Viva La Vida escrita por Doce de Lua


Capítulo 9
Vamos à praia, papai?


Notas iniciais do capítulo

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Autora POV on:

O espelho estava consideravelmente embaçado, porém ainda não havia chegado ao ponto de fazer com que Natsu não conseguisse se enxergar devidamente. Algumas marcas avermelhadas, de tamanho mediano, se faziam presente em boa parte de seu rosto, ao qual se direcionavam até sua clavícula, indicando que havia ficado no banho mais do que o necessário.

Alguns segundos se passaram e o rosado permanecia da mesma forma, sem ter movido um músculo sequer. No momento estava perdido em seus devaneios enquanto se relembrava do dia em que se realizou a reunião na escola. Pressionou sua mão ao rosto, de forma lenta, tentando se esquecer da vergonha que Nathan havia o feito passar.

–FB-

Desde o momento em que ambos adentraram ao recinto, a atenção fora completamente voltada aos dois. Por mais que tentassem conter, uma vez ou outra, o restante dos professores presentes podia ser pego fitando pai e filho. A maioria ainda se forçava a acreditar que Natsu e Nathan fossem nada mais do que além de irmãos ou primos próximos, já que o rosado mais velho não havia mencionado o pequeno uma vez sequer. Porém, a semelhança em que os dois tinham, deixava tudo muito claro. Demoraram poucos segundos para que raciocinasse o óbvio, a criança era a fotocópia de Natsu.

Os pequenos olhinhos curiosos de Nathan também não ficaram longe quanto às diversas observações que estavam a acontecer na sala. Não se recordava de ter visto tantas pessoas a sua volta, que parecessem ser de grande importância para seu pai. O pequeno permaneceu quieto por alguns minutos, porém fora algo que se seguiu por um curto tempo, afinal, não demorou para que o mesmo percebesse a presença de Lucy. No mesmo momento, o menino começou a se remexer nos braços de Natsu, de forma que fosse possível conseguir uma tentativa de fuga.

– Nathan! – O rosado simplesmente exclamou seu nome, com um tom de voz rígido enquanto mantinha uma expressão ameaçadora estampada em seu rosto. O menino pareceu se assustar, mas seu lado teimoso foi maior que o obediente. Natsu não podia fazer muito, porém, depois de persistir nas mesmas condições, o garoto pareceu ter se rendido, pois de certa forma, acabou se sentindo intimidado. Sendo assim, os olhinhos de Nathan ficaram completamente marejados. Bastou apenas a primeira fungada para que Natsu se sentisse sem chão.

Por mais que ele fosse um menino hiperativo e alegre na maior parte do tempo, os momentos de pirraça não deixavam de existir. Ele não conseguia entender o motivo de não poder correr para os braços de sua “mãe”, e dela, arrancar alguns mimos. Mesmo que o ocorrido do mercado tivesse acontecido somente por um acaso, e de lá surgido uma grande confusão, o rosadinho havia se sentido seguro e contente com o que a loira lhe fizera, por isso deduziu que a mesma fosse sua mãe. Não podiam culpá-lo, afinal era uma criança inocente.

– Ah não... – Natsu murmurou deixando o desespero transparecer em sua fala. Discretamente, o mesmo trocou olhares significativos com Lucy, de uma forma que ela entendesse a situação em que ele havia se metido. – Xiu... Não chore, por favor. – O rosado tentou, falando baixinho e tentando parecer o mais doce possível, procurando esboçar um de seus sorrisos acolhedores em sua face. Porém, não obtivera sucesso, primeiro foram soltos alguns soluços tímidos e baixinhos, segundos depois, Nathan começara a chorar fortemente.

– Algum problema Natsu? – Makarov chamou-lhe a atenção, parecendo estar um pouco irritado. O grisalho reconhecia que antes de qualquer atitude que fosse tomar, deveria compreender a situação que se ocorria, porém, o fato de a criança estar fazendo parte do que deveria ser uma reunião, não ajudava nessa sua forma de pensar. Por causa de Nathan, muitos haviam perdido a concentração.

– Ah... Não é nada de mais... – Desconfortável, Natsu respondeu sorrindo sem graça. De fato, não sabia o que fazer.

– Mamãe... – O garotinho gritou manhoso com seus olhinhos marejados. Com a aflição que Natsu sentia no momento, pode enxergar sua própria cova ser cavada. Depois dessa situação, sentia-se pronto para cometer suicídio.

– Se quiser sair, sinta-se a vontade. – Makarov permitiu enquanto franzia o cenho e suspirava irritado, descaradamente.

– Eu posso ajudar? – Com a voz aveludada, a loira questionou o rosado que ainda se encontrava com a criança no mesmo estado. Lucy rapidamente se levantou correndo um enorme risco. A confusão que o menino continuava a acreditar em ser verdade, acabou se tornando um tabu entre o rosado e ela. Além de manterem segredo, Natsu procurava de todas as formas não chegar ao assunto.

Lucy se direcionou ao rosado sem ao menos ter ouvido resposta do diretor. Podia-se dizer que a cena era fofa e um tanto engraçada. O garotinho fitava a loira com um enorme bico em seus lábios, as bochechas robustas e os olhos ainda marejados. Demorou poucos segundos para que o mesmo esticasse seus bracinhos em sua direção.

– Pronto, pronto... Está tudo bem. – Lucy soltou as palavras calmamente, assim que pegara o menino no colo. Nathan ainda deixava alguns soluços escaparem enquanto se agarrava fortemente a loira, que acariciava seus fios rosáceos.

– Mamãe... – Repetiu a palavra, dessa vez com um tom inaudível. Mesmo assim, Gray acabou por escutar, devido à proximidade que a loira estava de si. Natsu havia percebido, e sem encontrar melhor opção, rumou para o pátio junto de Lucy, sentindo-se completamente constrangido.

–FB-

– Eu ao menos me despedi deles... – Suspirou pesado ao se recordar da imagem de seu filho adormecido nos braços da loira. – Acho melhor já ir me preparando psicologicamente para minha demissão... – Permaneceu fitando o espelho por mais alguns segundos, até que se deu por conta que ficar apenas se olhando não seria uma boa opção, afinal, Nathan certamente estaria aprontando novamente.

Pegou uma das toalhas que se encontravam penduradas ao gancho, assim secando levemente seu cabelo, quando pareceu estar satisfeito por ter feito os fios ficarem menos úmidos, se dirigiu para fora do banheiro. O rosado se direcionava para seu quarto despreocupadamente e à medida que se aproximava do cômodo, podia escutar as risadas estridentes de Nathan, seguidas de sons de brinquedos que imitavam animais. Foi inevitável não sorrir. Apesar dos acontecimentos que a criança havia o feito passar, não conseguia culpá-lo.

– É um ‘cachoio’. – O menino exclamou animado, enquanto ria novamente.

– Ah, muito bem!

– Ele acertou de novo!

– Você é um menino muito espertinho!

O sorriso que a pouco havia se estampado na face do rosado, simplesmente murchou no momento em que escutou três vozes, que até então eram desconhecidas, ecoando pelo local. Ao que parecia, eram três mulheres que estavam causando o divertimento do garoto. Porém, Nathan não sabia que podia estar se metendo em uma grande enrascada. Se era uma boa opção ou não ir até a sala com apenas uma toalha amarrada na cintura, Natsu não havia parado para pensar sobre, já que estava se direcionando com passos largos em até ao menino.

– Eu posso saber o que está acontecendo aqui? – O rosado indagou surpreso com o que estava a ver. No chão da pequena sala da estar, Erza, Levy e Lucy se encontravam sentadas de uma forma que ficassem em rodinha, enquanto Nathan estava deitado de maneira folgada sobre as pernas da loira, divertindo-se com um livro infantil.

– Natsu! Vai logo vestir uma roupa, você não tem vergonha? – Erza se irritou assim que viu o rapaz com trajes faltando. Rapidamente tampou os olhinhos da criança, que parecia não ter entendido o que estava acontecendo.

– O quê? Você não tem vergonha de invadir a casa dos outros? Afinal, como vocês entraram aqui? – Natsu demonstrou indignação em seu tom de voz. É fato que invasão de domicílio é crime, porém, parecia que andar apenas com toalha em sua própria casa, era ainda mais errado. – Vocês por acaso arrombaram a porta? – O rosado franziu o cenho indo em direção a mesma.

– Kyah! Não se aproxime! De baixo conseguimos ver tudo... – Levy gritou, com a face extremamente rubra, assim que Natsu caminhou ao centro da sala.

– Natsu, o que você faria se me visse andando de toalha pelo apartamento? – Lucy o questionou olhando fixamente para o chão, completamente envergonhada. A intenção de sua frase nada mais era do que fazer com que o rosado compreendesse que estava deixando as garotas constrangidas, porém, fora algo que só serviu para irritá-lo.

O rosado virou seu rosto em direção às três que permaneceram quietas. Era sábado de manhã e o que ele mais queria era descanso, de forma que fosse possível não se recordar novamente dos acontecimentos da semana que se passou, porém, parecia que nem menos nos finais de semana conseguiria sossego. Devido seu humor, rebateu a loira a fim de lhe deixar desconfortável, assim como estava se sentindo.

– Eu arrumaria alguma forma de deixar Nathan quietinho em algum canto, enquanto te levaria para o quarto. – Respondeu simplesmente sem um pingo de vergonha. Dando fim a suas palavras, as três mulheres o fitaram boquiabertas, em seguida, o rosado se direcionou ao seu quarto.

[...]

– Você deveria aprender a trancar a porta, sabia? – Lucy bronqueou o rosado que havia se juntado a elas, após estar devidamente vestido. O mesmo pareceu ao menos se importar com o que havia acabado de escutar. Natsu massageava lentamente seu rosto, pois no momento em que voltara a sala de estar, foi acertado com um forte tapa de Erza.

– Ok, ok. Eu já entendi. Mas como vocês conseguiram meu endereço?

– Lucy nos disse que no dia da reunião viu você levando Nathan para casa. Pelo que eu entendi vocês moram na mesma direção. – Levy o respondeu, ainda brincando com o garotinho.

– Mas como vocês souberam o andar e...

– Ah, isso nós conseguimos na recepção. – A loira deu de ombros ao responder.

– Eu continuo achando que ela estava te seguindo. – Erza se manifestou debochada, defendendo-se rapidamente dos tapas que a loira começara a lhe dar.

– Até parece, idiota! – A loira exclamou sentindo seu rosto começar a arder aos poucos. Para sua sorte, a ruiva não voltou a alfinetar novamente, pois se direcionou até a cozinha, mexendo em tudo que encontrava, sem o mínimo de educação.

– Credo Natsu! Não tem nada nessa geladeira, por acaso você deixa Nathan passar fome? – Erza resmungou ao se deparar com poucos alimentos, ao qual nenhum era o que esperava. Em sua forma de pensar, casas que tinham criança, teriam pelo menos alguma barra de chocolate escondida em algum canto.

– Claro Erza, sinta-se em casa, pode pegar o que quiser. – Natsu respondeu irônico, ignorando o que a ruiva havia falado. – A geladeira está assim por que eu alimento um filhote de elefante.

– Natsu seu idiota! Não o compare com um animal. – Irritada com o insulto, Lucy repreendeu o rosado, sem que percebesse que o menino havia escapado de seus braços para que corresse em direção a cozinha. Rapidamente, uma discução se iniciou, mas pela expressão que Levy mantinha em seu rosto, não era nada que devesse cogitar preocupação.

– Tia! Tia! O papai não me deixa comer ‘sovete’... – Os murmúrios que a ruiva conseguia escutar, sendo soltos pela loira e o rosado na sala, foram abafados pela doce voz do garotinho, que já estava próximo de suas pernas. Erza direcionou o olhar ao pequeno, animada com o que havia escutado, e após Nathan perceber o sorriso que a mesma esboçou em seu lábios, concluiu que sua tentativa de ganhar o doce acabou resultando positivamente.

– É mesmo? Ah, vem aqui, a tia Erza vai te dar sorvete. – A ruiva pegou o garoto no colo, com uma de suas mãos, abriu a portinha do congelador, onde avistou o pote com a figura de um sorvete cor de rosa. – É de morango!

– Lucy... Nós não podemos demorar. – Levy chamou a atenção da loira, que ainda permanecia de implicância com o rosado.

– Eu sei. – Lucy fitou o rosto da amiga por um curto tempo, bufando discretamente. Em seguida sua atenção foi novamente voltada ao rosado. – Bem, a verdade é que nós apenas viemos aqui para te fazer um convite.

– Essa semana foi muito quente e desgastante, como hoje está fazendo tempo bom, o que acha de passar à tarde na praia? – A azulada prosseguiu rapidamente, para que a visita não acabasse se estendendo mais do que o necessário. Afinal, havia combinado de sair com as garotas e escolher um biquíni novo. Tinha que ser algo provocante, pois ela queria alcançar alguns objetivos a mais com seu namorado naquela mesma noite.

– Eu não sei... Vocês não imaginam o quanto é difícil sair com Nathan. – Natsu murmurou, negando o convite.

– Ah Natsu, nós todos vamos estar lá, a gente te ajuda. – A loira esboçou um sorriso confiante tentando fazer com que o mesmo mudasse de ideia.

– Nathan, o que você acha de ir à praia? – Erza perguntou ao menino que ainda permanecia em seu colo, enquanto se aproximava novamente dos três. O garoto não respondeu, pois estava com a boca cheia de sorvete, mas o brilho que surgiu em seus olhos assim que ela fez a pergunta, já trazia uma resposta bem óbvia.

– Eu não sei... – Natsu continuou com um pé atrás ao pensar nas possíveis situações em que o menino poderia se meter. Sua maior preocupação era caso o mesmo se perdesse. No dia do mercado, o rosado já havia entrado em um desespero sem tamanho, se isso novamente acontecesse, o risco de acontecer algo grave com a criança era muito maior.

– ‘Puh’ favor papai... – O pequeno murmurou manhoso. Natsu o fitou por um curto período, e por fim deu-se por rendido. Não havia como resistir com a carinha que o menino fazia, ainda mais estando ela completamente lambuzada de sorvete.


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Notas finais do capítulo

Bem, esse capítulo não deveria ter ficado muito enrolado, na verdade, já era pra ser a parte em que eles passam o dia na praia, mas como muitos de vocês queriam saber como se sucedeu a reunião, tive que dar um jeito. Eu não tinha pensado muito sobre isso na verdade, por isso acabei ficando encabulada. E no fim das contas, reconheço que esse capítulo não ficou bom.
Caso vocês não tenham entendido algumas coisas na fic (o que eu acredito que tenha acontecido) não se preocupem. As coisas vão se esclarecer conforme o desenrolar dos capítulos.
Ah, e por último, se quiserem me questionar sobre alguma coisa sobre outras fic's, sintam-se a vontade. Respondo nos comentários e MP's
Kisses o/