(Hiatus) The Soul escrita por Rose


Capítulo 15
Capítulo Dois, O Sobrado e o Sótão


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!! Tudo bem com vocês?
Confesso que estou um tanto desanimada com a história, mas vou postar um capítulo mesmo assim - perdi alguns acompanhamentos e estou meio insegura quanto ao enredo. Vocês estão realmente gostando?
Enfim, espero que curtam esse capítulo, que vai levá-los ao mundo de outro Grupo de Sobrevivência. Por enquanto, como é pelo ponto de vista de alguém que já mora por lá, é tudo superficial - afinal, ele conhece todo mundo e a casa em si. Com o passar dos capítulos, os detalhes irão surgir naturalmente.
Boa leitura!
POV de Basilisco/Dylan.



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– Você deve ser o Buscador – eu disse enquanto abria um largo sorriso e estendia a mão. Ele a apertou e retribuiu um sorriso tão grande quanto e por fim meneou a cabeça afirmativamente.

– Sou eu. Você deve ser Basilisco. É um prazer – ele disse gentilmente.

Não tanto quanto o meu, disse para mim mesmo.

– Bem, gostaria de passar em casa. Já que vamos sair numa caçada a uma alma corrompida e foragida, seria bom me prevenir. Que tal irmos no meu carro?

– Sem problemas, contanto que não demoremos muito – ele respondeu displicente. Perfeito.

Resmunguei um “é claro que não” e fomos caminhando calmamente até o estacionamento do hospital.

O problema das almas é muito simples: confiança.

Agir por impulso vai contra todos os meus instintos. Felizmente, diferentemente de meus irmãos, herdei a admirável habilidade de minha mãe de poder pensar em soluções rápidas em momentos emergenciais. Inteligência é sua principal arma, Dylan, ela me dizia. E ela, como sempre, tinha razão.

Eu poderia nocautear o Buscador com facilidade, devido aos meus treinamentos diários em casa junto aos Irmãos B (apelido carinhoso). Mas isso não me ajudaria muito – chamaria muita atenção e isso é a última coisa da qual preciso. Eu também poderia matá-lo no meio do caminho, mas eu preciso dele vivo e colaborando. Então percebi que minha melhor solução era enganá-lo até o último segundo e fazê-lo se juntar a nós; por bem ou por mal.

Passei o cinto e ajustei o espelho retrovisor, recebendo o reflexo de meus olhos artificialmente azuis, possuídos por esse conceito de almas. Respirei fundo para afastar o pensamento e girei a chave na ignição – a viagem até o Sobrado seria exaustivamente silenciosa pelo o que dependesse de mim.

O Buscador parecia bem confortável. Descobri que se chamava Céu Azulado e gostava de ser chamado de Azul. Tinha os cabelos de um castanho bem claro e feições muito suaves que destoavam de todo o seu porte atlético de segurança de celebridade. Embora não gostasse muito de conversar, o que certamente eu apreciei, era muito seguro de si e tranquilo, bastante paciente.

Assim que viramos num desvio da estrada, a atenção do Buscador para o caminho que tomávamos redobrou. Ele parecia tremendamente desconfiado, sinal de que não conhecia a região. Exatamente o propósito. Quando as ruas deixaram de ser asfaltadas e a paisagem além do acostamento tornou-se nada além de terrenos arenosos e esporádicas árvores secas, ele empertigou-se no banco do carona e pigarreou.

Finalmente chegamos ao nosso sobrado; era uma casa de dois andares feita de madeira tingida de azul-escuro, e os detalhes como portas, cercas e batentes foram tingidos de branco. Alguns carvalhos estavam secos e algumas galinhas ciscavam o chão inutilmente.

– Que interiorano – comentou Azul.

– Meu hospedeiro gostava de fazendas e acho que herdei o apreço – eu respondo com meu melhor sorriso.

Parece ter sido o suficiente e ele se apressa em sair do carro.

Esse tipo de situação já fora esquematizada pelo grupo. Sabíamos o que fazer com forasteiros em nossa casa. Uma palavra-chave que faria os Irmãos B atacarem e todos tomarem seus “postos”. Agilizei meus passos para tomar à frente e subi os três degraus da varanda e bati na porta. As almas pensavam que eu era casado com uma professora do maternal. Bem convincente.

– Querida, esqueci a chave! – eu exclamei a frase secreta. A frase que, na verdade, era a palavra-chave.

– Vocês trancam a porta? – perguntou Azul inocentemente, embora seu tom acusatório e interrogativo fosse imperativo.

– Os humanos são furtivos – eu retruco assim que ouço alguém girar as trancas e cadeados.

A porta se abre revelando Billy. Seus quarenta anos já haviam cobrado um preço caro e levado embora boa parte de seus cabelos; agora eram ralos e ligeiramente grisalhos, destacando sua cabeça rosada e oleosa. Era o tipo de pessoa branco-rósea cujo rosto assumia nuances perigosamente vermelhos quando estava irritado, nervoso ou se sentia ameaçado ou ofendido. Seu físico também já fora melhor – uma proeminente barriga se escondia abaixo da blusa xadrez e do colete de caçador. A barba malfeita não era capaz de esconder o furo nada discreto no queixo, o único dos três irmãos a possui-lo. Ele encarava o Buscador com aparente asco e fúria.

– Bem-vindo, desgraçado – ele disse, apontando seu rifle para Azul, que olhou de soslaio para mim, incrédulo. Os olhos castanhos de Billy pareciam fuzilá-lo sem ao menos apertar o gatilho de seu rifle.

Ouço alguém bufar e imediatamente reconheço quem é.

– Mamãe não te ensinou a tratar as visitas, Bill? – disse Bob risonho, empurrando o irmão para o lado e tomando o lugar na frente da porta.

Bobby era dois anos mais novo e o mais brincalhão e tranquilo dos três. Possuía traços muito semelhantes aos de Billy, com exceção dos olhos verdes, que diziam ser herança do pai. Seu porte físico, no entanto, era de longe bem melhor – Bob tinha músculos muito definidos por trás de todo aquele couro que vestia, camisetas de banda e coturnos nos pés. Era um piadista sem igual e um ótimo, ótimo mesmo lutador. E foi com esse talento que desferiu um soco no queixo do Buscador, fazendo-o cair para trás e bater a cabeça no cercado da varanda, desmaiando instantaneamente.

Soltou uma risada e deu leves batidinhas nas minhas costas.

– E aí cara? – disse com sua voz rouca. – Arraste ele pra dentro, seu merda – ele acrescentou enquanto encarava o irmão mais velho.

Billy me lançou um olhar nada amigável e eu apenas dei de ombros.

Adentrei na minha tão amada sala de estar e dei de cara com uma Fay muito preocupada e uma Lindsay sentada na poltrona, imersa demais em sua leitura para dar atenção a qualquer coisa.

– O que aconteceu? O que é isso? – ela vociferou e apontou para a cena lamentável do esforço descomunal de Billy para arrastar o corpo do Buscador para dentro.

– Acalme-se, acalme-se. Ele é a personificação das boas notícias – eu lhe disse, abrindo, pela primeira vez no dia, meu sorriso sincero. – Onde está Daniel?

– Está no laboratório com o John e com a Jackie – ela falou um tanto desanimada.

– Quem é esse boboca? – a voz de Benjamin se propagou naturalmente impaciente e irônica, como ele mesmo.

Ben era o terceiro irmão dos Irmãos B. O mais novo, tendo dois anos a menos que Bobby e, apesar de gostar de resolver as coisas na base da violência tanto quanto Billy gostava, Ben era muito astuto e inteligente. Gostava de provas irrefutáveis antes de sair quebrando a cara de alguém, por isso ele só respeitava uma coisa na vida: a voz da razão. Era magro e dono de poucos músculos e sua paixão era clara: motos, carros, mecânica. Tinha olhos quase pretos e causava inveja nos irmãos mais velhos: possuía uma vasta cabeleira negra e lisa que iam até a linha do maxilar. Os três, juntos, eram proprietários de um bar de estrada antes da invasão.

– Parte da nossa salvação. Chame todo mundo para o Sótão e alguém faça o favor de levar o boboca e amarrá-lo numa cadeira – eu respondi brandamente, fazendo-o erguer uma das sobrancelhas, como sempre fazia quando desconfiado.

– Vou preparar um chá – anunciou Fay descontente e retirando-se da sala antes mesmo que eu pudesse dizer alguma coisa.

Faineth era a assistente de meu irmão, Daniel, antes da invasão. Eu a conheci desde o “estágio”, uma adolescente neurótica e afobada. Tinha belíssimos cabelos castanhos e ondulados que iam até a cintura fina como toda ela – baixinha e magra, dona de olhos teimosos e castanho-claros que se reviravam sempre que ela descordava de alguma coisa. Com seus vinte e três anos, pouca coisa em sua personalidade mudou; continua afobada e neurótica como sempre, mas desde a invasão, tornou-se levemente menos impaciente e consideravelmente mais compreensiva.

– Vamos Lind – eu chamei Lindsay, cujos olhos verdes corriam linha atrás de linha, devorando página por página daquele imenso livro, totalmente alheia ao momento.

– Sim, vamos – ela resmungou conforme se levantava da poltrona, com o livro ainda aberto em mãos e os olhos ainda fixo nas páginas.

Lindsay era a mais nova do grupo com apenas vinte anos. Uma jovem inteligentíssima e com um apetite voraz por todo e qualquer livro e assunto. Estudava Literatura Inglesa quando conheceu John, meu irmão mais novo, na faculdade. Mas seu verdadeiro hobby era Runas Antigas e Arqueologia: John vivia me contando como ela se esgueirava na sala dos professores de tais disciplinas e os infernizava para ensiná-la a ler hieróglifos, símbolos misteriosos de civilizações extintas e coisas do gênero. Tinha a típica aparência de uma garota inteligente; seus cabelos ruivos e volumosos viviam presos em um rabo-de-cavalo, pois ela estava distante de ser uma garota vaidosa. Os óculos de aro de lentes grossas estavam sempre caindo, forçando-a a ajustá-los o tempo todo. Seus olhos verdes como duas esmeraldas viviam presos em textos, livros. Sempre com o vinco na testa, denunciando que ela estava sempre pensando, planejando...

– O que está lendo? – perguntei a ela sem de fato estar interessado. Ela só lia coisas altamente complexas que iam muito além do meu leigo conhecimento, por mais que eu fosse formado em Medicina.

– O Suicídio, de Émile Durkheim – ela respondeu simplesmente, tão interessada em manter um diálogo quanto eu. – Guy me emprestou.

– Realmente deveríamos todos cometer suicídio – eu comentei ironicamente, fazendo-a apenas soltar um muxoxo de desaprovação. – Vai devolver o livro pra ele e aproveite para chamá-lo. Reunião no Sótão.

– Sim, sim – ela balbuciou e subiu a escadaria rapidamente, dirigindo-se a um dos quatro quartos. Guy deveria estar enfurnado lá como sempre, com a cabeça tão enfiada nos livros quanto ela. A diferença é que, ao contrário de Lindsay, Guy era uma pessoa extremamente aluada. Nada de ceticismo e conversas sérias com ele.

Na verdade, como um bom estudante de Sociologia, parecia estar sempre envolto por uma nuvem de fumaça gerada por cinco mil cigarros de maconha. Usava essas roupas largadas cujas peças nunca formavam um conjunto belo de se ver. E quem está falando isso sou eu, Dylan, o cara que nunca se importou muito com moda e com as coisas que veste, mas o suficiente para ser decente e chamar atenção das mulheres. Antes da invasão, é claro.

Subi um lance a mais de escada, escondida atrás de uma porta, para me dirigir até o Sótão, lugar oficial para reuniões. Parei em frente à engenhoca de meu irmão, o identificador de retina ou seja lá o que fosse.

Antes de pôr meu olho no troço, peguei o pequeno porta-lentes de meu bolso frontal do jeans e rapidamente retirei cada uma das lentes de contato dos olhos, as lentes responsáveis por grande parte de meu disfarce. Guardei-as minuciosamente e recoloquei a caixa em segurança no bolso da calça. Então enfiei meu olho direito naquilo que parecia ser um binóculo e forcei a mim mesmo não piscar enquanto aquele raiozinho azulado esquadrinhava minha retina.

A porta se destrancou de imediato. Realmente, era inegável o fato de meu irmão mais novo ser um completo e total gênio. John cursava Engenharia da Computação e desde os seis anos de idade dava sinais de sua inteligência suprema. Mesmo eu, o filho que fez Medicina e tornou-se um cirurgião, não recebia tantos méritos quanto aquele adolescente que se trancava no quarto fazendo fórmulas matemáticas. Mamãe sempre disse que nossa família era formada por prodígios – Eu, um cirurgião; John, um gênio da computação; Daniel, o oftalmologista que descobriu a cura para várias doenças oculares. Também havia Jane, a nossa irmã caçula, a psiquiatra mais brilhante que já conheci. Infelizmente, ela se fora logo nos primeiros dias de invasão e em seguida fora morta. Ela foi nosso combustível para tudo o que realizamos até agora.

O Sótão estava iluminado apenas graças à única janela arredondada e envidraçada do cômodo. Tateei a parede para encontrar o interruptor e acendi a luz, revelando o Sótão mais tecnológico de todos os Estados Unidos. Milhares de mesas estavam apinhadas com todos os computadores que John conseguiu trazer para cá, e vários monitores estavam pendurados em cada canto das paredes. No meio, uma grande mesa retangular de doze lugares estava lotada de papéis e pastas largadas; John nunca foi um cara muito organizado.

Deixei a porta entreaberta para poupar o trabalho de Bill no “arrastamento” do Buscador até aqui e comecei a tentar arrumar e organizar todos aqueles papéis e pastas. Logo o barulho e xingamentos foram alcançando os degraus de acesso ao Sótão, indicando que o irmão B mais velho vinha aí.

A porta se escancarou e notei que Billy a chutou com o pé; ele estava vermelho devido ao esforço de puxar Azul até aqui.

– Coloque ele aqui, Bill – eu ordenei apontando para uma das cadeiras. – Trouxe as cordas?

– Eu trouxe – anunciou Bobby, aparecendo logo atrás.

– Ótimo, imobilizem ele – eu pedi com um sorriso. Estava me tornando muito bom em lançar sorrisos sem motivo aparente.

– E aí, qual é a boa? – perguntou Guy com sua pose de indiferença acompanhado de perto por uma Lindsay ainda absorta em sua leitura.

Guy estava como eu previ, com suas roupas largadas e descombinadas. Seus cabelos loiros estavam desgrenhados e provavelmente não sabiam o que era um pente há muito tempo; os olhos muito azuis vasculhavam o ambiente à procura do motivo que o trouxe até ali, já que, mais provavelmente ainda, Lindsay murmurou qualquer coisa e mal se deu ao trabalho de verificar se ele havia entendido o recado.

– Alguém chamou Danny? – eu perguntei, vendo que não havia ninguém subindo atrás deles.

– Ben – respondeu Guy com seu costumeiro desinteresse, puxando uma cadeira para se sentar.

Então avistei uma silhueta pequena e pomposa que identifiquei como pertencente à Fay. Ela vinha equilibrando uma bandeja com um bule de chá e uma pilha de copinhos descartáveis ao lado. Seu cenho franzido denunciava o quanto ela estava compenetrada na tarefa; todos sabiam como ela era desastrada.

Afastei-me um pouco da porta para que ela passasse sem problemas e ela me lançou um sorriso fraco; como se estivesse chateada. Fiz uma nota mental, que provavelmente esquecerei, para perguntar qual o problema depois.

Novamente encostei a porta e me dirigi para uma das cadeiras, sentando-me ao lado de Fay. Resisti ao impulso de perguntar imediatamente o que havia acontecido. Será que ela estava preocupada com o fato de eu ter trazido um Buscador comigo? Com o fato de Bobby tê-lo socado? Como eu disse, os anos não conseguiram arrancar sua neurose.

A porta se abriu bruscamente e Danny, acompanhado de Jackie e Ben, entraram com uma expressão de poucos amigos; o modo como encaravam o Sótão com os olhos esbugalhados me dizia que estavam tão preocupados quanto Fay poderia estar.

– Por que o Buscador está aqui? – perguntou Jackie antes que meu irmão pudesse fazê-lo.

Jackie era neurótica como Fay, mas diferentemente desta, Jackie costumava ser muito estressada. Mal consigo contar nos dedos todas as vezes em que ela destruiu béqueres e tubos de ensaio num dos seus ataques de raiva por ter errado alguma dose ou ter recebido uma má notícia. Sim, ela era uma jovem brilhante – a melhor estudante de Química da faculdade, ela sempre se destacou em todos os trabalhos e feiras de ciência. Tinha os cabelos muito pretos e sempre presos em uma trança lateral, a pele muito branca e os olhos muito azulados, de um tom escuro como o céu noturno. Tinha um lindo sorriso também, mas quase nunca o mostrava, pelo menos, não para mim. Eu sou quase uma bomba-atômica ambulante para ela.

– Sente-se, Jackie – eu disse calmamente, acostumado a ter que aparentar tranquilidade.

– O que você aprontou Dylan? – perguntou meu irmão, tomando um lugar na mesa ao lado de Jackie, que se sentava a contragosto.

Daniel era muito parecido comigo fisicamente. Os mesmos cabelos pretos e lisos, os mesmos olhos azuis, a mesma pele branca e a mesma barba malfeita. Se não fosse por alguns traços singelos, seríamos quase gêmeos. Eu era um pouco mais baixo que ele, e embora meu físico fosse tão atlético quanto o dele, ele gostava de caçoar de mim por causa dos centímetros que tínhamos em diferença. Irmãos mais novos. Contudo, em termos de personalidade, éramos muito diferentes. Ele havia puxado papai e eu havia puxado mamãe. Ou seja, ele era pouco compreensivo, centrado e focado e perseverante, enquanto eu era compreensivo até demais, tão bom em arranjar confusões que aprendi a solucionar problemas com muita facilidade e demasiadamente provocativo. John era filho bastardo do tio Robbie, como dizíamos – introvertido e imerso em seu mundo tecnológico, embora sempre soubéssemos que ele havia puxado a perseverança do papai e calmaria da mamãe. Foi o único a herdar os cabelos loiros e os olhos castanhos dela. Jane também tinha os cabelos loiros, mas possuía os mesmos olhos azuis do papai. Enfim.

– Aprontei isso – disse, retirando o frasquinho de dentro do bolso do jaleco e o colocando no centro da mesa assim que Bobby se sentou também.

Todos me olhavam curiosos.

– E o que é isso? – perguntou Jackie.

– Isso, meus queridos, é a cura.

O silêncio e a tensão que imediatamente preencheu o Sótão foi palpável.

– Cura? – perguntou Danny com a voz fraca.

– Sim, Danny, cura. Hoje mais cedo descobri um dano genético das almas, um dano genético que pode nos salvar. É uma cirurgia complicada, mas podemos fazer. Se injetarmos isso no sulco intra-parietal, tornamos o hospedeiro inútil. Por mais que a alma tente se conectar, não irá conseguir.

– Meu Deus... Preciso de uma amostra, Dylan, preciso separar as misturas... – começou Jackie com um tom de voz maravilhado.

– E pra quê o Buscador? – perguntou Billy, com a voz de quem não entendeu porcaria nenhuma.

– Esse dano genético das almas representa uma ameaça para a espécie deles. Eles querem caçar o hospedeiro que fugiu. Falaram para eu acompanhar o Buscador e levar a Cura comigo para realizarmos a cirurgia para remoção da alma assim que possível. Preciso encontrar esse hospedeiro antes de fazermos um teste em qualquer outra pessoa, justamente por causa desse dano. Se funcionar nele... A raça humana está salva. Não vamos mais precisar nos camuflar, Danny. Chega de lentes de contato especiais, chega de procuras intensas sobre as histórias das almas e dos planetas. Chega de tudo. Iremos tomar nosso planeta de volta com a cura deles.

– E qual é o plano? – perguntou John, os olhos castanhos faiscando enquanto se sentava defronte a um dos computadores do Sótão e digitava febrilmente no teclado.


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Notas finais do capítulo

E aí? Manifestem-se, meus queridos, quero saber o que estão achando.
Quaisquer dúvidas, estou aqui para respondê-las (sem spoiler).
Afetuosamente,
Rose



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