“Eu passava as mãos pela barriga dela lentamente ouvindo seus suspiros agonizantes, aquilo era muito excitante. Meus dedos traçavam rotas lentas e provocante no cós de sua saia, e eu reparei na sua expressão de desaprovação, e ri.

Me permiti passar dois dedos por fora da calcinha de renda clara que usava, sentindo o quanto estava molhada, e quando pressionei um pouco mais ouvi seus gemidos baixinhos e controlados. Com o indicador, comecei a fazer círculos na região e ia observando ela se contorcer.

Cansado já, coloquei os dedos por dentro e comecei a fazer movimentos mais fortes, diretos e ritmados enquanto ela agarrava os lençóis mordendo os lábios. Eu estava muito, muito, muito excitado com tudo aquilo. ”

Acordei suado, um calor absurdo estava dentro do quarto e eu senti um desconforto enorme no meio das pernas. Passei a mão pelos meus cabelos úmidos pelo suor e respirei fundo, minha respiração estava descontrolada.

O que tinha acontecido ali? Desde quando eu tinha esses sonhos pervertidos com a Luna? Tudo bem que eu estava gostando dela e tal, mas isso já era virgindade e desespero demais pra mim. Eu precisava me controlar, afinal ela era minha amiga e provavelmente não seria muito mais que isso.

Me levantei e fui ao banheiro tomar um bom banho frio, faltava meia hora para o despertador tocar mesmo. Escovei os dentes, arrumei os cabelos, coloquei o uniforme: Seria o primeiro dia do ano que eu não chegaria atrasado.

Fiquei pensando em meu sonho enquanto ia pra escola e como ele era anormalmente real, daqueles que você não consegue esquecer por um segundo mesmo que a ciência diga que é impossível. Mas me sentia culpado, Luna era tão inocente e aparentava tanta pureza que era quase um insulto ter pensamentos assim dela. Desde quando eu tinha me tornando um maníaco tarado? Estranho mesmo, muito estranho.

Talvez o fato dela ser uma elfa tenha feito com que eu tivesse ativado algum tipo de fetiche por seres místicos, o que pra mim era tão estranho quanto zoofilia. Ou talvez o nosso quase beijo na cozinha tenha feito com que meu subconsciente tivesse ficado desesperado e enlouquecido por ela. Ou talvez eu só tivesse numa seca do caralho e esteja querendo sair dela logo.

Mas eu estava na seca por opção própria. Sabe quando se está naquelas épocas que nenhuma aventura sexual parece ser interessante? Ainda mais por que Lola tinha voltado. Eu ficava imaginando como seria encontrá-la, se todo aquele amor renasceria tipo naqueles filmes românticos, se eu simplesmente a perdoaria por tanta merda que fez. Mas bem, se eu perdoei Rafael, por que não posso perdoá-la, não é?

“Lola era uma jovem linda e esbelta. Um corpo perfeito, cabelos ondulados castanhos com mechas rosas – que segundo ela, eram naturais, o que fazia com que todos rissem – e abusivamente inteligente. Sensual, perfeita.

Namorava Luke Laurent desde os 14 anos e parecia ser um amor eterno. Até que um dia, Luke descobrira que seu melhor amigo também era apaixonado por ela, e a ultima parecia sustentar essa paixão.

Resolveu fazer pouco caso da descoberta, mas mais tarde descobriu que eles tinham tido um caso, e mesmo que Rafael estivesse totalmente bêbado e em parte não tivesse culpa, resolveu que nunca mais iria ter contato com ele.

Lola se mudou de escola depois da fama de puta, vadia e coisas do gênero. “

~~~~*~~~~*~~

Cheguei à escola e me deparei com Luna e Breyan rindo euforicamente numa tenda do campus. Ela era tão, tão... Tão Luna.

— O assunto parece estar ótimo, mas o brilho da escola chegou. – Eu falei e me sentei ao lado dela, que me abriu um sorriso lindo.

— Estavamos falando sobre o concurso que a Bre vai participar. – Luna sussurrou pra mim enquanto eu sentia meus pelos se arrepiarem, tentando ao máximo não demonstrar. – Você não acha que o Kovski ficaria lindo de vestido?

Eu olhei para o cara que estava encostado na árvore com uma cara horrível, Kovski era realmente bem assustador quando ficava assim. Curvei a sobrancelha quando ele olhou para mim com uma expressão de “fale alguma coisa e eu mato você e tudo que você ama”. Eu conti um riso e me virei para a ruiva de novo.

— Acho que seria meio bizarro demais, não acha? – Olhei de relance pra ele mais uma vez. – Sem contar que ele daria uma Drag feia pra porra.

Senti o olhar mortal dele por uns segundos, mas depois reparei que o restante do grupo olhavam bem maliciosos na direção de mim e Luna. Levantei assim que reparei isso.

— Ah, Luke... – Breyan falou antes que eu saísse. – Lola tá aqui. – Ela deu um sorriso de canto e eu olhei pra Luna, que me olhava de um jeito confortante, como se soubesse o que eu estava passando.

Respirei fundo e fui em direção ao corredor, algo me dizia que muita coisa aconteceria hoje.

~~~~*~~~~~*~~

Balbuciei alguns palavrões enquanto caminhava para a sala com as mãos no bolso. Minha vida parecia estar se encaixando tão bem – de certo modo, tirando os problemas sobrenaturais que eu tinha me envolvido – e do nada essa garota decide reaparecer. Claro que todos já esqueceram o que ela fez e vai voltar a ser a queridinha da escola, a líder de torcida brilhante, a aluna do ano.

Parei pra pensar um segundo sobre isso: Luna era a nova queridinha dos professores e uma das pessoas mais inteligentes da escola, com certeza seria uma boa rival. Era linda também, uma beleza exótica, que se tornava ainda mais perfeita pela sua timidez.

Droga, só pensava na ruiva desse jeito? Eu tô ficando maluco.

Ouvi alguns passos no corredor, e me virei, me deparando com a imagem que eu menos queria ver no momento.

— L-Luke... – Lola me abriu seu sorriso estonteante enquanto suspirava cansada, mas por algum motivo ele não fazia tanto efeito sobre mim, e ela pareceu perceber. - Eu não sei se deveria falar com você, m-mas...

— O que você quer? – Ok, eu não sabia que eu podia ser tão duro assim. Mas por outro lado, agora ela parecia levemente irritada comigo, o que ao meu ver era bom.


— Como assim o que eu... – Sua voz foi interrompida por outro som de sapatos vinda do fundo dos corredores, correndo. Por que garotas adoravam tanto sapatos barulhentos? Que coisa irritante.

— Luke! Você esqueceu sua... – Luna vinha correndo mas parou assim que viu a outra, e reparei na expressão inconformada das duas ao se olharem. Será que se conheciam? Mas ela era uma... E se Lola fosse... AH MEU DEUS.

As duas continuaram a se encarar de um jeito assustador, nunca tinha visto a Skallagrimm com uma cara tão selvagem e amedrontadora. Mas Lola não ficava muito atrás, só parecia disfarçar melhor. Porém, uns minutos depois, elas pareceram se recompor e Luna caminhou até mim vagarosamente, não tirando os olhos da outra. Ok, estranho.

— Quem é você?- Lola perguntou meio sussurrante, não sei se era minha impressão mas ela parecia com medo. Ho-ho. – Eu perguntei quem é você! – Falou um pouco mais alto quando percebeu ser ignorada.

— Você não precisa gritar, eu escuto muito bem. – Luna revirou os olhos e me olhou meio confusa, nunca tive tanta vontade de abraçá-la e perguntar o que tinha acontecido. – Não deixe sua mochila jogada em qualquer canto, viu? E... Eu sou Luna, Luna Skallagrimm. – A vi girar nos calcanhares e ir depressa em direção à nossa sala, e reparei que Rafael a acompanhou. Lola olhava para a direção com a respiração acelerada e mordendo os lábios, e eu aproveitei a distração para correr pra lá também.

Mas o que caralhos tinha acontecido?