Vida Difícil escrita por PrisTchonga


Capítulo 18
Capítulo 18 - Chega!


Notas iniciais do capítulo

Caramba gente... Demorei pakas né? Desculpa mesmo. Tá muito difícil pra mim.Tô fazendo pré-vestibular e tá tudo desmoronando na minha cabeça* muitas coisas pra fazer ao mesmo tempo... To contando com a ajuda de uma amiga...mas não garanto que o próximo capítulo vá ser postado ainda esse mês...Perdão Mesmo!Se estiverem fazendo pré entenderão meu problema!Mil DESCULPAAS =(Caprichei nesse espero que gostem!



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Capítulo 18 Chega!!!!!

Subi as escadas e fui em direção à enfermaria. Queria contar para o Fernando a decisão que eu acabara de tomar.

Quando cheguei, lhe expliquei os motivos que me levaram achegar àquela conclusão.

Houve um silêncio mortal, que ele não quebrou.

Impaciente, decidi explicar novamente.

Fernando com certeza não estava satisfeito. Balança as pernas ininterruptamente, coçava a cabeça, bufava... Eu já estava ficando com medo do que poderia acontecer. Não queria que ele discutisse comigo.

É. Como querer não é poder... Discutimos. Eu em voz baixa colocava meu ponto de vista, e ele super alterado, me reprimia dizendo que a culpa era do Luis por me deixar tão confusa.

Se o clima era de tensão até essa parte da discussão, a partir do momento em que ele prometeu ter uma conversa a sós com o Luis, eu surtei. Tive uma crise de pânico.

Aos berros expliquei-lhe que eu não queria passar por uma situação igual àquela nunca mais, e que se essa fosse uma conversa civilizada não teria nada a ser esclarecido, a decisão havia sido minha por questões de estabilidade emocional e social. Deixei claro que eu iria falar pessoalmente o mesmo com Luis.

Saí da enfermaria chorando, sem falar com ninguém. Não queria que todos me vissem chorando.

No banheiro do primeiro andar, lavei meu rosto e parti pro outro martírio. Tive que procurá-lo por alguns minutos...

Expliquei-lhe minha decisão e ao contrário de Fernando, Luis aceitou. Até achou graça... O QUE ME IRRITOU!

Fui pra sala fingir que estava prestando atenção em algo. Camylla, parecia irritada por eu não querer contar o que havia acontecido.

"Não vai falar?"–Perguntou ela.

Não respondi, estava com preguiça de falar. Apenas balancei a cabeça.

"Então tá, mas, quando quiser é só despejar!"

Chegando em casa, liguei pra Camylla e expliquei à ela o que havia acontecido. Como já era de se esperar, ela ficou contra mim.

–Flávia, como você pode fazer isso?! Não... Já sei! Você está bêbada e acabou de sofrer um acidente no seu banheiro, bateu a cabeça na pia e depois no vaso! Não é! –Estava na cara que a incompreensão dela era por eu ter terminado com o Fernando. E não por ter dito que não falaria com ambos.

–Ahhh Camylla, pra mim já chega! Eu to cansada de tudo isso. É estressante!

–E o que você vai fazer a respeito dos seus sentimentos?

–Eu tenho uma idéia e acho que pode dar certo.

–E eu posso saber qual é? –Ironizou.

–Bom, eu acho que se eu me distanciar dos dois, vou sentir mais falta de um do que do outro. Então eu fico com quem mais fizer falta.

–Grande plano hein Flávia? –Na verdade, nem eu achava que isso fosse um plano, tava mais pra uma questão de lógica.

–Essa foi a única coisa que veio a minha mente. Se você acha que está tão ruim... Porque não me da uma ajuda?

–Ah, você quer uma ajuda? Fica com o Nando e deixa de ser burra!

–Não é questão de burrice! Eu gosto do Luis ele é o tipo de cara que me atrai! Safado, misterioso... Sei lá ele me faz... Quere-lo. Entende?

–Entendo! Eu sei... Eu sei... –Disse Camylla.

–Quê? Já aconteceu isso com você?

–Errh... Mais ou menos... Voltando ao assunto... Então... Porque ficou com o Nando?

–Porque ele é perfeito, lindo, charmoso... Ai assim não dááá!Que merda... Não consigo decidir nada! To parecendo uma idiota!

–Tenta não entrar em pânico... Fica com Nando que é a melhor coisa que você faz...

–Por que parece que sempre você me empurra pra ele?

–Haaa, você sabe... Ele parece perfeito pra você! Nem sei porque está com tantas duvidas...

–Poxa, você deveria entender sim, fazia muito tempo que estava com o Luis, um amor não se esquece assim tão rápido... Eu aposto que ele ainda gosta de mim. Se não fosse assim, porque ficaria dificultando as coisas?

–Tentei... Depois não vai dizer que eu não te disse! Fica com o NANDO!

–Vou pensar com mais carinho nele com certeza!

–Fica com o Nandoooo...–Camylla como sempre muito palhaça imitava um eco. –Fica com o Nandooo...

Ri que nem uma idiota!

–Que bobeira!

–É sério amiga fica com o Nando!

–Ta bom tá bom... Já ouvi... Mas isso não quer dizer que eu vá ficar com ele...

–Pensa direitinho! Você vai pensar?

–Vo...vou sim!

–Então tá amiga beijão, tchau!

–Tchau, maluca!

Desliguei o telefone. Meia hora depois minha mãe chegou.

–Fafa, que ir ao "La Petit" comigo? Vai eu e umas amigas... –Minha mãe falava comigo, enquanto deixava alguém esperando resposta ao celular, andando de um lado pro outro da sala.

–Depende de quais amigas vão... A senhora sabe que eu não gosto da Silvia. Ela vai? –Gritei do quarto de hospedes.

–Não. Você vai ou não? Fala logo que eu estou fazendo a reserva.

–Vou!

Levantei e fui correndo pro banheiro.

Ao longe ouvi:

–Então eu quero duas mesas... Sim... Do lado direito do bar. Harããn...

Ué duas mesas? Caramba vai bastante gente...

Saimos depois de uma boa demora de produção.

–Flavia, põe logo esse cinto...

–Ha, mãe! Vai amassar minha roupa.

–Põe agora...

–Thuh!

Chegamos com meia hora de atraso. Eu não liguei, nem estava com fome mesmo, estava ali apenas porque queria sair de casa... Esquecer os problemas...

Quando entramos no Petit, avistei logo as mesas que haviam sido reservadas... Na da direita estavam as amigas velhas e cheias de botox da minha mãe e na outra estavam duas pessoas mais precisamente uma garota e um garoto. Ela estava de frente e ele de costas. Os dois conversavam.

–Mãe, você não me disse que teria pessoas da minha idade...

–Se eu dissesse que teria você viria?

–Não sei, acho que sim... Estou em um momento de reflexão!

–É mesmo? –Ela fez a cara que toda mãe faz quando quer que você aprofunde no assunto. – Estou curiosa, o que aconteceu minha filha?

–Nada mãe... Já passou! Vamos?

–Calma, tenho que falar com o garçom...

Olhei novamente para a mesa dos adolescentes, dessa vez a menina encontrou meus olhos.

Sorri.

Ela retribuiu o gesto e cutucou o garoto, que olhou pra trás.

Nãumhoo! Cara isso é perseguição... Estou num reality show! Não melhor, numa novela mexicana. Cara não é possível que o Rio seja tão pequeno assim. Me recuso a acreditar no que eu estou vendo. Miragem com certeza.

– Mãe, quantas pessoas tem ali naquela mesa? –Perguntei apontando discretamente após virar o rosto na esperança de me esconder.

– Duas. Por quê?

–Por favor, me fale os sexos delas...

–Flávia, você está passando mal? Quer um copo d'água? –Minha mãe era sempre tão prestativa!

– Mãe os sexos... –Sussurrei.

–Ah, sim! Feminino e masculino.

–Nessa ordem?

–Flávia, deixa de bobeira. Vamos andando... Explica o que ouve?

–Espera um pouco. Eles são filhos das suas amigas?

–Sim! A menina é a Carlinha, filha da Beth e o garoto é o Fernando, filho da Roberta.

–Caramba! –Esperava que fosse uma miragem.

Fomos andando em direção as mesas. Eu queria fugir daquela situação totalmente desastrosa... Com que cara olhar pra ele? Tipo...

– Eu terminei hoje com você, mas vamos almoçar? Você leva a sua mãe que eu levo a minha...

Que idiotice! Não!?


Ao chegar na mesa direita minha mãe passou para as apresentações:

–Gente essa daqui é minha filha, Flávia esse aqui é o clube de leitura... Essa daqui é a Roberta mãe do Fernando...–Eu fiquei tão sem graça...Nem sabia onde colocar a cara.

–Prazer! –Meu sorriso deveria ser o mais amarelo do que o cordão de ouro no pescoço dela.

–O prazer é todo meu! –Ela parecia bem tranquila. Me tratou bem foi um doce.

Cumprimentei todas as integrantes do clube e fui em direção a mesa dos adolescentes...

–Oi, boa Tarde! –Mais falei do que cumprimentei.

–Oi, Tudo bem? Meu nome é Carla e o seu? –Ela parecia ser tão extrovertida, tão auto-astral, que pra ela nenhum dia deveria ser dia ruim...

–O nome dela é Flavia... E... Não perde o seu tempo falando com ela, porque "essa" só pensa em si mesma.

–Hei, vem cá com que moral você fala isso de mim?–Porque aquilo tudo?

–Sabe, Carlinha? Como eu estava dizendo... Não dá atenção a quem depois lhe trará infelicidade... –Ele a encarava e em nenhum momento desviou o olhar.

–Você vai me tratar assim mesmo? –Minha voz mudou, eu ainda estava de pé. Queria sair correndo! Sabe quando a verdade te machuca e te faz querer gritar ou fugir da situação? Eu queria ser uma mosca, pra sair dali despercebida... Voando...

Que merda eu não quero chorar... Fui eu que tomei essa decisão! Eu não vou chorar!

–Vê se entende o meu lado... Eu não quero te perder... –Oh, meu Deus como pode ser tão perfeito?

–Fernando eu estou tentando... Te larguei porque não quero te magoar... Não quero mesmo que o que aconteceu nessas semanas volte a se repetir... –Carlinha ficou nos observando encantada... Mais com o romantismo dele do que meu jogo de cintura!

Sentei e ficamos calados... Ele me olhava de um jeito, que me fazia sentir pior do que eu já estava... Será que é possível ele gostar tanto de mim em tão pouco tempo? Nós nos conhecemos agora... Há um mês eu nem o via...

Senti na obrigação de perguntar.

–Como pode gostar tanto de mim? Você...

–Eu tenho vergonha de falar dos meus sentimentos... –Foi um sussurro tão baixo que provavelmente só eu ouvi...

–Vergonha? Você é o cara mais romântico com quem eu já saí... Expressa tão bem seu sentimentos... Que por muitas vezes eu fiquei envergonhada com isso. –Sussurrei também.

–Não, você não entendeu... Vou te explicar melhor. Tenho te observado durante muito tempo... Mais precisamente durante um ano e meio.

–Quê? Como assim? Como eu não te conhecia antes? –Aumentei o tom de voz com a surpresa que aquela revelação me causou.

SHIIU... Você me conhece há bastante tempo na verdade... Mas não pelo meu nome. Eu era muito feio...

–Como assim? Vo-cê feio? Me recuso a acreditar... Eu sou muito boa de fisionomia.

–Eu mudei muito! Você me conhecia como... Boquinha.

Quê? VOCÊ... BOQUINHA? Mentira. O boquinha era manco, feio que ...

–Fla, eu ainda to aqui... / ¬¬'

Cara o Boquinha era muiiitooo feio. Orelhudo, cabeçudo... Cheio de espinhas... Na da contra óculos mais o que ele usava era horrível. Ele era tão estranho que eu tinha pena, pois nenhum garoto falava direito com ele, muito menos as garotas...

–Caraamba, mas e o seu óculos? Suas espinhas? Ou pelo menos as marcas delas... E as suas...

–Lente, Dermatologista, remoção a laser... E minhas orelhas? Agora o cabelo esconde. =D

–Caramba! Nunca poderia imaginar. Mas você mancava...

–Fisioterapia. Eu mancava porque torci o joelho jogando tênis.

O dia foi bastante legal... A menina, Carla, era uma pessoa muito engraçada e agradável. Fernando a tratava como irmã, apesar de nem morarem perto. Eles se conheceram em um dos muitos acampamentos de verão que ele costumava ir.

E depois descobriram que suas mães se conheciam... E dai pra frente nunca deixaram de manter contato.

Ao terminamos a refeição, todos foram logo indo embora. Minha mãe a de Fernando foram às últimas a saírem.

–Tem certeza que quer continuar com essa palhaçada?

–Você prefere ficar chateado comigo sempre? Ficar brigando a toa por aí! Falando nisso o que, que você falou pra sua mãe quando chegou machucado naquele dia?

–A verdade!

–Que? Caramba! Por que ela me tratou tão bem? Por que se fosse eu... Se meu filho tivesse...

–Eu não contei toooda a verdade... O motivo pelo qual eu briguei, eu omiti. Conheço minha mãe ela não perderia tempo e já estaria despejando tudo em cima da sua nesse exato momento a sós com ela.

Dei uma espiada de rabo de olho e vi as duas rindo. No mesmo momento soltei o ar reprimido dos pulmões, que começava a me deixar tonta.

–Deixa de bobeira Flávia. Porque você é tão medrosa?

–Sei lá. Não gosto de achar que estou fazendo as coisas do modo errado.

–E... Você não acha que está errando comigo?

–Fernando, não faz pergunta difícil. Essa situação é muito complicada... Até acho que essa palavra é um carma na minha vida porque ela nunca some nas horas mais difíceis.

–Desculpa, não vou te pressionar a fazer mais nada. Vou te dar o espaço que tanto deseja.

– Muito obrigada! Que bom que você entendeu o objetivo do "tempo".

–Eu já havia entendido. Queria ouvir de novo da sua boca, mas, em um momento menos conturbado.

Que perfeição ele é tão PF que parece mentira! Me sinto anti-românticos quando estou ao lado dele.


Minha mãe finalmente terminou o Papo-Cabeça e decidiu, depois de vários drinks e muita discussão sobre que autor e conto eram o melhor de cada época, ir embora. Como eu estava mega cansada não reclamei. Despedi de Fernando muito calorosamente. Seu abraço foi apertado, demorado, caloroso cheio de ternura. Perfeito não?!



***


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Notas finais do capítulo

Espero que entendam =/



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