– Talmus, de onde vem esse grito? – Perguntei.

– E - eu não sei.

– Cê ta nervoso?

– Não é cla - claro que não, por - por que estaria?

– Ta já que você não ta nervoso.Pra que e-e-esse ga-ga-guejado?

– Você ia ficar sabendo de qualquer jeito mesmo...foi eu quem abriu a passagem secreta para vocês...

– Vocês? No plural?

– Sim para você e suas irmãs.

– Ah!...Por isso eu tava achando a sua voz familiar... sabe...”Nos ajudem majestades,precisamos da vossa ajuda”...

– Continuando...Há muitos e muitos anos.Sério muitos anos mesmos...seus avós,não sei quantos “tatara” é.Eles descobriram uma passagem secreta,sem ser essa na qual você e suas irmãs passaram.Eles reinaram por anos e,anos,aqui em...

– Em...?

– Depois te digo...quer dizer...depois outra pessoa te dirá...

– Outra pessoa?...

– É...continuando...Eles reinaram dando amor,e muito carinho a todos...mas...toda história tem seu vilão...

– E...quem era o vilão?

– O Rei Edmundo...o Cruel...era de alta confiança ao Rei Clóvis o Supremo e Rainha Isabella a Encantadora.Eles tinham total sintonia, quando passavam a alegria e o amor tomavam conta de nós...

Olhei para ele um pouco confusa...

– Desculpe-me Natália, é que eu e distrai um pouco. – Disse Talmus constrangido, pondo sua mão atrás do pescoço e olhando para o chão.

– Não tudo bem,estava ótimo...continua...

– Continuando...Edmundo sempre teve inveja de Clóvis...

– Inveja?...

– Sim, in-ve-ja! Porque Rei Clóvis tinha carinho e a atenção de todos, por outro lado o Rei Edmundo era totalmente odiado pelo povo.Todos o odiavam pelo seu jeito rude e negativo sobre tudo.Até então ambos os reis eram bastante amigos, mais quando Edmundo viu a esposa de Clóvis, ou seja, sua avó Isabella, ele achou-a muito bonita e quis casar-se com ela.Ela é claro recusou, meses se passaram e tanto Clóvis quanto Isabella ficaram mais adorados e amados, Edmundo cada vez mas odiado.Ao longo desse tempo Isabella foi ficando cada vez mais bonita aos olhos de Edmundo, até que...

– Que...?

– Que, ele não pode mais se conter...Ele estava disposto a conquistar o coração da encantadora rainha. Então,naquela noite, ele invadiu os aposentos reais e colocou uma espécie de pó na bebida do rei... era um “veneno”,qualquer contato...o mínimo possível ...com a carne humana, a corroí por inteira não deixando absolutamente nada...

– Mas como isso ajudaria Edmundo a conquistar Isabella? – Perguntei.

– Ele pensou que se ele matasse Clóvis, a rainha ficaria e ele de “bom grado” á consolaria...Mas porém ele não sabia que Isabella, aos luares, tomava banho da luz que surgia em sua varanda. Segundo a rainha,isso fazia com que a pele ficasse mais jovem,a cada banho... e, para falar a verdade Natália... eu acho que isso realmente funcionava...Como era de costume, o rei ficava com os amigos festejando, e a rainha subia aos seus aposentos para banhar-se com a luz do luar...Edmundo, por algum motivo não viu a rainha subindo até seu quarto.Então ele inocentemente subiu até os aposentos reais...Edmundo que não queria ter nenhum imprevisto em seu plano, ele apagou todas as velas do quarto...Ele foi até um recipiente com água, e despejou o veneno...Quando Edmundo já estava saindo do quarto do rei, lembrou-se de que a rainha poderia beber a água envenenada.Então voltou até o recipiente...

– Clóvis? É você? – Perguntou uma voz doce e angelical.A voz de Isabella.

Edmundo ficou quieto, não mexeu um músculo se quer... Isabella apareceu na porta da varanda do quarto,iluminada, completamente, ela luz do luar...

– Ahhhh!... – Gritou Isabella ao perceber que não era Clóvis e sim Edmundo, que estava em seu quarto.Clóvis ao ouvir, o grito de Isabella, rapidamente, subiu aos seus aposentos...

– Isabella, aconteceu algo? – Perguntou Clóvis acendendo uma vela.

– Clóvis é você?

– É claro que sou eu. – Disse ele iluminando-a.

– Ele colocou algo eu sua bebida, um veneno.

– Veneno? Por que alguém me envenenaria?E quem é “ele”?

– Edmundo... – Disse Isabella apontando para Edmundo,que rapidamente saio correndo...

– Guardas, peguem este homem. – Gritou Clóvis apontando para Edmundo.

– Isabella meu amor, você está bem? – Perguntou Clóvis.

– Estou, mas ele quis lhe envenenar...Quero este homem morto Clóvis.

– Eu sei que esta com raiva dele, mas não pode tirar a vida de um homem...

– Mas...

– Minha Rainha, qualquer ser seu marido.Por isso Edmundo quis me envenenar.E, eu lhe entendo, quem não queria casar com a mulher mais bela de todo reino? – Disse Clóvis que foi atendido com um sorriso. – Mas ele deve ser punido severamente... – Disse mudando seu tom de voz.

– O que pretende fazer com ele? – Perguntou Isabella.

– Prende-lo, no lugar mais sombrio e solitário do reino. Onde não há amor, felicidade, ou...Vida...

– E, que lugar é esse?

– A Floresta Negra...