Una lección de vida escrita por mywriterside


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá

Resolvi postar o sétimo hoje porque com esse feriado eu tenho tido uma folguinha dos estudos e também porque quero terminá-la logo, já que pretendo seguir em frente... Bom, vamos ao capítulo.

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/487807/chapter/7

Era mais uma manhã fria em Madrid. Uma chuva fina caía enquanto Cecília pagava dois cappuccinos, um chocolate quente e alguns muffins na cafeteria do hospital e retornava à ala pediátrica. Daniela dormia profundamente entre cobertas quentes, os cabelos loiros, agora sem brilho, espalhados pelo travesseiro. Madelaine havia chegado há poucos minutos e assistia ao jornal matinal na TV em um volume quase inaudível.

— Obrigada. — agradeceu a babá ao pegar o café que Cecília lhe estendia.

— De nada.

— E como foi a noite?

— Foi boa. — disse bebericando seu café — Só vieram checá-la duas vezes na madrugada e ela só acordou uma para ir ao banheiro. Então pudemos descansar bastante.

Madelaine sorriu e assentiu, mas percebeu leves olheiras na mulher a sua frente. A preocupação de Cecília a deixava noites em claro. O que não podia acontecer, porque ela deveria estar bem e disposta para a filha.

— Mamãe? — Daniela murmurou sonolenta.

— Acordou, Bela Adormecida? — Cecília cantarolou indo até o leito e beijando a filha — Bom dia.

— Bom dia. — disse entre um bocejo longo — Bom dia, Laine.

— Bom dia, querida.

Cecília a ajudou se levantar e a levou até o banheiro. Após voltarem, Daniela sorriu ao ver o café da manhã sobre a bancada do quarto.

— Oba, muffins!

— Sim, comprei-os há pouco. Mas sem exageros, viu senhorita? Você não pode comer besteira. — Cecília alertou e sorriu entregando um dos bolinhos de blueberry à filha.

Após comer e escovar os dentes, Daniela quis assistir desenhos. Mãe e filha riam juntas das peripécias do Pernalonga quando uma enfermeira entrou no quarto.

— Bom dia, senhoras. — disse sorridente uma senhora baixinha e rechonchuda de cabelos negros e olhos azuis. Era a enfermeira Agostina, que fazia as rondas na ala pediátrica todas as manhãs e era adorada por todas as crianças.

— Bom dia. — responderam.

— E como vai esta mocinha hoje, hein? — disse enquanto checava o soro na haste e ministrava os remédios.

— Só um pouco cansada. — disse Daniela, ainda prestando atenção aos desenhos.

— Durma um pouco que melhora, querida. — sorriu e depois virou-se para Cecília — O Dr. Juan vem hoje aqui falar com a senhora. — disse informando sobre o oncologista que tratava de Daniela.

— Ok, obrigada.

— Por nada. Se precisarem de mim é só chamar. — disse e fechou a porta atrás de si.

Como foi dito, Dr. Juan chegou na parte da tarde. Examinou Daniela e a liberou para mais uma sessão de quimioterapia. Madelaine a acompanhou e Cecília foi até a sala do médico para conversarem.

— Sra. Cecília, não se preocupe. O que venho dizer não é ruim. — disse profissional.

— O que houve?

— Houve que Daniela já pode voltar para casa. As sessões ajudaram um pouco, mas ela ainda não está curada. Com ela voltando para casa, o cuidado terá de ser redobrado, pois ela estará sujeita à inúmeras infecções facilmente. Terá de trazê-la quinzenalmente para as sessões, e qualquer alteração traga-a imediatamente. Ela pode ter uma rotina normal, mas sem esforços e evite ficar muito ao ar livre sem proteção. Qualquer sinal de febre, dor, sangramento, não hesite em voltar.

— Muito obrigada, doutor. E quando ela receberá alta? — Cecília disse realmente aliviada.

— Amanhã pelo fim da tarde. Como ela está em uma sessão hoje, ficará cansada demais. Mas amanhã ela estará bem melhor.

— Tudo bem.

Daniela não comemorou com tanto entusiasmo como normalmente, havia acabado de voltar ao quarto e estava se sentindo cansada e enjoada. Madelaine também ficara super feliz. Enquanto a babá colocava a pequena para dormir, Cecília aproveitou para telefonar à Fernando. Ela ainda estava chateada com ele, mas ele ainda era o pai e precisava saber.

"Alô?"

— Oi, Fernando. Sou eu, Cecília.

"Cecília. Como vai?" Cecília ficou ainda mais brava com o 'Como vai?' quando deveria ser 'Como vão?'.

— Estamos bem. Liguei para avisar que Daniela volta amanhã para casa e você terá que vir ao hospital assinar a alta.

"Tudo bem." ele suspirou "Eu vou sim."

E simplesmente desligou.

...

No dia seguinte, Daniela quicava sentada enquanto Madelaine lhe fazia marias-chiquinhas. Usava botas de camurça cor de rosa e sua blusa favorita da minnie, não podia conter a ansiedade por finalmente sair do hospital após um mês internada, e a babá ria da inquietude da pequena.

— Meu amor, assim seu cabelo ficará torto. — ria enquanto tentava prender com fitas de seda rosa as duas cachoeiras de cabelos de cada lado da cabeça.

— Finalmente, Laine. Estou com saudades de casa.

Após estar pronta, Daniela saltou da cama e levou um olhar de reprovação da babá. Pediu desculpas e foi até o espelho do banheiro para olhar os cabelos. Cecília entrou no quarto e sorriu ao ver a filha.

— Está linda, querida. — disse lhe dando um beijo na testa.

— Já podemos ir, mamãe?

— Só vamos esperar seu pai chegar e já vamos.

— Ele vem? — disse com as mãozinhas juntas embaixo do queixo e os olhinhos brilhando.

Cecília se sentiu mal pela filha. Ela amava o pai com uma intensidade que não lhe era merecida pelo jeito que a tratava. Só em pensar que veria o pai, seus olhinhos opacos ganhavam brilho e o sorriso crescia.

— Sim, meu amor. — Cecília sorriu fraco — Seu papai vem.

Quando Fernando chegou, se dirigiu à ala pediátrica e, assim que abriu a porta, viu um enorme sorriso que lhe era lançado faltando um dentinho.

— Papai! — gritou e correu para abraçá-lo. Fernando não fez movimento algum.

Daniela tombou a cabeça para trás e olhou o pai ainda sorrindo.

— Olá. — disse simplesmente.

Cecília lhe dava um olhar acusador, como se o mandasse falar direito com a própria filha. Mas ele não o fez, apenas se esquivou dos braços de Daniela e terminou de entrar ao quarto. Daniela não fez menção de chorar ou decepção, a pequena estava feliz demais de apenas ter o pai ali.

— Oi. — disse Cecília secamente.

— Olá, senhor. — cumprimentou Madelaine. Fernando apenas acenou.

— Err... Então? Vamos logo com isso? — ele disse.

Dr. Juan e Dra. Sofia entraram no quarto e deram uma última checada em Daniela. Deram também os últimos procedimentos e recomendações e os enviaram até a recepção. Após assinarem todos os papéis, Cecília abaixou na altura da filha e olhou-a séria.

— Filha, presta atenção. — a pequena a olhou — Nós vamos sair e tomaremos ar puro. Você ainda está um pouquinho fraca e esse ar puro pode fazer mal à você. — pegou algo na mão de Madelaine e continuou — A mamãe vai colocar essa máscara em você, que vai lhe cobrir o nariz e a boca, para você não respirar diretamente esse ar puro.

Daniela fez uma careta.

— Mas eu não quero colocar essa máscara. É feia. — disse fazendo cara de choro.

— É preciso, querida. — reforçou Madelaine — Obedeça a mamãe e coloque a máscara.

Daniela começou a chorar enquanto Cecília lhe vestia a máscara. Porém, ela não tentou tirar, apenas abraçou o pescoço da mãe e escondeu o rosto. Os quatro saíram do hospital, Daniela não saiu momento algum dos braços da mãe. Cecília a colocou no assento de elevação no carro e a prendeu com o cinto, Madelaine entrou ao seu lado e rumaram para casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como esse fim de semana postei duas vezes, agora só semana que vem mesmo! Espero que tenham gostado :)

Até a próxima



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Una lección de vida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.