Uma Razão Para Viver escrita por Veritacerum


Capítulo 5
Capítulo 5 - Uma Visita Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Vocês ganharam, acabei de terminar de escrever este cap. Obrigada pelos comentários, principalmente ao meu maninho Matheus Snape, a Maylaila Blak, a Michy19mj e a Hinamori Amu; quanto esta, seja muito bem vinda!!! Espero que gostem...



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Capítulo 5 - Uma Visita Inesperada

Harry acordou assustado e se levantou em um pulo, caindo logo em seguida. A dor em suas costelas o fez lembrar de tudo: a volta da escola, a ligação de Dumbledore e a surra de tio Valter. Tio Valter. Essa foi a pior surra que o garoto já havia recebido em doze anos, e olhe que ele já teve todo o tipo de surra em sua curta vida.

Se arrastando de barriga no chão, o garoto foi até o guarda-roupas e abriu a porta para se olhar no espelho e avaliar o estrago do tio. Ele levou um susto, e só não caiu porque já estava no chão.

Seus dois olhos estavam roxos e inchados, seu nariz estava um pouco fora do lugar, um pequeno corte se mostrava em seus lábios que também estavam inchados e outro machucado atravessava a sua bochecha direita, o sangue já seco grudado na pele; e isso sem falar nos cabelos: estavam mais bagunçados do que nunca.

Harry riu. Quem diria que o famoso Harry Potter iria se encontrar em um estado deplorável como aquele. Aquilo seria um prato cheio para Malfoy. O garoto estremeceu ao lembrar do garoto pálido. Draco iria infernizá-lo e espalharia que o grande Harry Potter levava uma surra por dia de seus tios por toda a escola. Já podia ver os olhares que ele iria receber pelos corredores e os cochichos que teria de ouvir ao passar.

Enquanto pensava em tudo isso ele continuava mirando a sua fraca e machucada imagem no espelho, e uma coisa lhe chamou a atenção. Seus cabelos. Eles estavam mais baixos e menos espetados, sem falar na cor: era de um preto mais forte.

_ O que será que está acontecendo comigo? – perguntou ele em voz alta a ninguém em especial.

Harry já acostumara a falar com sigo mesmo, já que os tios geralmente o trancavam por uma ou duas semanas seguidas e o único jeito de não enlouquecer era falar com sigo mesmo. Ele já tentara a coruja, mas Edwiges só lhe lançava olhares penosos.

_ Está vendo como me tratam? – perguntava ele depois de apanhar. _ Eu quero voltar a Hogwarts, lá eu não preciso apanhar.

Afastando os pensamentos da cabeça, Harry lançou mais um olhar curioso ao Harry do espelho e depois de constatar que nada havia mudado, bateu a porta com raiva. “Tudo tem que acontecer comigo”, - pensou ele enquanto se arrastava de volta a um canto perto da parede. “Draco adoraria me ver rastejando como um rato”.

Ele ficou encolhido em um canto por mais um tempo e quando olhou no relógio eram exatamente meia-noite. Onde será que os tios e Duda estariam? Harry não fazia questão de saber. Quanto mais cedo chegassem, mais cedo acabaria a sua tão sonhada paz.

Quando o relógio marcou meia-noite e meia, o garoto escutou sons vindo do andar de baixo. Ele se perguntou se seriam os tios, mas não ouve barulho de carro e nem de vozes. Outra vez. Harry se arrastou para o meio do quarto e encostou sua orelha no piso frio. Tudo que conseguia escutar era um arrastar de coisas que parecia vir da cozinha.

Ele já sabia sobre os Comensais da Morte de Voldemort, e devido as circunstâncias ele poderia muito bem estar sendo vigiado por algum deles. Sua mente começou a recordar todos os feitiços e azarações que aprendera em seus dois anos escolares e o que Hermione lhe ensinara. Era difícil, mas ele tinha que conseguir. Tomando fôlego e reunindo as suas últimas forças, Harry se levantou e apanhou a varinha que guardava de baixo dos travesseiros.

As dores eram tantas que os olhos do garoto lacrimejavam com o esforço de se manter em pé. Abriu a porta do quarto com todo o cuidado possível e caminhou pelo corredor, a varinha em punho. Desceu os degraus da escada e virou em direção a cozinha. As dores lhe davam pontadas que lhe arrancavam o ar, mas o garoto se obrigou a continuar.

Ele entrou no aposento e logo tropeçou em uma cadeira que ele sabia que estava fora de lugar. Rapidamente a empurrou para perto da mesa e continuou a olhar para todos os lados.

_ Quem está aí? – perguntou ele, logo se recriminando. Quem estivesse lá não iria lhe responder educadamente e sim lhe atacaria pelas costas.

O garoto se virou rapidamente e enxergou o arrastar de uma capa escura no piso branco de tia Petúnia que vinha em sua direção. Sem pensar duas vezes o menino virou-se e correu o mais rápido que conseguia para fora dali; mas a capa lhe acompanhava. Harry tentava pensar em algum feitiço para impedir a pessoa de lhe pegar, mas a tarefa de pensar e correr no estado em que se encontrava era de mais para sua cabeça. O garoto tropeçou e caiu em cima do tapete felpudo da sala de visitas. Pensando que era o seu fim se não conseguisse se levantar, Harry se apoiou no sofá e com um grande impulso se levantou, soltando um audível gemido de dor. ”Era só o que eu precisava agora, ele sabe onde estou”, - pensou o garoto enquanto cambaleava em direção a escada.

Realmente a sorte não estava ao seu lado; ele tropeçou novamente e caiu, desta vez chorando pelo impacto que teve em suas costelas. Mal acabara de respirar, uma mão agarrou seu ombro, o assustando.

_ Se eu quisesse lhe matar, você já estaria morto, Potter.

A voz grave e arrastada falou no ouvido do garoto, que não acreditava no que ouvia. Não podia ser ele, simplesmente não podia.

_ Snape? – sussurrou ele enquanto se arrastava até o interruptor mais próximo e acendia a luz.

Parado a sua frente ele via ninguém mais do que Severo Snape, vestido em sua habitual capa negra que combinava com seus cabelos oleosos e os olhos, que agora transmitiam uma leve surpresa. Harry tentou se levantar, mas as dores não o deixou. Só o que pôde fazer foi erguer a varinha, e nem isso conseguia fazer sem tremer.

_ O que aconteceu com você? – perguntou o professor calmamente.

_ Nada, não aconteceu nada – respondeu Harry rapidamente. _ O que faz aqui?

Snape sorriu friamente.

_ Por acaso acha que tenho cara de idiota, Potter? – perguntou ele se aproximando mais. _ O que aconteceu com você?

Severo só podia perguntar, mas por dentro o monstro que abitava o seu interior acordava lentamente enquanto passava os olhos pelos machucados do menino. “Então Dumbledore tinha razão”, - pensou o professor enquanto examinava os olhos semiabertos que lhe encaravam com receio.

_ Então? – voltou a perguntar.

_ Nada... Meu tio estava um pouco nervoso e acabou descontando em mim, só isso – respondeu com receio.

Snape riu.

_ Eu imagino se ele estivesse totalmente nervoso... Acho que você não estaria vivo.

Harry fez esforço para se levantar e encarou Snape, seus olhos demonstravam raiva e angústia.

_ O que quer aqui? Já viu como eu estou e pode imaginar como estarei até o fim das férias, agora já pode ir em bora.

Snape lhe encarava com uma leve preocupação nos olhos, mas por dentro estava mais preocupado com o menino que nem ele podia imaginar.

Neste momento o barulho de um motor de carro foi ouvido e os faróis foram avistados pela janela do hall de entrada. Harry ficou apavorado e teria caído outra vez se o professor não o tivesse segurado pelo braço.

_ Vá em bora, por favor... – disse Harry, a voz tremendo de medo.

O barulho do portão foi ouvido e o garoto começou a tremer.

_ Eu lhe imploro, professor... Vá em bora ou eu irei apanhar mais...

Sem tempo. O carro desligou e Harry ouviu a voz do tio na porta de entrada. Em um impulso, ele agarrou a mão de Snape e o puxou com toda a sua força em direção aos degraus, mas tropeçou em uma mesinha e acabou derrubando um delicado vaso de flores, que ele sabia que era o preferido da tia.

_ Não...! – disse ele roucamente, as lágrimas caindo por suas bochechas. _ Não...

Mas ele não teve tempo. Continuou a puxar Snape para cima e entrou em seu quarto no mesmo instante que que a porta da frente se abriu. O garoto empurrou o professor para um canto, as lágrimas continuavam a descer. Ele olhou dentro dos olhos negros de Severo e o professor só avistou terror e dor nos olhos verdes do garoto.

_ Eu devia ter olhado por onde andava... Ele vai me bater, ele vai me bater...

Severo estava completamente assustado com um novo Harry que estava parado a sua frente, esse era um garoto diferente do que ele conhecia. Este era calmo, inocente, um garoto que precisava de cuidados, de carinho e atenção, visto que em sua idade já pegara trauma dos tios.

Harry tremia descontroladamente quando os dois ouviram o berro furioso de tio Váelter na sala. Claro que o tio já vira o vaso quebrado. Uma solitária lágrima desceu pelo rosto do garoto que não teve tempo de secá-la quando o tio entrou feito um furacão dentro do quarto.

_ Você! – berrou ele fazendo o garoto tremer. _ EU DISSE PARA NÃO SAIR DO QUARTO!

Desculpe... – sussurrou o garoto dando um passo para trás e se encostando a parede.

_ Você me paga, garoto!

A mão do tio se fechou em punho e ele avançou para Harry, que fechou os olhos e esperava o impacto que nunca chegou. Ele abriu os olhos e viu que a mão do tio estava sendo segura por um Snape totalmente furioso.

_ Quem é você e o que quer em minha casa?! – perguntou o tio assustado ao ver o outro homem erguer a varinha.

Harry sorriu. Aquela era a pergunta e o tom errado de se começar uma conversa com Snape.

_ Nem pense em tocar no garoto, pois o que fizer com ele é o que vou fazer com seu filho.


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Notas finais do capítulo

Então? o que acharam?? Desculpem por não responder os comentários, mas quando vou responder o meu pc trava. vou responder eles aqui nas notas, certo?? estou adorando as suas opiniões!!!! Beijos!