The Hunger Games : A New Beginning escrita por Mila Guerra


Capítulo 54
Chapter Nineteen


Notas iniciais do capítulo

Olá, estou aqui de novo com um capítulo do tamanho do mundo para vocês, e eu acho que os próximos também serão assim. Então preparem os olhos.



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Quando acordo o Peeta ajuda Finnick - eles estão abrindo algum tipo de marisco – que aparentemente passou a noite inteira tecendo uma rede que protegia o meu rosto do sol, enquanto dormia. Percebo que as minhas unhas estão sujas de sangue e vou em direção à água para lavá-las, e eu não fui a única que passei a noite inteira me coçando.

– Olá. – digo quando volto em direção aos dois e me sirvo com os mariscos.

– Não era você que dizia que não devemos coçar. – Peeta fez graça.

– Sabe, pode causar infecção. – completa o Finnick.

– Seria mais fácil se mandassem uma ajudinha. – digo – Haymitch bem que você poderia nós dar uma mãozinha, não?

Assim que eu acabei de falar um paraquedas caiu.

– Faça as honras. – diz o Peeta e eu o pego.

– Obrigada Haymitch. – digo enquanto abro.

Há uma pomada com uma cor e um cheiro escuros e espalho pelo meu corpo e depois dou para o Peeta, que passa ao Finnick, ele parece relutante em espalhar o creme pelo corpo e eu entendo, pois a aparência com que ficamos não é a mais agradável de todos.

– Vamos lá Finnick, eu se que para você não deve ser fácil. – o Peeta diz numa falsa solidariedade e eu sorrio.

– Coitado, como é se sentir igual às outras pessoas? – questiono.

– Horrível. – responde rindo.

Nós o acompanhamos, esse momento de descontração é a primeira vez em que mantenho perto do Finnick sem me perguntar por quanto tempo nos manteremos juntos, por quanto tempo ele vai nos ajudar e não nos matar, como recompensa, recebemos outro paraquedas dessa vez com um pão.

– É do quatro, é seu Finnick. – o Peeta diz.

Ele roda o pão por um tempo, o comtemplando, provavelmente pensando em casa e em como esse pedaço de pão aqui dentro da arena parece um tesouro inestimável.

– Isso vai bem com marisco – o que ele escolhe falar e não questionamos.

Realmente o pão vai muito bem com marisco.

...

Pelo sol devem ser umas dez horas, e a selva atrás de nós se mantem até silenciosa por um momento, mas uma onda aparece do outro lado e somos obrigados a recolher tudo o mais rápido possível enquanto ela se aproxima, ela ainda corre pelos nossos joelhos por um tempo e quando volta o canhão soa, agora somos só doze.

Quando conseguimos reorganizar as nossas coisas três corpos saem da água, nos escondemos na selva e eu os observo, um está sendo carregado e outro anda vagando por eles. Todos eles estão com uma cor de tijolos vermelhos, então não há chance de distingui-los. A primeira coisa em que penso é em mutações, mas um deles cai desmaiado, o que o carregava parece frustrado e começa a bater o pé no chão.

– Johanna! – o Finnick grita e sai correndo atrás deles, eu gemo de frustração.

– Tinha que ser ela, não é? – olho para o Peeta.

– Nós não podemos deixa-lo, não é? – pergunta

– Não, vamos lá. – ele segura a minha mão, acho que com medo de eu atacá-la.

Quando estamos próximos reconheço Beetee e Wiress e me pergunto o porquê de ela tentar salvá-los.

– Eu achei que fosse chuva por causa do raio, e estávamos com seda, mas quando caiu era sangue, espesso e quente, não se podia falar sem que enchesse a boca, então só andamos tentando escapar. E Blight ainda bateu no campo de força. – explica Johanna.

– Sinto muito Johanna. – o Finnick fala.

– Bom, e ainda têm eles. O Beetee foi ferido na cornucópia, e ela... – aponta para Wiress.

– Tick, tock. – fala Wiress.

– Não para de dizer isso. – fala Johanna exasperada.

– Vamos para lá, você tem que ficar limpos. – digo enquanto puxo Wiress pelo braço, Peeta carrega Beetee.

O Peeta me ajuda a limpar o Beetee, que tem a sua roupa colada ao corpo, nós temos que tirá-la para deixa-lo limpo, o que já não me importa tanto, o colocamos de costas na esteira. O corte nas suas costas não é profundo, mas ainda sai muito sangue. Mas essa não é a minha floresta, as plantas que tem aqui não são as que eu conheço. Só que a Mags havia me oferecido um tipo de musgo, que parecia absorvente, então corro atrás de um pedaço e felizmente encontro rápido.

Eu o fixo em cima do corte com uma trepadeira, e o colocamos na sombra.

– Acho que é só. – olho para o Peeta.

– Não diga que é só, foi assim que você me manteve vivo, esqueceu? – dou um sorriso de agradecimento, e vou em direção a Wiress.

Pego um pedaço de musgo e começo a limpa-la, ela não resiste, tiro a sua roupa e lavo, e como não tem nenhum dano o coloco novamente junto com o cinto, lavo as roupas de Beetee e coloco para enxugar. Me junto a Peeta, que escuta Finnick explicar a Johanna sobre o nevoeiro e os macacos. Até ela perguntar por Mags e como o Finnick não responde, eu falo.

– Foi no nevoeiro, o Peeta não conseguia mais me carregar e o Finnick não aguentaria a nós duas, então ela... – não completo, não seria justo o Finncik ter que ouvir isso novamente.

– Sinto muito Finnick. – ele não diz nada.

Eu queria muito ajudar e ficar de vigia, mas eu não conseguia, então a Johanna ficou com o Peeta, eu me deitei ao lado dele e dormi.

Quando acordo o sol está quase no alto, Johanna me lança um olhar de desprezo e cai ao lado do Finnick para dormir.

– O que houve? – pergunto ao Peeta.

– Ela estava me dizendo que os manteve para você, que só assim você a aceitaria como aliada. – responde

– Haymitch. – digo como se fosse uma praga.

– Sim, foi ele. – diz e acaba bocejando.

– Vamos durma. – o empurro.

– Espere. – ele me beija. – Eu te amo.

– Eu também te amo. – sorrio e ele se deita.

Depois de um tempo escuto Wiress murmurando, e ela não para de se mexer.

– Tick, tock, sim. Você tem que dormir. – digo com suavidade, e começo a mexer em seu cabelo. Isso parece acalmá-la.

Os raios caem na árvore, indicando que é meio-dia, igual a ontem à noite, em que os raios caíram logo após as doze badaladas. Eu me levanto e rodeo a arena, com uma coisa na mente. Numa seção relâmpago, na outra chuva de sangue, na terceira seção o nevoeiro e logo após seria os macacos. Há pouco tempo atrás à onda saiu da segunda seção em direção ao raio. O raio que cai ao meio-dia e a meia-noite.

Como que seguindo o meu pensamento Wiress diz “tick, tock”, e eu percebo que sim, a arena é um relógio.

...

Repetidamente a imagem do gamemaker chefe, Plutarch, que me mostrou durante a festa na Capitol o se relógio com o tordo, agora eu entendo o seu motivo de me contar a reunião, a sua falsa gentileza, mas porque ele me contaria isso. Eu não consigo ver o porquê.

Só que eu tenho outras preocupações e enquanto eu não souber a ordem do que acontece na floresta, eu não quero ficar próxima a ela. Então acordo todos e explico a eles. Todos menos Johanna parecem satisfeitos com a minha explicação, mas mesmo ela não vê motivo para se manter próxima a floresta. Aproximo-me de Wiress e a acordo.

– Você está certa, a rena é um relógio. – ela parece aliviada e sorri.

– Meia-noite. – diz

– Começa a meia-noite. – e novamente Plutarch aparece na minha mente.

Peeta levanta o Beetee só que ele parece meio transtornado, agora repetindo algo como “Wire”.

– Ela está ali. – Peeta diz – Ela está bem, Wiress está ali.

Só que ele não sai do lugar, e continua repetindo.

– Eu sei o que ele quer. – diz Johanna e pega o rolo que ele carregava e que tiramos dele para limpa-lo. – É algum tipo de arame, ele correu para cornucópia pegar isso e acabou com esse corte, realmente eu não sei para quê isso serve.

– Foi como ele ganhou os jogos, construiu uma armadilha elétrica com o arame. – fala o Peeta.

– É meio estranho você não saber não é? Já que você o apelidou de parafuso? – digo

– Sim, que estupidez a minha não? Mantendo os seus amiguinhos vivos enquanto você deixava Mags ser morta? – fico chocada com a mudança repentina e com seu ataque.

O Finnick entrega o arame para Beetee, enquanto eu ainda encaro Johanna ferozmente.

– Para onde? – o Peeta questiona.

– Que tal para a cornucópia, só para ter certeza sobre o relógio. – Finnick dá a sugestão.

Não está muito longe e nós começamos a andar tomando cuidado, os profissionais podem estar perto. O Peeta deita Beetee e pede para Wiress limpar o arame que ele tanto gosta, que começa a cantar uma música infantil.

– Duas. – ela aponta para floresta onde o nevoeiro tinha começado.

– Sim, isso foi muito inteligente Wiress. – Peeta diz e ela sorri.

Para o meu desespero Johanna começa a procurar ao redor da cornucópia até achar um para de machados, e começa a atirar, um deles fica preso na cornucópia. Ela é do 7, dos lenhadores, provavelmente aprendeu a fazer isso desde criança, o que traz um gosto amargo na boca. O que seria de mim se eu não tivesse aprendido a caçar com meu pai, se não tivesse Peeta, seria morta de primeira. A imagem de Prim, minha irmã tão doce e frágil me vem à cabeça, se fosse ela e não eu seria impossível ter a mesma sorte. A Pearl, a minha pequena Pearl, eu evitava pensar nela enquanto eu estivesse aqui, já era peso suficiente trazer uma criança comigo, se eu começasse a pensar nela ficaria inerte com a minha dor.

Vejo que o Peeta parou para me observar e lhe dou um sorriso, que eu sei que não convence, e me aproximo para ver o que ele faz. Ele desenhou um mapa da Arena, com todas as seções, percebo que ele começou a contar a partir da ponta da cornucópia, onde cai o raio às doze horas. Ele havia esquecido a onda e então eu o lembro de acrescentar, Johanna e Beetee não sabiam de nada a mais.

Por um momento o silêncio me parece estranho, a Wiress não havia parado de cantar nenhum minuto e agora estava cala, eu me armo e viro em sua direção. Wiress tinha a garganta cortada por Gloss.

Ela estava morta.

Minha flecha acerta Gloss na têmpora e Johanna acerta seu machado no peito de Cashmere, Finnick ataca Brutus de longe com seu tridente e Enobaria enfia a faca na sua coxa. O canhão soa três vezes, Gloss e Cashmere e Wiress, mortos. Brutus e Enobaria se escondem atrás da cornucópia, e por isso ainda não morreram.

Mas a cornucópia de alguma forma começa a girar, eu uso toda a minha força para me segurar na areia, escuto uma ou duas vezes o Peeta me gritar, mas eu estou enjoada demais para responder. Até que ela para subitamente e com a boca cheia de areia, me debruço na borda da cornucópia e começo a vomitar na água. Ouço Johanna murmura algo e as mãos de Peeta me amparando para não cair na água. Quando o vomito cessa, eu tento falar mais tenho que buscar fôlego.

– Vamos Kat, respire. – eu puxo o ar bruscamente.

– O fio, o fio de Beetee está com a Wiress, temos que pegar antes que levem o corpo dela. – digo e o aerodeslizador aparece.

– Finnick, o fio. – Peeta grita.

Ele demora um pouco para entender, mas se joga na água, ele tem alguma dificuldade com a água toda suja de sangue, e quando se aproxima tem que forçar as mãos dela para soltar o arame, mas logo está de volta e o corpo é levado.

– Você está bem? – ele coloca a mão na minha barriga proeminente – Vocês estão bem?

– Acho... Acho que sim, foi só esse gira, gira, que me deixou enjoada. – ele solta um suspiro e me aperta contra si, quando eu volto a olha-lo seus olhos estão úmidos.

– Eu não posso perder vocês, não posso. – sussurra no meu ouvido

– Você não vai. – uma lágrima solitária cai pelo meu olho e me apresso em limpá-la, eu não vou dar esse prazer ao Capitol.

Nós decidimos sair daqui, só que agora há uma questão: Quando a cornucópia girou ela mudou de direção, então onde é o ponto de doze horas?

– Bom, eles estão tentando nos atrapalhar, como nós vamos sair daqui agora? – questiono

– Isso é temporário, quando derem dez horas a onda vai surgir e nós vamos nos situar novamente. – o Beetee falou.

– E o que faremos vamos ficar aqui? – eu iria acrescentar que queria água, mas achei que ia parecer um capricho.

– Não, vamos continuar. – Johanna fala.

Nós escolhemos um caminho aleatório, e próximo à selva cada um de nós olha em volta procurando algum sinal de perigo.

– Essa é a hora do macaco, não? E eu não vejo nenhum deles. – diz Peeta – Eu vou procurar água.

– Não, pode deixar que eu vou. – fala o Finnick

– De qualquer forma, eu vou para vigiar a volta. – Peeta insiste.

– Não, você tem que desenhar outro mapa, e a Katniss pode ir no seu lugar. – Johanna diz, e o Peeta me olha preocupado.

– Você acha que... – eu me aproximo.

– Eu não estou invalida ok? Vai ficar tudo bem. – digo

Na realidade a minha preocupação é outra, porque eles querem nos manter separados? Não para nos matar, porque eu ainda posso com o Finnick e o Peeta é maior que a Johanna, será que eles esperam algum ataque da nossa parte ou uma deserção e querem evitar. De alguma forma eu acharia um tempo para falar com o Peeta, eles não poderiam evitar isso por muito tempo.

– Ok, mas... Volte logo. – ele me dá um selinho e eu me afasto com o Finnick

O silêncio total me deixava preocupada, então eu recebia bem o barulho do trabalho do Finnick na árvore. Minha mão estava apoiada na barriga – uma mania que eu adquiri desde Pearl – ele era quieto, quanto eu estava com a Pearl na barriga ela mexia muito e o meu pequeno ainda não havia se mexido, isso me deixava com medo, a todo o momento indagações, se ele estaria bem e o porquê dele nunca ter se mexido, enchiam a minha mente.

– Você esta com a goteira? – o Finnick interrompe os meus pensamentos.

Eu estava no meio do processo de entregar a goteira a ele, quando um grito me interrompe, um grito extremamente familiar, um grito que me corta de uma forma que eu largo a goteira no chão e vou atrás dela. Atrás da Prim.

Cipós e galhos cortam os meus braços, mas realmente isso não importa, ela estava ferida, ela está chorando, me chamando, ela precisa de mim.

– Prim, Prim! – gritos também me escapam, mas onde ela está?

Eu sinto que estou cada vez mais perto, só que o som da sua voz angustiada não me deixa pensar em como exatamente eles a tinham colocado na arena, e no quanto isso é impensado. Numa clareira, o som parece estar exatamente acima de mim.

– Prim? – minha voz sai quase inaudível e meus olhos seguem o som.

Um pássaro, com uma crista negra solta os gritos agudos da Prim, um jabberjay. Os pais do meu tordo, uma mutação do Capitol – que era para estar extinta – que solta os sons horríveis de gritos. Mais uma brincadeira do Capitol, mais um motivo para eu odiá-los, brincam com a gente como se nós não fossemos mais do que bichos.

Puxo uma das minhas flechas e o faço cair da árvore e calar a boca. Quando eu estou limpando a minha flecha o Finnick aparece.

– Katniss o quê... – mais sua voz se perde com outro grito que não me diz nada, mas apaga as feições do Finnick e o faz sair correndo sem chance de explicações.

Eu não conseguiria sair correndo atrás dele, então me mantenho na trilha de passos que ele deixa na floresta. E eu ainda posso ouvi-lo gritar o nome de uma mulher “Annie”, só que o jabberjay que solta os gritos está escondido, e mesmo sabendo o risco que corro a angustia do Finnick é maior, eu subo numa árvore e o mato.

– Calma Finnick, não é a sua Annie. – digo tentando acalmá-lo.

– Não é a Annie, mas é a voz dela, e eles podem... – ele não completa, mas eu sei o sentido da sua frase.

– Eles não podem ter feito isso. – eu grito e sei que eu estou chorando.

Se eles pegaram a Prim, será que eles pegaram a minha mãe, a Pearl?

– Podem, podem sim. – ele diz, eu afundo meu rosto nas mãos e a única coisa que eu queria era o Peeta.

Mas tem mais, eles não cansam de me ver sofrer, a Pearl, dessa vez o grito é da Pearl e por mais que uma parcela de mim diga que não é ela, eu não consigo me impedir de correr atrás dela. O Finnick me grita, mas a minha filha em algum lugar está sofrendo por mim e eu estou presa aqui dentro à única coisa que eu posso fazer é sofrer por ela e parar esse som.

Só que o Finnick me alcança e eu não posso fazer nada além de me debater e gritar, chega um momento em que eu não tenho mais voz, então eu o deixo me arrastar. Só que é como lutar contra corrente, quanto mais você quer fugir mais ela te leva e é impossível ignorar os gritos infantis da minha filha. De longe eu vejo os cabelos loiros do Peeta e me pergunto por que ele está tão longe, me vendo desesperada e não vir me ajudar.

Só que ele parecia assustado, mantinha as mãos no ar como se tivesse algo o impedindo de continuar, e eu fui direto para os seus braços só que ele começou a acenar em negativo, eu desacelerei. Era uma parede de vidro, eu me arrasto até o chão e me encolho contra o vidro, o Peeta desce comigo e encosta a sua mão onda a minha se encontra, ele tenta falar, mas eu não o escuto, eu foco meus olhos nele e tento esquecer o som que agora está mais distante.

Só que os pássaros se aproximam, um a um, e cada um solta a voz de alguém que realmente importa. A minha mãe, o pai do Peeta, Gale, a Prim e a Pearl. Finnick mantém as mãos junto à cabeça, como se isso impedisse ele de ouvi-los. Eu me enrosco no chão e tento gritar, mas eu nem tenho mais voz para deixar a dor sair. Alguns baques me dizem que o Peeta tenta quebrar o vidro, ou então chamar a minha atenção, só que eu estou cada vez mais perdida na minha dor.

Uma sala branca, a minha pequena Pearl, presa a uma cama seguram a sua mão e aparentemente a marcam com algum símbolo que eu não consigo enxergar, eu estou imóvel – alguma parte de mim me diz que não adianta se mexer – depois a minha mãe, ela parece resistir só que há vários deles, e assim segue cada um deles. O Gale e pai do Peeta derrubam alguns, mas eles continuam em número maior...

– Kat? Kat?! – eu sinto os braços dele em minha volta, mas eu ainda estou entorpecida – O que houve? O que aconteceu?

Ele segura o meu rosto para que ele possa me olhar nos olhos, e o que eu vejo-nos dele me acorda – ele está assustado por mim – e eu me prendo a ele.

– Eles a pegaram Peeta, todos eles. Estão os machucando. – digo enquanto ele me carrega e me tira da floresta – Eles pegaram a Pearl.

– Eu ouvi a Prim, mas era um pássaro, está tudo bem com elas meu amor. – ele não entende

– Jabberjays gravam vozes Peeta, para nós ouvirmos a voz dela aqui, eles teriam que pegar de algum lugar. Eles estão com elas. – digo fungando.

– Eles não podem Kat, daqui a pouco só restará oito de nós eles precisam delas, de todos eles para as entrevistas. – ele falava devagar e calmamente.

– E como eles pegaram a voz da Pearl? – questiono

– Eles provavelmente foram à nossa casa. – diz com convicção, mas...

– Isso não explica os gritos Peeta. – eu falo mais alto.

– Kat, eles provavelmente modificaram a voz deles, o que eles fariam nas entrevistas se todas as pessoas da nossa família estivessem machucadas? – questiona como se fosse obvia.

Vejo o Finnick fixo em Peeta e suas palavras, e procuro uma confirmação.

– Isso é possível? – pergunto.

– Sim, no Distrito 3 as crianças aprendem algo assim. – diz Beetee.

– Eles não seriam loucos de machucar a filha de vocês, vocês dois aqui dentro já deu muita briga. Se eles a machucassem a Capitol iria ruir. E eles não querem isso. – falou Johanna – Imagine uma rebelião, eles não querem nada disso.

Essa frase de Johanna me deixa chocada, ninguém diz isso nos jogos, não se tiver alguém com quem se importar.

– Eu vou pegar água. – diz Johanna

– Os pássaros. – a impeço.

– Não importa, eles não podem me ferir, não há mais ninguém que eu ame. – ela diz e se solta bruscamente de mim.

O Peeta volta a me abraçar, coloca uma mão sobre a minha barriga.

– Eles estão bem, e nós também... – só que ele deixa velada a palavra por enquanto. Até quando nós estaríamos bem?

Escolhendo um ótimo momento para se mostrar presente, o meu pequeno – como eu comecei a chama-lo – se mexe. Ele dá um chute onde exatamente esta a mão do Peeta, ele e eu arfamos.

– Está vendo, nós ainda temos esperança. – ele diz com a voz embargada – Aqui dentro e lá fora.

Sim, os nossos dois tesouros, as nossas pequenas e tão importantes esperanças. O nosso motivo de viver e continuar lutando.


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Notas finais do capítulo

Só esclarecendo, essa parte em itálico foi uma personificação do medo da Kat, ok? Como uma alucinação.
Até, beijos e por favor comentem.



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