A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 1
Capitulo 1 - Aquilo que as estrelas sussurram.


Notas iniciais do capítulo

Sempre que as forças do mal tentem dominar a terra, os lendários Cavaleiros de Atena surgem para protegê-la. Neste capitulo, o Grande Mestre vai ler as estrelas e recebe uma profecia. Uma guerra santa se aproxima e essa profecia pode mudar tudo.



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Capítulo 1 – Aquilo que as estrelas sussurram


Star Hill, Pico das estrelas, região sul do Santuário de Atena – 1988 - 2 anos após a Guerra Santa contra Hades

Ao sul do santuário existe uma montanha de rochas sinuosas e no pico da montanha existe um pequeno palácio onde o Grande Mestre, ou o seu auxiliar/conselheiro, vai para ler as estrelas e assim prever o futuro da humanidade, estando um passo à frente dos planos dos deuses.

É um local sagrado e por isso é proibido a entrada de outras pessoas sem a permissão do Grande Mestre ou de Atena. No Star Hill existe livros e pergaminhos com registros de todas as guerras santas travadas por Atena e também informações sigilosas.

Um homem de porte alto parou na beira da montanha olhando para as estrelas. Vestindo uma capa que o cobria da cabeça aos pés. Mantendo o rosto coberto pela sombra do capuz.

— Então, esse é o futuro?! Essa é a ameaça que se aproxima?! — disse o homem, cerrando o punho.

O homem parecia falar com as estrelas e o seu silêncio era como se estivesse sendo respondido. O vento forte fazia a capa bater contra o seu corpo e em uma das mãos ele carregava um frasco de vidro com um liquido vermelho dentro. Sangue. Não era um sangue qualquer. Daquele sangue fluía um grande poder.

— Serei punido pelos deuses se eu mudar a profecia? — perguntou o homem para as estrelas.

Palavras aleatórias em grego surgiram ao redor dele, circulando-o. Era como se dançassem ao seu redor. Emitiam um brilho colorido como a aurora boreal, até que se apagaram e sumiram. Ele cerrou o punho hesitando.

— Que os deuses me perdoem. — disse ele, virando-se para descer a montanha. — Mas eu não tenho alternativa.

Ao chegar no pé da montanha ele ergueu uma das mãos, na qual ele carregava o selo de Atena. Um selo com o nome da deusa escrito com sangue divino.

— Com a autoridade dada a mim por Atena... — O selo brilhou com um cosmo dourado. — Eu selo o Star Hill! — O papel saiu de sua mão e se prendeu na montanha.  Apenas o Grande Mestre ou algum outro escolhido por ele, ou eleito por Atena, poderá subir a montanha! Qualquer outro invasor será repelido para uma dimensão paralela!

—...—


Templo de Atena, Santuário — Grécia

O templo de Atena é uma sala particular da deusa que fica debaixo de sua estátua. Uma estátua com mais de quinze metros de altura e que é símbolo da deusa patrona do santuário e guardiã da terra.

As portas se abriram e um jovem alto, magro, com cabelos e olhos cinza claro, trajando a armadura de prata de altar, entrou nos aposentos de Atena. Uma sala ampla com um tapete vermelho que se estendia até um trono dourado onde uma garota estava sentada. O caminho que leva até o trono era guiado por colunas de mármore com detalhes dourados nas bordas. A iluminação era feita por tochas de fogo, que ficavam penduradas nas colunas, fazendo sombras no teto da sala.

— Com todo respeito Atena, desculpe-me por interromper seu descanso. — disse o rapaz, se ajoelhando perante a deusa.

Saori Kido, a reencarnação de Atena, estava sentada no trono trajando um vestido branco e ao seu lado estava o báculo dourado preso em um suporte. O báculo de Atena representa a deusa da vitória, Nike.

— Bons presságios, Delfos? — perguntou Saori, com um doce sorriso.

— Não se preocupe, Atena. Tudo está em ordem e acontecendo como previsto. A paz voltou para a Terra e não corremos o risco de ter uma nova guerra por mais ou menos duas décadas. — Delfos olhou para Atena e sorriu — Tempo o suficiente para chamarmos de paz aqui no santuário.

— Fico contente em saber disso. — disse ela, agradecida. — Temos que reconstruir o Santuário para que possamos garantir essa paz por mais tempo. Peço que você convoque cavaleiros competentes para treinar os novos aspirantes a cavaleiros. Temos antigos combatentes espalhados pelo mundo. Bons homens e mulheres que já serviram ao Santuário e que agora descansam. Peça auxílio a eles se for necessário. A ordem é que prepare um novo exército.

—Sim senhora! — respondeu.

— Agora pode voltar ao seu posto. Como Grande Mestre do santuário.

— Licença.

Delfos se levantou e seguiu em direção à porta, fechando-a em seguida.

—  Atena... — pensou Delfos. — Farei o que for necessário.

Enquanto seguia em direção à sala do Grande Mestre, deparou-se com um homem que se aproximava. Esse homem trajava uma das doze armaduras de ouro.

— Onde pensa que vai, Seiya de Sagitário? — perguntou Delfos, colocando-se em seu caminho e impedindo a passagem.

— Estou indo falar com Atena. — respondeu Seiya.

— Atena não pode receber visitas neste momento. — disse em tom sério, continuando em direção ao salão do Grande Mestre, deixando Seiya para trás. — Apenas eu, o Grande Mestre, e as damas de companhia, podem ter contato com a deusa Atena. Retorne para a Casa de Sagitário, Seiya. Sair da posição de vigilância sem autorização pode ser visto como uma infração gravíssima.

— Por que não posso vê-la?

Delfos parou.

— Porque ela é uma deusa. As coisas mudaram no tempo em que você esteve inconsciente devido à maldição de Hades. — disse Delfos. — As regras e os costumes antigos voltaram a ser aplicados. Atena não pode receber visitas de seus cavaleiros, a menos que seja em audiências oficiais. Eu sou o representante de Atena, então vocês devem recorrer a mim, e eu levarei as questões para nossa deusa. — ele olhou sorrateiramente para trás. — Entendeu, Seiya?

Seiya cerrou o punho e o seguiu. Em seu rosto ficou cravado hesitação e raiva. Hesitação porque Seiya não estava diante de um simples Cavaleiro de Prata, mas sim do sacerdote de Atena. Aquele que tem a segunda voz de ordem no Santuário. E raiva porque ele sempre ficou ao lado da Saori, mas o novo Grande Mestre estava impondo as velhas regras do Santuário e uma delas é que Atena deveria ser inacessível, se mantendo reclusa em segurança no seu templo e apenas o Grande Mestre teria contato com a deusa.

A armadura de prata abandonou o corpo de Delfos quando ele entrou no grande salão e os trajes de Grande Mestre surgiram cobrindo o seu corpo. Ele colocou o elmo dourado na cabeça e sentou-se no trono.

O salão do Grande Mestre não é muito diferente do salão do templo de Atena. A única diferença é a dimensão do salão que é maior. Seiya entrou no recinto vindo por de trás do trono e se colocou diante de Delfos.

— Eu reprovo os seus métodos. — disse Seiya, com a voz alterada — Eu sempre estive ao lado dela e a protegi. Privar os cavaleiros de falar com Atena é uma atitude semelhante ao que Saga fazia para esconder a ausência de Atena no Santuário.

— Não me compare a Saga de Gêmeos. — Disse Delfos com voz séria, mas sem perder o controle. — Eu não sou um usurpador e jamais farei algo contra Atena. Sou o Grande Mestre legítimo. E cabe a mim comandar o exército de Atena. Sua função é proteger Atena, permanecendo na Casa de Sagitário, impedindo o avanço de invasores.

— Como é que é?! — Seiya cerrou o punho.

— Volte para a Casa de Sagitário, Seiya! Você é um Cavaleiro de Ouro e deve proteger as Doze Casas. Não pode perambular pelo Santuário ou visitar os aposentos de Atena sem a devida permissão. Também deve agir como um Cavaleiro e permitir que Saori, ou melhor, que Atena aja como uma deusa. — Ordenou o Grande Mestre. — Atitudes imaturas por parte de Atena e de seus cavaleiros podem gerar sofrimento para a humanidade. Uma deusa mal preparada não pode proteger a Terra. Não concorda, Seiya?

Seiya ficou furioso. Mesmo sabendo que de acordo com as leis do santuário o Cavaleiro de Altar deve ser o Grande Mestre quando não existe nenhum Cavaleiro de Ouro capacitado para tal cargo, ele odiava a ideia de Delfos ser o Grande Mestre. Delfos era um homem misterioso e rígido, e isso gerava desconfiança da parte de Seiya.

— Não pode simplesmente chegar aqui e começar a dar or... — Seiya interrompeu o que iria falar.

Um cosmo poderoso tomou conta do salão do patriarca. Um cosmo que vinha de algum lugar por de trás do salão do Grande Mestre.

— Atena?! — perguntou o Grande Mestre, surpreso.

— Grande Mestre, não se preocupe. — disse Atena, através do cosmo — Pode deixar que Seiya venha falar comigo.

— Não! — rebateu Delfos.

Por um momento o salão ficou em silencio. Seiya, surpreso, arregalou os olhos. Ele acabou de ver o patriarca dizendo um “não” firme para Atena. Sem hesitar.

— Vai me desobedecer, Grande Mestre? — perguntou Atena.

— Saori Kido, lembre-se de quem você é. Você é a reencarnação de Atena. Uma deusa. Portanto, comece a agir como tal. — O tom de voz do Grande Mestre tornou-se um pouco mais autoritário — Por ter crescido longe do Santuário, a senhora nunca foi devidamente preparada para atuar como uma deusa. Graças à sua grande força de vontade, tivemos um bom êxito nas últimas guerras, apesar de seu despreparo. Mas isso não pode perpetuar. Se não sabe agir como uma deusa, eu irei lhe ensinar. Caso contrário, irá conduzir o Santuário para uma desgraça sem volta, e isso eu não posso permitir.

— Grande Mestre eu... — Saori oscilou. As duras palavras do Grande Mestre geraram um peso na consciência de Atena. — Compreendo.

— Você hesita. Como uma humana. — comentou ele. — Atena, ainda lhe falta pulso firme. Com o passar do tempo você irá amadurecer.

Seiya não acreditou naquilo que estava escutando. Sentiu a hesitação na voz da Saori e isso o fez imaginar o quanto ela podia estar magoada com as palavras de Delfos. A ira tomou conta de Seiya. Quanto mais o cosmo de Atena sumia do recinto, mas a raiva dele aumentava.

— Saori! Não baixe a cabeça para esse homem... — Seiya fechou o punho e disparou uma investida contra o Grande Mestre. — Vou ensiná-lo a respeitar a Saori!!

Seiya estava avançando contra Delfos, mas uma corrente dourada feita de cosmo surgiu cruzando o salão e segurou o punho de Seiya, que estava prestes a atingir o rosto do Grande Mestre.

— O que pensa que está fazendo Seiya?! — Perguntou Shun. Ele estava trajando a armadura de ouro de Virgem. — Por acaso ia atacar o Grande Mestre? 

Delfos não pareceu surpreso, nem com a rebeldia de Seiya e nem com a intervenção de Shun. Talvez ele tivesse tudo sob controle e fosse se desviar do soco. Ou então sabia que Shun estava do outro lado da porta escutando aquela conversa exaltada entre ele e Seiya.

— Não interfira, Shun! Esse homem teve a ousadia de...

— Já chega Seiya! — disse Shun, recuando com as correntes douradas que se desfizeram em cosmo. — O Grande mestre tem razão. Devemos agir como servos e Atena como deusa. Vamos Seiya, me acompanhe.

Seiya deu as costas para o Grande mestre e foi ao encontro de Shun que o esperava na entrada do Salão.

— Agradeça ao Shun, Seiya, por ter detido você. Na próxima vez não terei tanta paciência. — disse advertindo.

A porta da sala do Grande Mestre se fechou. Shun e Seiya desceram as escadarias das doze casas em silêncio. Um silencio sufocante. Até que Seiya falou.

— Sei que você quer dizer algo.

Seiya parou de andar e se encostou em um pilar.

— Delfos está impondo as regras antigas do Santuário. — Reconheceu Seiya — Eu não gosto disso.

— Delfos é um bom homem e jamais faria algo contra Atena. Além disso, Atena está sendo protegida pelas damas de companhia. — Shun segurou no braço de Seiya e o puxou para o meio da escadaria. — Olhe lá para baixo, Seiya. O que você vê?

— O Coliseu e... O pessoal treinando.

— Exato. Nós somos exemplos para eles. Para a nova geração. — Shun começou a descer as escadas e após alguns degraus ele parou e olhou para o amigo. — Vamos.  Você deve retornar para a sua casa já que agora você é um Cavaleiro de Ouro. 

— ... —


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Notas finais do capítulo

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Próximo capítulo:O Grande Mestre reúne alguns cavaleiros e passa para cada um uma missão. O santuário está em ritmo de renovação. Novos aspirantes, novos cavaleiros.

Capítulo 2 - A missão dos cavaleiros



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