Estas quatro paredes

Elas sussurrar para mim

 Elas sabem um segredo

Agora eu espero por uma pausa no silêncio

Porque é tudo que você deixou

 Estava no quarto, naquele quarto onde passou tantos momentos juntos com seu amor. Aqueles momentos que acabavam logo pela manhã, mais que não saiam de sua mente. Momentos únicos, inesquecíveis. Só aquele quarto sabe o que havia entre eles sem estar no seu ambiente de trabalho. Somente aquelas quatro paredes.

Sempre acaba sozinha pela manhã, com suas lágrimas e o silêncio que tanto a incomodava. Ainda sentia o cheiro dele nos travesseiros, em seu corpo. No corpo que naquelas noites, só pertenciam a ele. Como sentia sua falta, falta dos seus beijos e toques. Mais não podia ferir seu orgulho, não mesmo. Seu gênio era difícil, e com toda via, era difícil se rebaixar perante os demais. Não sabia como explicar, não sabia o que fazer. Como se arrependera de ter o mandado embora, era uma imbecil, como fez isso, sabendo... Da “sua situação”, havia agido sem pensar, havia agido como... Como... Um animal, se assim poderia dizer. Estava desesperada, aquela carta, dizendo que ele partiu, pra não a ver sofrendo por ele, e para esquecê-la, não querendo sofrer também, havia lhe apertado o peito. E a verdadeira causa pra esse desespero, foi... A morte... A morte dele, de seu amor. Era como se tivesse levado sua vida com ele. Era difícil aceitar, era mais difícil ainda conviver com isso... Com a culpa, mesmo que não sendo inteiramente dela, parcela tinha nisso, teria que admitir... Com o arrependimento de não ter lhe dito às coisas que estava lhe afogando e fazendo se desesperar... Não sabia o que fazer... Não tinha mais forças nem pra chorar. Mas, de algum lugar teria que tirar forças, afinal, agora teria que cuidar de uma vida, uma pequena vida, que ainda era gerada nela. Uma vida... Que ela nunca se arrependeu nem se arrependeu, nem se arrependera, de ter feito. Agora tinha com ela uma pequena lembrança dele... Uma lembrança que se chamaria Neji, em homenagem ao seu amado.