A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 10
Capítulo 10 - Voe cisne contra a discórdia. O guardião em Aries.


Notas iniciais do capítulo

A noite se torna mais fria do que o normal no Santuário. Enquanto o lado norte congela, um traidor se revela entre os de prata. Duas criaturas encapuzadas surgem diante da casa de Aries e pretendem subir as doze casas, mas um poderoso cosmo está guardando a primeira casa do Santuário.



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 Capítulo 10 – Voe cisne contra a discórdia. O guardião em Aries 


Portão Sul do Santuário - Grécia

Johan olhou para o homem a quem Éris chamou de "Aquário". Ele estava sendo acompanhado por dois soldados do Santuário.

— Senhor Hyoga!! — disse Johan, que quase desabou no chão, mas Hyoga se moveu na velocidade da luz e segurou o Cavaleiro de Prata.

— Você está bastante machucado e perdendo muito sangue. — disse ele elevando o cosmo e pondo a mão no peito de Johan. O cosmo congelante interrompeu a hemorragia e deu um pouco mais de forças.

— Desculpe-me por não poder ajudá-lo.

— Não se preocupe com isso. — Um dos soldados se aproximou e apoiou Johan em seu ombro — Leve Johan para dentro e cuide dos ferimentos dele.

— Sim senhor! — disse o soldado.

Hyoga olhou para o lado e viu os pedaços da armadura de corvo. Ele estendeu a mão, elevando o seu cosmo, e a armadura respondeu ao seu cosmo e começou a se juntar, pedaço por pedaço, até ficar em sua forma de objeto montada, mas repleta de danos. A armadura estava quase morta. Talvez ela conseguisse se restaurar sozinha, mas demoraria muito tempo e tempo era algo que eles não poderiam desperdiçar no momento. Hyoga então cortou o pulso e derramou um pouco do seu sangue na armadura.

— Não! — disse Johan, protestando. — Não faça isso. O senhor não pode perder sangue agora.

— Não se preocupe. Pelo pouco que conheço de armaduras, a sua não está morta, então não precisa que eu derrame um terço do meu sangue. Algumas gotas já é o suficiente para dar forças a ela. — Hyoga se aproximou de Johan e sussurrou em seu ouvido. — Volte para a base dos Cavaleiros de Prata e parta para Jamiel Voê tem que proteger o restaurador de armaduras. Lá dentro do Santuário tem uma pessoa lhe esperando. Você não pode permanecer no Santuário. Você tem que ir imediatamente. Procurem o novo Mestre de Jamiel e informem a ele o que está acontecendo.

Johan enrugou o cenho. Não fazia sentido se retirar do Santuário em um momento como aquele, mas a ordem estava vindo de um Cavaleiro de Ouro e não cabia a ele questionar.

— Vão!! — disse Hyoga aos soldados.

Os soldados levaram Johan e a armadura de prata de corvo para dentro do Santuário. Enquanto isso Éris apontou a lança para Johan, mas uma parede de gelo se ergueu diante dela, tampando a visão de Éris.

Éris olhou para Hyoga com os olhos ardendo em ódio.

— Como ousa me atrapalhar?

— Vim até aqui para enfrentar você. Não tem razão se preocupar com um cavaleiro de prata. — Hyoga estalou os dedos e a parede de gelo rachou e desabou.

— Veio até aqui para me enfrentar?! Você sabia que eu, uma deusa, estaria aqui e mesmo assim veio?

— Sabia. — respondeu Hyoga. — Existem livros no Santuário que são registros das guerras santas que Atena já batalhou. Muitos deles falam sobre Ares e em todos os livros sempre mencionam que você é uma das primeiras a agir levando a discórdia que culmina na guerra. Quando a notícia de que berserkes de Ares estavam invadindo o lado sul se espalhou no Santuário, não pensei duas vezes que você estaria aqui, liderando a invasão. 

Éris deu uma gargalhada.

— Que rapaz inteligente, mas burro ao mesmo tempo. — disse Éris, se aproximando. Ela colocou uma mão no rosto de Hyoga e olhou nos olhos dele. — Você sair da casa de aquário e vir até aqui só fez melhorar ainda mais a invasão. Bobinho. — Hyoga se espantou, mas se esforçou para não dar essa impressão a Éris. — Três homens se infiltraram lá dentro e vão subir as doze casas. Sem falar dos traidores do Santuário.

— Que o Santuário tinha traidores, disso eu já desconfiava. Mas três homens?! — Hyoga arregalou os olhos. — Não me diga que esses três são...

Éris riu novamente e se afastou de Hyoga.

— Em relação a me enfrentar, você tem noção da diferença de cosmo que possuímos? Sou uma divindade, Hyoga. Uma deusa. E você é apenas um humano.

— Um humano que já se aproximou de despertar o cosmo dos deuses. — Rebateu Hyoga.

Éris se irou. A deusa foi em direção a Hyoga e o agarrou. Suas unhas grandes e negras cravaram no rosto do Cavaleiro de Ouro, fazendo gotas finas de Sangue escorrerem.

— Tem ideia do que está falando?! O Olimpo inteiro já queria a cabeça de vocês por terem derrotado Poseidon e Hades. E agora querem ainda mais por causa da ousadia de entrarem nos Elíseos e despertarem as armaduras divinas. Já imaginou o que aconteceria se vocês despertassem o nono sentido?! A audácia de vocês não tem limites! Deuses poderosos e primordiais com certeza apareceriam para eliminá-los. Eles não são deuses como os do Olimpo. São deuses da criação que superam o nono sentido e exterminariam a humanidade e os deuses que fracassaram em derrotar vocês. As atitudes de vocês estão desencadeando uma batalha que vai exterminar a tudo e a todos. Por isso o Olimpo está enviando assassinos para matar vocês e Atena, antes que o Olimpo seja varrido pelos deuses da criação como uma punição.

— Vocês estão com medo. Então que venham os deuses primordiais, Éris. — Hyoga elevou o cosmo e segurou no punho direito da deusa. — Não vamos abaixar a cabeça para deuses orgulhosos como vocês. Vamos continuar lutando por aquilo que acreditamos.

— Humano idiota. Nunca viu um primordial e por isso fica a defecar pela boca falando asneiras. Deuses não gostam de humanos que alcançam o nível divino. Humanos já foram mortos da pior maneira possível por causa disso. Deveria ler os outros registros do Santuário.

O punho de Éris foi congelado e ela se afastou de Hyoga, segurando o braço paralisado.

— Insolente!

— Uma vez Thanatos me disse que para congelar um deus eu deveria alcançar um frio mais intenso do que eu já tinha evoluído. Durante os quase quinze anos que se passaram eu fui treinando até conseguir.

— Conseguiu alcançar e controlar um frio mais poderoso que o zero absoluto?! Isso é impossível.

— Errado, Éris. Eu consegui. Um frio necessário para rivalizar com deuses. — disse Hyoga, elevando o cosmo no punho direito.  Turbilhão de gelo!!

O ar em volta de Hyoga girou violentamente e cristais de gelo se formaram. O Cavaleiro de Ouro disparou uma rajada de vento congelante, com capacidade de arremessar o oponente para os ares, enquanto cristais de gelo formam um turbilhão que engole o inimigo, congelando seu corpo por inteiro e o destroçando.

Porém, a deusa Éris estendeu o braço e bloqueou o golpe, mas tudo ao seu redor congelou.

— Incrível, Aquário. Posso sentir o seu frio congelando a camada mais fina da minha pele, mas ainda possui um cosmo fraco. — Éris reuniu uma grande quantidade de cosmo na mão e seu braço descongelou. Em seguida ela disparou o golpe.

Hyoga juntou as duas mãos e disparou uma rajada de gelo. Uma tempestade de neve se formou e depois uma parede de gelo se ergueu, mas foi destruída pelo golpe de Éris. Pedaços de gelo se espalharam para todo lado, mas na medida em que cada pedaço de gelo caia no chão, um esquife de gelo pontiagudo se erguia violentamente.

Éris olhou para os lados, observando os esquifes de gelo se formando, e sorriu. O seu cosmo negro se elevou e nuvens negras se formaram. Raios sinistros, com uma tonalidade roxa começaram a descer em direção ao campo congelado. Os raios atingiam os esquifes de gelo e os derretia. Hyoga ergueu uma mão para o céu e uma tempestade de neve com ventos fortes começou a soprar no campo de batalha.

A tempestade podia ser vista por todos do Santuário e do vilarejo de Rodorio. Da casa de Sagitário, Seiya observava a colisão de cosmo.

Durante esse espetáculo, Hyoga e Éris apenas se encaravam, mas de repente um partiu para cima do outro. Éris fechou o punho e deu um soco no rosto de Hyoga, o qual depois revidou com um soco no rosto de Éris. Enquanto ambos se atacavam com socos e chutes, os raios de Éris continuavam a cair e a tempestade de neve continuava a soprar. Hyoga desviava dos raios com precisão enquanto lutava com Éris. A troca de golpes gerava poderosos deslocamento de ar que pressionavam o solo e abriam fendas. Éris saltou para trás elevando o cosmo e fez seu vestido negro se dissolver em trevas e se transformar em uma onyx divina que cobriu o seu corpo, em seguida partiu com unhas afiadas para cima de Hyoga.

Com os punhos fechados Hyoga invocava do cosmo pequenos fragmentos afiados de gelo, mas Éris usava suas unhas afiadas para se defender. Éris alcançou Hyoga e causou um fino arranhão na armadura de ouro, mas o Cavaleiro de Ouro contra-atacou segurando o braço da deusa e lançando-a para longe junto com um ar congelante. Éris pousou bruscamente rasgando o solo, ficando os pés e as unhas no chão. Mesmo com todo aquele frio, ela estava suada e com cabelo grudado na testa. 

Agora eu compreendo por que os deuses temem os Cavaleiros Lendários. — Pensou a deusa, encarando Hyoga. — Mesmo sendo apenas um Cavaleiro de Ouro, seu cosmo consegue resistir aos ataques de uma deusa. Consegue até mesmo impedir danos em sua armadura, a qual deveria ser pulverizada com meus golpes.

 A deusa estendeu a mão direita e lançou um golpe de longa distância contra Hyoga.

O golpe atravessou Hyoga e ele explodiu como se fosse feito de neve.

— Uma ilusão. — comentou Éris, com um sorriso no canto do rosto.

Flocos de neve começaram a cair formando um largo círculo, deixando Éris no centro. Do círculo de neve um gelo mais resistente começou a se formar e a crescer até começar a cobrir Éris, formando um teto de gelo em forma de cúpula. A deusa se aproximou da parede de gelo e encostou a palma da mão. O toque desencadeou uma onda de cosmo que a rebateu. Do lado de fora, a forma era parecida com um iglu, mas sem entrada ou saída. O gelo então começou a brilhar em um tom azul claro, mas quando Éris notou do que se tratava, era tarde demais. A cúpula explodiu, disparando uma coluna de cosmo para o céu e lançando a deusa para o alto.

Éris girou no ar e removeu de si todo o gelo que a cobria e planou procurando Hyoga. Do alto parecia que uma parte da Sibéria havia caído naquele local. Hyoga estava lá, olhando para ela. Éris pousou no chão e toda a neve derreteu ao seu redor.

— Você luta muito bem, Hyoga. Não é à toa que é um lendário, mas não tenho tempo para brincadeiras. — disse estendendo a mão e lançando golpes a distância.

— Cansou Éris?! — disse Hyoga, provocando a deusa.

O cavaleiro de Ouro desviou dos golpes da deusa e ergueu muros de gelo para se defender dos golpes que não conseguia evitar.

— Tenho que entrar no Santuário antes do espetáculo começar.

— Espetáculo? Está se referindo a lua de sangue?

— Isso mesmo. Sabe o que ela significa, não é? — perguntou Éris, e desapareceu como se fosse fumaça. Éris surgiu atrás de Hyoga e encostou a mão nas costas dele, aplicando um golpe que explodiu e o arremessou. — Não lutei tão a sério com você, Aquário. Sua hora de morrer ainda não chegou.

— Minha hora... de morrer? — perguntou Hyoga, se levantando.

— Nessa guerra santa eu sei que os dois lados vão dar tudo de si para vencer, mas preste atenção nas minhas palavras, Hyoga. O senhor Ares pode até perder, mas uma coisa é certa, nenhum lendário ficará vivo. Saiba que todos os deuses que não são da corte da guerra, mas que se aliaram a Ares nessa guerra santa, só fizeram para ter a oportunidade de matar vocês. Isso é uma profecia de morte para vocês.

— Deuses se rebaixando a Ares por mera vingança? — Hyoga deu um leve sorriso. — Parece que nem você aposta na vitória de Ares. Estão tão acostumados assim com a derrota?!

— A cabeça dos cinco é o que o Olimpo quer e é o que o Olimpo vai ter, não importa quem vença a guerra, vocês cinco irão morrer independente do resultado da guerra santa. Um a um vão cair mortos. Talvez até os erros de Atena sejam perdoados pelo Olimpo.

— Tolice! — disse Hyoga, erguendo as duas mãos e unindo-as. — Sobrevivemos até agora, então não será contra Ares que morreremos.

— Então você verá e será o último a morrer. Vendo seus amigos um após o outro morrendo. — Éris estendeu a mão para o lado e uma esfera de cosmo se formou.

— Não fale bobagens! Morra, Éris! Execução Aurora! — Hyoga disparou o golpe mais poderoso de Aquário. Um enorme cisne de gelo se formou e voou em direção a Éris.

Na medida em que o golpe ia em direção a deusa, afiados esquifes de gelo se formavam brotando do chão e congelando tudo. Éris correu e lançou um golpe no centro do ataque de Hyoga. Houve uma explosão, formando um turbilhão, e ambos foram envolvidos. Quando a neve cedeu e a tempestade cessou, os dois já não estavam mais lá. Desapareceram. No campo de batalha agora só restava vários esquifes de gelo, Nyctea caído no chão e vários soldados mortos e suas lanças e escudos espalhados.

—...—


Portão Norte do Santuário

— Mais uma explosão de cosmo. Vocês sentiram? — perguntou um rapaz de cabelo loiro trajando a armadura de prata de lagarto. Seus olhos azuis era um detalhe a mais para a beleza do cavaleiro. Ao redor dele, vários cavaleiros de prata estavam reunidos próximos a um grande portão fechado. — Uma invasão está acontecendo no lado Sul e é uma perca de tempo ficarmos aqui. Vamos até lá auxiliar os cavaleiros de bronze.

— Vamos! — respondeu os demais cavaleiros de prata.

— Fiquem onde estão. — disse um homem encapuzado. — Perca de tempo é ir para o Portão Sul auxiliar cadáveres. A essa altura todos que guardavam o portão devem estar mortos. 

— Quem é você? — perguntou um rapaz que trajava a armadura de Baleia.

O homem encapuzado deu um sorriso abafado e levantou a mão apontando com o dedo indicador para os cavaleiros de prata.

— Eu sou aquele que manipula a mente e o coração. — Fios prateados brotaram do seu dedo e foram em direção a testa de cada cavaleiro de prata. Eles não entendiam o que estava acontecendo. Seus corpos estavam paralisados diante de um cosmo poderoso. — Eu sou um deus e vocês irão se submeter ao senhor Ares.

O cavaleiro de prata de lagarto se ajoelhou diante do homem encapuzado e fez reverencia.

— Um prazer estar diante do senhor, Mestre Anteros. Deus da manipulação.

Ele parecia ser o único consciente de seus atos e do que estava acontecendo ali. Os demais cavaleiros de prata, automaticamente, se ajoelharam da mesma forma que o cavaleiro de prata de lagarto fez.

— Agradeço por cooperar e pelas informações, Alec. O Senhor Ares irá lhe recompensar pela sua fidelidade. — Anteros se virou e começou a caminhar. — Vamos! Temos que chegar ao templo de Atena antes da lua de sangue.

Todos se levantaram e o seguiram.

—...—


Casa de Áries

Dois homens encapuzados estavam parados diante da primeira casa.

— O que está esperando? — perguntou o mais alto. Ele carregava uma espada nas costas e três cabeças na mão esquerda, segurando-as pelos cabelos enquanto sangue escorria. 

— Existe um cosmo poderoso dentro da casa de Áries...

— Quem está aí? — perguntou uma voz firme vindo de dentro da primeira casa.

— Existe um guardião em Áries? — perguntou o mais alto.

— Não deveria, mas... — respondeu o outro encapuzado.

— Eu perguntei... Quem está aí? Quem são vocês?

— Deixe de ser covarde e saía da casa! — disse o encapuzado mais alto. — Somos aqueles que personificam o Medo e o Terror.

— Medo e Terror? São os deuses Phobos e Deimos?

— Exato. — respondeu o encapuzado alto.

Houve um silencio e então o ar ficou pesado. Um enorme cosmo explodiu de dentro da casa de Áries, removendo os mantos que cobriam Phobos e Deimos, revelando suas onyx divinas. Diante de um cosmo tão poderoso, Deimos desembainhou a sua enorme espada. A Onyx divina de Deimos era formosa e imponente, negra como a joia que nomeia o traje, com detalhes prateados, traços góticos e afiados e com uma enorme asa como se fosse a de um demônio. A Onyx de Phobos era uma vestimenta menos sinistra que a de Deimos. Possuía traços mais serenos, com um par de asas parecidas com a de um anjo, o oposto do irmão.

— Saia já daí! — disse Deimos.

Correntes saíram de dentro da casa de Áries indo em direção ao céu, mas no meio do percurso elas mudaram de direção e desceram indo em direção a Phobos e Deimos. Os dois saltaram, desviando das correntes, mas quando as correntes não acertavam o alvo voltavam a se erguer e atacavam novamente, como se fossem cobras querendo dar o bote na presa.

Deimos se defendia usando a espada, mas Phobos apenas desviava. Na ponta de cada corrente havia um triangulo pontiagudo. Phobos então parou e estendeu a mão formando um escudo de cosmo diante dele. As correntes ficavam atacando o escudo tentando quebrá-lo, mas o máximo que conseguiam era trincar a defesa.

— Existe apenas um cavaleiro que usa correntes e teria tanto poder para rivalizar com deuses. — disse Phobos. — E ele é aquele que nos últimos anos foi o Cavaleiro de Ouro de Virgem. Shun de Andrômeda!

— O quê?! — disse Deimos, olhando surpreso.

Trajando a armadura de Andrômeda, Shun saiu da casa de Áries. Dele emanava um cosmo extremamente poderoso, que fazia até o chão rachar.

— Se tratando de vocês, não existe motivo para que eu hesite e não use todo o meu poder.

— Então é você, Shun de Andrômeda... — comentou Deimos com um sorriso no rosto.

Deimos cortou algumas correntes que avançavam em sua direção, e em seguida cravou a espada no chão. Chamas romperam da espada, e uma onda de fogo foi rachando o chão indo em direção a Shun. Shun elevou o cosmo e criou uma corrente de ar ao seu redor, mas o fogo de Deimos se fundiu ao cosmo de Shun e um grande furacão de chsmsd se formou com o cavaleiro de andrômeda dentro dele. 

— Queime até os ossos seu desgraçado!!

— Deimos... — chamou Phobos.

De repente a coluna de fogo se intensificou e expandiu, girando em alta velocidade e disparando chamas. No centro de todo aquele inferno havia um cosmo queimando tanto quanto aquelas chamas. O furacão de fogo então começou a diminuir e a se centralizar na mão direita de Shun, estendida em direção a Deimos. Agora o ataque o deus estava concentrado em uma esfera de fogo na palma da mão de Andrômeda, e para a surpresa de ambos os deuses, Shun liberou o contragolpe em uma rajada grossa de cosmo e fogo contra Deimos.

O deus do Terror arrancou a espada do chão e a colocou na sua frente, cortando assim o contra-ataque ao meio. O golpe explodiu atrás de Deimos, e tudo foi tomado por uma grossa fumaça negra.

Shun estreitou os olhos para enxergar através da fumaça, mas a corrente circular se móvel e se pôs diante de Shun no exato momento em que Deimos saltou de dentro da fumaça trazendo a espada em mãos a fim de cortar Andrômeda ao meio. A corrente circular parou o ataque e Shun elevou o cosmo, fazendo o deus se distanciar.

— Chega Deimos! — interrompeu Phobos.

— Não me venha com discursos agora. — Rebateu Deimos, olhando para Phobos com os olhos vermelhos brilhando em fúria.

— Não é discurso. Apenas que... Andrômeda está vulnerável para mim. — Phobos focou os olhos azuis em Shun, e em resposta Shun o encarou. Os olhos do deus começaram a brilhar em um azul escuro sinistro e momentaneamente o cosmo do Cavaleiro de Andrômeda começou a diminuir de intensidade. — Vamos menino prodígio, me mostre qual seu maior medo. Verum revelatum.

Shun cedeu ao chão ficando de joelhos e com os olhos arregalados olhando para o céu noturno, abrindo a boca em um grito mudo.

Phobos deu uma risada, a qual assustou até mesmo a Deimos. Uma risada sinistra, como se ele estivesse se deliciando com os medos de Shun. Andrômeda colocou as duas mãos na cabeça, apertou os dedos puxando os cabelos e gritou. Um grito de pavor que vinha do fundo da alma. O som se propagou por todo o santuário, e de seus olhos sangue começaram a escorrer.

—...—


Casa de Sagitário

— Shun! — disse Seiya, olhando para a casa de Aries após ouvir o grito do amigo. — Shun deve estar precisando de ajuda. — Seiya deu alguns passos descendo as escadas, mas parou e olhou em direção ao Salão do Grande Mestre. — Não posso sair daqui. Tenho que confiar no Shun. — Seiya olhou novamente para a casa de Áries. — Shun...

—...—


Salão do Grande Mestre.

— Esse gritou... foi do Shun? — perguntou Tourmaline, para o Grande Mestre.

— Foi. — respondeu ele.

— Shun é o cavaleiro mais poderoso presente no Santuário. — comentou Pavlin. — Não será derrotado assim tão fácil.

— Se Shun for derrotado... — Tourmaline olhou para Pavlin — Não importa quem esteja nas outras casas, terá o mesmo fim.

Atena permaneceu calada, com os olhos focados na porta do salão, como se estivesse esperando alguém entrar de repente. Ela estava nervosa apertando com força o apoio dos braços do trono do Grande Mestre.

—...—


Casa de Áries

— O que foi Andrômeda? — perguntou Phobos, se aproximando. O deus passou por Shun e parou de costas para ele. — Nunca perca o controle das suas emoções perto de mim. Posso lhe mostrar o mais profundo da sua alma. — disse olhando de lado. — Para alguém tão puro como você, deve ser nada fácil ver pessoas sendo torturadas dentro de suas casas, abusadas, violentadas... afinal, a violência, o ato de machucar o próximo, é o seu maior medo, não é? Sentimento tolo. Você, que é um guerreiro há tantos anos e já enfrentou diversas guerras conhecendo o próprio inferno cara a cara, já deveria ter se acostumado com a parte obscura desse mundo.

Deimos se aproximou de Shun e colocou a lâmina da espada em seu pescoço.

— Seus dias de vida e desobediência aos deuses acabam aqui. — disse o deus.

— Pare! — ordenou Phobos. — Lembra do acordo e do plano de Anteros? Vamos entregar os Cavaleiros Lendários aos deuses do Olimpo.

Deimos estreitou os olhos pensando se realmente valia a pena continuar com o plano, afinal ele estava prestes a matar um dos lendários, mas por fim retirou a espada e a colocou de volta na bainha.

— Deixe-o aí. — disse Phobos. — “Ele” já está a caminho. Vamos!

Deimos passou direto, indo em direção as outras casas e Phobos o acompanhou. Ambos sumiram dentro da casa de Áries rumo ao salão do Grande Mestre.

Shun abaixou as mãos e se levantou. O corpo estava tremendo e seu cosmo estava desequilibrado. Mesmo sabendo que os deuses estavam indo ao templo de Atena para tirar a vida da deusa, Shun não tentou impedi-los novamente. Ele apenas olhou para a estátua de Atena e continuou a derramar lagrimas de sangue.

— Me perdoe Atena.

—...—


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo: As Moiras se revelam no céu noturno, a lua de sangue começa a surgir e Deimos fica ainda mais violento. Seiya vs Deimos em sagitário.

Capítulo 11: O anjo de asas quebradas.


Agradecimentos: Queria agradecer a todos vocês que vem acompanhando cada capitulo. Agradeço a você também que começou hoje, mas que já está ansioso pelo próximo capítulo. Agradeço a você que comenta com sua opinião, criticas e sugestões. Isso me ajuda muito e estou de mente aberta para atender cada leitor.
Abraços.



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