A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 66
Capitulo 61 — Torre maligna


Notas iniciais do capítulo

A ambição de Oberon, deus da escuridão e filho de Hades, chega em Rozan se esgueirando em meio a guerra santa contra Ares, sendo trazida pelas asas de Cileno. Uma das três comandantes do deus da escuridão. No Santuário, Jake de Leão enfrenta pela última vez um antigo inimigo enquanto é observado pelos deuses.



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Capítulo 61 — Torre Maligna


Japão – Templo de Arashiyama, distrito de Kyoto

(Santuário de Atena, Grécia – Anos antes da guerra santa contra Ares)

— Vocês ficaram sabendo que o usuário da armadura de Lira foi anunciado ontem de noite? — perguntou um soldado que estava agrupado com outros em frente a um templo que serve como base para a guarda.

— Ouvi falar. — disse outro soldado. — É aquele garoto que foi trazido pela amazona de Camaleão dias atrás. Ele será treinado para ser o sucessor do senhor Orfeu. Um cavaleiro lendário.

— Fiquei sabendo também que o Senhor Ikki irá treina-lo. Mas deve ser mentira. Um cavaleiro menestrel não seria enviado para aquele lugar. 

— Não é boato. Um pedido de reconsideração foi solicitado ao Grande Mestre, mas foi negado de imediato. — disse outro soldado.

— Ei... Aquele ali não é o garoto de quem estamos falando? — perguntou o soldado apontando para um garoto que estava passando de cabeça baixa e que usava roupa de treinamento. — Ei moleque, que boa promoção ein?! Será um cavaleiro de prata. Mas já está sabendo que vai ser treinado pelo Senhor Ikki?!

Os soldados começaram a gargalha e foram até o garoto, fechando um círculo.

— A amazona de Sextante leu as estrelas e disse que você vai treinar para ser o Cavaleiro de Prata de Lira. — disse entre risos.

— Ele não vai aguentar. — disse outro soldado. — Você não vai sobreviver nem mesmo uma semana naquele inferno de lugar. A ilha fica localizada no Pacifico sul e é conhecida por ser extremamente quente e hostil, com um vulcão que está sempre ativo, mantendo o solo com uma temperatura infernal. 

— Não é conhecida como Ilha infernal à toa, garoto. E é para lá que os cavaleiros banidos são enviados. — disse outro soldado. 

— Diferente dos outros mestres, o Senhor Ikki não treina seus discípulos aqui no Santuário ou em algum lugar confortável como Rozan. Ele leva para o mesmo lugar onde foi treinado. Lá não é lugar para meninos. É lugar para homens. Apenas os melhores sobrevivem e voltam para receber as armaduras.

— Quer um conselho garoto? Peça uma segunda audiência com o Grande Mestre e implore para que seja o Senhor Shun o seu mestre. Ele é o mais misericordioso entre os lendários.

De repente uma forte pressão caiu sobre os soldados e todos eles foram obrigados a se curvar, ficando apenas o garoto em pé. Ao virar-se, o jovem se viu diante daquele que será o seu mestre.

— Se-Senhor Ikki... — disse um dos soldados.

— Não tolero intimidações abusivas. — a pressão aumentou e os soldados se curvaram ainda mais. — E não confundam a misericórdia do meu irmão com facilidade. — a pressão dobrou, partindo os elmos dos soldados. —  Vocês não suportariam dois dias de treino com ele.

— Pe-Perdão, senhor.

— Já chega, Ikki. — disse Seiya, pousando a mão no ombro do amigo. Seiya elevou um pouco seu cosmo e fez com que a pressão exercida por Ikki foi dissipada. — Voltem para os seus postos.

— Sim senhor! — disseram unanimes.

— Olá Lino. — disse Seiya.

— Senhor Seiya. — disse se curvando. — Senhor Ikki.

— Vamos partir amanhã, ao meio-dia. Esteja no portão norte meia hora antes. — disse Ikki, um pouco ríspido. — Agora vá até o seu quarto e pegue suas coisas. Dormirá nas doze casas hoje. Ordens do Grande Mestre.

— Nas... Doze casas? — perguntou surpreso.

— Sim. — respondeu Seiya. — Você ficará na casa de Virgem, que pertence temporariamente a Shun, mas nesse momento a casa está vazia, pois Shun teve que se ausentar. E como Ikki também é temporariamente o Cavaleiro de Ouro de Leão, você será protegido por ele uma casa antes.

— “Protegido?” — pensou Lino, intrigado com a necessidade de ser protegido. — Sim senhor.

— Deseja perguntar alguma coisa? — perguntou Ikki.

Lino fitou Ikki por alguns segundos, mas que para ele foram minutos. Ele queria questionar o motivo de estar sendo protegido por um lendário. Era um tratamento diferenciado. Algo que os outros aspirantes a cavaleiros certamente não recebiam. Mas ele optou por não fazer.

— Sobre o local de treinamento...

— Você quer saber se é verdade o que dizem?! — perguntou Ikki. — É sim. A Ilha da Rainha da Morte é o local para onde você vai e é um verdadeiro inferno na Terra. Eu não sei qual a intenção do Grande Mestre em enviar um cavaleiro menestrel como você para lá, mas ordens são ordens. Mas se serve de consolo garoto, apesar de ser uma ordem superior, eu não levaria um discípulo fraco para lá. Só iria ocupar espaço de terra cavando túmulo. Se você está indo, é porque, comparado aos outros, você tem um diferencial. Vai depender de você sobreviver lá ou não. Não irei pegar leve, mas não vou exigir de você algo que eu não veja que você seja capaz. Então se eu mandar você se levantar, é porque eu sei que você é capaz, e você vai se levantar. Esqueça o ambiente da ilha. Tem coisas mais importantes para você se preocupar.

E sem palavras de despedidas, Ikki deu as costas e deixou Seiya e Lino para trás.

...

— Levante-se Lino!!

Os olhos do cavaleiro de Lira estavam pesados. Mal conseguia abri-los. E quando abriu estava tudo embaçado. Havia uma cortina de fumaça muito densa, fogo crepitando ao seu redor, mas sem toca-lo. Parecia evita-lo. E a imagem de um homem em cima dele.

— De pé! Vamos! Levante-se!

— Mestre?!

— Acorda garoto! Não temos muito tempo.

Lino estava na base da montanha. Poucos metros abaixo corria o rio onde ele encontrou June encurralada pelo berserker. O arremesso de Clown o lançou mais longe do que ele esperava. Seu corpo estava doendo e sua cabeça latejava.

Os olhos de Lino encontraram foco. O homem que estava tentando lhe levantar era o velho Takeshi, que estava coberto de sangue, fuligem e com algumas queimaduras.

— Senhor Takeshi... O senhor.

— Não temos tempo. Temos que sair daqui.

Takeshi apoiou Lino no ombro e o levantou. Com muito esforço ele caminhou até um templo budista no sopé da montanha, na beira do rio. O templo estava vazio, mas havia velas acesas. Ligeiramente ele as apagou e fez sinal para que Lino não falasse alto.

— O-O que houve?

— O berserker... Aquele desgraçado levou Seika e matou June.

Lino cerrou o punho.

— Droga!! Droga!! Eu... Eu falhei com elas.

— Não foi só você, garoto. Mas você está vivo, e de certa forma era prioridade, então eu não falhei completamente.

— Mas e o senhor?! O senhor está bem, não é?!

— Não por muito tempo. — o velho guerreiro apontou com a cabeça para o braço esquerdo. A manga estava vazia e bastante ensanguentada. — Aquele berserker é poderoso. Até mesmo os Cavaleiros de Ouro terão dificuldade ao enfrenta-lo. Ele explodiu a montanha como se fosse um monte de areia. E para que eu pudesse sair com vida da sua técnica... Hojo Masamum se sacrificou no meu lugar, me substituindo. Ele que possuía metade da minha alma. Mas com essa quantidade de sangue perdida... — ele caiu de joelhos, fraco e cuspindo sangue. Lino correu até ele e o segurou. — Só me resta tempo suficiente para lhe deixar em segurança. Você vai ter que esperar aqui. Um dos seus companheiros de treinamento está vindo. Todos os discípulos de Ikki foram afastados do Santuário também. Não foi só você.

— Todos?!

— Sim, todos. Não subestime a cautela do Grande Mestre. E nesse momento... — Takeshi sorriu, como se algo para ele agora fizesse sentido. Fosse mais lógico. — Nesse momento eu acredito que ele havia previsto uma situação como essa. Ela sabia que eu o protegeria a todo custo. E você agora está dado como morto, então é ideal que você se reúna com seus companheiros.

— Mas o senhor vai ficar bem. O senhor vai...

— Não garoto. Você precisa ser realista. Pessoas morrem. E eu estou morrendo. Mas quero que escute bem uma coisa... — ele fez uma breve pausa para sustentar a dor e a tontura. — Não é só o Santuário que está vigiando você. O Olimpo também está, mas não aceite ajuda vinda deles. São recomendações do Grande Mestre. Não estenda a mão para nenhum homem alado também.

— Mas porquê?

— Lembra do que eu disse a você sobre não questionar ordens dos seus superiores?! Seja obediente. Eu não posso mandar você para Jamiel ou Rozan. Seria... — mais uma pausa. — Seria arriscado demais. Não pise na mansão Kido também. Fique longe.

— E para onde eu devo ir?!

— Você ficará aqui, no Japão. — disse uma garota parada na porta. — Comigo e os outros.

Ela tinha longos cabelos laranja claro e usava uma máscara branca com traços vermelhos. Trajava também uma armadura de bronze de coloração dourada com branco.

— Kitsune?

— A amazona de bronze de Raposa vai lhe acompanhar daqui pra frente. — Takeshi se sentou e encostou-se em um pilar. — Eu sei que o ar da dúvida paira ao redor de vocês, mas... — ele tossiu sangue. —  Mas vocês precisam confiar na genialidade do Grande Mestre. Agora vão! Precisam ir antes do sol nascer por causa... — Takeshi se calou. Estava prestes a dar uma informação que não deveria.  Misturem-se com os humanos normais. Escondam seus cosmos e esperem por Atena. E quando o dia chegar... — os olhos pesaram e começaram a se fechar entre sono e dor. — Lutem bravamente.

Vendo o sofrimento que o ancião sentia, Lino moveu o braço e projetou a Lira através do seu cosmo.

— Serenata da viagem da morte. — sussurrou ele, que delicadamente tocou a melodia. A sinfonia envolveu Takeshi, que com um leve sorriso no rosto de expressão cansada, partiu para o descanso depois de décadas sendo um bom servo de Atena. — Descanse em paz.

Lino se inclinou e fechou os olhos do velho combatente. Arrumou também os cabelos grisalhos e ajeitou o corpo, deitando com cautela.

— Foi uma bela música, Lino. — disse ela com pesar. — Mas agora temos que ir.

— Você não está aqui, não é?! — disse ele em pé, de costas para ela, ainda observando Takeshi. — Eu não a sinto.

— Não. É só uma ilusão. Estou em Tokyo. Projetei meu espirito o mais rápido que pude após o chamado do senhor Takeshi. Guiarei você até aqui onde nós estamos. Mas preciso que corra o máximo que puder e sem desviar do caminho ou olhar para trás. Tentarei traçar um trajeto que eu tenha certeza que você não estará sendo observado ou seguido.

— Está bem. Eu confio em você.

Lino caminhou até a porta.

— Você não vem comigo?

— Preciso fazer uma última coisa aqui. E lembre-se: Não pare e nem olhe para trás. Apenas corra. Agora vá!

E assim ele fez. Lino abriu as portas do templo e correu, descendo o resto da montanha, passando pelas árvores queimadas e cruzando a ponte onde salvou June. Houve uma explosão. Ele sabia que era o templo. Kitsune havia queimado o templo, enterrando o velho Takeshi.

Lino estava deixando para trás uma montanha destruída e em chamas. Ele podia ouvir o som das chamas crepitando e também o som das sirenes ao longe. E sem olhar para trás ele continuou a correr.

—...—


China - Vilarejo de Rozan - 5º dia

Tourmaline estava na cozinha, sentada em uma cadeira cortando verduras, acompanhada da doce menina que a observava com admiração. A garotinha tinha cabelos curtos rosados e olhos lilás. Ela segurava a bacia de legumes que Tourmaline trabalhava empenhada.

Mas os olhos e a mente da santia de Capricórnio pareciam estar longe dali.

— Está pensando na sua amiga? — perguntou a garota.

— O que?! — disse Tourmaline, desnorteada.

— Atena. — disse a garota animadamente tímida e curiosa.

Tourmaline olhou para a garotinha por alguns instantes, como se tivesse avaliando se era sensato falar com aquela menina.

— Atena não é minha... amiga. Eu sou apenas responsável por cuidar dela.

— Ah, como uma segurança? É por isso que você usa uma armadura dourada?

— Você realmente viu quando me encontrou?

— Vi sim. Era muito dourada e... brilhante. — disse animada. —  Eu escutei um som vindo dela. Como se me chamasse. Foi assim que eu encontrei você e chamei minha mãe. Mas quando ela se aproximou... A roupa dourada sumiu e ela não viu. Por isso ela não acredita em mim.

— Essa menina... — Tourmaline observou a garota com mais atenção.

— Ela também não acredita no dragão dourado que fica perto da montanha.

— Dragão... dourado?!

— Sim! Sim! Ele dorme nas montanhas. Próximo da torre proibida. Acredito que ele esteja guardando alguma coisa.

— Você...

A porta de madeira rangeu e se arrastou.

— Mamãe chegou! — disse a garotinha saltando da cadeira e correndo para abraçar a mãe que entrou na cozinha trazendo uma bacia de roupa na cabeça.

— A senhora precisa de ajuda? — perguntou Tourmaline, se levantando.

— Não minha querida. Não se preocupe. — a mulher pousou a bacia em cima da mesa e amarrou um pano na cintura. — Vejo que você é ótima com facas. — disse admirada com os legumes bem cortados.

— Obrigada.

— Você pode descansar um pouco agora. Sasin vai me ajudar na comida agora, não é filha?!

— Vou sim mamãe.

— Está bem. — Tourmaline olhou pensativa para a garotinha. — Eu acho que vou lá fora. Tomar um ar. Se importa?!

— Não minha querida. Fique à vontade. Só não demore muito. Está anoitecendo.

— Está bem.

Tourmaline saiu da casa e cruzou o jardim de frutas e legumes. A pequena trilha dava para uma rua de pedras em um vilarejo simples. O sol estava se pondo entre as montanhas, e como a garotinha havia falado, lá estava um dragão dourado chinês circundando uma torre escura em meios aos picos montanhosos. Mas aparentemente apenas ela conseguia vê-lo. Não tinha como uma criatura brilhante e imponente como aquela ser totalmente ignorada pelos aldeões. Mas ela era real e não fruto da imaginação de uma criança.

— Shiryu. — disse Tourmaline.

A saintia caminhou pelo vilarejo até chegar na entrada da floresta das montanhas. Havia um peso naquela região.

— Por acaso pensa em entrar na floresta, menina? — perguntou uma senhora de olhos estreitos e corpo cansado e curvado. — Não é recomendável fazer trilha ao anoitecer. Você sente, não é?! O ar gélido e sussurrante. Dizem que os demônios que habitam na Torre Maligna saem ao anoitecer para se alimentar de viajantes perdidos.

Tourmaline deu um sorriso discreto.

— Vá para casa, senhora.

— O-O que disse?!

— Vá para casa. Faça seu chá, descanse suas pernas e durma. Se a floresta é assim, tão perigosa como diz, então não deveria estar aqui. Tão próxima.

A saintia deixou a velha para trás e entrou na floresta. Enquanto caminhava para o interior dela, o sol foi desaparecendo no horizonte e a lua foi logo tomando seu espaço. Tourmaline estava quase diante da Torre Maligna quando percebeu que a noite não veio sozinha, mas trouxe com ela criaturas que brotaram das sombras. Um grupo de dezenas de mulheres aladas surgiram da penumbra e tomaram forma.

Sensata, Tourmaline se escondeu entre as árvores para observar.

— Parece que ergueram uma barreira cobrindo toda a China. — disse a harpia que liderava o grupo. Ela tinha cabelos longos roxos e olhos totalmente brancos. Suas asas eram negras como o ébano. — Uma tentativa de impedir o avanço das tropas de Ares. Tolos. —  disse caminhando em direção a torre. — Os berserkers não são os únicos inimigos interessados por essa região. Mas a sombra da noite é o território daqueles que nascem do Tártaro. Uma barreira como essa não nos impediria.

A harpia parou diante da torre e avistou um dragão dourado oriental.

— Isso é... —  disse uma das harpias.

— Um espirito de luta que tomou forma. O antigo cavaleiro de dragão vigia essa região. — disse Cileno, uma das três comandantes do exército de Oberon.  E meninas... — ela apontou para um arbusto.  Temos companhia.

Uma das harpias caminhou até o local e ergueu um corpo pequeno e agitado. Sasin, a garota do vilarejo.

— Mas... Droga! Em que momento ela me seguiu? — pensou Tourmaline.

— O que faz aqui garotinha? Está perdida?! — perguntou Cileno, olhando para os lados. — Por acaso se perdeu dos seus pais?

Sesin estava assustada, mas não o suficiente para travar sua língua.

— Vocês... Tem asas e garras. Quem são vocês?

— Você consegue nos ver como realmente somos? — perguntou uma harpia, surpresa.

Cilenou deu um sorriso de canto.

— É incomum que um humano tenha olhos apurados para ver a nossa verdadeira forma. — Cileno se aproximou e segurou no rosto de Sesin, olhando nos olhos da garota. — Você tem bons olhos, menina. Bons até demais. Mas não estamos aqui para cuidar de crianças perdidas. Matem ela.

— Você não vai fazer nada?!

A voz sussurrou no ouvido de Tourmalie. Ao virar-se ela se deparou com Shiryu, em pé vestido casualmente, olhando sério para o grupo de harpias.

— Shiryu?! — sussurrou Tourmaline.

O antigo Dragão olhou para a saintia e caminhou em direção a trilha.

— Soltem ela. — disse ele.

— Ora, ora, ora... Vejam só. — disse Cileno. — Temos um lendário aqui. Shiryu de Libra! Veio pessoalmente até mim. E vejo que veio desarmado. Não precisava se dar ao esforço. Eu iria lhe fazer uma visita a qualquer momento.

— Harpias, o que fazem aqui?

— O senhor Oberon nos incumbiu de levar o rosário que sela os espectros. — disse Cileno. — O exército de Atena está guardando algo que não vos pertence.

— Oberon?! O filho de Hades?! Retornem para o lugar de onde vocês vieram. Não conseguirão nem mesmo entrar naquela torre. — alertou Shiryu.

Cileno sorriu.

— Não sou do tipo de mulher que volta pra casa porque um homem como você simplesmente mandou. Tenho ordens superiores a você. — disse a comandante.

Shiryu olhou para a harpia que ainda segurava a garota. Os olhos do lendário brilharam e o corpo da harpia se curvou contra o chão. A harpia soltou a menina, que fez sinal de que iria correr para junto de Shiryu, mas o dourado balançou a cabeça dizendo que não.

— Corra, menina. Entre na torre. E não saia de lá.

— O que pretende, Shiryu. — perguntou Cileno.

— Eu? Nada. — Shiryu olhou de lado para a floresta. — Mas e você... não vai fazer nada?!

Houve um momento de silêncio. Cileno não entendia o que Shiryu estava fazendo. Ela estava prestes a falar quando atrás de Shiryu surgiu dez pontos dourados brilhantes.

Cileno estreitou os olhos.

— Uma constelação?! — pensou a harpia. —  Mas essa não é a de Libra!! Essa é a de...

Os pontos brilhantes aumentaram e se tornaram círculos, e dentro de cada um surgiu uma espada dourada emanando um cosmo ameaçador.

— Isso responde a sua pergunta? —perguntou Tourmaline, caminhando na trilha.

— Deixo o resto por sua conta. — disse Shiryu, e sua imagem desapareceu.

— Ele se quer estava aqui!! — disse uma das harpias, surpresa.

— Shiryu está sentado diante da grande cachoeira de Rozan nos observando. — disse Tourmaline. — Ele não precisou mover um dedo para intimidar vocês. E acredito que poderia ter derrotado todas vocês apenas com a projeção.

— Todo aquele poder... Era apenas uma projeção cósmica?! Fascinante, Shiryu. — disse Cileno. — Mas de você, amazona, eu não sinto o mesmo nível de poder. É uma disparidade muito grande.

— Deixe eu lhe corrigir em um ponto... Sou uma saintia e não uma amazona.

Cileno sorriu.

— Ah, então você é uma daquelas meninas donzelas que ficam segurando o vestido de Atena para que ela não suje a bainha?! Então o que está fazendo aqui ao invés de estar no Tártaro segurando na mão da sua senhora enquanto mente no ouvido dela dizendo que vai ficar tudo bem? Saiba que fui eu quem a capturou.

— Então temos um assunto a tratar. — o cosmo de Tourmaline se elevou e começou a materializar a sua armadura. — Como guarda pessoal de Atena e como espadachim da deusa, eu não posso permitir que você continue viva após envergonhar a minha mestra.

— Quanta honra. Ataquem!

As harpias obedeceram e atacaram, partindo para o avanço. O grupo cercou Tourmaline e saltaram para retalha-la com as garras afiadas a mostra.

— Não é apenas honra. É compromisso!! 

Tourmaline deu um fino sorriso no canto da boca e sussurrou:

— Dança das espadas. Dance Excalibur!

Na velocidade da luz Tourmaline segurou uma das espadas e partiu uma harpia ao meio. Ao matar a mulher alada, a lâmina sumiu e Tourmaline estendeu a mão para segurar uma segunda lâmina, que com ela cravou na cabeça de outra harpia. E em seguida segurou na terceira, cravando abaixo da mandíbula até transpassar no cranio.

Aos olhos das harpias, parecia que as lâminas douradas estavam vivas e agindo sozinhas. O máximo que elas conseguiam enxergar era o corte dourado indo para mata-las. Mas aos olhos de Tourmaline, era como segurar uma faca e lançar no alvo que se movia lentamente.

Por fim, Tourmaline parou no centro do grupo que ainda restava e estalou os dedos. As espadas douradas que ainda estavam flutuando ao redor da saintia dançaram no céu sendo orientadas psiquicamente, retalhando as harpias em cubículos, provocando uma chuva de sangue.

Apesar da cena sangrenta, aquilo não intimidou Cileno. A harpia manteve sua expressão inabalável enquanto sangue e corpo caiam como chuva.

— Temos algo em comum. — Cileno estendeu a mão e um vento negro girou e se estendeu, tomando a forma de uma espada, mas sem lâmina. A harpia segurava o cabo negro feito de surplice nas mãos, mas no lugar da lâmina havia apenas um vento escuro que rodopiava. — Também carrego uma espada.

— Uma espada de vento?!

— São os ventos do Tártaro. O folego do deus do mundo inferior.

A harpia tocou a ponta da espada no chão, e imediatamente a grama secou, solo rachou e se revirou morto.

— Tudo ao redor dela se contorceu e... morreu. — pensou a saintia.

— É um vento tão mortal quanto suas lâminas, saintia. Você sentirá.

— Não importa qual seja a habilidade sua espada. — os cabelos ruivos de Tourmaline se agitaram. — Minhas lâminas irão parti-la!!

— Vejamos até onde você vai conseguir levar esse orgulho adiante.

— Dança das espadas!! Dance Excalibur!!

Dezenas de círculos dourados voltaram a surgir ao redor de Tourmaline, e as lâminas douradas foram disparadas como chuva de estrelas. Mas Cileno não recuou. Ela bloqueou lâmina por lâmina. Mas ao sentir que a sequência estava aumentando, a comandante aponto sua espada e expandiu o vento com o seu cosmo.

A espada se desfez e o vento se espalhou e se transformou em um turbilhão, que engolia as lâminas e as bloqueava durante o seu percurso.

— Seu golpe jamais encostará em mim. — disse Cileno.

— Não seja, tola! Acha que pode enganar os meus olhos? — gritou Tourmaline. — Eu vejo como a sua técnica funciona.

— Não diga besteiras!! Você está longe de conhecer todo o meu poder. — Cileno concentrou as duas mãos diante do peito e abriu as asas. O vento negro girou se concentrando no centro de suas mãos, aumentou sua velocidade e emitiu um brilho espectral. — Folego divino!

Uma poderosa rajada foi disparada como onda de impacto. Tourmaline tentou atacar, mas o ar que entrou em sua narina era fétido, quente e sufocante, lhe deixando atordoada e com os sentidos desestabilizados. Desorientada, a saintia recebeu o golpe em cheio e foi arremessada contra as árvores, abrindo uma faixa de destruição na floresta.

Mesmo surpresa com a potência do golpe, Tourmaline se levantou para atacar Cileno, mas o local onde a harpia deveria estar, estava vazio. Mas o sexto sentido da saintia indicou uma ameaça vindo por trás. Empunhando a espada de vento mais uma vez, Cileno desceu com potência total, golpeando Tourmaline que se quer conseguiu sustentar o braço para bloquear o ataque.

A saintia foi golpeada e arremessada contra o chão, abrindo uma cratera e rasgando o solo violentamente. Cileno investiu mais uma vez, mas Tourmaline foi igualmente agiu e se ergueu, bloqueando e contra-atacando.

Mesmo sendo feita de vento negro, ao colidir com o braço de Tourmaline as duas “espadas” soltavam faíscas, e a movimentação cortante de ambas fatiava tudo ao redor. Mas era difícil enfrentar Cileno e sua espada tão perto. O vento negro voltava a desorientar Tourmaline, e ela se esforçava para não cair no efeito debilitante.

— Partirei você ao meio!! — bravejou Cileno, que ergueu os braços para o próximo ataque, mas Tourmaline viu ali uma brecha.

A saintia cerrou o punho e atacou. O soco aplicado no abdome da harpia fez ela se curvar cuspindo e a arremessou rasgando o solo até colidir com a Torre Maligna, que a repeliu por causa da barreira erguida por Shiryu.

— Um soco... Cortante?! — disse Cileno, cuspindo sangue enquanto se levantava. A peça da sua surplice rachou e se partiu, mostrando o corpo da harpia cortado e sangrando. — Desgraçada.

— Não importa qual seja o movimento que meus pés e punhos façam. Será tão afiado quanto você possa imaginar. E tem mais uma coisa... — Tourmaline se moveu na velocidade da luz e golpeou o rosto da harpia. — Eu não sou do tipo de mulher que luta a distância.

A saintia desferiu outro soco, mas Cilenou segurou com a mão. Suportando a dor do corte provocado pelo deslocamento do punho.

— Eu também não.

Cileno segurou no braço de Tourmaline e a lançou contra a Torre, mas a barreira não surtiu efeito na saintia, que pousou na escadaria e fez impulso. A harpia também fez e avançou.

O punho de ambas colidiu raspando enquanto uma passava ao lado da outra. Cileno girou com o vento negro envolvendo seu braço para aplicar um soco, enquanto Tourmaline também girou e saltou, para descer com um chute cortante.

Cileno desviou do chute, que ainda lhe arrancou alguns fios de cabelo devido a pressão exercida pela movimentação do membro e abriu uma fenda na terra, mas a harpia acabou se desequilibrando na aplicação do soco e não conseguiu atingir a saintia em cheio, mas mesmo assim Tourmaline foi afetada pelo efeito debilitante e foi pega pelo golpe, que a arremessou para trás.

A saintia pousou rasgando o solo e voltou a partir pro ataque direto. Sua agilidade foi tão rápida que pegou Cileno de surpresa. Tourmaline segurou no pescoço da harpia e seguiu avançando contra as árvores.

A harpia então chutou Tourmaline, abriu as asas e girou, disparando dezenas de penas negras. Tourmaline bloqueou cada uma delas, mas enquanto sua atenção estava voltada para as penas, o vento negro do Tártaro voltou a rodopiar diante de Cileno.

— Folego divino!!

Tourmaline sorriu.

— Aprenda uma regra básica dos cavaleiros de Atena. — o braço esquerdo de Tourmaline brilhou emitindo um cosmo de luz purpura que se converteu em chamas da mesma cor. O chão embaixo dela brilhou, e uma espada de lâmina prata e cabo dourado brotou diante dela, totalmente envolvida em chamas. — O mesmo golpe não funciona duas vezes contra nós.

O golpe da harpia foi barrado pela espada prateada, que em seguida se dissolveu em milhares de pétalas de flores de cerejeiras em chamas e em seguida se reagruparam, materializando diversas espadas sagradas. Copias exatas da espada que Tourmaline havia invocado.

— Essa é a Flammeum Gladium, somada com a sagrada habilidade da Senbonzakura.  Sinta-se agraciada por ver algo tão belo antes de morrer. Dança das espadas! Lâminas do Paraíso!!

As espadas investiram contra Cileno e se tornaram pura luz purpura, indo como uma chuva de lâminas sedentas por sangue. A harpia estava encurralada. Para ela, desviar seria impossível. Mas no momento em que o golpe ia lhe atingir, o corpo de Cileno foi removido do local por alguém que se movia tão rápido que nem mesmo Tourmaline conseguiu ver. As espadas acabaram atingindo o solo, provocando uma desfiguração no terreno, abrindo uma cratera desregular.

Agora havia uma segunda harpia. Seus longos cabelos volumosos eram lilás e a íris dos seus olhos ardiam como chamas.

— Um golpe formidável. Vejo que Atena tem mulheres fortes em seu exército. — disse a harpia. — Eu sou Ocípete, a veloz. E assim como Cileno, eu sou uma das três comandantes do exército do Senhor Oberon.

— Ela se moveu mais rápida que o meu golpe.  pensou Tourmaline. — Ela se move mais rápida que a velocidade da luz!!

— O que está fazendo aqui, Ocípete? — perguntou Cileno.

— O senhor Oberon ordena que você volte para o Tártaro. Dentro de alguns dias os cavaleiros de Atena chegarão ao castelo.

— Seiya e os outros?!

Cileno sorriu.

— Está bem. — ventos negros giraram ao redor das harpias. — Nos veremos em breve, saintia de Atena.

— Volte para morrer, se Seiya não matá-la primeiro.

O vento se agitou e se expandiu, engolindo as harpias de volta para as trevas da noite.

— Terminou? — perguntou a garotinha, assustada, na entrada da torre.

— Terminou sim. — Respondeu Tourmaline caminhando até ela. — Você está bem?!

A garotinha acenou com a cabeça dizendo que sim.

— Mas tem alguma coisa estranha lá dentro.

— Estranha?

— Sim. Papeis dourados com o nome da sua amiga estão colados pela parede. E tem... Tem um rosário com contas roxas e um brilho assustador.

Tourmaline sorriu e pousou a mão na cabeça da menina.

— Você tem excelentes olhos. Você é igual a mim. Eu também via coisas peculiares quando tinha a sua idade. Isso é sinal de que o cosmo é mais desenvolvido em nós.

— Cosmo?!

— Sim. É uma energia que faz parte do universo e que habita dentro de cada um de nós, e de todo ser vivo. Explicarei mais sobre isso depois. Agora temos que voltar pra casa. Sua mãe deve estar preocupada.

 Vejo que encontrou uma discipula. — disse uma voz velha e cansada. — E acho que está pronta para isso.

— Essa voz... — Tourmaline virou-se e deu alguns passos a frente, procurando um homem entre as árvores. — Mestre?!

A alma de Takeshi surgiu diante da saintia.

— O senhor...

— Sim. E eu não poderia partir antes de dar uma última olhada na minha discípula. A armadura de ouro de Capricórnio combina mais com você.

Tourmaline se ajoelhou.

—  Obrigada, mestre.

—  Sabe o que fazer daqui pra frente. Se tornou uma mulher forte. Meu desejo era passar a minha espada para você, mas... Não tenho mais ela e acho que duas espadas são suficientes para você. — disse em tom de riso. — O cavaleiro de Lira está em segurança. O Grande Mestre estava certo. Era necessário um segundo plano para proteger o garoto. Fico contente que o Santuário e Atena estejam em boas mãos.

— Mestre... Eu lhe agradeço por todo o seu ensinamento.

Os olhos de Takeshi miraram o dragão dourado.

 E é uma honra estar diante do espírito de luta de um dos lendários. Perdoe esse velho combatente por não estar se apresentando em uma melhor forma e nem de poder lutar na grande guerra. Falhei com Atena na rebelião de Saga, e agora estou falhando novamente.

...


Cachoeira de Rozan

— O senhor tem todo o meu respeito, senhor Takeshi. — disse Shiryu telepaticamente, que observava a Torre maligna através das águas da grande cachoeira. — Fez o que pôde e reconhecemos isso. Agradeço por todo o seu esforço em vir até aqui dizer suas últimas palavras. É uma lastima não ter alguém como o senhor do nosso lado na guerra, mas agora está na hora do seu espirito descansar. Atena também desejaria isso. Que o espirito do senhor descanse, e que suas memórias fiquem eternizadas em sua antiga armadura.

...


Floresta da Torre Maligna, Rozan

— Obrigado pelas palavras.  disse se curvando. — E assim eu me despeço.

— Adeus, mestre.

Vendo Tourmaline emocionada, Sesin segurou na mão da saintia e apertou.

— Seremos amigas. — disse a garotinha.

...


Cachoeira de Rozan

— Harpias vindo do Tártaro e burlando a barreira?! — disse Suzaku, uma das quatro divindades celestiais de Senkyou, que acompanhou a luta ao lado de Shiryu.

— A necessidade de vigília é constante. — disse Shiryu, ainda observando a Torre Maligna através das águas da cachoeira. — Não sabemos qual habilidade o nosso inimigo irá apresentar. Mas por enquanto a barreira vem sendo eficiente para deter o avanço de berserkers.

— Espero que seja mantida assim nos próximos dias.

— Quanto a batalha final... Já devo ter comentando com a senhora, mas volto a dizer que talvez eu precise me ausentar no dia e...

— Eu aceito ficar no seu lugar, Shiryu.

— Obrigado.

— ... —


Coliseu, Santuário - Grécia

Jake atacou Rick com um soco no peito, lançando o espectro para trás, e saltou concentrando um aglomerado de raios dourados, descarregando contra Rick que estava caído no centro da arena. Mas o espectro rolou para o lado a tempo, desviando do ataque que explodiu o centro da arena.

Rick se levantou, mas foi surpreendido com Jake correndo em sua direção de punho cerrado. O espectro desviou do soco, mas não desviou do chute no momento em que o Leão dourado girou e golpeou seu rosto. Rick caiu, mas Jake o levantou segurando em seu pescoço.

— Como pôde?! — perguntou Jake, suspendendo e estrangulando Rick. — Depois de tudo o que você já fez comigo... Como pôde deixar que eles fizessem isso com a minha família?!

Rick abria a boca tentando falar, mas não conseguia responder. Jake o apertava com força e o erguia. Ficando sem ar, o espectro elevou o seu cosmo e cães negros espectrais surgiram das sombras de Rick, fechando um cerco ao redor deles.

— Naquele... Naquele hospital... Eu prometi a mim mesmo que eu tiraria de você tudo aquilo que você ama. — disse Rick, através de um dos cães que rosnava furioso para Jake.

Jake arregalou os olhos tomados por raiva e elevou o seu cosmo. Dos seus olhos emanou uma onda cósmica que repeliu os cães invocados pelo espectro.

— Apenas com os olhos?! — pensou Rick, assombrado.

— Você não tem caráter algum. — disse Jake, furioso. — Todas as pessoas merecem uma segunda chance e você teve a sua, mas a desperdiçou na primeira oportunidade que teve. Você vendeu a sua alma para um deus maligno apenas para poder se vingar de mim.

Jake desferiu um soco no rosto de Rick e o lançou contra a arquibancada, destruindo uma parte dela.

— Quando se tem caráter, a gente não se corrompe. Não importa o tamanho da oferta. A gente recusa!! Mas se você aceita, é porque você nunca teve caráter e só esperou a primeira oportunidade para se beneficiar em cima dos outros. Então... Eu não mostrarei clemência. — disse caminhando até o espectro caído. — Eu vou rasga-lo com as minhas próprias mãos!!

— Eu não vou perder para você!!! — gritou Rick se levantando. — Não mais!!! Eu vou matar você!!!

Rick avançou de punho cerrado concentrando cosmo.

— Você ainda não percebeu? — Jake deu um passo na velocidade da luz e surgiu diante de Rick em menos de um piscar de olhos. —  Se considere derrotado, pois... — disse ele aplicando um soco no estômago do espectro, fazendo ele cuspir sangue. — Você irá sair daqui morto. — Jake girou e aplicou um chute nas costas de Rick, lançando o espectro com força para o outro lado da arena.

O espectro rasgou o solo da arena até colidir com a parede do coliseu.

 — Eu... Eu não o vi se mover. — pensou Rick, assustado. — Mesmo me tornando um espectro... Eu não tenho condições de enfrenta-lo?!

Rick tentou se levantar e encarar Jake, mas foi surpreendido pelo leão dourado que já estava em cima dele e que desferiu uma grande quantidade de socos por segundos, descarregando a raiva.

Vomitando sangue e bile, Rick caiu de joelhos, mas Jake não parou. Ele o ergueu pelo cabelo e desferiu um soco no centro do peito do espectro. A força do golpe fez o peito da surplice explodir em pedaços, e Rick sentiu sua costela e seu esterno serem fraturados. O espectro gritou e cuspiu mais sangue. Ele abriu a boca e puxou o ar com força ao sentir que seu pulmão havia sido perfurado, mas nesse exato momento Jake saltou alguns centímetros do chão de punho cerrado e desceu desferindo um segundo soco direto na boca do espectro, desprendendo a mandíbula e fraturando-a em pedaços.

O espectro urrou de dor e cambaleou para trás desnorteado. A plateia reagiu espantada. 

— Pa..Paa..are. — suplicou Rick, tentado pedir a Jake que parasse, mas sua boca não respondia a sua vontade. Sua mandíbula agora estava pendurada, e a língua estava pra fora pingando sangue e saliva.

Jake não conseguia entender as palavras que o espectro tentava pronunciar, mas ao ler a sua aura ele conseguiu decifrar bem o que ele estava sentindo: Medo. Pavor. Desespero.

— Não caia agora! — gritou Jake, se movendo na velocidade da luz e aplicando um chute no rosto de Rick, que foi jogado para o lado. — Não caía! Não perca a consciência agora! — disse aplicando um segundo chute. — Aguente mais um pouco! — disse aplicando uma sequência de socos no estômago do espectro. — Essa resistência é o preço que você paga por ter aceitado ser uma estrela maligna. Pois se fosse um humano comum... — Jake agarrou Rick pela cabeça e correu em direção a parede do coliseu, colidindo com força o espectro contra a parede, e em seguida saiu correndo em rápida velocidade pressionando o rosto de Rick. — Você já estaria morto!

Após dar meia volta, Jake lançou Rick para o alto e desferiu um soco que o arremessou contra um pilar que desabou. Mais uma vez o Leão usou da sua velocidade da luz e se aproximou do espectro que ainda caia, aplicando um soco no peito de Rick que expandiu uma rajada de cosmo e despedaçou toda a surplice.

— Eu nunca senti tanto ódio em toda a minha vida!! — gritou o cavaleiro de leão segurando no braço do espectro e girando, fraturando em várias partes. O som de ossos sendo quebrados foi ouvido por todo o Coliseu. Rick berrou. — Você não devia ter saído do hospital. Mas também não voltará mais para lá.

Rick tentou se arrastar para se afastar de Jake. Ele chorava e cuspia sangue, gritando com dor e medo.

— Eu adoraria continuar com isso. — disse Jake, cerrando o punho e concentrando seu cosmo com olhos arregalados e furiosos. — E como eu queria.

— Ele enlouqueceu por causa da raiva?! — pensou Dionísio, que assistia a luta.

 Mas vou acabar com isso agora mesmo. E como prometido... — Jake segurou Rick pelos cabelos e o jogou para cima. — Eu irei destroçar você!! — gritou.  Relâmpago de plasma!!

Jake disparou mais de cem milhões de socos na velocidade da luz, atingindo Rick ainda no ar. As presas furiosas do leão dourado subiram ao céu como feixes de luz dilacerando o corpo do espectro que morreu aos berros tendo seu corpo despedaçado. O que restou foram membros espalhados e uma chuva de sangue que caia sob Jake.

A plateia se levantou batendo palmas e comemorando, como se aquilo fosse um espetáculo. Não havia compaixão ou empatia pelo ocorrido a minutos atrás. Tudo para eles era diversão.

— Você não passa de um jovem afobado e raivoso. — disse Phobos, entre os gritos da plateia, com um sorriso sínico. — Não tem a imponência de um Cavaleiro de Ouro. Mas pelo menos serve para entreter a plateia.

— Eu não fiz isso para entreter vocês. — gritou Jake, e seu cosmo rugiu. A plateia se calou, mas o deus do medo continuou esboçando aquele sorriso debochado.

Dionísio parou de beber e pousou a taça em cima de uma coluna quebrada.

— E por que lutou? — perguntou o deus do vinho.

Jake cerrou o punho com tanta força que seus dedos sangraram. Seus olhos cheios de lagrimas miraram os touros de bronze. Ele sentia indignação e angustia.

— Foi por vingança. Para vingar a morte dos meus pais e... Do meu irmão!! — gritou.

Dionísio enrugou o cenho.

— Morte dos seus... — foi então que o deus avistou com mais atenção os três touros de bronze no centro do coliseu. Até então ele não havia dado importância. — Quer dizer que...

— Algum problema, Dionísio? — perguntou Phobos.

O deus do vinho caminhou em silêncio até o touro do meio. A esfinge de bronze ainda estava quente apesar do fogo já ter se apagado. O cheiro de carne queimada subia pela fenda na boca do touro e enchia o nariz do deus.

— Phobos... Por acaso... Você sacrificou uma criança dentro desse touro?

Phobos estreitou os olhos.

—  E se sacrifiquei... Qual o problema? — perguntou dando um fino sorriso.

— Desgraçado miserável!! — gritou Jake, avançando.

Mas o deus do medo ergueu a mão disparando uma rajada de cosmo que interceptou os movimentos do Leão e o arremessou contra a arquibancada.

— Não se intrometa na conversa dos deuses, humano.

Dionísio olhou para Jake por cima do ombro e voltou a mirar Phobos.

— Eram apenas mortais. — Continuou o deus do medo. —  Familiares de um cavaleiro. Que diferença faz? Não existe razão para questionar a minha atitude. Ainda mais você que há um mês atrás ficou encarregado de avisar as Moiras que o sacrifício dos jovens de Rodorio havia sido concluído. Ou por acaso se esqueceu?!

O deus do vinho tocou na cabeça do touro, e a esfinge emitiu um brilho cósmico verde, se desfazendo em seguida em folhas de videira e espalhando a roda de carvão queimado. No lugar do objeto de tortura restou um corpo minúsculo e contorcido, com expressões de dor, agonia e desespero. Havia queimaduras profundas e extensas da cabeça aos pés.

Na sua cabeça restava apenas pequenos tufos de cabelo. Seus olhos haviam derretido e escorrido da orbita. Seus lábios incharam e estouraram. A pele bolhosa estava pálida e avermelhada. Os dedos estavam cerrados e quebrados após tantas tentativas de fuga dentro daquele inferno.

Os olhos de Dionísio se encheram de lagrimas e ele não as conteve, deixando rolarem em seu rosto. Jake, que havia se levantando, caminho até se aproximar do irmão e caiu de joelhos chorando, lamentando por não poder ter feito nada.

Com um gesto de mão, Dionísio fez as outras duas esfinges se desfazerem em folhas de videira, deixando para trás os corpos dos pais de Jake em estado semelhante ao pequeno irmão do cavaleiro de Ouro.

— Qual a necessidade de tamanha crueldade? — questionou Dionísio, olhando dos pais para a criança. — Isso... Não é certo. O sacrifício feito em Rodorio era inevitável. Foi algo estabelecido para romper o primeiro selo, e até mesmo Atena estava ciente. Mas isso daqui... É uma monstruosidade.

Phobos sorriu.

— Sempre fiquei me perguntando, e acho que qualquer outro no exército também... Qual a necessidade da sua presença na corte da guerra já que é um deus tão misericordioso e apegado aos mortais?! Estamos em uma guerra, não temos empatia por mortais e nossos métodos para adquirir informações não precisam ser justificados. Isso responde a sua pergunta?

— Responde sim.

Os olhos do deus do vinho brilharam e seu cosmo se elevou grandiosamente, tomando todo o coliseu com uma forte pressão.

— Mortais! — disse o deus do vinho, e seu cosmo ampliou a sua voz. — Saiam daqui imediatamente. Aldeões, voltem para o vilarejo de Rodorio. Caso contrário serão envolvidos nisso e eu não terei mais compaixão.

— Você também, Leão. — disse um homem encapuzado surgindo ao lado de Jake na arquibancada, segurando em seu braço com força. — Você deve sair daqui. Agora!

— Mas... — Jake não conseguia ver quem era. O rosto estava coberto, mas aquele homem estava trajando uma armadura de bronze por baixo do manto e emanava uma aura familiar.

— O que está fazendo, Dionísio? — Gritou Phobos, furioso.

Mas o deus do vinho o ignorou e manteve seu cosmo divino elevado. Os moradores de Rodorio saíram às pressas da arquibancada.

— Aproveite que Dionísio está atraindo a atenção de Phobos. — disse o homem com tom de urgência. — Sabe para onde deve ir se não quiser morrer aqui, não é?! Agora levante-se.

A plateia ficou agitada durante a fuga. Os berserkers e soldados ficaram tensos sem saber o que fazer em meio a multidão. Eles olhavam de Phobos para Dioniso sem saber como agir.

— Eu não vou fugir. — disse Jake. — Tenho que matar aquela berserker e depois arrancar o coração de Phobos. E eu... Eu não posso deixar os corpos deles aqui. — Jake olhou para os corpos dos pais, do irmão e de Nachi.

— Você poderá tentar fazer isso daqui há quatro dias. — disse o homem apertando o braço de Jake com mais força. — Lembre-se do prazo. Até lá, espere. Não cometa a burrice de enfrentar Phobos nesse momento. E quanto aos corpos... Sinto muito, Jake. Não é hora de enterrar os mortos.

— Mas...

— Isso é uma ordem! — os olhos do homem brilharam debaixo do capuz, emanando uma autoridade que Jake se viu tentado a obedecer sem questionar. — Vamos!

— Esse cosmo... — pensou Jake.

Jake se levantou e começou a correr seguindo o encapuzado. E os olhos nervosos de Phobos o avistaram em fuga.

— Dionísio!! — gritou Phobos. — Por acaso vai facilitar a fuga de um cavaleiro? Isso será visto como um ato de traição!! O senhor Ares não o perdoará!

— Eu sabia que ele era um traidor. — disse Kydoimos, segurando no cabo de sua espada.

— Não se intrometa nos assuntos dos deuses, Kydoimos. — disse Mikhai, líder dos espíritos da guerra, também posicionado ao lado de Phobos.

— Não estou facilitando a fuga de ninguém. — disse Dionísio. —  Se quiser, ordene que seus subordinados persigam ele. Não me importo. Meu assunto aqui é com você, Phobos. Você passou dos limites! Isso que você fez não foi pela guerra. Foi por pura malícia. — o cosmo de Dionísio voltou a se elevar, emitindo um brilho verde mais intenso, ofuscando alguns soldados, cavaleiros e berserkers mais próximos. — Tamanha maldade... — uma flauta dourada surgiu na mão do deus. — Eu não irei perdoa-lo!

Mas Phobos não estava dando atenção para o deus do vinho. Seus olhos continuavam a acompanhar a fuga de Jake. O leão dourado e o homem encapuzado derrotaram um grupo de soldados rasos que estavam fazendo a guarda de um dos portões de ferro por onde os prisioneiros costumam entrar.

— Miserável! — disse o deus do medo entre os dentes. — Alecto! Berserkers! O que estão esperando?! Vão atrás do Leão. Agora!

Os berserkers saltaram da arquibancada e correram pela arena em direção ao portão. Alecto saltou com toda a sua graciosidade e falsa inocência, e desceu com sua foice contra os fugitivos.

— Já estão de saída, rapazes?! — disse a berserker com um tom de voz meigo e inocente.

O homem encapuzado girou e disparou um golpe.

 Lança de Pardolis!¹

— Como eu pensei. — pensou Jake, parecendo contente e surpreso ao mesmo tempo. — É ele!

O golpe de cosmo branco disparado por um único soco cruzou o grupo de soldados como uma lança prateada, mas foi bloqueado por Alecto que passou a cortar o ataque com sua foice enquanto seguia seu avanço.

Alecto sorriu.

— Eu vou matar vocês. — disse a berserker, graciosa e insana. 

Era estranho olhar para ela e ver que uma criança tão pequena era na verdade uma assassina sanguinária. 

— Jake! Agora! — gritou o encapuzado.

O cavaleiro de ouro de leão surgiu diante do encapuzado e disparou seu golpe “Relâmpago de plasma”, surpreendendo e ofuscando os olhos de Alecto, e atingindo-a em cheio.

A berserker foi lançada para trás, bloqueando cada feixe com sua arma negra, e pousou rasgando o chão com a lâmina, voltando a persegui-los em seguida. Durante o avanço, Alecto fincou o cabo da foice no chão para pegar apoio e saltou, girando a arma na mão deixando rastros de cosmo, e desceu em uma segunda investida.

— Jake! — gritou o encapuzado.

Jake cruzou os braços para defender o ataque, que o fez afundar alguns centímetros no chão devido a pressão do golpe. O choque da lâmina negra com a armadura de ouro gerou uma colisão de forças que propagou como uma expansão cósmica pela arena, arremessando berserkers e soldados para trás contra a arquibancada.

A defesa acabou custando um ferimento no braço de Jake após a lâmina atravessar a armadura de ouro e fincar em seus músculos. Cerrando os dentes para suportar a dor, Jake segurou no cabo da foice e girou, aplicando um forte chute no rosto infantil da berserker, que foi arremessada contra uma coluna do outro lado da arena.

O leão ficou tentado a ataca-la para se vingar, mas ele entendia que não era o momento para isso. Jake jogou a foice no chão e voltou a correr com o encapuzado, passando pelo portão de ferro e seguindo pelo longo corredor interno. Eles podiam ouvir ao fundo o grupo de berserkers correndo atrás deles.

— Esse caminho vai nos levar para a floresta sagrada de Atena. — avisou Jake.

— Continue correndo. — Respondeu o homem.

Ao saírem do corredor avistaram a floresta poucos metros a frente. Mas um som zumbindo chamou a atenção de Jake. Vindo de um ponto cego, uma macha escura e viva passou por eles rasgando o solo. Um golpe de intimidação.

— Mas o que... — um inseto pousou no braço de Jake, na parte desprotegida, e o cortou, fazendo o cavaleiro de leão agir instintivamente para matar o inseto de coloração castanho escuro. —  Uma mosca? — disse ele, olhando o inseto na palma da mão.

Diante deles surgiu um grupo de soldados do santuário liderados por um cavaleiro e uma amazona.

— Não fugirão para dentro da floresta. — disse o cavaleiro. Ele tinha cabelo curto de cor cobre metálico e olhos prateados, o que significa que ele estava sendo controlado pelo cosmo do deus Anteros. — Me chamo Lacaille, sou o Cavaleiro de Prata de Mosca, e tenho ordens para mata-los.

Não demorou muito para que o grupo de berserkers rompesse do túnel do coliseu, encurralando Jake e o encapuzado.

— Fim da linha, Leão. — disse Alecto, sorrindo, liderando o grupo.

O cosmo de Jake se elevou.

— O que pensa que está fazendo? — questionou o encapuzado.

Seu cosmo se expandiu e passou a se solidificar, criando inúmeros cristais pontiagudos como se fossem estrelas. Os soldados e os cavaleiros recuaram intimidados, mas Alecto e os bersekers avançaram pressentindo o perigo. Percebendo o movimento contrário dos grupos, Jake sorriu satisfeito.

O cavaleiro de leão estendeu a mão para o grupo de berserkers, concentrando toda a força ofensiva contra eles, e disparou o golpe. Era como se fossem milhares de estrelas pontiagudas emanando raios enquanto cruzavam o céu em direção aos berserkers.

— Restrição!! — gritou um homem parado na entrada do corredor atrás do grupo de berserkers.

A técnica de Jake foi restringida por círculos vermelhos de energia, parando no ar como se o tempo tivesse congelado, e em seguida foi dissipada, permitindo o avanço de Alecto e dos demais sem causar danos ao grupo.

— O meu golpe foi... anulado?! Mas quem... — pensou Jake, surpreso. — Aquele é... — O leão estreitou os olhos. Havia uma aura cósmica dourada muito grande fluindo atrás do grupo de berserkers. Tão grande e densa que quase ocultava seu dono. — Escorpião?!

O encapuzado segurou no braço de Jake e o puxou para dentro da floresta. Os dois fugitivos passaram na velocidade da luz pelo grupo de soldados e cavaleiros recuados, e entraram na floresta sagrada.

O grupo de berserkers e Alecto pararam ao se aproximarem da mata.

— Se afastem das árvores. — alertou para os subordinados. — Eles estão fora do nosso alcance agora. Se entrarem aí, vocês morrerão sem conseguir dar dez passos.

Ela virou-se para os outros dois cavaleiros e para o cavaleiro de ouro de Escorpião.

— Mas vocês três podem. São protegidos pelas armaduras de Atena. Entrem lá e matem eles.

O cavaleiro de ouro de Escorpião mirou seus olhos dourados para Alecto e deu as costas em silêncio, desaparecendo na escuridão do corredor do Coliseu.

— Cavaleiro de ouro miserável. — Vociferou a berserker, cerrando o punho, abandonando seu tom angelical.

— Nós cuidaremos disso, senhorita. — disse a amazona. Ela trajava uma armadura verde escura e tinha cabelos dourados. Seu rosto estava coberto por uma máscara. — Sou Mallia de Coma Berenice. Lacaille e eu daremos um jeito nisso.

Alecto olhou para eles com desprezo.

— Então o que estão fazendo parados diante de mim? Vão atrás deles.

— Sim senhora. — disse Mallia.

Os dois combatentes correram para dentro da floresta e desapareceram entre as árvores.

— A senhora acha que um cavaleiro de prata e uma amazona...

— Conseguirão capturar um cavaleiro de ouro? — interrompeu Alecto — Claro que não. Mas que morram tentando. Não fará diferença. Essa floresta... Está no coração do Santuário e mesmo após a morte de Atena a barreira não cedeu. Eu quero que reforcem a vigília nesse perímetro. — disse dando as costas para a floresta e se dirigindo ao Coliseu. — Se algum cavaleiro ousar entrar ou sair, matem.

—...—

 


 Jake de Leão (arte de @jhess.oliveira)


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: Capítulo 62 - "O despertar da deusa da guerra"

Sinopse: Mestre e discípulo se unem em uma fuga dentro da floresta sagrada do Santuário. Enquanto isso, no Tártaro, Seiya e Deimos se enfrentar arduamente. Ao mesmo tempo em que as rosas desabrocham e um pacto de possessão é firmado. Diante de tantos conflitos, erguesse a deusa da guerra.

Data de publicação: indefinida

Olá galera!! Tudo bom com você?! Espero que sim.
Vou deixar abaixo para vocês a previsão dos próximos e ÚLTIMOS títulos da fanfic:

— Capítulo 63: Caminho árduo para o regresso. Reúnam-se com Atena!
— Capítulo 64: Julgamento, sentença e batalha.
— Capítulo 65: Campo de sangue: berserkers vs cavaleiros
— Capítulo 66: Campo de sangue: Aliança de guerra
— Capítulo 67: Os cavaleiros sagrados de Ares
— Capítulo 68: Deuses da guerra em combate - Parte I
— Capítulo 69: Deuses da guerra em combate - Parte II
— Capítulo 70: Apolo

Tá acabando :'( E gostaria de mais uma vez agradecer a vocês que me acompanharam até aqui. Com tanta paciência. Depois de amanhã, dia 24/03, a fanfic comemora CINCO ANOS. São 5 anos publicando, fazendo amigos, conhecendo pessoas novas, aprofundando na história que eu amo com personagens que me cativam, e isso me enche de satisfação.

Obrigado por tudo ♥


E como vocês já sabem, a critica de vocês é sempre bem vinda e fundamental para a história. Motiva bastante a escrever e caprichar.

Beijos e abraços!! Até o próximo capítulo (que pretendo lançar já na próxima semana.)



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