The Hunger Games : A New Beginning escrita por Mila Guerra


Capítulo 62
Chapter Twenty-Seven


Notas iniciais do capítulo

Hey, eu prometi que estaria aqui e estou.
ESPERO QUE GOSTEM DESSA CONVERSA QUE VAI TER AÍ EM BAIXO, E QUE VOCÊS NÃO JULGUEM TANTO O PEETA.
Beijinhos.
Ahhhhh claro, EU NÃO POSSO ME ESQUECER DA TEMPERANA, ele chagou agora e parece que ela leu a fic em uma semana e já RECOMENDOU. Eu agradeço de coração por todos os seus comentários e por todo o incentivo,eu amei a sua recomendação, MEU EGO FOI NAS NUVENS. OBRIGADA, OBRIGADA.



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– Peeta, você me deixaria entrar? – questiono na porta do seu quarto.

– Sim. – ele diz, parecendo confuso. – O que você veio fazer aqui?

– Eu queria te mostrar uma coisa. – digo me aproximando.

– Vamos você pode sentar aqui. – ele acena para o lugar ao lado dele.

– O Haymitch me entregou uma carta, sua, que você escreveu antes do segundo Hunger Games. – eu o entreguei – Eu acho que vai te ajudar um pouco. A acreditar em mim.

Ele assente e começa a ler a carta, sua expressão muda durante a leitura, confuso, um pouco emocionado, algumas vezes de reconhecimento. Eu esperava que a carta o ajudasse, a se sentir menos perdido, voltar a ser o Peeta.

– Eu que escrevi? – questiona.

– Bom... É a sua letra. – digo, um pouco irritada pela desconfiança.

– É verdade, mas eu não consigo me lembrar. – seus olhos ficam nublados – É difícil, você poderia me contar a história. O que é real?

– Você quer que eu te conte como nos conhecemos? – questiono.

– Sim, como... – ele fecha os olhos e coloca a mão na cabeça.

– Tudo bem? – pergunto colocando a mão nas suas costas, ele relaxa.

– Não, são lembranças. – diz

– Você quer contar? – falo.

– Eles nos molhavam e depois nos davam choques repetidas vezes, fazendo perguntas e até nós gritarmos. – ele fala com seus olhos ainda fechados, começa a movimentar o corpo para trás e para frente. – Quando não era comigo, era com a Johanna, eu ficava escutando seus gritos e ela os meus. Depois conversávamos a noite toda, para não ter pesadelos, e mesmo assim ficar acordado sempre foi pior. A Annie, ela não foi torturada, mas não parava de chamar o Finnick e eles não gostavam, e acabavam a machucando. Era... Era...

Ele estava estremecendo e eu o agarrei.

– Peeta, Peeta, não é real. Você está bem, não está mais nas mãos deles. – sussurro para ele – Vamos Peeta, volte. Você está bem, você está bem, você está bem.

Repeti isso mais algumas vezes, até que ele conseguisse abrir os olhos e se sentar.

– Obrigada, - diz com um quase sorriso – então você poderia me contar, quando você se apaixonou por mim?

– Sim, - disse e me ajeitei para começar – eu estava grávida da Pearl e o Gale tinha brigado comigo, porque eu não contei como tudo tinha acontecido, naquele tempo ele pensava que me amava.

– E não pensa mais? – questiona.

– Oh, não, ele está com a Delly. – digo e ele se espanta.

– Com a Delly, mas ela não me contou. – diz

– Sim, eles se aproximaram depois que nós casamos, e começaram a namorar. – explico – Eles foram juntos para a festa de aniversário da Pearl. Você lembra que fez um bolo cheio de pérolas para ela?

– Há algo assim, mas acho que está junto à memorias alteradas, eu descubro às vezes que tem coisas que eles não conseguiram me fazer esquecer completamente, principalmente sobre a Pearl. – responde – E como foi que eu entrei nessa história?

– Bom, você ia para a escola com a Prim e eu acabei te conhecendo... Melhor. – começo – Teve um dia que eu não consegui mais esconder a minha barriga, então você me viu, no tempo eu não sabia que você me amava e não entendi sua expressão magoada, mas antes que eu pudesse questionar eu vi o Pacificador e desmaiei. Aparentemente, eu não posso me estressar sem apagar, isso irrita.

– Eu me lembro do desmaio, eu te segurei e te levei para casa, fiquei com você a até acordar e... Depois eu te levei até a floresta? – indaga.

– Sim, e nós encontramos o Gale, e bom, ele ficou confuso, pensou que você fosse o pai da Pearl e deixou escapar que você cansou de esperar e resolveu se declarar. – paro um pouco e suspiro, se eu soubesse como meu problema por estar grávida não era nada – Então você me questionou, já que o Gale não era o pai da Pearl, quem era então? E eu te contei o que aconteceu...

– Sim, com o Pacificador, ele te encontrou com uma caça, te ameaçou e... – ele não continua, ainda bem, já era difícil só lembrar, imagine colocar em palavras.

– Sim, isso mesmo. E tinha chegado a minha vez, eu te perguntei o que o Gale quis dizer com você ter se declarado para mim. Lembra? – pergunto.

– Não. Nas minhas lembranças, você só teve certeza que eu te amava depois de nos casarmos. – ele diz, infeliz. – Quer dizer, eu nunca tive certeza se você fingia que ignorava, ou não sabia mesmo.

– Peeta, olhando para mim agora, consegue acreditar em todas essas lembranças, você consegue me ver como essa mulher? Tão insensível assim? – ele me olha, mas não responde – Enfim, você disse que me amava e me beijou e eu ia dizer que não te amava ainda, mas que estava bem perto, só que você me interrompeu e me disse que não iria nos largar nunca, nem que eu quisesse. Você já era mais que um amigo, me ajudava, cuidava de mim, da Pearl e então um dia você chegou com a sua família, desesperado, dizendo que eles queriam que a gente se casasse.

“Você parecia não gostar, o que confesso me deixou decepcionada, afinal você me amava não era? Mas você queria que eu te amasse também, queria que fosse de coração. Foram essas as sua palavras, que não queria que eu casasse com você para que o povo não falasse. Mas eu te amava, mesmo sem saber, sem te dizer, eu te amava. E quando eu disse que te amava, você ficou tão... Bem, parecia que era a melhor coisa que aconteceu na sua vida.”

– E na sua? – questiona.

– Sim, eu... Não admitia muito, mas você mudou muitas coisas em mim. Você me ensinou a realmente me importar com as outras pessoas, não só com a minha família. – eu percebi que não tinha respondido a sua pergunta – Quando eu casei com você e o ouvi dizendo sim, o sorriso que estava no seu rosto, o que eu pensei foi: Ele está feliz, porque ele te ama. E quando eu disse sim, eu percebi que também estava feliz. Então sim, você depois que o meu pai morreu foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

Eu o olhei e procurei para ver se o que eu disse fez alguma diferença para ele. Aparentemente ainda não.

– Mas alguma coisa? – perguntei

– Sim, o bebê? – fala

– O quê? Ele é seu Peeta. – digo indignada – De quem ele seria? Você leu a carta.

– Eu sei, é só... – ele suspira – É só que eu acho que se eu tivesse... Bom, feito amor com você, eu não esqueceria.

– Ah, sim, realmente. – ele me fez corar, como sempre. Eu agradeci mentalmente por ter proibido que alguém escutasse a nossa conversa.

– Então, como eu não posso lembrar? – diz.

– Não sei, mas eu sei o que eu me lembro, o que vivi com você. – digo exasperada – Se você soubesse o quanto foi difícil ultrapassar as barreiras que o Pacificador criou em mim.

– Nas minhas lembranças, esse era o único motivo por eu nunca ter tentado nada com você. – fala.

– Será que dá para você deixar isso de lado? Se concentrar no que eu te digo e ver se encaixa? – questiono.

– Se eu chegasse e dissesse para você que não te amava mais, você iria aceitar assim? – eu não o respondo – Pois é, é difícil colocar as ideias de lado, por mais que eu queira aceitar, por mais que esse seja o meu sonho. As rejeições, as brigas, os nãos que eu recebi de você, estão aqui e não é fácil tirar.

– Me desculpe, é... – respiro fundo não me permitindo chorar, eu não daria mais essa pressão ao Peeta. – Tudo bem, eu acho que já te disse muita coisa por hoje. Eu só não quero que você me veja como inimiga, eu não te trai nem nada do tipo, então nada impede que você fale comigo. Nem que você saia daqui.

– Eu sei, eu vou... Vou tentar. – eu aceno e saio o mais rápido que eu posso.

Enrolo-me na minha cama e agora sim permito que algumas lágrimas me escapem, mas não é como antes, eu não me lamento como antes. Acho que por estar mais consciente da situação, mais consciente de que essa dor não é só minha. Agora fico imaginando o quanto o Peeta me ama, e o quanto a mente dele trabalha em imagens minhas o ignorando ou não correspondendo aos seus sentimentos, enquanto na sua frente estou eu, grávida dele.

O quanto é doloroso querer apagar tudo e não conseguir, querer acreditar que aquela pessoa te ama com a sua mente te mostrando que não. E saber que você foi usado, criado para ser a coisa que mais machuca a pessoa que você ama.

Isso torna a ideia de ter esse Peeta por perto mais fácil, é melhor o que não tê-lo nunca.

...

Eu estava na sala de comando assistindo ao Distrito 13 tentando derrubar a Noz – que era como eles chamavam o coração do exercito da Capitol – há algum tempo o Beetee, o Boggs e o Gale haviam ido para lá e conseguido montar um plano que não era realmente o que eu aceitaria como boa ideia.

O plano era do Gale, basicamente eles explodiriam a montanha causando algumas avalanches e prendendo as pessoas que estavam lá, os que conseguissem se salvar pelo trem que dá na Praça do Distrito, encontraria os Rebeldes preparados para mata-los.

Eu sabia que o Gale tinha uma raiva conhecida da Capitol, piorou depois que eles acabaram com o Distrito, mas a ponto de matar pessoas da mesma forma que os nossos pais morreram me espantava. Eu tentei retrucar com o Haymitch sobre o plano, mas ele falou que nós não temos como interferir nisso. Só que eu conheço uma pessoa que não está satisfeita com o Gale e de quem ele não vai se safar tão fácil. A Delly.

Ela tinha se recusado a falar com ele desde que soube a ideia que ele tinha, eu não pude fazê-la mudar de ideia. Já que nem eu, depois que as bombas foram jogadas na montanha e as sirenes começaram a tocar, consegui me manter na sala. Na minha mente, os sons das sirenes traziam as imagens do dia em que eu perdi o meu pai, as sirenes tocavam na escola e a Prim me esperava, depois ela se apertando em mim e a minha mãe nos procurando. Principalmente depois que os tiros começam a soar.

De pesadelos, já bastam os que eu tinha sobre os Jogos.

...

Um casamento era a última coisa que eu pensaria que podia acontecer no Distrito 13, mas o Finnick e a Annie mereciam. Eu só discordava da ideia do Plutarch de fazer disso tudo um circo que seria apresentado a todo o Capitol, mas como eles não discordam eu não opino.

Todos estão tão ansiosos para ter alguma coisa para se animar que todos eles participam da arrumação da festa, das comidas, em qualquer lugar que se vá só se escuta sobre essa festa. E o Plutarch quase teve um ataque sobre o que a Annie vestiria, eu estava louca para sair do Distrito 13, então me ofereci para acompanha-la até o 12 e escolher alguns dos vestidos que eu usei para o Tour. Durante a viagem, eu tentei captar se ela era realmente louca como todos diziam, mas não vi isso. Ela era só perseguida pelos pesadelos dos Games como todos nós, ela de alguma forma me lembrava do Peeta, os dois perderam uma parte da sanidade por causa da Capitol, os dois pareciam doces e compreensivos, eu também gostava dos olhos da Annie, era diferente de toda a sua postura, límpidos e não aparentavam desespero. O desespero que todos nós carregávamos.

Ela acabou escolhendo um vestido verde água, e o Finnick ficou com um terno adaptado do Peeta, eles estão radiantes, um garoto do 10 conduz a cerimônia, ele andam por uma rede de pesca até o altar e uma cantiga que lembra uma viagem ao mar. Depois que selam a união com um beijo, brindam, o violinista começa a tocar uma música do 12, e eu vejo com alegria o Gale dançando com a Delly – parece que a briga não durou muito – a Prim dança com a mamãe e a Greasy se sacode. Eu começo a bater palmas, e depois puxo a Pearl para mim e me sacudo com ela, que solta seus gritos e risos.

Só que eu canso rápido, e a solto no chão, e deixo-a pular até encontrar o Peeta, bom, eu sabia que ele apareceria aqui de qualquer jeito, já que a Annie e ele se tornaram amigos. Vê-lo ainda fazia meu coração saltitar e o sorriso idiota aparecia no meu rosto, mas eu tentava me conter e não deixa-lo mais culpado do que penso que ele já esteja.

– Olá Peeta. – digo quando ele se aproxima.

– Oi Katniss. – ele carrega a Pearl. – Olá pequena.

– Ela quer que você dance com ela. – digo sorrindo.

E ele começa a se balançar com ela, o seu sorriso de volta e os gritos da Pearl também. E as pessoas estão fazendo um circulo em volta do Finnick e da Annie, enquanto um bolo entra na sala. E eu simplesmente sei, que não existia ninguém aqui que podia fazer algo tão lindo e bem feito quanto o Peeta.

– Foi um presente maravilhoso Peeta. – digo e pela primeira vez o seu sorriso, o sorriso do meu Peeta, é para mim.


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Notas finais do capítulo

E ESSE FINAL, AHN?
Por favor comentem, e me deixem feliz.



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