Corpo de Humana... Coração de Yokai escrita por Caramelkitty


Capítulo 11
Transformação


Notas iniciais do capítulo

Yey, vcs já devem saber o que vai acontecer nesse capítulo, né?
Olhem só o novo visual da Takara!
Temos uma Yokai de garra e coração! kkk
Mas primeiro vou deixar-vos com uma típica cena Sango e Miroku. Com umas alterações feitas por mim para deixar uma confusão maior ainda na história. Adoro fazer os personagens sofrerem kkkk (modo sádica On)



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Era sempre o mesmo! Pensava Sango, sentada de joelhos sobre uma almofada e levando um pouco de sushi à boca com um par de pauzinhos, isso tudo sem tirar os olhos de Miroku.

O monge pervertido estava no preciso momento a namoriscar uma das filhas do dono da mansão. Sango odiava isso. Odiava a forma como Miroku dava em cima de todas (mas mesmo todas) as garotas que via. E acrescia o facto de que a jovem era muito mais bonita que ela. Tinha doces olhos verdes e o cabelo de um tom castanho claro brilhante. Um sorriso que fazia derreter a neve mais fria. E provavelmente um toque também mais suave. Um sonho de garota.

Inuyasha e Kagome entreolharam-se. Kagome deu um jeito de se aproximar de Inuyasha para lhe sussurrar.

– Eu disse que não era uma boa ideia aceitarmos passar a noite na aldeia.

– Mas porquê? - Ciciou Inuyasha em resposta, sem entender. – Miroku sempre faz isso, todos nós já sabemos que ele é um mulherengo.

Kagome suspirou. Shippo, sempre desenvolto, resolveu insistir na explicação.

– Inuyasha, seu baka. Ainda não percebeste que a Sango-chan gosta do Miroku-kun?

Sango quase virou a mesa tamanho o susto que levou.

– O quê? Shippo, não é nada disso! De onde tiraste que eu gosto daquele... Baka, mulherengo, pervertido, idiota... é claro que eu não gosto. – Virou-se para Kagome. – E eu achei muito boa ideia ficar aqui na aldeia, tão boa ideia que até decidi que vamos passar uns dias na hospitalidade do senhor desta casa. Preciso mesmo de um lugar sossegado e estável para dar um trato no meu osso voador.

Kagome recuou embaraçada ao perceber que Sango tinha ouvido os seus sussurros. A exterminadora levantou-se sem terminar a refeição e saiu para tomar um pouco de ar.

Shippo coçou o cabelo ruivo, tremendamente confuso.

– Já não tô entendendo nada. Sango não estava com ciúme?

Enquanto isso, Sango sentara-se pesarosa na varanda acariciando o topo da cabecinha peluda da sua fiel amiga. Bem alto no céu, brilhavam as estrelas que enchiam de admiração os corações de todos. Sango ficou a olhar os pequenos pontos luminosos, relembrando a sua vida de trás para frente. Os seus pais, o seu irmão Kohaku,... deixou escapar uma lágrima ao pensar no seu irmão cativo de Naraku. Pensou em todos os amigos, inimigos e conhecidos. Menos em Miroku, porque não queria pensar nele. Brotava uma raiva no seu interior que só dava vontade de entrar na casa e esmagar o crânio do imbecil com o Hiraikotsu. Forçou os olhos, tentando encontrar as constelações. Lá estava o escorpião, o preferido de Armin.

Lembrar de Armin fez um sorriso aparecer no rosto de Sango. Ele era o seu melhor amigo quando ainda vivia na aldeia de exterminadores. Conheciam-se desde pequenos. Fugiam muitas vezes dos treinos intensivos e corriam para o bosque, mergulhando quase sempre no rio mais próximo. Sango só não levava Kohaku com eles, porque ele era muito dedo-duro, sempre contava ao pai o que eles tinham estado a fazer, bastava pressioná-lo um pouco, afinal, Kohaku na altura ainda era muito novinho, um rapaz de apenas 5 anos. E Sango lembrava-se também das noites passadas na varanda, quando compartilhavam a mesma manta e ficavam a bebericar chocolate quente e a inventar histórias de terror cada uma com um Yokai mais assustador que o outro. Há quanto tempo não pensava em Armin? Era quase uma ingratidão ter-se esquecido do seu amigo de infância. Ela que tinha tido tanta saudade dele, quando a família partiu. O pai de Armin era um alfaiate e esse era um emprego muito inútil numa aldeia de exterminadores. Claro que sempre haviam os fatos, mas de tão resistentes e elásticos, duravam uma vida inteira. E o dinheiro para os alimentos e outras necessidades escasseava para a família de Armin. Tiveram que se mudar, já que o pai dele se recusou a abandonar a sua profissão. Armin prometeu que voltaria, mas isso já fora há mais anos do que Sango podia contar com uma mão só. E mesmo que voltasse, agora só encontraria destroços e imaginaria que Sango estivesse morta.

Porque estaria a pensar tanto nele? Seria pelo doce cheiro de mentol que pairava no ar, cheiro esse que era característico do seu amigo? De onde provinha a fragrância?

Kirara miou chamando a atenção de Sango para um estranho que acabara de assomar à varanda.

– Quando me contaram, eu não acreditei! – Disse uma voz familiar.

Sango parou de respirar. Não era possível! Só podia estar a sonhar, era isso! Virou-se lentamente para encarar o loiro.

– Sango, que saudade!

– Armin? Mas... mas... como é que...

Não conseguiu dizer mais uma palavra, porque ele a abraçou. E Sango correspondeu, tentando sanar em segundos toda a saudade que a atormentara por anos.

– Armin, pensei que nunca mais te ia ver! - Exclamou a exterminadora, muito feliz. Desfez-se do abraço e encarou-o com biquinho de amuada. – Prometes-te que voltavas e depois nunca mais apareceste.

– Desculpa, eu queria voltar, mas não via a oportunidade. E depois o tempo foi afastando as minhas convicções, pensei que já nem lembravas da minha existência. Depois, veio a notícia que todos na aldeia de exterminadores tinham sido mortos e aí eu arrependi-me de não ter-te procurado antes.

Envolveu Sango em mais um abraço mas alguém pigarreou.

– Sango, quem é? – Perguntou um certo monge de ar carrancudo, muito diferente do ar que apresentava ainda há pouco, enquanto paquerava a linda filha do chefe da aldeia.

– É um dos meus melhores amigos! – Afirmou Sango. – Armin este é o Miroku. Miroku este é o Armin, eu já não o via há anos.

– Melhores amigos? Estávamos mais para namorados. – Riu o loiro entrelaçando a mão de Sango com a sua. Isso era algo natural para os dois, não tinha quaisquer segundas intenções e Armin também sempre fizera essa brincadeira de dizer que eram namorados. Disparate, claro, eram duas crianças que se consideravam quase irmãos.

Mas Miroku não tinha jeito de saber disso por isso apenas ficou com a mais nítida impressão de que Armin estava interessado em Sango e isso não lhe agradava nem um pouco.

«O que é isso? Nunca me senti assim por nenhuma garota antes! Será que é ciúme?»

Miroku abanou a cabeça com força tentando expulsar o pensamento. É claro que não, ciúme não era uma palavra que estivesse no dicionário dele. Só podia ser... é claro, Miroku não sabia nada de Armin, por isso estranhava o seu aparecimento repentino e a sua relação tão forte com a Sango. Claro, era isso!

– Bem Sango, é melhor você ir dormir, amanhã temos que seguir viagem bem cedo.

– O quê? Ah, ainda não te avisaram? Nós vamos passar algum tempo aqui. Quero dar um trato nos meus materiais de extermínio e agora que descobri que o Armin também está hospedado na aldeia vou querer aproveitar para ficar um tempinho com ele. – Disse Sango olhando de vislumbre o loiro com um sorriso. E depois não se conteve de acrescentar. – Deves estar feliz, Miroku, pode ser que consigas conquistar aquela garota, filha do chefe da aldeia, como é mesmo o nome dela? Naome! Ele é realmente bem bonita, quem sabe ela não te dá o filho que tanto queres.

E passou por Miroku ainda de mãos dadas com o seu companheiro de infância.

Do telhado Takara observava toda a cena.

«Isto ainda vai dar confusão!» Pensou dividida entre desatar a rir com a cara de tacho de Miroku ou ficar com pena por Sango.

Pôs-se de pé e assoviou.

Kirara, que tinha adormecido sobre o parapeito da varanda voou até Takara e deixou que a garota montasse no seu lombo.

– Vem Kirara, vamos dar uma volta que as coisas por aqui vão ficar explosivas! - Insinuou, sem se preocupar em baixar o tom de voz. Miroku reparou na figura feminina que agora abandonava o telhado.

– Takara, estavas aí à muito tempo?

– Eu vi tudo! – Respondeu a menina, já montada em Kirara com um ar de quem sabe das coisas.

– Tudo o quê?

– Tudo! – Respondeu mais uma vez e fez um sinal que significava «Estou de olho, entende? Por isso é bom não fazer asneira». E de seguida, partiu montada na gata Yokai de duas caudas.

Enquanto sobrevoava o céu, Kirara olhava nervosamente em volta. Sentia que algo estava errado.

Takara, no entanto, não se apercebia e continua a fitar pensativa o fragmento branco que guardava tão religiosamente. De uns tempos para cá, Takara tinha notado algo diferente no fragmento. Ele estava sempre quente e transmitia um poder que até chegava a assustar e Hanyou. Takara procurou a garrafinha que trazia sempre na cintura e deu um gole forte no líquido viscoso e vermelho que a enchia. Sangue de Yokai. Fora uma nova ideia louca da menina. Andar sempre com uma garrafinha de cerâmica onde misturava o sangue de diversos Yokais. Quanto mais mistura, mais poder obtinha, mais rico e mais venenoso era o resultado. Takara fez um esgar de desagrado, nunca se iria habituar aquele horrível sabor. Mas logo se sentiu mais forte, passada a dor inicial.

Até que ficar com o grupo de Inuyasha se tinha revelado bem proveitoso. Só a quantidade de sangue que ingerira naquela semana ultrapassava o que ingerira durante um ano dos quais passara sozinha. E todos podiam estar contra, todos tentavam evitar que a garota tomasse o que diziam ser um veneno letal, mas Takara ignorava. Ela sentia que era suficientemente forte para aguentar. Ela não nascera para ser humana. Ela nascera para ser um Yokai. E não uma qualquer. Seria a melhor de todos. Gostara de ver como os seus novos amigos usavam as suas habilidades para ajudar os outros. Takara decidira que, já que a sua vida não tinha dado certo, então iria lutar pela vida dos outros. E queria também conhecer os seus «semelhantes». Os outros Yokais. Mas primeiro, tinha que se tonar numa Yokai. Senão, os outros teriam desprezo dela.

Estava quase a dormir sobre o lombo da sua amiga gata quando algo cruzou o ar e acertou em cheio na sua montada. Kirara chocou contra uma árvore e Takara escapou por pouco de ficar ferida.

Levantou-se e logo viu o agressor. Era um Yokai de aspecto disforme. Tinha um corpo verde gigantesco, olhos amarelos e cornos afiados. Soltou, numa voz grotesca:

– Eu quero o fragmento da joia!

Takara tentou não fazer qualquer movimento que a comprometesse. Como é que ele sabia do fragmento? Será que a aura de energia se tinha tornado tão visível assim? A resposta era óbvia. Claro que sim. Se Takara conseguia sentir a energia que emanava do fragmento, então todos os Yokais num raio de 5 quilômetros também se aperceberiam.

Kirara investiu em frente, tentando atacar o Yokai cornudo, mas este voltou a desferir um golpe, desta vez mais forte e Kirara caiu no chão, soltando um protesto dorido. Takara correu para perto da amiga. Kirara não estava ferida mas não se mexia.

– Kirara... – Chamou a menina num fio de voz. Verificou que a Yokai gata não estava respirando. – Kirara, por favor, acorda! Kirara...

Takara sentiu as lágrimas aflorarem-lhe aos olhos. Acontecera de novo! Kirara estava morta... e por sua causa. Devia ter quebrado algum orgão vital ao ser esmagada no chão. E isso era... tão devastador e doloroso para Takara.

– Porque estás a chorar? Era apenas um gato! – Resmungou o Yokai que matara Kirara.

Takara levantou o rosto para ele, encarando-o com fúria no olhar. As lágrimas cessaram, a raiva sobrepunha-se a tudo o resto, fazendo o sangue esquentar.

– Apenas um gato?! – Repetiu Takara rangendo os dentes. – Apenas um gato?!

Takara sentia todo o seu corpo a formigar e o sangue a ferver. Toda a mágoa se dissipara e aquele sentimento de ódio o fizera. Despertara algo dentro de Takara que nem a mesma soube responder o que era. Apenas queria matar aquele imbecil. Queria matá-lo com as próprias garras.

O Yokai verde recuou com surpresa.

– Mas tu és... Yokai?

Takara que já se preparava para saltar com toda a força para a garganta do oponente, forçou-se a pensar. Nunca ninguém a tinha chamado de Yokai antes. Nunca ninguém a tinha reconhecido como tal. Takara levou as mãos à cabeça lentamente e reparou nas felpudas orelhas que tinha. Isso mesmo, Takara estava com orelhas de Hanyou. E não demorou muito mais a aperceber-se do volume do tecido sobre a cauda que agora tinha.

«Então eu sou... oficialmente uma Yokai, agora!» Pensou com uma satisfação distorcida pelo ódio que sentia do Yokai na sua frente. Mostrou as garras com um sorriso de pura confiança.

– Sou uma Yokai, sim! E sou a última que irás ver na vida!


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Descrevam como estão se sentindo!
Aposto que com raiva de mim por eu ter matado a Kirara, né `-`
Enfim, só posso dizer.... leiam o próximo capítulo!!!!! Quando eu postar claro!
Então que acham da nova personagem que eu inseri? Não do ogre chifrudo, estou falando do Armin! Acham que devo pôr triângulo amoroso Miroku x Sango x Armin? Ou preferem que fique mesmo só na amizade?
Comentem, por favor!!!!!!!!!!!!!! _-_ (não sei que emoticon é esse, mas eu gostei dele)



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