Song~

Capítulo Vinte - Porque só estou aguentando firme essa noite...

(Lucy)

Eu me arrependo amargamente de não ter ficado em casa quando ele me perguntou aquilo. Depois de pularmos a janela silenciosamente para que Laxus não escutasse e aparecesse no meu quarto, o carro do azulado nos esperava um pouco afastado da casa. Assim que entramos e Jellal dirigiu até fora da cidade comecei a perceber na furada que eu estava me metendo.

Jellal estacionou o carro, pude perceber várias pessoas com garrafas de bebidas alcóolicas na mão, enquanto escutavam a música que tocava no local e esperavam para que algo acontecesse. Um pouco afastado pude perceber um cara, seu cabelo era preto com algumas partes de baixo pintadas de branco, seus olhos eram vermelhos e por incrível que possa parecer ele usava batom (Qual é cara, nem eu uso batom!).

– Quem é aquele maluco do batom preto? – perguntei, apontando levemente para o garoto, enquanto eu e Jellal estávamos apoiados no capô do carro dele.

– Midnight, um dos corredores mais rápidos da cidade. Se quiser ficar viva até o final dessa noite é melhor se manter afastada dele. – murmurou, colocando as mãos no bolso enquanto levantava a cabeça para encarar o céu estrelado.

– Por que? O que ele tem? – perguntei curiosa. Okay, se tivesse um prêmio pra pessoa mais curiosa do mundo, eu com certeza ganharia. Ele deu uma leve risada sarcástica.

– Vamos dizer que ele é meio que um... psicopata. Vai por mim, você não vai querer se tornar amiga desse cara, e nem mesmo conversar com ele. – disse seriamente. Encarei Midnight do outro lado, seu olhar se encontro com o meu, me causando arrepios. Por algum motivo algo me disse que ele me traria problemas essa noite.

Antes que eu pudesse dizer algo um enorme barulho foi ouvido. Pouco mais afrente havia uma garota, com roupas curtas e ousadas e um cabelo branco e longo. Ela tinha um microfone em suas mãos e estava em cima de uma caminhonete novinha em folha.

– E ai pessoal! – gritou no microfone, sua voz era meia estridente – Prontos para a corrida mais animada da Califórinia? – as pessoas que estavam presentes gritaram animados – Todos os competidores para seus carros.

Logo pude ver diversas pessoas, tanto homens quando mulheres entrando em seus carrões e indo para linha de partida. Sinto uma mão agarrar meu pulso e me puxar para dentro do carro, lá estava Jellal no banco do motorista, enquanto colocava o cinto de segurança em mim e acelerava o carro, indo para a linha de partida.

– O-O que você está fazendo? – perguntei, enquanto estávamos parados apenas esperando o aviso para que a corrida começasse.

– Vamos participar da corrida. – respondeu calmamente, enquanto o ronco do motor ficava mais alto – É melhor se segurar bem forte, eu costumo correr bem rápido. – comentou, abrindo um sorrisinho de lado.

Segurei fortemente no banco do carona, pelo amor de deus que eu consiga sobreviver a essa corrida. Eu não posso morrer virgem!

– As regras são as seguintes... – ela fez uma pausa, sorrindo de lado – Sobrevivam. Porque nesta corrida vale tudo. – riu alto – Preparados? – ouço o barulho dos carros acelerando ao meu lado – Três... – Jellal acelerou – Dois... – acelerou mais aindo – Um... – ela abaixou a bandeira verde em suas mãos.

O ronco dos carros foi enorme e em questão de segundos a corrida havia começado. Jellal deu partida, enquanto passava tranquilamente entre os outros carros.

– Por acaso sua intensão era me matar? – perguntei, enquanto ele fazia uma manobra arriscada com o carro para ultrapassar um participante.

Ele riu, enquanto seu olhos estavam vidrados na corrida.

– Se eu quisesse te matar já teria te matado a tempos. E já tive muitas oportunidades para isso. – comentou.

Seus olhos brilhavam por adrenalina. Tão concentrados que chegavam a ser belos por isso. Ele me olhou levemente, enquanto senti meu rosto ficar quente e desviei o olhar. Ouço mais uma de suas risadinhas sarcásticas e logo o carro pega mais velocidade.

– Você sempre participou das corridas? – perguntei curiosa. Não poderia apenas ficar calada enquanto ele dirigia em alta velocidade, eu queria conhecer um pouco mais sobre Jellal Fernandes.

Ele dá os ombros.

– Desde que meus pais morreram. Acho que a adrenalina é uma forma de me deixar calmo e me faz esquecer que não tenho mas eles ao meu lado. – disse, ainda concentrado na corrida.

Abri a boca para dizer algo porém vi uma luz enorme vindo e nossa direção.

– JELLAL! – gritei, olhando assustada.

O resto passou como um filme de suspense. Antes que Jellal pudesse fazer algo o carro se chocou contra o nosso carro fazendo com que o mesmo virasse e capotasse para fora da estrada, consequentemente caindo no meio da floresta. Enquanto o carro parava de rolar eu podia ver minha vida passar diante dos meus olhos. Assim que parou, vejo sangue escorrer pelo meu rosto, devo ter batido a cabeça em algum lugar, percebo que se não fosse pelo cinto de segurança provavelmente meu corpo teria sido jogado para longe.

Olho para Jellal e o mesmo se encontrava inconsciente e havias alguns cortes em seu rosto. Levo minha mão até o cinto, sentindo alguns cacos do vidro entrarem em minha pele, assim que consigo me livrar tento abri a porta e com um pouco de dificuldade para sair. Meu corpo tinha algumas manchas de sangue e alguns machucados espalhados pelo meu braço. Minhas pernas doíam somente de ficar em pé.

Voltei para o carro, puxando o corpo de Jellal com um pouco de dificuldade. Seu corpo era bem pesado e quase não conseguia aguenta-lo já que minhas pernas doíam. Apoiei seu corpo contra o meu enquanto caminhava lentamente para a estrada. Nenhum carro, pouca iluminação e sem nenhuma pessoa a vista. Parecia cena de filme de terror. Procurei meu celular no bolso e assim que o encontrei liguei para o primeiro número da minha lista.

– Gray... você pode vir me buscar? – murmurei com a voz fraca ao telefone. Eu precisava de ajuda o mais rápido possível ou então Jellal não aguentaria.