The Hunger Games : A New Beginning escrita por Mila Guerra


Capítulo 26
Chapter Twenty Four


Notas iniciais do capítulo

Eu recebi mais uma recomendação maravilhosa, essa volta do Nyah está cheia de surpresas!
Eu amei Thaliazinha Everlark, muito obrigada pelo comentário e pela recomendação!



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Frio, muito frio, a todo o momento, eu tremo tanto que nem sei como alguém ainda não me achou. Eu não sei a minha real condição provavelmente eu estou com febre, ou o corte infeccionou, eu não estou surpreso. Mas quantos dias haviam passado, dois, três, porque eu ainda não morri?

Hoje era um dia particularmente ruim, eu não conseguia adormecer e o frio estava cada vez pior, meus pensamentos iam a toda hora para Katniss, em duvida se ela ainda estaria viva, eu não estava acompanhando as noticias a noite, eu não tinha nem noção de tempo, então por mais que eu tentasse pensar em coisas boas, não funcionava.

Não havia escutado muita movimentação durante esses dias, por isso que me sobressaltei quando ouvi passos, não um, mas dois. Por isso imaginei que não deveria ser a Katniss, me mantive em silêncio o mais imóvel possível, e tentei ouvir e perceber quem poderia ser, porém meus ouvidos não eram tão bons quanto o de Katniss e não poderia abrir os olhos senão me perceberiam nas rochas. O som ficava cada vez mais longe e voltava novamente passando pelas rochas, eu as ouvi atravessar o rio, e ia ficando tarde quando elas sumiram por onde vieram, mais a noite que eu percebi que tinha uma chance de ser a Rue com a Katniss, por isso os dois passos, isso de alguma forma me deixou mais tranquilo.

E me deixou preocupado porque ela não deveria estar atrás de mim, não havia motivo, ela só iria se complicar mais, as chances de ela viver sem mim seriam muito maiores do que se ela viesse me ajudar. Bem, ninguém seguraria a Katniss quando ela tinha certeza de alguma coisa, e se ela tinha certeza de que poderia me ajudar, ou então me ver uma ultima vez, não seria a possibilidade de morrer que a impediria.

Hoje realmente não era meu dia de sorte, parecia que eu teria que sentir a minha dor essa noite, a perna latejava cada dia a mais, o hino de panem e segundo o céu ninguém havia morrido hoje, eu ia tentar dormir ou lembrar algo que me fizesse esquecer a dor, quando uma voz, a voz de Claudius Templesmith me interrompe, bem, inicialmente eu não entendo, mas quando ele repete, eu sei que agora a Katniss vai juntar todas as suas forças para me achar.

O que ele diz é bem difícil de assimilar, principalmente porque as regras dos Hunger Games nunca mudaram, em todo o tempo em que eu assisto, e agora ele diz que dois tributos que representam o mesmo distrito podem vencer juntos, eu não confio muito nos meus ouvidos, eu ando vendo e ouvindo muitas coisas que não são reais, eu não vou conseguir sair daqui para ter certeza, mas se eu ouvir passos novamente, eu tenho que imaginar que é a Katniss, e se não for, morrer iria aliviar o meu sofrimento.

Arrependo-me logo depois de pensar assim, se isso for verdade morrer seria sim ruim, principalmente para a Katniss, sabendo que nós poderíamos vencer juntos me perder seria muito mais difícil para ela. Eu fico preocupada com ela, eu não sei se o garoto do 11 que veio com a Rue ainda esta vivo, eu sei que ela não faria nenhum mal a Katniss, já ele eu não tenho tanta certeza, a Rue é muito inteligente se juntar a ela é uma coisa boa a se fazer.

Eu vejo a noite aos poucos passar, e só descanso quando o frio vem com peso total e eu percebo que a febre nunca esteve tão ruim, então eu desmaio.

Katniss POV

Um dia nada produtivo, eu e a Rue andamos pelo riacho que ela apontou para o Peeta de cima a baixo, e nada, ela não estava em lugar nenhum, nos atravessamos às margens, eu não desistiria, havia uma parte repleta de rochas onde ele não se esconderia com facilidade que nós não olhamos e eu voltaria lá amanhã assim que acordasse.

Nós estávamos enroscadas numa árvore quando a voz do apresentador dos Hunger Games soa, o que ele fala me soa meio impossível, até que ele repete. Uma chance, o nosso plano havia dado certo, nós conseguimos manipular os jogos, eles queriam os amantes desafortunados juntos novamente, e eles os teriam custe o que custar.

Se eu já queria achar o Peeta antes isso só me deu uma certeza a mais de que eu estava fazendo a coisa certa, eu senti a Rue muito quieta ao meu lado, como que não estava nem respirando. Com essa noticia eu não sabia se ela iria querer continuar comigo, ela podia procurar o Tresh, eles tinham uma grande chance de ganhar, ela era a inteligência, ele a força. Eu só não queria que ela pensasse que eu a mataria por isso, então me apressei em tranquiliza-la.

– Você pode procurar o Tresh se quiser. – eu falei num sussurro.

– Você não me quer mais com você? – ela perguntou com a sua vozinha.

– Sim, eu quero. Mas com o Tresh você teria mais chance de vencer do que comigo, com ele vocês vão voltar juntos, comigo isso não vai acontecer. – eu explico.

– Não, o Tresh nunca se juntaria a ninguém, e eu tenho um pouco de medo dele. – ela me confessa baixinho.

– Que bom, eu não estava pronta para perder a minha aliada totalmente inteligente. – eu falo cutucando a sua barriga.

Ela ri um pouco, mas logo após se aconchega em mim e dormi, ela deveria mesmo se sentir segura comigo, meus pensamentos voltam ao Peeta, será que ele ouviu o pronunciamento, será que ele quer que eu o encontre, ele pode ser muito protetor quando quer. Mas eu me preocupo em dormir um pouco, antes de ter a chance de me contaminar com essas incertezas, eu ia acha-lo independente do que ele pensava.

O sol bate em meu rosto e acordo, logo arrastando a Rue comigo para o riacho, não antes sem tomar um café com uma caça que eu consegui, nós vamos direto para as rochas e eu vou para um lado enquanto ela vai para o outro e começamos a escala-la, eu ia dar mais um passo quando eu ouço uma voz bastante conhecida.

– Ora, não pise em mim. – sua voz estava rouca e fraca, mas era a voz que eu conhecia muito bem.

– Peeta, oh, Peeta! – eu quase grito, e me jogo em cima da rocha em que ele está.

Agora eu sei como nós não o encontramos, completamente camuflado nas rochas ela parecia fazer parte dela, era impressionante.

– Você está bem? – eu estou chorando agora, e não deixo ele falar nada. – Nós temos que te tirar daí, Rue, por favor, venha até aqui, Rue?!

Ela estava bem ao meu lado e eu não havia percebido, ela toca em mim e eu me sobressalto. Respira Katniss, você tem que se controlar, mantenha a calma.

– Bem, sim eu estou bem Kat, quer dizer, eu estou vivo. E você o que faz aqui, ahn? – ele fala com a sua voz enfraquecida.

– Nós prometemos lembra. Para ama-lo e protege-lo. Sempre. – a minha voz sai embargada, mas eu sei que ele entende quando ele me abre um sorriso, o branco em meio a tanta lama e folhas.

– Sempre. – ele também fala. – Oi, pequena Rue, você a ajudou direitinho não foi?

Ela cora completamente, hum, eu acho que o charme do Peeta a pegou também.

– Peeta! – eu o repreendo, e ele ri. – Vamos tira-lo daqui.

Não foi tão fácil, ele estava tão preso as folhas que eu tive que cortar algumas raízes, depois eu pedi a Rue que ficasse enchendo as garrafas que tínhamos para que eu pudesse soltar a lama que estava presa em sua roupa, ele se manteve quieto a todo momento e depois de um tempo eu já via o seu rosto, e a sua jaqueta e blusa já aparecia. Eu as tirei para ver se ele tinha algum ferimento e roupa molhada com gente com febre, só a faz ficar pior. Eu lavei as roupas e botei para secar, eu não sabia se podia jogar água em cima de sua perna ferida, então resolvi tirar a calça suja mesmo, ele gemeu um pouco com desconforto.

Eu lavei a sua calça e a botei para secar também antes de olhar o corte, eu devia estar me preparando porque o ferimento era pior do que eu pensava. O corte está profundamente inflamado, com muito pus e sangue, sua perna está inchada, e o cheiro é horrível.

– Bem, eu acho que devemos limpa-lo primeiro, não? – eu olho a Rue em busca de alguma ajuda, e ela parece meio verde.

– Eu não sei, lá no Distrito 11, nós nunca temos cortes assim, e se acontecer eu não estou por perto, eu não sei o que fazer. – ela explica, eu não esperava mais que isso. Eu só pensei que talvez ela conhecesse alguma folha, como as para as picadas.

Depois que o ferimento esta limpo, eu olho para ver se ele tem algum outro, eu vejo uns arranhões no seu rosto e em suas mãos, mas nada de mais. Eu tento o fazer comer, porém tudo que consigo é fazê-lo beber água.

A Rue olha para mim, meio que sem saber o que fazer e me dizendo sem palavras que o estado dele era pior do que parecia.

– Eu... Não sou boa com isso, eu não sei nada sobre isso. Eu não sou a minha mãe. Eu não tenho ideia do que fazer. – me desespero e o Peeta me olha como se quem estivesse mal fosse eu não ele.

– E se você tentasse com as folhas? – a Rue sugere.

Não era uma má ideia, então eu apliquei uma camada de folhas e esperei, uma quantidade enorme de pus começou a escorrer pela sua perna. Enquanto isso, eu me lembro do Kit de primeiros socorros do garoto do 1 e procuro um antitérmico e faço ele o engolir.

– Será que eu posso dormir um pouco, eu não dormir a noite toda. – ele fala.

– Daqui a pouco, ok? Nós ainda temos que te levar para um lugar seguro. – eu falo.

Quando o pus para de sair, eu retiro a terceira camada de folhas e resolvo enfaixar, e percebo o quanto a sua cueca está suja.

– Você vai ter que tira-la para eu lavar. Aqui se cubra com isso. – eu dou o plástico preto a ele. E espero ele retirar a cueca.

Pelo canto dos olhos vejo a Rue corar e se virar para o outro lado, eu lavo o melhor que eu posso. Eu sei que não poderemos sair daqui enquanto a sua roupa seca, então deixo que ele durma um pouco.

– Onde será que eu vou o colocar? – eu pergunto mais a mim mesma que a Rue, enquanto observo as redondezas.

– Bem, você não vai poder leva-lo a uma árvore, mas eu acho que tem algumas cavernas próximas aqui. – ele me responde mesmo assim.

O sol está enfraquecendo quando eu resolvo chama-lo, ele parece meio atordoado, mas no fim eu consigo fazê-lo vestir a roupa e se levantar. Eu agradeço por ter a Rue, sem ela eu não conseguiria o arrastar por muito tempo, depois de alguns muitos metros eu vejo uma caverna, e nós o guiamos até lá. Eu arrumo o chão da caverna e ele cai exausto.

Eu admito que a situação está pior do que eu imaginava, eu achei que eu conseguiria cura-lo, que seria mais fácil, agora nem eu tenho certeza se isso será possível. Mas agora se ele conseguisse resistir até nós vencermos os jogos, ou algum patrocinador nos ajudar, só era continuar acreditando nós não chegamos aqui para nada.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que vocês gostem, comentem e podem me perguntar qualquer coisa!