Shun estava assistindo qualquer besteira na TV do apartamento que dividia com o irmão. De uns tempos para cá, a vida como Cavaleiro de Atena, para o alivio de Shun, tem se tornado monótona.

Shun estava com seus vigorosos 20 anos e não tinha nada para fazer. Até seu apartamento em Osaka, Japão, parecia chato. Só que ele ouviu a campainha enlouquecer. Se levantou já imaginando que era seu irmão e que este tinha perdido a chave na Ilha da Rainha da Morte, de novo.

O olho mágico revelou que, de fato, era Ikki, e este não estava com uma expressão nada boa. Shun abriu a porta já prevendo o quanto irmão iria reclamar pela perda da chave, mas se surpreendeu ao ver o irmão com as mãos nos ombros de um menino de pelo menos 5 anos.

O menino tinha o cabelo verde bem claro, verde água especificamente, e olhos azuis, ele tinha os traços do rosto tão delicados, que de longe qualquer um pensaria que se tratava de uma menina. Ele também carregava um baú enorme em suas costas, tal como os Cavaleiros carregam suas armaduras, e parecia triste.

¬ Ikki... - Shun estava confuso. - Quem é esse menino?

A expressão de Ikki ficou ainda pior, parecia que ele iria matar o primeiro que aparecesse na sua frente, e isso não excluía Shun da lista de possíveis vitimas. Shun deu passagem para o irmão, que adentrou a casa ainda segurando o menino pelos ombros.

¬ Senta! - curto e grosso, aquela foi uma ordem dada para os dois.

Shun e o menino se sentaram lado a lado, Ikki desligou a TV e se sentou na poltrona, com uma cara ainda pior dirigida as duas figuras a sua frente.

¬ Shun. - este nunca vira o irmão tão serio. - Você se lembra da June?

¬ Como posso me esquecer? - que pergunta era aquela!? June praticamente criou Shun no lugar de Ikki. - Foi minha parceira de treino.

¬ De cama também, não!? - havia fogo nos olhos de Ikki e pavor nos de Shun.

¬ D-do que está falando? - Shun realmente não tinha a mínima ideia do que o irmão falava. - Eu jamais tocaria em June!

¬ Mas tocou! Tanto que esse moleque nasceu! - Ikki apontava para o menino e Shun não conseguiu mais tirar os olhos da criança, que parecia bem distante dali. - Fukano. Esse é o teu pai, Shun. - o menino pareceu despertar de seus pensamentos e olhou para Shun. - Shun. Esse é o teu filho, Fukano.