Close To You escrita por MaryCherry


Capítulo 16
Um sentimento chamado ciúmes.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal. Tudo bem? Espero que sim. Hoje eu mudei a capa da fanfic, vocês gostaram? :3 Digam nos comentários! Beijinhos e boa leitura. ♡



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Fazia um calor insuportável naquela quarta-feira de manhã. O ar condicionado na sala de aula não resolvia coisa alguma e estava muito difícil prestar atenção no que a professora Anna falava. Até Erza Scarlet, a presidente do grêmio estudantil e melhor aluna da classe, parecia prestes a deitar a cabeça e dormir sobre a mesa.

Em dias assim, Ultear Milkovich gostaria de não ter que levantar da cama; odiava as temperaturas excessivamente elevadas que a faziam se sentir muito mal por causa da pressão baixa. No momento, estava com uma leve tontura, mas nem se importava com isso. Preocupava-se mais em admirar a beleza natural do garoto mais lindo da face da Terra, Jellal Fernandes.

Os cabelos azuis e brilhantes, levemente bagunçados. Olhos de um lindo verde escuro, a misteriosa marca vermelha perto do direito. Seu modo de rir, de falar, de fazer piadas idiotas, de se mover, de piscar, de respirar eram coisas que a tímida stalker não conseguia parar de prestar atenção mesmo que se esforçasse.

Sua melhor amiga, Meredy Maguilty, apenas observava tudo de cara fechada. Por alguma razão, se sentia irritada em vê-la ligar apenas para aquele riquinho idiota e nada mais em seu redor. Se apaixonar definitivamente era a maior estupidez do ser humano, em sua opinião.

Ao barulho do sinal, os alunos suspiraram. A próxima aula era Educação Física. Normalmente todos estariam muito animados para ir ao pátio, se não fosse pelo fato de que o calor estava realmente infernal. O Sol estava tão forte que só de olhar já dava dor de cabeça, e é claro que a professora Yumi não perdoaria quem ficasse sentado no banco, refrescando-se na sombra.

O jogo da vez era queimada, times mistos.

— Fernandes, vocês dois. — disse Yumi, se sentando na sombra fresca para corrigir os trabalhos do segundo ano. — Escolham o time.

Os irmãos ficaram lado a lado, enquanto o resto da classe ficava encostada na parede, aguardando para serem chamados. Ultear sentia as pernas tremendo; por favor, me escolha, Jellal-sama. Por favor, me escolha para o seu time.

Ficou um tanto desapontada ao ser umas das últimas pessoas a serem escolhidas por Jellal. Será que era difícil notá-la ou ele pensava que ela era uma péssima jogadora?

— Ul, você está mesmo bem para jogar? A professora sabe que se você não... — perguntou Meredy, que estava na mesma equipe. Ao contrário da melhor amiga, era uma excelente atleta e já havia competido inúmeras vezes em nome da escola. E recebia medalha de ouro! A rosada estava preocupada com Ultear, que vivia passando mal em dias de calor intenso.

— Claro que estou. — respondeu ela, ignorando a leve tontura que era um sinal de que não, ela não deveria jogar debaixo daquele sol. Mesmo sabendo disso, resolveu ficar assim mesmo pois precisava impressionar seu amado, para que fosse notada. Enquanto se esforçava para ficar fora da zona de miragem, fantasiava os momentos em que ele a elogiaria. Oh, que cena maravilhosa!

O time de Mystogan estava em total desvantagem, já que Jellal escolheu os melhores jogadores primeiro. Além de Meredy, Erza também era boa. Mas claro, ele queria que ela ficasse com sua equipe de qualquer maneira. A ruiva jogava a bola com tanta força que quebraria a cara de alguém, sem falar da mira perfeita. E também a forma como desviava, era impressionante. Meredy era do tipo que ficava bem na frente para receber a bola e já a atirava no primeiro que estava só um pouquinho distraído.

— Você está bem, Milkovich? — perguntou Erza, ofegante. Havia percebido o quanto o rosto da garota estava sem cor.

Antes que Ultear conseguisse responder com a mentira de que estava se sentindo ótima, estava de joelhos, prestes a desmaiar. Ouvia a voz da presidente falando com ela, mas era como se estivesse distante. Meredy correu para ajudá-la, desesperada. E ao mesmo tempo, culpava a si mesma: era óbvio que aquilo ia acontecer. Você é uma imbecil, Meredy pensou. Por que não tinha insistido para a amiga não realizar a aula?

A respiração de Ultear estava acelerada. Mesmo em um momento como aqueles, só consiga pensar no que Jellal estava achando disso. Será que estava se preocupando ao menos um pouco? Claro que não, já que ela era uma garota tímida que ficava no canto da sala, enquanto ele era o popular que todo mundo conhecia. Dizem que os opostos se atraem, então eles seriam o casal mais perfeito de todos!

A professora interviu e disse que a garota deveria ser levada para a enfermaria. Também lhe deu uma garrafinha de água.

— Eu levo. — disse Meredy rapidamente, antes que Yumi sugerisse que, na pior das hipóteses, Fernandes a carregasse até lá. Sempre os homens tinham que carregar as mulheres. Mas a rosada tinha tanta força nos braços quanto os de alguém do sexo masculino, por isso ninguém questionou quando ela envolveu Ultear nos braços. Algumas pessoas acharam a cena, no mínimo, estranha. Mas Meredy estava pouco se fodendo, ao contrário de sua amiga, que estava envergonhadíssima. Era tão zoado uma garota carregar outra garota, como se fosse um príncipe carregando sua princesa.

— Jellal-san. — chamou Milkovich, falando com um tom de voz quase inaudível. — Desculpe por atrapalhar o jogo.

Depois de dizer isso queria se enterrar em um buraco debaixo da terra, tamanha a vergonha que sentia. Tinha feito algo errado. As pessoas poderiam desconfiar de que ela gostava dele, por estar se desculpando daquela maneira, não? Mas ele era o capitão do time, era claro que ela ia se desculpar.

— Me desculpem, pessoal. — consertou, corando.

Você é outra imbecil, Ultear, Meredy queria dizer, Se desculpando por passar mal em uma porra de queimada.

Jellal riu e colocou a mão na cabeça dela, como um senpai faria com uma kouhai (apesar de ambos terem a mesma idade?). Isso a fez surtar internamente, pois não era com qualquer menina que ele agia tão casualmente, ainda mais com outras pessoas em volta.

— De boa.

Erza sentiu uma pequena pontada em seu coração ao presenciar a cena. A mesma pontada quando via alguém comendo um pedaço de seu bolo de morango sem permissão ou quando um infeliz se sentava em seu lugar preferido da biblioteca da escola. Um sentimento estranho, raiva misturada com mágoa... Uma grande porcaria chamada ciúmes.

Mas afinal, qual era o motivo do ciúme? Jellal não fizera nada de mais, nem Ultear. Os dois nem eram ao menos amigos. E a ruiva não podia estar com algum sentimento de posse sobre ele, já que não eram namorados. Pelo menos, oficialmente.

Mesmo com esse pensamento, a presidente não conseguiu agir com naturalidade. Se sentia muito brava só de olhar para a cara dele. E passou o resto da manhã sem olhá-lo.

(...)

— Você está chateada com alguma coisa? — perguntou Lucy Heartfilia, dando uma mordida no sanduíche de frango na hora do almoço.

— Não. — mentiu Erza, olhando para o nada. Estava de braços cruzados e mal havia tocado em seu sanduíche, muito menos no habitual bolo de morango que tanto gostava. Se tivesse ao menos comido o doce, teria deixado tudo menos óbvio.

A loira ficou encarando a amiga.

— Que foi?

— Você não me engana, Erza Scarlet. — disse Lucy. — Eu sei que tem algo acontecendo.

— Tá, tem. — a ruiva não conseguia mentir para ela por muito tempo. — Mas não é importante.

— Se não fosse importante, você não estaria assim, Erza!

— Depois eu te falo no quarto.

— Dizer isso não vai...

— Lucy! Presidente! — gritou Levy, toda efusiva surpreendendo-as por trás, como sempre. E sempre elas levavam um susto. E sempre Lucy a mandava para o inferno mentalmente.

— Oi, Levy. — disse a loira, forçando um sorriso. Até gostava da azulada, mas gostaria um pouco mais se ela não vivesse para lhe dar sustos.

Erza a cumprimentou também, se sentindo um pouco estranha. Afinal, tinha lhe dado um fora no dia anterior. Ao contrário do esperado, Levy agia como se nada tivesse acontecido. Parecia até mais alegrinha do que de costume. Não contara sobre isso para ninguém, nem para Lucy, porque fora realmente surpreendida. Mas não era algo que a chateava tanto quanto a cena de seu... "ficante", se assim podia dizer, sendo muito legal com outra garota. E bem na sua frente.

Terminando a refeição, assim que fechou a porta do quarto, a loira colocou as mãos na cintura.

— E então?

A ruiva se atirou na cama, enterrando a cara no travesseiro.

— Não quero falar sobre isso. — mentiu novamente, pois no fundo, sabia que queria conversar com alguém sobre o possível (que na verdade, já era óbvio) ciúme que estava sentindo. E Lucy era a pessoa certa para isso, já que em primeiro lugar ocupava o posto de melhor amiga e, mesmo que nunca tivesse tido um namorado de verdade, sabia dar conselhos amorosos como ninguém.

— Tá bom, então. — respondeu, fingindo que não estava dando a mínima.

Erza ergueu a cabeça. — Eu estava mentindo. Quero sim.

Lucy sorriu, se sentou na cama da amiga e ouviu toda a história. Chegando ao fim, começou a rir.

— O que é tão engraçado?! — a presidente do grêmio estudantil se sentiu um pouco irritada ao ver que seu problema era motivo de riso! Era algo sério, seríssimo.

— Desculpa. — a loira tentou se controlar. — Mas é que você é uma gracinha quando fica morta de ciúme!

— Tchau. — Erza enterrou o rosto no travesseiro novamente, emburrada.

— Olhe, não fique assim... — Lucy passou os dedos pelos cabelo vermelho-escarlate dela. — Agora, falando sério. Isso é completamente normal, Erza. Todo mundo sente um pouquinho de ciúmes de vez em quando da pessoa que gosta.

— Eu sei. — corou ao notar que não discordou quando a loira disse "da pessoa que gosta". — Mas é que nós não estamos namorando. Logo, eu não deveria ser possessiva.

— Do jeito que vocês estão, acho que podem considerar a relação quase como um namoro.

— Mas ele não fez o pedido... — disse ela, decepcionada. Só conseguiria o chamar de "namorado" se ele pedisse sua mão, mas de um jeito bem romântico como nos filmes. Espera, desde quando a ruiva ficava fantasiando uma vidinha de conto de fadas? Esperando que Jellal fosse fazer o pedido de namoro vestido de príncipe, em cima de um cavalo branco? Quem era essa Erza Scarlet, diferente da garota de pouco tempo atrás?

— Ele gosta muito de você, isso não vai demorar muito. — a loira só disse o que pensava, e que era certo de acontecer!

— Ele já me disse aquelas três palavras, sabe? — a ruiva corou ainda mais ao se lembrar das "três palavras". Resolveu dizer o que realmente pensava; deixando-se mostrar totalmente vulnerável. Perto dos alunos e professores, se fazia de durona para impressionar. Mas na verdade, era frágil como vidro. — Mas acho que eu sou insegura. Então eu ainda tenho dúvidas de que ele queira algo... a mais.

— Três palavras? — Lucy demorou alguns segundos para entender. — Ahh, "eu te amo"?

Erza sentiu o rosto ficar vermelho e se imaginou parecendo um tomate maduro. Assentiu com a cabeça, timidamente. Achava "eu te amo" uma expressão tão forte...

— Ah, Erza... Você é uma garota de sorte! — a loira se sentia tão verdadeiramente feliz ao saber que as coisas estavam indo bem que a apertou bem forte. Enquanto a abraçava, até esquecia da merda de situação que se encontrava. Seu "relacionamento" com Natsu Dragneel, o garoto pelo qual era apaixonada, não era como um romance cor-de-rosa da Meg Cabot.

(...)

Jellal Fernandes estava com seus fones de ouvido da Apple ouvindo sua banda favorita, Nickelback. Mas não estava realmente "ouvindo" a música, muito menos se dando conta de que estava encarando o teto. Só estava se perguntando que diabos tinha feito para Erza ter o tratado como naquela manhã.

— Podem continuar o jogo, pessoal. — disse a professora Yumi, verificando o relógio de pulso assim que Meredy e Ultear sumiram de vista. — Ainda temos dez minutos de aula.

Erza, que estava segurando a bola, a apertava com toda a força. Jellal lhe lançou um riso discreto que teria feito Ultear sofrer de ataque cardíaco. Mas era Erza, a garota que se sentia a pessoa mais ciumenta do mundo.

— Não ouviu a professora? Continue o jogo. — disse a ruiva, jogando a bola em direção à barriga de Jellal, acertando em cheio. Foi direto no estômago, tão forte que o azulado ficou com dificuldade para respirar por um momento. Mas Erza não estava nem aí, queria mais é que ele se explodisse. Ele e o seu "de boa".

— O que diabos deu em você? — exclamou ele, mas ela se fingiu de surda.

— Você está bem, Jellal? — perguntou Mystogan, parando de mexer no notebook para olhar diretamente o irmão. Pela cara dele, claro que não estava nada bem.

— Hum. — aquilo não era um sim, nem um não.

— Tem a ver com a Erza?

— Talvez. — respondeu Jellal, sem saber se deveria conversar com o irmão sobre isso. Poderia ele ajudá-lo? Talvez sim, já que tinha uma namorada. E também já transava com ela por aí, coisa que nem Jellal fazia ainda, mas isso não tinha nada a ver com a situação atual.

— Talvez sim ou talvez não?

— Não enche o saco. — rosnou, aumentando o volume do celular.

— Ok. — Mystogan voltou a mexer no computador, parecendo um pouco magoado com a grosseria, apesar de já ser um costume. Na verdade, estava jogando The Sims 3 com a nova expansão que Wendy havia lhe dado de presente. Ele amava The Sims e se distraía rápido com o jogo.

Mas Jellal ainda falaria com ele sobre Erza agir de forma tão estranha mais tarde. Deve ser TPM, pensou o azulado.


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Notas finais do capítulo

♡ Gostaram? Beijos e até a próxima. ♡

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