Parecia ter sido morto por magia, uma magia poderosa. Fiquei assustada e olhei ao redor para ver o que havia acontecido. Meu olhos se arregalaram quando vi ela ali, deitada no chão, lagrimas começaram a brotar rapidamente em meus olhos.. em um ato de desespero gritei o mais alto que podia:

–– Mãaaaaaaaaaaae!!!

Continuação:

Saí correndo até ela, me ajoelhei ao seu lado, ela já não era mais como antes, estava pálida e sem forças para fazer nada. Meu coração estava quebrando em milhões de pedaços, as lágrimas que antes estavam em meus olhos agora já caíam sobre meu rosto.

–-mãe, mãe por favor fala comigo. – eu falei, tentando obter uma prova de que ela estava viva. Ela mal conseguia respirar direito, e isso me fazia ficar mais desesperada ainda.

–-filha m-e escut-ta – ela falou tossindo. – seu pa-ai ele...

–-Shh.. não precisa falar mãe..

–-preciso, eu preciso fa-lar, seu pai é o.. – eu havia imaginado todos esses anos quem era meu pai, mas eu não queria que fosse assim, minha mãe estava falando como se fosse a ultima oportunidade de falar para mim quem meu pai era, fiquei atenta a suas palavras – seu pai é o Príncipe Loki.

–-o que? - Naquele momento meu mundo parou, eu não sabia mais o que fazer, o que falar, eu sou Filha de Loki? O deus da trapaça, o mais mentiroso e traiçoeiro de todos, era meu pai? Eu não podia acreditar, parecia impossível. Ela tossiu de novo e continuou:

–-vá até o meu quarto... pegue o anel e devolva a ele, e diga... que.. eu sempre o amei.

–-não mãe não isso não pode ser verdade, não é verdade – as lágrimas quentes ainda saíam dos meu olhos – e não fale assim, você vai ficar bem, você vai ficar bem. – ela balançou a cabeça ‘não’ , nesse momento meu coração parou.

–-eu te amo filha. – e então ela fechou os olhos, foram suas ultimas palavras.

–-não, não, não, não, não.. mãe, por favor mãe, fica comigo, não me deixa, por favor. – falava abraçando seu corpo agora sem vida. Chorando. Fiquei ali por um longo tempo, eu não ligava se algum outro animal aparecesse, eu só queria minha mãe viva, me apoiando e me ajudando a crescer e a se tornar uma mulher igual a ela, guerreira e forte como sempre foi. Minhas lagrimas foram se acalmando e o cansaço e sofrimento me dominou... tudo ficou escuro.

Acordei na manhã seguinte com o sol no meu rosto, me sentei olhei para minha mãe e me lembrei de tudo, meus olhos estavam inchados, meu vestido sujo e cabelo bagunçado. Minha mãe ali do meu lado, morta. Eu tinha vontade de chorar, mas não conseguia, havia chorado tanto noite passada que eu não conseguia mais nem chorar.

Me levantei e fui até a minha casa, tomei um pouco de água e peguei uma pá e andei até um lugar perto do mar, com um aperto no peito.. comecei a cavar uma cova. Enquanto isso eu lembrava de todos os momentos felizes que passei com minha mãe, eu me sentia culpada, talvez se eu não estivesse saído para fora de casa por causa de uma fruta, ela ainda estivesse viva. As lágrimas voltaram aos meu olhos, mas eu não as deixava cair eu devo ser forte, afinal chorar agora não vai fazer diferença. Eu finalmente havia terminado olhei para a cova, vazia, gostaria que continuasse assim.

Caminhei de volta até a minha mãe. Olhei bem para ela, seu sorriso não estava mais em seu rosto, ah como eu gostava daquele sorriso me fazia sentir feliz, e quando ela me abraçava me fazia sentir segura. Essas lembranças vinham a minha cabeça toda hora. Eu nunca mais ia ver o seu sorriso e nunca mais ela iria poder me abraçar, não agüentei segurar as lágrimas que agora novamente escorriam pelo meu rosto. Peguei ela, colocando um de seus baços por trás do meu pescoço.

Quando finalmente cheguei até a cova, coloquei ela lá dentro. Olhei uma ultima vez para ela, e comecei a enterrá-la. Quando terminei olhei para o céu o sol estava brilhando no horizonte, aquele era o lugar preferido dela. Voltei para casa, entrei e fiquei olhando, estava vazia, eu estava sozinha, sem ninguém, meus pensamentos iam e vinham na minha cabeça e eu não sabia o que fazer, então me lembrei do que minha mãe havia me falado sobre meu pai, eu não tinha pensado sobre isso ainda hoje eu queria saber como aconteceu. Por que minha mãe não estava mais com ele. Talvez ele tinha abandonado agente. Era uma possibilidade afinal ele não era considerado uma das melhores pessoas de Asgard. Fui até o quarto da minha mãe e comecei a procurar o tal anel que ela tinha me falado, procurei em uma gaveta, duas, três.. mas algo estava errado a terceira gaveta tinha uma caixinha no canto dela, bem no fundo, peguei e abri.. eu tinha achado “foi mais fácil do que eu pensei” abri a caixinha e dentro havia um anel com uma pedra azul brilhante, eu não sabia o que era, e também não importava, o que realmente importava agora era o pedido da minha mãe de levar o anel até meu pai e dizer a ele que ela sempre o amou.

Eu deitei em sua cama e chorei novamente, não sabia o que fazer mas com certeza não gostaria de conhecer meu pai pessoalmente agora. Então adormeci novamente.

***

POV de Loki

Eu estava no meu quarto onde ninguém me incomodava, estava lendo um livro até que um servo bateu na porta e entrou.

–-eu não lhe dei permissão para entrar, servo. – falei um pouco irritado.

–-me desculpe, Senhor. O Rei Odin quer vê-lo. – depois de falar isso ele saiu me deixando sozinho novamente em meu quarto.

Bufei alto e comecei a caminhar em direção a sala do trono. “o que Odin quer agora” chegando lá eu entrei, fui até ele e fiz uma pequena referência. Ele me olhava como se me estudasse, e eu odiava isso.

–- o que quer? Por que me chamou aqui? – perguntei logo de uma vez.

–-Loki, meu filho..

–-Não sou seu filho! – falei em voz alta e irritado, não era filho de Odin, eu era adotado quantas vezes teria que falar. Thor ainda me chamava de “irmão” o que acabava me prendendo ao meu passado mais ainda, mas Thor não percebia, afinal ele era um idiota mesmo.

–-Loki... você tentou matar seu irmão e destruiu Midgard. – bufei alto.. lá vem o discurso de novo. – mas, decidi a pedido do seu irmão para que diminuísse sua pena, e trouxesse você para o castelo. E assim o fiz. Mas depois de tudo o que aconteceu, será que ainda não aprendeu a lição?

–-eu não fiz nada! Estava lendo o meu livro até que você me chamou aqui para dar esse seu discurso e dar uma de rei novamente...

–-chega! – ele gritou – não me desafie Loki e não se finja de inocente! Você colocou pimenta no jantar ontem a noite!

–-ótimo, os servos erram e eu levo a culpa! – mas eu sabia que o que ele falava era verdade, eu havia colocado pimenta na comida, mas era só uma diversão, todos começaram a tomar suas bebidas feito loucos, lembrando da cena fiquei com vontade de rir, mas segurei o riso. Odin parecia ter ficado mais irritado ainda.

–-saia daqui. Volte para o seu quarto e não saia de lá até segunda ordem. E pare de causar problemas Loki. – falou em voz alta.

Eu me virei e saí de lá, afinal era o que eu mais queria: ficar longe dele. Voltando para meu quarto me sentei e voltei a ler o livro novamente. Sozinho. Será que seria assim para sempre, ficaria sozinho? Já tive uma pessoa da qual amei.. mas como todas as outras pessoas ela me deixou. Eu nunca vou ter ninguém que me ame de verdade nessa vida!

POV de Kyra

(1 semana depois)

Acordei, naquele dia, e me sentei na cama, pensando na vida, já havia se passado uma semana desde que minha mãe morreu. Eu tinha que superar aquilo e continuar minha vida. Vi o anel em cima do criado mudo. Foi aí que tomei uma decisão, eu iria ver Loki.

Continua...