. Vamos achar o lugar de dançar?
-Uhumm...
-Olhe pra mim.
-Você sabia que a Madonna tem 56 anos?
-Que informação relevante. Agora olha pra mim –John puxou a revista –Deixe as revistas para quando não tiver nada pra fazer. Agora, vamos terminar a bebida e depois vamos dançar.
-Droga! –cochichou e bebeu seu Martini em um só gole –Que tipo de música toca?
-Não interessa, nós vamos dançar qualquer uma.
-Ah, posso ao menos tomar banho antes?
-Claro. E vista uma roupa confortável.

~

-Vamos! –ele levantou e mexeu a cabeça para a direção do quarto em que estavam hospedados.
-Eu percebo o que está querendo... –John levantou rindo.

Não falaram mais nada até chegarem ao quarto.
O quarto era comum, havia uma cama de casal, um armário e uma mesa.
Holmes jogou as roupas no chão e ficou se olhando no espelho grande que tinha no banheiro. Ele percebeu que estava mais vermelho que o normal. No dia seguinte ele iria passar mais protetor, nem que tivesse que usar o vidro todo.
Ligou o chuveiro e regulou a temperatura. Molhou os cabelos, fazendo seus cachos se alisarem.

-John! Esqueci minha toalha, traga pra mim. –gritou.
-Só um minuto. –John pegou a toalha e bateu na porta.
-Está aberta.

Watson entrou e encontrou Sherlock ao meio do vapor. Quando viu estava debaixo do chuveiro junto com seu homem.

-Me deixa tirar minhas roupas, pelo menos? –ele riu.
-Posso fazer isso por você.

O detetive tirou as roupas molhadas de John e o encarava. O olhar transmitia um amor imenso, e uma vontade de sempre poder fazer isso. Ele evitava pensar nas coisas que aconteceram, mas quando olhava aqueles olhos, aquele cabelo, e a cada toque, podia sentir novamente a agonia que passou quando viu John deitado naquela cama. Ele queria muito esquecer, mas era impossível. Sempre vai se sentir inseguro.

John notou o olhar. Sabia o que seu parceiro pensava. Desde que se conheceram cada um conhecia o olhar do outro, é um meio de comunicação intima entre eles. Ao notar, o beijou carinhosamente, sem dizer nada o informou de que estava bem e que só queria viver o agora.

Ficaram se beijando. A água caia sobre os cabelos e os ombros. O vapor já tinha tomado conta de todo o banheiro.
Eles pararam quando escutaram alguém batendo na porta. O mais baixo deu um ultimo selinho, sorriu e vestiu o roupão enquanto saia.

-Olá senhor. Desculpe se incomodo. Só quero informar que o jantar de recepção aos passageiros será servido em meia hora no salão de eventos, logo após terá uma festa.
-Ok, obrigado por avisar.
-O que era? –Sherlock estava na porta do banheiro.
-Jantar, festa.
-Melhor eu me trocar.
-Sim, e eu também. –riu.

A noite no cruzeiro era morna. Holmes decidiu por uma camisa roxa apertada, uma calça preta e um sapato, disse John que aquele era confortável para dançar, esse que vestiu uma camisa branca larga, uma bermuda e com um sapato semelhante ao de Sherlock.


Já no salão de eventos, encontraram uma mesa que Sherlock definiu como privada, apesar de ter um casal do outro lado.
A janta, que parecia banquete, estava deliciosa e John comeu mais do que deveria, não antes de Holmes conhecer a cozinha. E estava tudo certo.
Depois da janta, Watson quis descansar um pouco para depois dançar. Sentia-se estufado.


Em alguns minutos já estava tudo bem, e a festa já havia começado.

-Hora de mexer o esqueleto detetive!
-Vou te dar uma ultima chance de não me obrigar a fazer isso.
-Lamento ter desperdiçado essa chance, agora pode levantar.
-Tá bom. –bufou.


John caminhou para a pista de dança puxando Sherly pelos braços.


Ele revirava os olhos quando o baixinho fazia movimentos engraçados e ria pra ele.

-Dança, Sherlock!


Sem responder, ele forçou um sorriso e começou a mexer os braços sem sintonia.

-Assim não! –John abaixou os braços do mais alto e gargalhou- Vai de vagar, quando perceber a música estará te levando.

O mal dançarino ficou encarando seu homem e começou a seguir os passos iguais.
Depois de mais alguns passos bruscos e feios começou a finalmente ficar menos travado.

-Quer saber Holmes, dance da forma que quiser... Se quiser dançar parecido com uma girafa nos patins, que assim seja. –disse isso, e seus passos mudaram de sincronizados para algo totalmente louco.

O pessoal que estava dançando ao lado começaram a rir. Mas viram que os passos com sincronia pareciam totalmente careta e ausente de diversão, quando notaram já estavam dançando como os dois malucos.


Após mais algumas músicas, a fadiga de John estava o incomodando.

-Isso foi divertido. –ele riu –Podemos fazer mais disso amanhã. Que tal agora irmos para o quarto? –fez um cara de má intenção.
-Estava esperando esse convite.

Já no quarto, John colocou uma música no celular. Já que radio não tinha no quarto.

-Lay where you're laying
Don't make a sound
I know they're watching (they're watching)
All the commotion
The kiddie-like play
Has people talking (talking)-

-Que tal falar aquelas palavras que você custou a dizer?

Ficaram em silencio, e quando refrão da música começou, a única coisa que conseguiram fazer foram se beijar.
Um beijo intenso, que logo partiu para uma coisa mais quente.

-The dark of the alley
The breaking of the day
The head while I'm driving (I'm driving)
Soft lips are open
Nuckles are pale
Feels like you're dying (you're dying)-

Sherlock jogou John pra baixo, ficando em cima e no controle.

-Eu te amo. –sussurrou no ouvido de Watson.

Eles apenas trocaram um olhar intenso, sem nada falar.
As mãos grandes de Holmes passeava sobre o corpo cansado de seu homem, sem pressa, apenas aproveitando cada pedaço de pele. Enquanto John segurava os cachos de Sherlock, ia ao delírio com a habilidade que os lábios trabalhavam pelo pescoço.
Um despiu o outro, mas só ficaram nas preliminares. Preferiam os ‘joguinhos’.
John cantava parte da música que achava que combinava com a história que passaram. Somente os momentos bons.

Depois de muito carinho, decidiram dormir. Sherlock prometeu que iria nadar pela manhã –antes que mais pessoas entrassem na água – e tinha que estar disposto.

Logo após o sol nascer, o mormaço invadiu o quarto. John levantou primeiro e pediu o café da manhã. Era um desjejum saudável. ”não costuma ser assim em casa

-Levante raio de sol.
Sherlock gemeu.
-O dia está lindo. Vá colocar sua bermuda.
-Hummmm...
-Levanta! –John jogou o travesseiro nas costas do homem deitado e riu.
-Eu estou me sentindo um pouco enjoado.
-Não tem desculpas. Você vai vestir a bermuda e vamos nadar.
-Eu mereço!

Holmes levantou e foi ao banheiro. Quando voltou estava pelado.
John o encarou e gargalhou.

-Eu não quero que você nade assim, não estamos a sós no navio.
-Passe protetor aqui. Não quero descascar. –ele entregou o vidro.
-Será uma honra.

Sim, John deixou o corpo todo de seu homem branco. Teria que comprar mais vidros até o final das férias. Ô genética.
Holmes voltou ao banheiro e depois saiu com uma bermuda branca, ele reinou, mas era essa ou a de pássaros laranjados. E jurou que ia jogar aquilo em alto mar quando John estivesse distraído.
Eles tomaram o café da manhã e foram até as piscinas.

Por conta da festa na noite anterior, só tinha os idosos pelo navio. Tinha muita bebida e os jovens devem ter ficado até tarde por lá.


-Ah! Tá gelada! –Sherlock se encolheu, e foi entrando aos poucos.
-Já se acostuma.

Custou a se acostumar. Em Londres não faz muito calor e quase nunca entrava na água.

John, de malandro, começou a jogar água no cabelo de Holmes. Seus cachos desmancharam e cairam sobre o rosto, o doutor se segurou pra não agarrá-lo ali mesmo.
Brincaram bastante na água. Deram mergulhos e em alguns desses quase morriam, depois rendia bastante risadas.

Eles saíram da água depois de enrugados. Enxugaram-se rindo das palhaças que fizeram e foram almoçar.

-O que vamos fazer depois daqui?
-Não tenho idéia.
-Vamos na sala de jogos?
-John... –ele olhou com a cara de incomodado que sempre fazia quando não queria fazer algo.
-Okay, eu espero você dormir. –riu –E que tal irmos receber massagem?
-Massagem?
-Sim. É bom.
-Pessoas estranhas encostando em você?
John riu.
-É só massagem!
-Escolha outra coisa.
-Hum... Que tal irmos na apresentação de teatro que vai ter em 2 duas horas?
-Qual o tema?
-Deixa reler o panfleto. –ele tirou-o do bolso – É comédia.
-Entediante.
-Você podia fazer um esforço não é? Poxa, viemos pra se divertir ou pra ficar comendo o dia inteiro?
-John, pense bem, jogos... Podemos nos dar mal nos jogos e eu realmente não gosto de estranhos jogando comigo. Massagem, eu não gosto de gente estranha encostando em mim, muito menos em você. Assistir gente fazendo comédia? Eu não dou risada quando a pessoa está intencionada a isso, álias, a única pessoa que conseguiu tirar risadas de mim eu nunca mais quero perde-la.

John ficou quieto, ele estava com raiva de não estar se divertindo como planejou, mas no fundo admirou tais palavras. Desde o inicio ele sabia que ia ser difícil as coisas com o detetive maluco.

-Ok... Vamos então... Eu não sei mais o que propor.
-Vamos pra academia?
-Academia? -Jhon gargalhou.
-É, estou com saudades de correr... Eu corria atras de assassinos e se eu sair correndo pelo navio vão me jogar para os tubarões...
-Oh maldição! Vamos então.

Sherlock saiu rindo e com os passos acelerados. Estava entusiasmado pra correr.

Chegando perto dos aparelhos, John começou a rir da cara dos homens bombados fazendo força. "Ele vão acabar explodindo com tanta força", pensou.


Holmes ligou a esteira e começou a correr de olhos fechados.


-Palácio mental?
-Xiuu! -Sherly respondeu sem abrir os olhos.


John havia se tocado porque seu namorado queria correr, ele estava escondendo tamanho tédio que sentia. Estava realmente se aguentando pra não se jogar na água. Entendia perfeitamente que Sherlock ia querer se matar em alto mar. Pode ter sido uma má ideia e ainda tinha mais alguns dias de viagem.
O doutor já tinha feito a maioria das coisas que tinha planejado e daria mais prioridade ao que Sherlock quisesse a partir de agora.


-Fique ai correndo Sherl... Eu vou pro quarto dormir.


Provavelmente, o detetiveestava bem concentrado no fundo do palácio mental. Sem responder, ainda corria. John saiu um pouco triste. Mas admirado por Sherlock ter conseguido superar um dia pelo menos.
Ele não sabia o que fazer, o que queria agora era dormir e aproveitar o sobe e desce delicado que o navio fazia.



~


-John! -Sherlock o sacudiu. -John!
-Heey! -deu um pulo. -Droga, você me assustou.
-Você está pingando suor.
-Sherlock?Minhas vistas escureceram.
-John! -Sherlock o sacudiu -Você está queimando! Vamos pra enfermaria agora!

Holmes ajudou ele a se levantar e John desmaiou em seus braços. Sherlock correu quase derrubando lágrimas e suspirou quando colocou o homem desmaiado na maca.

-Não... isso não está acontecendo de novo, está?

O médico do cruzeiro começou a examinar John e franziu a testa.

-Ele passou por algum trauma recentemente? Por exemplo uma meningite? -perguntou o médico.
-Ele foi envenenado a alguns meses atras. Ficou em coma... Mas por favor, diga que ele vai ficar bem.
-É uma sequela. Ele teve uma febre repentina por conta do trauma. É tratável, mas ele vai ter que ficar de repouso no quarto... Vocês tomaram banho de piscina hoje, não é? Isso pode ter ajudado á piorar a febre. Não se preocupe, temos remédio pra isso, só lamento que vão ter que abrir mão da diversão no cruzeiro.
-Ficar no quarto com ele pelo resto da viagem não é ruim quando sei que ele vai ficar bem.
-Ele vai ficar sim. Daqui a pouco ele acorda.


"Eu quero o frio de Londres e eu quero minha lareira" -Sherlock pensou.



Seu coração estava apertado e irritado de ter que esperar John acordar, de novo.
Nunca cansaria de cuidar de seu amor, mas essa coisa de esperar ele acordar estava o matando aos poucos.


-De novo isso? -John falou e logo tossiu.
-Eu quero ir pra casa com você...


John levantou segurou a mão de Sherlock e foram andando até o quarto. Se deitaram e ficaram em silencio.

Os dias seguintes que ainda tinham de viajem se resumiram em: comida no quarto, jogos mentais, conversas aleatórias e segredos do passado, dormir, teve até um dia em que o médico permitiu John ir em cima no navio pra ver as estrelas de noite, em meio ao mar, sem poluição luminosa, mais estrelas eram visíveis.

Sherlock se desculpava e John se desculpava. Por um ter apoiado a ideia do outro pra ir ao cruzeiro. Mas concordavam que Lestrade teve uma boa intenção.

Um dia desses em que John estava dormindo, Sherlock foi até a ponta do navio e jogou amaldita bermuda azul com pássaros.




~
Os meninos suspiraram e carregavam as malas pra fora do navio. Tinham chegado a Miami e era muito quente por lá.
Combinaram que o máximo que veriam da cidade era do táxi até o aeroporto. Não aguentavam de saudades do frio Europeu. Iam voltar pra casa no mesmo dia que chegaram e de avião.

Então, pegaram o táxi e gostaram do que viram da cidade, foi rápido.
O avião pra casa saia em 1 hora e na espera foram comer um lanche.


-Apesar de ter sido rápido, confuso, agoniante, foi legal, não é Sherl?
-Foi ruim John, ruim. Mas com você e por você, o que eu não faço?

John soltou um sorrisinho e abocanhou o sanduíche.
Logo depois da ultima mordida ouviram a chamada para o embarque. Os assentos e a altitude parecia bem melhor do que o navio.
Passaram a viajem dormindo e lendo os livros que compraram no aeroporto.
E quando chegaram em Londres, ambos se arrepiaram.
O FRIO ESTÁ DE VOLTA NA PELE.


-FRIO! Eu amo frio. -John quase gritava.
-Eu não sabia que ia sentir tanta falta desse clima.



Sherlock abriu a porta de entrada e não encontrara a Sra. Hudson, não a chamou, apenas sabia que ela não estava em casa.
Os dois correram pra cima e começaram a acariciar cada coisa que sentiram falta, rindo sem parar.
Holmes correu pro quarto e vestiu seu sobretudo.
Quando se sentaram, cada um em sua poltrona, sentiram o relaxamento, o verdadeiro relaxamento tomando conta do corpo. A lareira foi acendida e o chá que era insubstituível foi tomado.
Isso era o que eles mais queriam depois de quase 2 semanas fora de casa.


Quando já se sentiam melhor e mais felizes ouviram passos rudes subindo as escadas.
A porta se abriu bruscamente e Lestrade arregalou os olhos.


-Sherlock, você virou negro?
-Como soube que já estávamos em casa? -John indagou.
-Os amigos sem teto de Holmes agora são meus amigos também.
-Eu mal cheguei e já tem um caso pra mim? Espero não ser algo chato.
-Acredito que você deu trabalho pra John nessas férias ein, Sherlock.
John riu.
-Eu tenho algo pra você sim, mas vou precisar que você me acompanhe até o departamento.
-Okay.
-Tem certeza que quer um caso já, Sherly? -John levantou e tocou o ombro de Holmes.

Sherlock caminhou até a porta, ergueu a gola do sobretudo e piscou pra John.


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