— Onde vamos comer? – perguntou Rony.

— Hum... Tem um shopping próximo, podemos ir lá.

— Boa ideia!

— Ok, mas antes preciso pegar minha bolsa.

— Tudo bem, vamos!

E juntos pegaram a bolsa com os pertences de Hermione e logo desceram para pegar o carro e ir ao shopping.

— Gostaria muito de aprender a dirigir um dia – disse Rony.

— Posso te ensinar se quiser.

— Sério!?

— Sério. Quando voltarmos para casa posso fazer isso com o carro dos meus pais.

— Legal, obrigado Hermione.

Hermione sorriu, destravou o carro e sentou no banco do motorista, Rony entrou no banco do passageiro logo em seguida.

— Primeira coisa, você deve colocar o cinto de segurança.

Rony pegou o cinto e colocou.

— Perfeito! Bom, agora é comigo... Vamos aos Queen Street Mall lá tem alguns restaurantes legais.

E seguiram rumo ao shopping. Ao chegarem lá estacionaram o carro e Hermione ia mostrando cada local para Rony. Ele ficava muito encantado com cada coisa que Hermione mostrava para ele. Ela realmente gostava de mostrar um pouco do “seu mundo” para ele.

— O que aquele pessoal está fazendo reunido naquele local? – perguntou Rony apontando para um pequeno aglomerado de pessoas logo a frente.

— São artistas locais. Muitos gostam de se apresentar para ganhar um dinheirinho e mostrar um pouco do seu talento.

— Que legal!

— Aquele rapaz toca muito bem, vamos lá ver?

Ao se aproximarem Hermione percebeu que ele cantava uma de suas músicas favoritas, eles se juntaram ao pequeno grupo de pessoas e ficaram observando o artista tocar.

Depois de um momento, Rony que estava um pouco atrás de Hermione envolveu o braço em sua cintura e apoiou o queixo em seu ombro. E juntos balançavam ao som da melodia, ao mesmo tempo em que Hermione cantava baixinho o refrão. Seus olhos ardiam, aquela música lembrava seus pais e ela precisava encontrá-los para poder ter um pouco de tranquilidade. Rony percebeu e a abraçou um pouco mais forte e falou ao pé do ouvido:

— Vai dar tudo certo “meu diamante”.

— Obrigada – foi a única coisa que Hermione conseguiu falar no momento antes de envolver Rony em seus beijos. E o final da música foi a “trilha sonora” daquele beijo apaixonado.

Quando o cantor terminou logo emendou na música seguinte.

E muitos das pessoas que estavam no local começaram a depositar moedas no chapéu do artista e Hermione também quis dar sua contribuição. Depois ela pegou na mão de Rony e saíram do local em que estavam para procurar um lugar para almoçarem.

Não andaram muito até que entraram em um restaurante muito bonito e que Hermione afirmou já conhecer. O almoço seguiu tranquilo e Hermione começou a planejar o roteiro das próximas horas.

— Podemos assistir algum filme mais tarde - sugeriu Hermione.

— Boa ideia.

— Mas antes, quero dar uma volta no shopping, pois quero comprar um pouco de comida e um livro.

— Certo.

— E então, gostou da comida?

— Estava realmente delicioso. Então esse prato com as batatas fritas... Hum... Que delícia! Pode me trazer mais vezes aqui!

Hermione sorriu e disse:

— Certo, vou anotar aqui na minha agenda.

Rony gargalhou.

— É bom que anote mesmo. – respondeu sorrindo.

E Rony não deixou Hermione pagar a conta. Apenas pediu que ela o orientasse para que ele não desse dinheiro a mais ou a menos. Mas, espantou, pois Rony sabia “utilizar bem” o dinheiro trouxa. Fato que deixou Hermione curiosa.

— Como você conseguiu dinheiro trouxa? – perguntou Hermione.

— Antes de vir pedi ao Harry para trocar meu dinheiro bruxo pelo trouxa e ele “me explicou como utilizá-lo”.

— Não acredito!

— Você não viu nada – disse sorrindo.

— Hum... Que bom hein!?

— Pois é... – disse sorrindo.

E saíram do restaurante para poder dar uma volta no shopping. Compraram alguns mantimentos e seguiram o passeio. Rony comparava cada loja com algo do Beco Diagonal. E Hermione se divertia com tudo aquilo. E depois de alguns minutos de caminhada Hermione chegou na frente de uma loja muito iluminada que tinha diversos livros na vitrine. Os dois entraram e juntos observaram diversas prateleiras cheia de livros dos quais Rony desconhecia todos os títulos.

— Eu adoro esta livraria, tem todo tipo de livro que você possa imaginar.

— Realmente, esta livraria é diferente de tudo o que já vi na vida.

— Olha, ali está o livro que estou procurando.

Hermione pegou um livro que na capa tinha como título: O Morro dos Ventos Uivantes.

— Que nome diferente – disse Rony.

— Pois é, este livro conta uma história muito intensa e cativante. Fala sobre o amor não correspondido e vingança.

— Interessante.

— Agora vou no caixa pagar. Como a fila está grande se quiser pode me esperar lá fora.

— Ok. Estarei lá fora olhando as outras vitrines das lojas ao lado.

— Certo.

Quando saiu Rony começou a olhar a vitrine de uma loja de joias que ficava vizinha a livraria. Ficou encantado com um colar que viu na vitrine, pensou em como aquele delicado colar poderia ficar no pescoço de Hermione. Deu uma rápida olhada dentro da livraria e percebeu que Hermione ainda demoraria algum tempo para pagar seu livro.

Resolveu entrar na loja para saber o preço do colar, assim poderia fazer uma surpresa para ela.

— Bom dia senhor – disse a vendedora.

— Bom dia – respondeu Rony.

— Em que posso ajudá-lo?

— Tem um colar muito bonito que vi na vitrine e que gostaria de saber o preço. Estou pensando em dá-lo para minha namorada. Mas, não posso demorar muito, pois, ela está na livraria ao lado e gostaria que fosse uma surpresa.

— Sim, venha me mostrar o modelo.

— Este aqui – E Rony apontou para um colar delicado que tinha como pingente o “símbolo do infinito”.

— Que ótima escolha! Este pingente representa “o infinito”.

— Perfeito! É como nosso amor! Quanto custa?

A vendedora informou o valor e Rony pagou o colar. Pegou a pequena caixa e colocou no bolso do casaco. Agradeceu a vendedora e voltou rapidamente para a frente da livraria. Observou que ainda tinha duas pessoas na frente de Hermione. Seu plano havia dado certo, Hermione só veria seu presente mais tarde. Depois de alguns minutos Hermione saiu da loja com seu livro.

— Desculpa a demora, mas, esta livraria é bem movimentada.

— Não tem problema. Fiquei olhando as vitrines e o tempo passou rapidinho.

— Que bom. Então vamos voltar para o apartamento ou quer passear mais?

— Não, tudo bem, podemos voltar para o apartamento se quiser.

— Certo, vamos então.

Hermione pagou o ticket do estacionamento e os dois foram para o carro. O shopping era muito próximo do apartamento e em poucos minutos já estavam no estacionamento do prédio. Hermione encontrou a recepcionista e não conseguiu segurar a pergunta.

— Bom dia moça, me desculpa a insistência... Mas, tem alguém registrado neste hotel com o nome de Sr. e Srª. Granger?

— Só um instante – falou a educada recepcionista antes de pesquisar em seu computador – Não senhora.

— Ok, obrigada.

Hermione e Rony dirigiram-se para o elevador.

— Ai Rony, estou pensando realmente em retornar amanhã a Gold Coast para poder ver o que aconteceu.

— Até eu já estou começando a achar estranha essa história. Amanhã vamos resolver isso ok?

— Ok.

O elevador chegou ao andar e os dois se dirigiram ao apartamento. Ao entrar Hermione já foi logo tirando o sapato de salto alto.

— Ah! Finalmente um pouco de descanso para os pés.

— Não sei como vocês mulheres aguentam andar com estes saltos.

— É um mal necessário... No fim a gente termina se acostumando... – disse sorrindo.

— Bom... Mudando totalmente de assunto... Errr... Tenho uma surpresa pra você.

— Surpresa?

— Sim. Comprei um presente.

— Como assim? Quando?

— Agora a pouco, enquanto estava na fila da livraria.

— Olha só que menino travesso!

Rony sorriu e retirou do bolso do casaco uma pequena caixa preta. Aproximou-se dela e abriu. Hermione espantou-se com a joia que estava naquela pequena caixa.

— Por Mérlin Ron! Isto deve ter custado muito caro!

— Nada é caro pra você meu amor.

— Não posso aceitar...

— Olha, não começa você também hein!? Comprei com todo carinho. A vendedora me falou que este é o símbolo...

— Do infinito.

— Isso. É exatamente o que representa o nosso amor, foi por isso que comprei. E também queria te dar alguma coisa para que você possa se lembrar de mim quando não estivermos juntos.

— Ele é lindo Rony... Obrigada! Me ajuda a colocar?

— Claro!

E Rony afastou os cachos dos ombros de Hermione e ela passou o fecho do colar para ele. Rony fechou o colar e depositou um beijo no ombro de Hermione. Pôde perceber que ela tremeu com o toque de seus lábios e ficou arrepiada. Ele segurou seus ombros e a girou delicadamente para que ficasse de frente para ele. Olhou fixamente em seus olhos e falou:

— Eu te amo. Jamais amei alguém como te amo. Me desculpa se fui um “legume insensível” e demorei tanto tempo para perceber e conseguir tomar coragem para assumir o que sinto por você.

— Eu também te amo. E não precisa se descul...

Mas Hermione não conseguiu completar a frase, pois, Rony já a havia envolvido em um beijo caloroso o que fez com que as pernas de Hermione bambeassem. Só Rony tinha esse poder de tirá-la do rumo daquela forma. Era como se saísse de sua órbita.

Durante muitos anos ela se imaginou namorando Rony, beijando-o. Mas, não tinha ideia do quanto o beijo dele poderia ser viciante, avassalador e que acabaria com todas as suas estruturas em milésimos de segundo. Só ele conseguia baixar a guarda desta morena linha dura.

E com o tempo o beijo ia se intensificando e os dois já quase nem paravam para respirar, era uma urgência em “resgatar” todos os anos perdidos. Agora tinham todo o tempo e toda a certeza do que sentiam. Já estavam maduros e eram capazes de expor tudo o que sentiam um pelo outro.

E os beijos evoluíram para carícias e ambos já quase sem fôlego apenas queriam mais e mais. Foi quando Hermione pôde sentir o peso de Rony sobre seu corpo e os dois tombaram em cima do sofá. Hermione acariciava os cabelos dele bagunçando-os por completo e ele segurava firme em sua cintura. Foi quando de repente Hermione sobressaltou-se e parou abruptamente o beijo.

— O que foi? – perguntou Rony ofegante.

— Acho melhor pararmos por aqui, antes que isso evolua para algo mais sério – respondeu uma Hermione também ofegante sentando-se no sofá e arrumando os cabelos com as mãos.

Rony sorriu. E também “penteou” o cabelo com os dedos.

— Tudo bem, você tem razão. É melhor pararmos por aqui. Mas, o que falei no começo é tudo verdade. – disse dando um enorme sorriso de satisfação.

E sentou-se de forma mais confortável no sofá e colocou os braços envolvendo Hermione. Ela deitou a cabeça em seu ombro enquanto ele brincava com seus cachos e fazia cafuné.

— Quando tudo isso se resolver quero oficializar nosso namoro com a minha família. Todos vão adorar a novidade, principalmente a mamãe. Mas, uma pessoa que realmente iria adorar a novidade seria o Fred. Ele foi a única pessoa que realmente assumi que gostava de você. E infelizmente ele não vai estar aqui para poder nos ver juntos...

— Não fica assim Rony, sei que onde ele estiver está feliz em saber que conseguimos nos acertar...

— Acredito que sim. Obrigada por me deixar fazer parte de sua vida...

— Eu que agradeço. – disse Hermione dando um selinho em Rony.

— Bom, e agora... O que vamos fazer? - disse Rony tentando se recompor.

— Hum... Vamos ficar por aqui mesmo? Podemos fazer pipoca e assistirmos algum filme que estiver passando na TV.

— Desistiu do “cilema”?

— Não é “cilema”... É “cinema”, Ron. – falou sorrindo – Desisti porque prefiro estar só com você hoje e não no meio de outras pessoas. Precisamos de um tempo pra comemorar nossa união não acha?

— Não tem como não concordar.

— Certo. Então vou preparar a pipoca que compramos agora a pouco para a gente comer enquanto assiste.

E os dois seguiram para a cozinha para poder preparar o lanche. Em minutos o apartamento estava impregnado pelo cheiro da pipoca.

— Agora que estamos com tudo pronto vamos a nossa sessão de filmes. – falou Hermione.

E os dois passaram o restante do dia assistindo filmes. Rony perguntava sobre tudo para ela. Ao assistirem a um filme de ação Rony perguntou, por exemplo, como era possível um trouxa matar sem varinha? Utilizando apenas um instrumento de ferro (uma arma). E Hermione explicou que as armas são tão letais quanto um Avada Kedavra. Mas, mesmo no meio de tantas perguntas entre uma cena e outra Rony lhe roubava alguns beijos. Já passava das 21h quando eles cansaram de assistir a tantos filmes e Hermione resolveu tomar um banho para se preparar para dormir.

— Se quiser, pode ir tomar seu banho primeiro enquanto vou preparando o sofá para você dormir.

— Ah não Mione... Deixa eu dormir na cama... Aqui é muito apertado...

— De jeito nenhum mocinho, o que seus pais iriam dizer? Nem começamos a namorar direito e já estamos dormindo na mesma cama?

— Por favor... Prometo que fico quietinho...

— Não sei... Quando você começa...

— Ah Mione...

— Olha, já está decidido. Você vai ficar no sofá.

— Por Mérlin! Como é teimosa!

— Não é teimosia. É o mais correto Ron!

— Tá bom... Você não tem jeito mesmo... Não sei se mamãe vai gostar tanto da notícia agora, já que vou falar que você está maltratando as minhas costas. – falou sorrindo.

— Como gosta de fazer um drama... – falou estirando a língua para ele.

— Ah, faz isso de novo!

E Hermione estirou a língua para ele novamente, foi quando Rony saiu correndo até ela para dar mais um beijo. Hermione saiu correndo pulando qualquer obstáculo que encontrava na sua frente e quando Rony estava quase alcançando ela conseguiu se trancar no quarto.

— Assim não vale Hermione!

— Ah, ah, ah, ah, ah. Você não me pega!

E Crack! Rony aparatou no quarto.

— Ah, que droga! Nesses momentos é ruim ter um “namorado bruxo”.

— Estira a língua de novo – disse Rony prendendo Hermione entre ele e a porta e se aproximando cada vez mais de seus lábios.

— Ok, você venceu... Não faço mais isso – disse sorrindo.

— Não vai se desculpar tão fácil assim mocinha...

— Não!? O que vai fazer lançar um “Crucio” em mim?

— Não, vai ser algo muito pior!

— Não consigo ver algo pior...

— Primeiro... – Rony aproximou-se e beijou Hermione.

Ao terminar o beijo Hermione falou:

— Mas, isso não é castigo...

— Não terminei, agora vem a segunda parte...

— Como assi... – E Hermione nem conseguiu perguntar pois foi atacada pelas mão de Rony em sua cintura e começou a fazer cócegas nela.

— A hora da vingança!

— Pára Ron! Pára Ron! Por Mérlin!

Rony sorrindo parou de fazer cócegas em Hermione e ela disparou diversos tapas em Rony.

— Nunca mais faça isso Ronald Weasley! – esbravejou Hermione.

— Ok, eu me rendo...

— Seu palhaço!

— Me perdoa?

— Não sei... – brincou Hermione fazendo bico.

— Olha não faz isso... Assim não me controlo...

— Vai logo tomar seu banho Ronald!

— Só se me desculpar...

— Vou pensar no seu caso!

— Só saio daqui com uma resposta.

Hermione olhou no fundo dos seus olhos azuis e falou:

— Te perdoo seu cabuloso! Agora vai logo tomar seu banho!

Rony se deu por vencido. Pegou sua roupa no closet e saiu para tomar seu banho. Mas ela ainda conseguiu o ouvir falar no corredor: “Mesmo assim, mamãe vai saber que está arrebentando minhas costas”. Hermione sorriu.

Depois que tomou o banho Hermione já havia arrumado o sofá para ele. Antes que ele começasse a protestar assim que ele saiu do banheiro ela entrou. Rony deitou no sofá e começou a lembrar de todos os momentos bons que tiveram durante este dia. Imaginava pedir Hermione em namoro, mas, nem de longe imaginava viver tudo o que viveu como aconteceu durante o dia.

Já era umas 21h45min quando Hermione terminou o banho e passou na sala para desejar boa noite ao Rony. Despediu-se com um rápido selinho, ignorou a enxurrada de protestos, se dirigiu ao quarto sorrindo deixando um Rony contrariado no sofá. Demorou um pouco para poder pegar no sono, afinal tanta coisa aconteceu durante o dia, mas, tudo estava valendo a pena. Era incrível como Rony era capaz de deixá-la em paz. Com ele, ela conseguia esquecer todos os problemas. E foi com os pensamentos neste ruivo que ela pegou no sono.

Já passava das 23h quando ela escutou um berro vindo da sala. Ela acordou assustada e ao mesmo tempo com receio de ver o que era. O grito que ela ouvira era de Rony e foi aterrorizante. Saiu da cama com a varinha na mão e seguiu a espreita pelo corredor escuro. A sala estava iluminada pela luz da lua e ela via um contorno escuro em um canto do sofá ao se aproximar percebeu que era Rony sentado no sofá todo encolhido e com a cabeça nos joelhos.

— Rony? O que houve? Porque está chorando?