Mystical escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 2
Capítulo 01 - Fantasmas Passados




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/488843/chapter/2

Quarta-feira, 13 de outubro de 2013, seis e dezessete da manhã.

Kevin Parker tomava seu café da manhã sentado na mesa da cozinha de sua casa, quando Blair, sua esposa, desceu as escadas e chegou à cozinha, com um pijama.

– Bom dia, querido – Ela disse, espreguiçando-se.
– Bom dia, amor – Ele respondeu, dando um gole na xícara de café, enquanto assistia ao noticiário.
– Você fez seu café hoje? Que bom garoto – Ela brincou, dando uma olhada no prato dele. Eram os ovos mais estranhos que ela já havia visto, e o bacon não ficava atrás. Kevin definitivamente não possuía o dom de cozinhar.
– É, eu acordei bem cedo hoje.
– Deve estar uma delícia – Ela sorriu.
– Quer um pouco?
– Você sabe que eu estou de dieta – Ela envolveu os braços no pescoço dele carinhosamente.
– Hum, esqueci, mas está uma delícia.
– Já que você mesmo fez seu café hoje, eu vou subir e colocar uma roupa para sair para o trabalho em uma hora, ok?
– Tá bom, querida, eu saio em quinze minutos.

Kevin continuou comendo seus ovos e bacon, estavam deliciosos, não como os de Blair, mas ainda assim, gostosos.

Ele deu um último gole no café quando havia terminado a refeição e desligou a Tv da cozinha.

Pegou sua pistola em cima da mesa e a guardou no coldre. Olhou no relógio, faltavam 11 minutos. “É melhor chegar cedo do que atrasar”, Ele concluiu para si mesmo.

– Eu já estou indo, querida! – Ele gritou do início da escadaria.
– Tá bom, querido, um beijo – Ela gritou de volta.

Kevin saiu de casa e o sol estava forte, porém não tão quente. Era manhã. Uma bela manhã naquela pequena cidade. Apesar de ser vizinha à Crawford, a maior cidade do estado, Misty não era uma cidade grande, tinha apenas vinte e cinco mil habitantes.

Ele entrou no seu carro e deu partido, saindo logo em seguida, com os vidros abertos, para respirar um pouco do ar fresco da manhã.

***

Ao chegar à delegacia, ele se surpreendeu com o movimento do lugar. Havia muita gente às pressas e em alguns bancos, pertos do bebedouro, havia um casal e ele conhecia. Eram os Jacksons. Phil, o marido, trabalhava em uma padaria na cidade e sua esposa era funcionária na fábrica de sapatos. A mulher chorava no ombro do marido, que também não demonstrava uma aparência muito boa.

– O que houve Katy? – Kevin perguntou à moça que ficava no balcão.
– Um assassinato, ontem à noite, nas redondezas de uma floresta ao norte daqui – A simpática atendente ruiva, que hoje não estava tão feliz como todos os outros dias, respondeu.
– Mas que merda – Ele lamentou.
– O delegado está esperando na sala de interrogatório, existe uma testemunha.
– Tá bom, obrigado.

Kevin dirigiu-se à sala de interrogatório desejando um bom dia aos outros policiais no caminho, ao chegar, viu que do lado de fora estava o delegado Burke e o policial e seu parceiro Joshua. Ele cumprimentou os dois e perguntou.

– O que houve por aqui?
– Assassinato, e dos feios – Joshua respondeu.
– Os dois irmãos, filhos dos Jackson, foram perseguidos pela floresta, mas o assassino pegou o garoto.
– Oh meu deus, o Michael?
– Sim, esse mesmo.
– Caralho – Kevin esfregou a testa.
– Você não tem ideia do quão doentio o assassino foi – Burke continuou.
– Quando vocês checaram a cena do crime?
– Há algumas horas, pela madrugada – Joshua respondeu.
– Foi horrível – O delegado continuou – O garoto foi encontrando dentro do forno da cozinha da própria casa.
– Oh meu deus.
– Sim, e nós encontramos migalhas de pão no caminho até a casa.
– E daí? – Kevin perguntou, sem entender a parte sobre as migalhas de pão.
– Migalhas de pão? Dois irmãos perseguidos na floresta?
– Ainda não entendi.
– João e Maria, Kevin! – Joshua exclamou – É exatamente como a história.
– Não pode ser – Ele lembrou-se – Está acontecendo denovo.
– É.
– Aquele desgraçado voltou para a cidade, Kevin, estamos lidando com o mesmo cara de dois anos atrás – Burke concluiu.
– Oh deus – Ele coçou o queixo, pensativo – Essa garota é a irmã? – Ele perguntou, olhando para a garota através do vidro. Ela estava sozinha na sala de interrogatório. Estava chorando.
– Sim, ela testemunhou tudo, ainda não falamos com ela, preferimos te esperar.
– Tá bom, então vamos.

Os três entraram. A sala era pequena, um verdadeiro cubículo. Com um espelho falso por dentro, como a maioria das salas de interrogatório das outras delegacias dos EUA. Lá dentro, a garota estava chorando, enquanto bebia um copo com água.

– Jenna? – Joshua chamou. Ela olhou para eles, com os olhos irritados e molhados de lágrimas – Esse é o policial Parker e eu sou o policial Reeves, nós vamos te ajudar a achar seu irmão tá bom?
– Ele já foi encontrado, eu sei – Ela continuava chorando – Não precisam mentir pra mim.
– Ah – Joshua ficou perturbado, sem palavras.
– Nós queremos saber tudo o que viu naquela noite, você pode dizer pra gente? – Kevin perguntou.

Ela balançou a cabeça em afirmação.

– Jenna não é? – Joshua começou, e quando ela confirmou a pergunta, ele prosseguiu – O que aconteceu exatamente naquela noite?

Ela respirou fundo e então respondeu:

– Eu e o Michael estávamos em casa, assistindo tv, aí alguém tocou a campainha e ele foi atender e não havia ninguém lá fora, então ele voltou, mas depois de um tempo, a campainha tocou denovo e ele foi atender, e quando ele voltou, estava com muito medo dizendo que tinha uma mulher lá fora – Ela voltou a chorar – No começo eu não acreditei, mas eu a vi.
– Como era essa mulher, Jenna? – Kevin perguntou.
– Ela parecia uma bruxa – A garota respondeu – Estava com um vestido preto e um chapéu.
– Uma bruxa? – Kevin olhou para Joshua e Burke, agora tinha certeza de que o maníaco tinha voltado.
– Sim, uma bruxa grande e assustadora!
– E ela perseguiu vocês pela floresta?

Jenna novamente afirmou com um gesto com a cabeça.

– Tá bom, Jenna, você pode ir – Kevin concluiu.
– Venha, eu vou te levar aos seus pais – Burke disse.

Quando o delegado e a garota saíram da sala de interrogatório, Kevin e Joshua começaram a conversar.

– Não resta dúvidas de que é ele! – Joshua disse.
– Pois é, temos que agir rápido.
– O que você quer fazer agora?
– Vamos procurar vestígios na casa e se for necessário, chamar o FBI. Nós não podemos perder esse desgraçado, não mais uma vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mystical" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.