Fragilidade violenta. escrita por RedSenpai


Capítulo 2
Capítulo II: Meu sonho é ser um Power Ranger.


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores. Tenham um bom capítulo e per favore, LEIAM AS NOTAS FINAIS :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/487414/chapter/2

~~~~~~~~*~~~~~~~~~~*~


Eu caminhei calmamente por dentre os corredores arejados a procura de um trocador feminino, que deve ser o lugar onde as alunas se trocam (ainda que eu não tivesse entendido o porquê de separarem mulheres e homens naquela escola), até que vi uma placa escrita “Vestiário/Trocador” e do lado, uma portinha de vidro com alguns botões. Em passos lentos, fui até lá e encarei a invenção tão sofisticada e me perguntei com que tipo de ferramentas aquilo tinha sido feito, eu costumava construir várias coisas então ficava curiosa com as novidades desse povo.

Peguei-me lembrando de quando construí uma canoa para o meu irmão mais novo, Egil. E junto com aquilo lembranças horríveis me vieram à mente.

Era manhã quando uma linda garotinha trazia seu irmão nas costas enquanto cantavam uma antiga cantiga viking, sorridentes.

—Luna, você é um gênio, Luna! – O garotinho gritava enquanto pulava das costas da irmã, correndo em direção a uma espécie de barco a vela que estava à beira mar.

—Papai me ajudou, incrível não é? Poderemos descobrir se os americanos existem de verdade ou se são só mais uma invenção maluca das expedições do Leif! – A garota parecia animada olhando para o horizonte sonhando com todas as coisas que ainda não tinham descoberto, o que teria depois que a água acabasse? Eram tantas dúvidas.

—Mas papai vai nos matar se formos sozinhos numa expedição, ainda mais com um barquinho assim. – Os olhos do garotinhos se entristeceram. – Ele não aguenta as correntezas e...

Os dois se calaram. Distante, uma nova imagem de navio se formou, com um barulho horrível e gritarias que se escutavam há quilômetros de distância. Eram eles. Luna estremeceu e suspirou antes de se dirigir ao irmão.

—Egil, corra o mais rápido que suas pernas conseguirem. – O olhar da menina ficou sério enquanto ela dava passos pesados para trás, encarando uma nova embarcação há alguns metros dali. – Avise papai que eles estão vindo.

—E você? – Sussurrou o outro com medo. – Eles vão matar você!

—Não vão, não. Agora corre, sua peste! – Berrou a garota com os punhos cerrados de nervosismo. Lagrimas correram dos seus olhos, pois quando aqueles bárbaros chegavam, a matança era inevitável. – Odin, me ajude... – Suplicou se recompondo.”

Fui tirada de meus devaneios por uma garota alta e loira que me cutucou, e percebi que sua expressão era deveras debochada. Por que todas as garotas daquela escola me olhavam assim? Que irritante.

—D-Desculpa... – Eu falei com a voz um pouco mais baixa do que eu esperava, aquelas lembranças sempre me faziam ficar enjoada e triste.

Porém, a garota nem se quer se dirigiu a mim, apenas me olhou de cima a baixo e fez uma cara de nojo. Senti-me insultada por receber aquele tipo de olhar, ainda mais quando os olhos delas pousaram sobre o meu cabelo e ela riu de canto debochadamente revirando os olhos, e me empurrou para passar pela porta. É mesmo, eu estava bloqueando a entrada.

Em seguida, eu entrei também e ouvi a portinha do trocador que ela havia entrado, sendo batida fortemente. Que garota maluca. E enfim entrei no meu próprio trocador mas tive um jogo mental para descobrir como se fechava aquela portinha estranha.

Então, me deparei com o uniforme: Uma saia de prega (por que chamavam de prega mesmo?), uma blusa e uma jaqueta iguais a que o Rafael usava, mas menor e bem mais justa. Também tinha uma meia e um sapatinho confortável que eu tinha que mostrar pra mamãe assim que eu pudesse, já que ela era artesã de calçados.

Quando terminei de colocar aqueles panos (o que foi um sacrifício), percebi um pequeno bilhetinho junto com um estojo com vários pozinhos coloridos e uma pasta brilhante que eu não fazia idéia do que era ou pra que servia. Então usei minha sabedoria de português para ler o bilhete:

“ Batom [Desenho do Batom]: Use nos lábios para deixá-los brilhantes e mais bonitos;
Sombra [Desenho da caixinha de sombras]: Use nos olhos para realçá-los.
Blush [ Desenho do blush]: Use ao redor do rosto nas áreas marcadas. [Desenho de um rosto e algumas marcas]”

Era como seiva de plantas, só que em pó e pasta! Eu era acostumada a me enfeitar usando seivas coloridas nos olhos e na boca, e em certas ocasiões fazendo desenhos nas bochechas (que provavelmente não era o caso). Minha amiga Sonrir era especialista em desenhos faciais com seivas, o que me fazia com certeza dominar as técnicas também, mas com certeza com aquele pozinho era bem mais fácil.

Depois de dois minutos e meio [Nota da Autora: Dois minutos e meio; Duas horas e meia; Dois dias e meio; Duas semanas e meia; Dois meses e meio; Dois anos e meio; são gírias nórdicas que significam “Alguns minutos”, “alguns dias”, “alguns anos”, etc.] eu estava pronta. Minha maquiagem estava bem simples, mas eu tinha gostado do resultado. Olhei pra minha roupa em conjunto com minhas pinturas no rosto, e por fim o cabelo, que só soltei um pouco mais (odeio cabelos presos, mesmo que os meus fossem bem grandes). Certo, agora eu só tinha que descobrir como eu abria a porta do trocador para ir à aula.

~~~*~~~*~~~

Eu andava a passos largos no meio da multidão que se encontrava no corredor onde minha classe ficava. As salas eram classificadas por números seguidos de letras, então não foi muito difícil achar o lugar onde eu passaria provavelmente o resto do dia.

Peguei-me me perguntando o que eu faria depois que a aula acabasse. Eu não tinha teto, família, tampouco sabia onde eu ficaria e passaria a vida, pois levaram tudo que eu tinha trazido para o quartinho onde eu passei os três meses. Eu viraria mendigo e pediria esmola? Viver na rua parece meio solitário e não muito animador, dizem que os americanos estupram moradores de rua quando estão entediados, urght. Acho que eles me teletransportariam para minha casa enquanto eu usava uma roupa de Power Ranger (sim, eu assisti) e amanhã eu voltaria. Vai saber o que se passava na mente daquelas pessoas malucas que saudavam uma estátua e um livro.

Entrei na sala com um riso de canto por pensar que eu usaria aquelas roupas coladas e soltaria lasers, era bem interessante isso. Porém, quando ergui a cabeça, notei a imensidão que era aquela sala e a quantidade de gente nela, e meus olhos pararam num gordinho com cara de simpático que me encarava de maneira curiosa. Ele estava sentado sob a mesa e tinha uma rodinha de outros garotos ao redor, que pararam e me encararam também. E foi quando eu olhei pra um deles que meu coração disparou e eu senti meu rosto queimar fortemente.

Ele tinha um olhar penetrante escuro, cabelos pretos com um liso meio bagunçado e pelo que parecia era magro. Ele era tão... Han... Sexy. Abaixei a cabeça e caminhei até uma carteira vazia do lado oposto do lugar onde eles estavam, e eles pareceram iniciar uma conversa feita de sussurros e risadas. Além deles, haviam mais dois: Um ainda mais gordo que o primeiro, que tinha os cabelos castanho claro e olhos que eu não pude identificar, e um magrelo alto, de cabelos enrolados e castanhos e um olho meio esverdeado. Freya havia exagerado na beleza de alguns rapazes naquela escola...Pensei me lembrando do Rafael.

Mas por algum motivo, aquele moreno que estava com os garotos não saia da minha cabeça, e eu percebi que ele me olhava a cada cinco minutos com aquele olhar tão amedrontador.





Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Pode estar meio chatinho por enquanto por ser o início, mas ao longo vão surgir coisas bem mais interessantes, prometo.

Então, se tiver alguém que possa me responder (;w;), vocês acham que uma média de 1200 palavras deixa menos cansativo, ou querem capítulos maiores?

Obrigado por lerem e eu já tenho o próximo pronto, então tudo depende das reviews :3