Nora Fulkert - Um conto de amor na Terra Média escrita por Norha Wood


Capítulo 9
Thiedhel




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Raramente os elfos dormiam, mas, sempre se deitavam por algumas horas para descansar o corpo e meditar. E era por isso que Nimarie estava deitada em sua cama naquela noite, porém, pensamentos insistentes e perturbadores lhe dominavam a mente, deixando-a agitada. Ela se revirava de um lado para outro sem conseguir repousar, e logo inciaria um novo dia. O que, ou melhor quem, lhe causava tanto transtorno era Legolas.

Nimarie não conseguia esquecer do seu olhar na ponte em frente ao palácio. O que aconteceria se tivessem se beijado, como seria? E se eu fosse até o seu quarto e o surpreendesse na madrugada? De olhos fechados ela desenhava em sua mente as cenas que desejava que acontecessem. Então foi sentindo uma febre de desejo invadir o seu corpo até que ele começasse a transpirar. Após alguns minutos Nimarie abriu os olhos como se acordasse de um pesadelo: _ que loucura invade minha alma?! ele é um príncipe... - pensou. Sentia-se envergonhada de ter tais pensamentos, e por muitas vezes conseguia dominá-los mas naquela noite havia sido diferente. Mais calma, voltou novamente o pensamento para o elfo: _ Ele é tão belo, tem tantas pretendentes! o que ele quereria com você Nimarie? Você nem sabe dizer se é uma mulher ou se é uma elfa... quem sabe uma mulher elfa!

Ela levantou-se e deu alguns passos em direção a uma cômoda. Abriu uma gaveta e de dentro de uma pequena caixa tirou o cordão de prata que Legolas havia lhe dado quando criança. Colocou a joia em seu pescoço e foi até um espelho de prata que ficava em um canto próximo da janela.

Mirou-se.... ora! ela não era tão feia assim!– pensou olhando atentamente para os contornos delicados de seu rosto, na verdade ela era até muito bonita, mais ainda que algumas elfas de Mirkwood.

Mexeu em seus longos e sedosos cabelos, colocou-os para frente, ajeitando-os. Eruwaedh, a sua mãe, possuía os cabelos em um tom de um dourado muito claro. E o seu pai como ela havia sabido, possuía a cabeleira castanha, o que lhe originou um tom de cabelo muito incomum, na cor do mel puro com traços cinzentos, sendo mais escuro que dos elfos de Lórian e muito mais claros que os dos elfos de Valfenda. E por isso ela era chamada também de Lissësindë (Mel cinza) entre os elfos de Mirkwood.

Olhou suas orelhas... ah! sim suas orelhas! elas eram orelhas de elfo, mas não tão pontudas como as deles, e até eram menor que as orelhas comuns dos homens. Legolas sempre falava de suas orelhas, ele achava engraçado.

Ergueu-se. Passou a mão pelo pingente pendurado em seu pescoço. Desceu a mão lentamente por cima da túnica que vestia, ajustou a roupa ao corpo. Observou-se. Apesar de ser esguia, verificou que possuía um corpo mais torneado que as demais elfas. Achou-se bonita, concluiu que possuía delicadeza e beleza. Sim! era linda... - Sorriu pensando - ... não teria como Legolas rejeitar-me - seus batimentos aumentavam com os pensamentos - ...poderia muito bem entrar no palácio sem que ninguém me vise e caminhar até o seu quarto...

Plec! fez uma pedrinha a estalar na janela do quarto. Nimarie levou um grande susto interrompendo imediatamente os seus pensamentos mais secretos. Ela correu até a janela, já sabia quem era! Plec! mais uma pedrinha que dessa vez a acertara em cheio na testa, fazendo-a rir ao ver a atrapalhada de Thiedhel que não teve tempo de segurar a pedra já arremessada.

Ele fez uma careta como se pedisse desculpas pela pedra que havia acertado na moça, e quase sussurrando falou: _Venha! Vamos louvar o nascer do sol sob as montanhas...

_ Você está louco! Não devemos ir sozinhos e já está quase amanhecendo e a casa já vai acordar!!

_ É por isso que você tem que vir logo, vamos!! - Insistiu o rapaz com um sorriso

Ela sorriu dizendo: _ Tá! espera um pouco...

Ela saiu da janela e rapidamente apareceu em sua frente. Estava com uma túnica branca que lhe descia até os pés, sem adornos ou bordados própria para o descanso. Jogou uma pequena manta em cima dos ombros para se proteger do ar fresco da madrugada, e então, saíram correndo divertidos.

Assim como sua irmã Lauriel, Thiedhel era um elfo de cabelos avermelhados. Seus olhos eram calmos e tinham um tom azul esverdeado. Ele era elegante, corajoso, engraçado, e atencioso. Nimarie sentia pelo amigo um carinho muito especial, e de fato eles se divertiam muito juntos. Thiedhel parecia aceitar muito bem as particularidades de Nimarie, muito diferente de Legolas que por vezes magoava a moça com alguns comentários sobre sua origem e suas diferenças.

Ao atravessar a floresta, logo chegaram ao cume de monte. Então, lá estava o nascer do sol! O céu se tingia de uma cor de fogo. Nimarie sempre encantava-se com a beleza da paisagem. Falou quase sussurrando: _ é muito lindo! - Ela passou a vista sobre as montanhas ao longe, avistou o vale abaixo e prendeu a visão no grande palácio de Thranduil. Colocou a mão em seu peito e por baixo da roupa sentiu a joia que carregava no pescoço. Um vinco de tristeza formou-se em sua testa. Como queria que Legolas estivesse ali agora.

Imersa em seus pensamentos não reparou que Thiedhel a olhava fixamente, e também não ouviu quando ele chamou pelo seu nome quase ofegante e um tanto nervoso: _ Nimarie - falou ele novamente um pouco mais alto quando a sua voz saiu, ela o fitou imediatamente, só então, ela percebeu o quanto estavam sentados próximos. _ Nimarie, eu... - disse vacilante - _ eu sentimentos que a muito tempo quero lhe expor... - Ele procurou encorajar-se no olhar da moça, mas ela continuava imóvel fitando-o - _ Eu... você é linda! - desabafou - como esse sol você é a beleza do meio dia, você é mais bela que Lúthien, é como o alvorecer da primavera, eu... - foi interrompido pelas gargalhadas da moça. Ele levantou-se chateado: _ Do que você está rindo? Do que achou graça?? - disse ele indignado

_ Thiedhel!! estou rindo pois o que você disse é engraçado... ora vamos!! somos amigos a tanto tempo... - Na verdade ela estava rindo pois estava nervosa. Não sabia como agir, fora pega de surpresa. Não queria magoar o seu querido amigo, mas também não queria alimentar falsa esperança, tentando conter o nervosismo falou: _ Preciso ir embora! Desculpe-me Thiedhel! preciso ir...- Dizendo isso se virou e rapidamente desceu em direção a floresta.

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Esse é Thiedhel:


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