Tudo o que ele sempre quis. escrita por Mia Castle


Capítulo 1
Parece que a dor não vai passar nunca.


Notas iniciais do capítulo

Genteeee... Olha eu aqui de novo. Enfim, essa é a nova FF de minha autoria, eu ainda quero mudar algumas coisas mas, eu queria ver como ela ia ser aceita por vocês. Enfim, eu espero que gostem.

Here we go.



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Eu via muitas pessoas, centenas delas, mas nenhuma estava ali porque se importava de verdade, muitas câmeras, muitos entrevistadores, mas ninguém sentia a metade da dor que eu estava sentindo. Parecia besteira, mas era como se o meu coração tivesse morrido junto com Peter naquele acidente de carro, eu não via mais motivos para continuar ali. Observei a família do meu agora falecido marido, eles eram muito frios, quase não demonstravam seus sentimentos, eles estavam em pé do lado do caixão, mas não derramavam uma lágrima sequer. Já eu, chorava descontroladamente, como se aquela dor nunca fosse passar. Meu olhar se voltou para o homem triste que estava sentado em uma cadeira perto do caixão, León Vargas, melhor amigo, irmão de alma de Peter, ele também chorava, não como eu obviamente, mas eu podia ver as lágrimas correndo por sua face e seus olhos verdes, tão límpidos e felizes hoje estavam escuros e sem vida.

-Querida, nós sentimos muito. –Hebert Carrara, sócio de Peter, um cara que devia ter seus 35 anos se aproximou de mim e disse. Eu sabia que ele nem queria estar ali, ele nem sequer sentia por ter perdido um sócio, quanto mais um amigo.

-Tudo bem. –Eu respondi.

-Espero que você fique bem, qualquer coisa pode nos ligar e se precisar de ajuda com a empresa ligue também. –Ele disse, era o cúmulo, eu tinha acabado de perder o meu marido, o único homem por quem fui apaixonada em minha vida e ele vem falar sobre empresa.

-Você não sente nada. –Eu disse.

-O que? Do que está falando? –Ele perguntou.

-Você não sente nada, está aqui para marcar sua presença e fingir que se importa, você só se importa com aquela droga de empresa, aquela porcaria, aquele dinheiro que entra lá, é com isso que você se importa. Veio aqui hoje para que a família dele visse o quão bonzinho você é, e para que te passassem todas as ações da empresa, você não se importa, nunca se importou. Você sequer gostava dele, você não sente falta dele como eu estou sentindo, você não sofre como eu estou sofrendo, você não se importa, porque você não o amava como eu o amo. –Eu gritei tudo de uma vez só, estava cansada de tanta falsidade, de tanta hipocrisia junta.

-Violetta está muito alterada querida. –Ele disse apoiando uma mão sobre o meu ombro.

-Não me toque, vai embora daqui. –Eu disse com raiva.

-Você está louca. –Ele disse e me virou as costas. Voltei meu olhar para o caixão de Peter, ele estava lá, imóvel, pálido e gelado, seu rosto sempre tão alegre e brincalhão tinha uma expressão congelada que eu sabia que nunca iria mudar, suas bochechas sempre tão vermelhas, seus olhos sempre com o mesmo brilho eu nunca mais poderia ver. Caminhei em direção a ele, peguei em sua mão e acariciei seu rosto, meu interior gritava para que ele falasse comigo, para que ele se levantasse e começasse a rir dizendo que era só mais uma de suas brincadeiras de mau gosto, para que ele abrisse os olhos e me encarasse com suas íris brilhantes para que ele proferisse por uma última vez aquelas três palavras. Deitei meu corpo por cima do dele e comecei a chorar mais, eu soluçava, toda a dor que eu sentia estava vindo a tona, eu precisava dele.

-Peter, porque você fez isso eim, você não podia morrer, eu precisava de você, como eu vou ficar agora, eu nem sei se posso viver. Me leva com você, por favor. –Eu disse baixo. Senti duas mãos envolverem meus ombros e um aperto de leve nos mesmos.

-Eles vão fechar o caixão. –Era León, e ele me olhava como se entendesse o que eu sentia, ele era o único por ali que tinha direito de dizer algo, pois ele amava Peter tanto quanto eu. Eu me levantei de cima de Peter e observei os carregadores fecharem o caixão, eles o ergueram e levaram até a cova, todos os meus sonhos de ter uma família seriam enterrados junto com Peter. Quando eles começaram a jogar a terra meu coração deu um salto, ele batia descontroladamente e minha respiração começou a ficar ofegante, uma falta de ar cada vez maior ia tomando conta de mim enquanto mais terra ia sendo jogada dentro da cova, eu precisava respirar, eu queria, mas eu não conseguia.

-Violetta.Para de prender a respiração. –Senti uma mão se agarrar forte aos meus braços e me sacudirem de leve me trazendo de volta a realidade. Soltei o ar que eu mesmo prendia em meus pulmões rapidamente.

-Peter. –Eu disse.

-Shh. –León me abraçou, ele tinha um dos melhores abraços do mundo, aquele abraço que parecia que te protegeria de todos os males do mundo. Eu conheci León quando tinha 19 anos de idade, nós fazíamos a mesma faculdade de música, ele era o menino que vivia no fundo da sala anotando tudo o que o professor dizia, e que não tinha amigos. Não sei por quê, mas eu me sentei ao lado dele no primeiro dia de aula, e depois disso viramos melhores amigos, dois anos depois ele me apresentou o Peter, seu melhor amigo e nós vivíamos juntos, saiamos sempre e voltávamos bêbados, fazíamos apostas sem nexo, e desafios perigosos, nós éramos felizes. Eu tinha 23 anos agora, e uma vida sem nexo. Notei que começou a chover, eu amava chuva, desde pequena era uma das minhas maiores paixões, quando morava com a minha família nós sempre sentávamos na varanda para ver a chuva cair. Me soltei do abraço se Léon e caminhei até a parte descoberta do cemitério, permitindo que os grossos pingos de chuva me molhassem, e eu chorei, deixando que a chuva se misturasse com minhas lágrimas e que levasse toda dor que eu sentia embora, por enquanto.


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Notas finais do capítulo

Enfim, espero que gostem do primeiro captulo. Vamos ver como fica. Me digam o que acharam.

Beijoooos.