–-Aguarde um momento, iremos chamá-lo. – um dos guardas disse, em seguida saiu, o outro guarda ficou. Ele foi chamar Loki, isso me deu um frio na barriga, iria conhecer meu pai pessoalmente.

Continua...

(POV de Loki)

Eu não tinha nada para fazer, trancado em meu quarto, sentado de frente á janela, que guardava a mais bela vista de Asgard. De vez em quando pensava se passaria o resto da minha vida em meu quarto sem ninguém. Já tentei me aproximar das pessoas, já tentei varias vezes ser legal, mas ninguém me dava atenção, eles me tratavam como um lixo. Ás vezes me sentia assim, um lixo, ignorado por todos! Perdido nesses pensamentos acabei me lembrando de todas as vezes que Odin deu mais valor a Thor do que á mim, das vezes em que brincavam e me deixavam de lado, das vezes em que dera mais valor a Thor do que á mim, do dia em que me falaram que eu não seria rei, me lembrei de todos os dias em que me isolei do mundo e sofri sozinho. Só havia algumas lembranças felizes na minha vida e em todas elas estava ela, a mulher mais bonita que conheci em toda minha vida: Sigyn. Me lembrei do sorriso lindo que ela tinha, das noites em que passamos juntos, dos nossos beijos.. mas como tudo na minha vida ela se foi.. e com ela, minha felicidade. Quando me lembrei que a pessoa mais importante da minha vida, havia ido embora para sempre, uma raiva me subiu pelo corpo e não pude conte-la lancei uma energia tão forte pelo quarto que acabou por destruir em tudo o que tocava. Soltei um grito e esmurrei a parede á minha frente, fechei os olhos com força tentando me livrar desses pensamentos que me torturavam a cada dia que se passava, me prendendo no meu passado. Até que escutei passos se aproximando e logo em seguida houve uma batida na porta.

Respirei fundo e me acalmei novamente, caminhei até a porta e abri uma pequena fresta apenas para saber quem estava na porta. Era um dos guardas de Odin, era só o que faltava, o que ele queria agora? Que pedisse desculpas pelas coisas que fiz em Midgard? Nunca! A culpa não foi minha, era de Odin, mas ele não percebia isso. Ele nunca me deu o mesmo amor, carinho e atenção que dava á Thor e era esse o motivo da tanta destruição que causei.

–-Príncipe Loki. – o guarda começou a falar – O Senhor tem uma visita. Poderia me seguir?

Uma visita? Isso sim me deixou surpreso. Quem iria querer me visitar, justo a mim? E por que motivo Odin aceitaria que alguém me fizesse uma visita?

–-Quem é? – perguntei curioso.

–- Uma garota, Senhor. – disse o guarda, com uma voz calma.

Uma garota?? Hmm agora estava ficando mais interessante. Guardei meu sorriso malicioso para mim.

–- Irei com você. – Falei finalmente, agora mais curioso do que nunca. Segui o guarda pelo corredor, até uma pequena sala. O guarda fez um sinal com a cabeça indicando que ali era o local onde estava minha visita misteriosa. Sem mais delongas abri a porta, avistei uma garota, deveria ter uns 15 ou 16 anos, o que deixava tudo isso mais estranho ainda, ela mexia com alguns livros que se encontravam em cima de uma pequena estante, mas ela parecia diferente, aparentava ser mais forte do que as outras garotas. A final de contas quem ela era? Por que queria falar comigo? Fechei a porta lentamente para que ela não percebesse minha presença.

–-Olá?! – disse com minha voz um pouco alta. No mesmo momento ela levou um susto, dando um pulo para trás e derrubando o livro que olhava. Ela se abaixou pegou o livro colocando ele no mesmo lugar em que antes se encontrava. Quando ela finalmente olhou para mim, subiu um arrepio por todo o meu corpo, seus cabelos pretos da mesma cor que o meu, e seus olhos azuis eu poderia jurar que já havia visto aqueles mesmos olhos em algum lugar: Sigyn. Ignorei a última pessoa em que veio na minha cabeça. Ela me olhava assustada. – Não vai me responder?

–-O-oi– Ela disse com a voz um pouco trêmula, ela mexia as mãos nervosamente. Eu gostava quando as pessoas ficavam nervosas ou com medo de mim, me fazia sentir melhor. Mas havia algo diferente naquela garota, ela era indecifrável eu não conseguia ler a sua mente e não conseguia descobrir o que se passava na cabeça dela, afinal de contas o que e quem ela era?

POV de Kyra

Era a primeira vez que via ele pessoalmente, era exatamente como as pessoas descreviam, seus olhos são verdes, tem cabelos pretos, é alto e forte. Eu não sabia exatamente o que estava sentindo naquele momento, ele me retirou dos meus pensamentos novamente:

–-Vamos diga logo, o que quer de mim? – ele falou agora com a voz alterada e sombria, que me fez ficar com medo dele. Abaixei a cabeça, respirei fundo tomei coragem e disse:

–- E-eu gostaria de lhe entregar um anel. – ele bufou alto e em seguida soltou uma risada sarcástica.

–- Um anel? Sério? – Ele riu novamente, mas dessa vez mais alto, como se estivesse zombando de mim. – Só pode estar de brincadeira comigo! Por que eu iria querer um simples anel...

–-Não é um simples anel! – disse com a voz um pouco alterada, interrompendo ele.

–- Como ousa me interromper! Não sabe quem eu sou! – Ele praticamente gritou se tele-transportou para minha frente. Levei um susto, dando alguns passos para trás e esbarrando em um criado mudo. Arregalei os olhos fitando ele, que agora me olhava com fúria. Ele era assustador, assim como os boatos que circulavam por Asgard.

–- M-me desculpe. – falei ainda olhando assustada para ele, que sorriu.

–- Assim está bem melhor. Você tem medo de mim? – agora falava com calma, sussurrando no meu ouvido. Ele andava em minha volta como se ele fosse um predador e eu fosse a presa. Fiquei imóvel, com medo de que qualquer movimento meu poderia me prejudicar.

–- Um pouco. – falei sem gaguejar, tentando esconder os meus reais sentimentos. Mas no fundo sabia que não iria funcionar. Engoli seco quando ele parou na minha frente.

–- E então? Aonde está o anel? Me mostre.. já que ele não é um simples anel – disse ele, agora olhando de uma forma curiosa para mim, peguei o anel e mostrei á ele, que paralisou na hora.

POV de Loki

Aquela garota estava me irritando, mas ao mesmo tempo estava gostando, ela estava bem a minha frente, indefesa. Poderia fazer o que quisesse com ela, mas por algum motivo, bem lá no fundo do meu coração eu sentia que não queria machucar ela e sim protege – lá, o que deu em mim? Sempre gostei de morte e de sofrimento, por que eu estava pensando em proteger aquela garota? Algo estava estranho e senti que tinha que acabar logo com aquilo.

–- E então? Aonde está o anel? Me mostre.. já que ele não é um simples anel – falei repetindo a mesma frase que ela havia dito momentos antes. Eu tinha que admitir estava curioso. Ela pegou o anel e me mostrou. Quando finalmente o vi, não conseguia acreditar, minha boca ficou entre aberta e meus olhos se arregalaram. Era o anel de Sigyn! Não podia ser, como seria possível! Sigyn morreu á muito tempo atrás. Mas eu podia vê-lo e por mais que eu temia admitir, sim era o anel que eu havia dado a Sigyn. Fiquei paralisado tentando organizar meus pensamentos, olhei para a garota que agora me olhava com um misto de medo e curiosidade. Como aquela garota poderia ter o anel de Sigyn?

–- A onde você conseguiu isso? – falei ainda fitando o anel.

–- Isso não importa. – me disse ela

–- IMPORTA PRA MIM!! – gritei pra ela, enquanto todas as minhas lembranças de Sigyn vinham á minha mente. Ela levou um susto, dando um pequeno pulo.

–- Sigyn. – ela falou rapidamente - Ela me entregou. E me pediu para entregar-lhe a você e dizer que ela sempre o amou. – agora ela tinha lágrimas nos olhos. Mas Sigyn morreu a muito tempo como aquela garota saberia sobre ela. Pela primeira vez na minha vida eu estava confuso, não conseguindo decifrar aquele mistério que estava me torturando.

–- Quem é você e como sabe sobre Sigyn? – perguntei

–- Meu nome é.. – ela começou, mas eu a interrompi:

–-NÃO ME INTERESSA O SEU NOME! EU QUERO SABER QUEM VOCÊ É!!?? – agora gritei irritado com a garota que estava á minha frente chorando? Mas por que diabos ela estava chorando.

–-SOU FILHA DELA TÁ! E QUERENDO OU NÃO VOCÊ É O MEU PAI!!! EU SOU SUA FILHA QUER VOCÊ GOSTE OU NÃO! – ela gritou comigo enquanto chorava, arregalei meus olhos, aquela garota era minha filha? Ela colocou o anel em cima do criado mudo e saiu correndo fechando a porta com força. Eu estava parado no mesmo lugar, olhando para o nada.

–-Minha filha? – sussurrei para mim mesmo. Não sabia se sorria, se sentia raiva, não sabia o que fazer. Olhei novamente para o anel e saí correndo atrás da garota.

Continua...