Una lección de vida escrita por mywriterside


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi, leitores :)
Consegui dar uma escapulida para vir aqui hoje porque não posso ficar no computador, devido as minhas inúmeras crises de enxaqueca que resolveram aparecer todas de uma vez ¬¬ A médica me deu repouso absoluto e como hoje eu amanheci melhor e já sem dor, resolvi postar logo porque não sei como será daqui pra mais tarde.

Chega de falar dos meus problemas, vamos ao que interessa.

Boa leitura.



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Daniela fora internada logo após o diagnóstico. Seu caso era avançado, eles não podiam perder tempo quando a cada dia a doença piorava, suas células se multiplicavam assustadoramente no sangue. Eram poucos os momentos em que ficava acordada e Madelaine não saía de seu lado. Cecília ficava às vezes no hospital, e Fernando só viu a filha uma vez. Sofia aconselhou contarem à menina, porque nas raras vezes em que estava acordada perguntava assustada o motivo de estar ali, e Madelaine apenas dizia que ela precisava porque estava dodói.
Em uma tarde chuvosa, Sofia chamou Cecília para conversarem. Fernando, como sempre, não estava ali. A loira caminhou temerosa até a sala da médica e entrou assim que foi anunciada, se sentando em frente a mulher com o semblante sério atrás da mesa.

— Bom, está na hora de contar à Daniela. — começou num tom profissional e cauteloso.

— Mas... Mas ela é tão novinha, não irá entender. — retrucou Cecília. A loira estava apática, seu semblante sempre cansado, não parecia nada aquela mulher estonteante de antes.

— Sra. Cecília, sua filha é uma menina esperta, irá entender. Ela pode não compreender a doença, mas saberá que terá de tomar certos cuidados a partir de agora.

— E como anda o caso? — mudou de assunto, sua voz era preocupada.

— Está avançando. Ainda hoje iniciaremos a quimioterapia. — Cecília sentiu seus olhos lacrimejarem, e o pior, se sentia sozinha naquela situação toda.

— Ligarei para o meu marido. Irei informá-lo do início do tratamento e de como contaremos à nossa filha. Obrigada, doutora. — sua voz estava embargada, Sofia a olhou com a expressão retorcida em pena e compreensão, e assentiu minimamente.

Cecília saiu da sala e se dirigiu até o lado de fora do hospital para telefonar à Fernando. Após três chamadas, escutou a voz de trovão do marido.

— Alô, querido, preciso que venha até o hospital. — suspirou pesadamente — Precisamos conversar.

"O que houve? Daniela piorou?"

— Está na mesma... Mas não é sobre isso. Está na hora de contarmos à ela o que está acontecendo.

"Ah, é isso... Bom, Cecília, não posso sair agora, tenho um compro..."

— Não acredito nisso, Fernando! — disse exasperada, interrompendo o marido — Eu digo que precisamos contar à Daniela o que ela tem e você se preocupa com a empresa? Por Deus, pelo menos uma vez na vida tente não ser um homem de sucessos, mas sim um homem de valores. É nossa filha, caramba! — ela nunca havia falado daquele jeito com o marido, mas àquela altura a falta de ação de Fernando para com a filha a estava estressando profundamente.

"Você não é a pessoa certa para me acusar disso, Cecília. Trata Daniela da mesma maneira." ele disse sem pensar, e logo se arrependeu.

Aquelas palavras a atingiram com uma força sem tamanho, e um nó se formou em sua garganta.

— Não irei discutir com você. Se realmente se preocupa com sua filha, venha para o hospital neste momento. — desligou o celular e sentiu mais uma vez naquele dia as lágrimas acumularem em seus olhos.

Por mais que doesse, sabia que Fernando estava certo, em sete anos nunca demonstrou nenhum carinho à filha. Daniela era uma criança que tinha o que qualquer outra desejaria: uma casa grande, conforto, de brinquedos a roupas mais caros, tudo do bom e do melhor. Porém, não tinha o que ela mesma desejava e necessitava: o amor e carinho dos pais.
Após sentir que estava melhor, Cecília voltou ao quarto da pequena e encontrou-a em um raro momento de lucidez, enquanto Madelaine lia um livro para ela com a capa colorida.

— Mamãe! — disse com um sorriso fraco, o rostinho abatido e pálido. Cecília sorriu tímida e se aproximou da cama, pesarosa.

— Olá. Como se sente?

— Enjoada. — fez uma careta — Mamãe, quero sair daqui, quero ir para casa. Por que não posso ir? — disse com os olhinhos marejados.

Cecília sentiu seu coração estranhamente apertar com aquela expressão da filha. Com as mãos trêmulas, acariciou de leve os cabelos da menina.

— Precisa ficar aqui mais um pouquinho, querida. — sorriu para a filha e Daniela arregalou os olhos diante do modo como a mãe a tratou. Ela nunca havia se direcionado à ela daquela maneira.

— Por que? Me leva mamãe, eu prometo me comportar. Me tira daqui mamãe, eu tenho medo. — disse aquilo e agarrou a mãe sem pestanejar, enquanto lágrimas banhavam seu rostinho delicado.

Cecília hesitou, mas como se seu coração mandasse, agarrou o corpinho da filha como nunca antes. Sentir aquele calorzinho era novo para ela, mas a sensação gostosa que aquele gesto trouxe a fez pensar que não a soltaria nunca mais. Seu desejo era proteger a filha. Protegê-la daquela terrível doença. Protegê-la de todos os seus medos.

Céus, como era bom sentir aquela sensação, sentir a filha em seus braços, o perfume infantil natural de Daniela acalmava sua alma, seu coração. Sentiu que dali para frente iria mudar, iria dar para sua filha o apoio, a força e todo o amor que ela precisasse sem hesitar. Olhou para Madelaine que sorria para a cena e lhe retribuiu. Cecília prometeu a si mesma que cuidaria de sua pequena como se sua vida dependesse daquilo.

— Mamãe, a senhora vai me levar embora? Vamos para casa? — Daniela dizia agarrada à mãe. Cecília a afastou e a olhou nos olhos. Aqueles olhos castanhos tristes e inocentes a fitavam assustados.

Deus, como diria aquilo à filha? Como diria que ela estava com uma doença daquelas? Era só uma criança, não merecia tamanho sofrimento. A fitou procurando as palavras certas a serem usadas.

— Daniela... Filha. Preste bastante atenção no que vou dizer. — hesitou por um momento com o olhar curioso da filha sobre ela — Você está dodói, seu sangue está dodói. Você vai precisar ficar aqui no hospital por um tempinho.

— Eu vou morrer?

— Não! — quase gritou — É claro que não. Não diga uma coisa dessas, eu não vou deixar, eu.... Eu te amo. — disse aquilo e sentiu um peso enorme sair de suas costas. Tomou a filha nos braços outra vez enquanto acariciava seus cabelos, as lágrimas finalmente escaparam de seus olhos. Daniela amou ouvir aquilo, e abraçou a mãe com a mesma intensidade.

— Não me deixe, mamãe. Eu tenho medo.

— Shh, nunca, meu amor. Eu estou aqui, não tenha medo. — disse a aninhando, balançando seu corpinho devagar.

E assim, Daniela dormiu. Cecília a deitou na cama, beijou sua testa e a deixou sob os cuidados da babá, enquanto saía para tomar um ar.

Estava andando pelo corredor e encontrou Fernando vindo em sua direção. Eles pararam e se encararam.

— Onde ela está? — Fernando tinha a voz cautelosa ao falar com a esposa.

— No quarto, dormindo. — disse secamente.

— Olha, me desculpe por dizer aquilo. Não queria magoá-la. — falou tentando se aproximar, mas Cecília recuou um passo. Fernando parou.

— O que está feito, está feito. Realmente fiquei magoada, mas aqui não é lugar para falarmos disso. Com licença. — tentou passar por ele, que segurou-a pelo cotovelo.

— Espera. Vamos conversar...

— Não tenho nada para dizer.

— Mas eu tenho. Vamos! — a puxou delicadamente pelo braço e seguiu o corredor.

Chegaram na cantina do hospital, onde sentaram-se em uma das mesas ali. Cecília bufou.

— O que você quer?

— Quero pedir desculpas. Sei que fui rude, não tinha o direito de falar com você daquele jeito. — Cecília o fitou séria e suspirou antes de falar.

— Fernando, sei que o que disse foi a verdade. Eu nunca fui uma boa mãe, sou demasiado ausente. Fiquei frustrada com a situação e descontei em você. Também lhe devo desculpas, não posso julgá-lo, porque sou igual. Daniela cresceu sem a nossa presença. E hoje, somente hoje, percebi o quanto ela precisa de nós. E olha o que me fez parar para pensar nisso? Uma tragédia. — parou para respirar e sentiu as lágrimas juntarem nos cantos dos olhos — Eu quero mudar isso, eu preciso. Quero consertar meus erros com minha filha. Ela precisa de mim, de nós. — deixou que as lágrimas escorressem, Fernando apertou suas mãos sobre a mesa, confortando-a.

— Também quero consertar meus erros. Percebi, ao falar daquele jeito com você, o quanto egoísta e egocêntrico eu sou. Sei que Daniela precisa de nós, tão pequena...

— Sei também que não seremos pais perfeitos, ninguém é perfeito. Mas estou disposta a mudar e dar o meu melhor. Quero ser para nossa filha o que ela nunca teve e sei que tanto deseja. Quero demonstrar que a amo. Como disse Sthendal uma vez, o amor é uma flor delicada, mas é preciso ter coragem de ir colhê-la à beira de um precipício. E eu buscarei essa coragem, colherei essa flor. — Fernando sorriu para a esposa e a abraçou apertado.


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Notas finais do capítulo

É isso!

Bom, pelo andar da história parece que esses dois tomaram consciência... Mas será que é tão fácil assim?

Até semana que vem, amores :*



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