Solitário, durante milênios o demônio apanhou milhares de almas perdidas, reinando absoluto no inferno. Mas, por ironia do destino, ele tornou-se seu próprio algoz.

Acostumado a ser dominador, agora ele era, porém, dominado: por aquela pele morena sensual, pelos olhos azuis tão intensos. Perdia-se naquele sorriso zombeteiro.

O corpo cheio de curvas da deusa incitava-o a com ela pecar: ao beijá-la sentia-se no céu e com nojo de si mesmo. Ao mesmo tempo que queria possuí-la, intimidava-se diante àquela figura divinal. Amava-a e odiava-a.

O caçador virara a caça. Não conseguia libertar-se das garras e dos grilhões daquela paixão ardente.