Nora Fulkert - Um conto de amor na Terra Média escrita por Norha Wood


Capítulo 33
A flor de esperança




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Mirkwood estava agitada, Gollun capturado pelos elfos, havia fugido por demasiada gentileza, e agora Legolas estava indo para Valfenda pessoalmente para comunicar o acontecido. Ao chegar no local imediatamente lembrou-se de Nimarie, talvez por que a última vez que estivera nas redondezas foi para salvar a amada das garras de Sauron, uma tristeza momentânea apossou-se de sua alma alegre. Apresentou-se na reunião organizada por Elrond.

A reunião iniciou-se com as notícias da guerra ao sul. Legolas informou a todos sobre a fuga de Gollun, e foi comentado sobre o crescente poder de Sauron. Neste ponto Legolas não pode deixar de falar, demonstrando toda a sua

_ Certamente ele conta com o auxílio da Tanacëmníss a Ilhimael (traidora). - Disse Legolas, causando alguns murmúrios na reunião

_ Não mais meu caro Legolas – Disse Gandalf fazendo com que todos prestassem atenção nele. _ Tanacëmníss, a traidora não vive mais entre nós... - Legolas ergueu-se subitamente, não disfarçando a sua surpresa.

_ O que dizes Gandalf?

Legolas na reunião do conselho:

_ Aquela que vocês evitam pronunciar o nome, foi encontrada morta por alguns soldados nas colinas de Fignhung. - Respondeu Saruman, interrompendo Gandalf que abria a boca para responder. _ Sauron após usar-se de suas mágicas para descobrir o paradeiro do anel, possivelmente a matou. A notícia correu rapidamente, chegando até Lothilórien - Disse Saruman, sobre a afirmação de Galadriel que balançava a cabeça afirmativamente, concordando com a afirmação de Saruman.

_ Então possivelmente ela deu as coordenadas do anel para Sauron... - Concluiu um elfo que também fazia parte da reunião

_ Talvez tenha sido melhor assim... – Legolas falou baixinho, talvez mais para sim mesmo do que para os outros que entretidos com os problemas da Terra Média, não se sensibilizaram com a morte de Nimarie continuando a discussão sobre a guerra que estava por vir. Apenas Gandalf do outro lado do círculo, prestou atenção em Legolas e viu que o elfo, apesar de equilibrado, estava desolado com a notícia. Ao término da reunião, sobre o olhar atento, mas disfarçado de Saruman, o mago cinzento procurou o príncipe.

_ Legolas! - Chamou

_ Gandalf...

Eles caminharam para um jardim mais calmo, longe dos olhares curiosos.

_ Não queria que você ficasse sabendo dessa forma sobre a morte de … Nimarie. Eu sinto muito não ter podido ajudá-la... Sinto que ela pedia ajuda, mas sempre que eu a procurava, ela sumia da minha mente, como se estivesse escondida em um lugar que não existisse...

_ Foi melhor assim Gandalf...

Gandalf olhou demoradamente para Legolas, até responder em um tom irônico:

_ Oh sim! Havia me esquecido do orgulho élfico... a honra está acima de tudo... foi melhor a morte do que a continuidade de uma traição... Mas você já se perguntou por que, ou por quem ela estava fazendo isso?

_ Não havia o que perguntar Gandalf... era por ela mesmo! - Disse Legolas, alterado com os questionamentos de Gandalf. _ Eu estive muito perto, e ela não quis me acompanhar, ela preferiu seguir com o seu destino que foi feito pelas lendas...

_ As lendas meu amigo, se tornam reais quando elas são propagadas... e os elfos acreditam fielmente nas lendas de seu povo...

_ O que nós vivemos não foi história, foi real Gandalf... eu sempre acreditei nas lendas e canções do meu povo, mas eu não queria acreditar que justamente ELA fosse Tanacëmníss a Ilhimael, a traidora. - Legolas estava os olhos embargados pelas lágrimas.

_ Você Legolas, está cego por um orgulho que não tem. As coisas não deixam de existir só por que você não as vê... – Legolas ficou quieto e pensativo com o conselho do mago, após um longo silêncio ele continuou: _ O que para você foi simples covardia para ela foi puro amor...

_ Mas eu não desisti Gandalf, eu fui até o fim, fiz o que pude... - Legolas sentia-se culpado, então justificava-se para o mago: _ Por anos mandei em segredo cavaleiros fiéis a sua procura, sem que eles a tenham encontrado. Sauron a escondeu em alguma fortaleza de pedra, em algum lugar que não a podia encontrar... e agora... - Sua voz foi cortada pela emoção e ele não pode mais continuar.

_ Chore o luto é recente – Gandalf comovido colocou a mão no ombro do elfo

_ Se eu estava errado Gandalf, eu juro que irei até os confins da Terra Média implorar o seu perdão, atravessarei a morte para isso, e a encontrarei... - O elfo estava aturdido com a ideia de ter julgado Nimarie injustamente.

_ Sinto que não será necessário encarar a morte para isso Legolas... - Disse o mago com uma voz confidente e com um meio sorriso no rosto, deixando o elfo confuso. Tirou de sua bolsa um pequeno embrulho e deu na mão de Legolas, falando: _ Isso estava junto ao corpo, é o único indício de que era realmente Nimarie... Agora diga-me, quando a esperança o abandonou meu jovem príncipe? - O mago deixou o elfo sozinho imerso em seus pensamentos. Ainda tentando compreender as palavras de Gandalf, Legolas abriu o pequeno embrulho que Gandalf havia entregado para ele. Imediatamente reconheceu em seu interior a delicada florzinha de Elanor, que radiante e mais viva do que nunca exalava a sua luz de esperança. No mesmo momento, a lembrança das palavras do mago retumbaram na cabeça do príncipe:

_ As coisas não deixam de existir só por que você não as vê... quando a esperança o abandonou meu jovem príncipe?

Então ele lembrou ainda de uma conversa que teve com Nimarie, ainda quando eles eram apenas crianças, ele dizia:

_ Nosso amor só morrerá quando essa flor não mais existir...

_ Então, seu brilho se apagará e ela secará somente quando eu morrer... - Disse a pequena Nimarie em resposta ao elfinho apaixonado.

E assim, Legolas sentiu uma chama de esperança novamente aflorar em seu coração. Sentiu-se encorajado, talvez isso não seria o fim, e sim um começo. Mas por onde começar? Resolveu “tocar” a sua vida normalmente, colocando-se em luto em memória de sua amada querendo penitenciar-se devido a raiva injusta que propagou contra ela. Todos acreditavam na morte da Tanacëmníss, mas a partir daquele dia, Legolas, em segredo, ainda agarrava-se num fio de esperança que a flor de Elanor havia lhe dado.

Um dia após seu retorno a Mirkwood Legolas teve um estranho sonho. Nele duas crianças recém-nascidas erram entregue em seus braços e ele sentiu tanto amor por aquelas crianças que acordou profundamente emocionado. A partir deste dia ele sempre via, uma vez que outra, essas mesmas crianças que pareciam viver em um mundo paralelo ao dele, correndo, brincando e crescendo conforme o tempo passava, ele não conseguia porém, tocá-las em nem mesmo se comunicar com elas, mesmo assim, essas visões o enterneciam e o alegravam. Ele acreditava que as visões eram fruto da sua imaginação, ou até mesmo por um resquício de culpa, por ter julgado, ou não ter defendido Nimarie das acusações de traição. Achava a menina muito parecida com Nimarie, e o menino também... não sabia o que isso significava, e também com a agitação de Mirkwood as visões eram cada vez mais raras. Apenas Tauriel sabia dessas visões que o amigo tinha.

_ As vezes penso que essas crianças são os filhos que não terei... - Disse pensativo, para Tauriel, enquanto faziam uma ronda. _ E elas aparecem para me mostrar que se eu tivesse acreditado em Nimarie des da primeira vez isso nunca teria acontecido, e elas poderiam ser reais...

_ Oh Legolas não se culpe por uma culpa que não tens! Quem sabe essas crianças não são um anúncio de que nem tudo está perdido? Se serão seus filhos no futuro só cabe a você decidir... - Legolas não notou a leve insinuação de Tauriel, e nem poderia notar pois para ele, pelo menos até esse momento a elfa não passava de uma grande amiga para ele.

_ Você sempre me anima Tauriel... sou sempre tão feliz ao seu lado! - Ao ouvir isso a ruiva sorriu de contentamento. Legolas então reparou melhor na moça que sorria, como ela era bonita, muito bonita aliás... seus olhos verdes, seu cabelo vermelho... Tauriel ao perceber o olhar penetrante do elfo ruborizou-se baixando a cabeça afim de disfarçar a alegria que lhe invadia a alma. E assim o tempo passou, e foi um tempo de muitas guerras, mortes e trabalho para Legolas.


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