Maga, Bruxa ou Semideusa? - Hiatus escrita por Marina Leal


Capítulo 29
Capítulo 29 - Beco Diagonal – Parte 1


Notas iniciais do capítulo

aqui está, leiam as notas finais, please



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O sol estava se pondo quando chegamos à frente da minha casa.

– A gente se vê amanhã. – Linda falou ao pararmos na calçada. – Liz, que horas você pode vir?

– Acho que de manhã. – Liz respondeu e olhou para mim. – Nat, que horas você vai acordar?

– Cedo, mas não posso treinar com vocês, vou estar ocupada esse final de semana. – Disse assim que Liz parou de falar e minhas amigas ergueram as sobrancelhas. – Tenho algumas coisas para resolver com a minha mãe.

– Aonde você vai? Sabe que é perigoso sair por aí sozinha, monstros podem atacar. – Linda falou abaixando o tom de voz e eu soltei um suspiro cansado.

– Minha mãe e eu vamos comprar meu material escolar para o ano letivo. – Respondi e minhas amigas trocaram um olhar preocupado. – Não tem problema, tenho certeza que aonde eu vou monstros não vão me atacar.

– Talvez Nat, mas ainda seria melhor se uma de nós fosse com você. – Liz falou parecendo incerta ao retornar o tópico de nossas discussões e eu sacudi a cabeça com força. – Talvez Linda possa se matricular na mesma escola...

– Nem sempre vocês vão poder me proteger! Vocês também têm a própria vida para cuidar! Preciso começar a agir de acordo com o que eu sou se eu quiser se independente e proteger aqueles com quem me importo! – Protestei sem querer dizer que o fato de não querer que elas fossem comigo era porque a escola que eu ia era de bruxos.

Como se ser uma semideusa e maga egípcia não fosse estranho suficiente era preciso adicionar isso à lista de coisas estranhas que eu era.

– Nat... – Liz começou, mas eu sacudi a cabeça.

– Não Liz, não dessa vez. – Falei com firmeza e me senti mal com o olhar que ela me lançou. – Vejo vocês outro dia.

Virei de costas e fui para casa, fiquei tentada a olhar para trás, mas não queria chorar novamente. Apenas quando estava dentro de casa foi que olhei pela janela, mas Liz e Linda não estavam mais ali.

Soltei um suspiro pesado e senti uma mão sobre meu ombro.

– Você não sabe como elas vão reagir, não é? – Mamãe perguntou suavemente.

– Sim. – Murmurei sem surpresa, ela deve ter visto a pequena cena anterior.

– Nat, não se preocupe. – Senti seus lábios em meu cabelo e fechei as cortinas. – Elas são suas amigas, vão entender e te aceitar.

– Sim, mas por enquanto elas não precisam saber. – Falei e ajeitei os ombros.

– Tudo bem a decisão é sua. – Mamãe concordou e eu me senti aliviada por um instante antes que ela mudasse o rumo da conversa. – Amanhã sairemos cedo, a professora Minerva mandou uma carta dizendo o que devemos fazer para comprar seu material. – Olhei para ela, mas mamãe olhava fixamente para um envelope em cima da mesa, provavelmente a carta e ao lado dele estava a lista de materiais que veio junto com a admissão e que eu teria que comprar. – Não abri, estava esperando por você.

Dei um leve sorriso, mas o gesto não parecia sincero.

– Faremos isso de manhã. – Falei ao lembrar o que Liz falou sobre os egípcios acharem auspicioso fazer algo importante ao nascer do sol e também porque queria adiar aquilo tanto quanto possível.

– Muito bem, então vamos jantar. – Mamãe falou me guiando até a cozinha.

– A senhora me conhece bem. – Falei com um sorriso.

– Acho que sim. – Ela disse com uma risada.

*****

Na manhã seguinte saímos cedo, logo após lermos a carta que especificou cada passo que deveríamos dar para chegar ao que deve ser a 25 de Março para os bruxos (lembrando, eu sou brasileira e sei onde fica), o nome descrito na carta era: Beco Diagonal.

Mamãe colocou dinheiro suficiente na bolsa de carteiro onde guardava seu material egípcio de magia, junto com a carta e a lista do que teríamos que comprar, lembrou-me de pegar os óculos que papai me deu e saímos.

– Mãe? – Chamei quando nos ajeitamos nos assentos do metrô.

– Sim querida?

– Posso ler a carta novamente? – Pedi já sentindo minhas mãos ficando suadas de nervosismo.

Ela remexeu na bolsa por alguns segundos antes de me estender o papel amarelado. Respirei fundo e olhei para as letras, que logo começaram a fazer manobras radicais de um lado para o outro.

Por um momento pensei em desistir, mas persisti e consegui ler, mesmo que bem devagar.

Prezada senhora Vasconcelos,

Creio que ao aceitar a vaga que oferecemos para sua filha, uma série de complicações e inúmeras dúvidas surgiram em sua mente, estou certa?

Muito bem, nesta carta vou especificar alguns passos para que possa comprar o material que sua filha irá precisar para o ano letivo em Hogwarts.

1- Vá a Londres

2- Fale com o primeiro mendigo que encontrar, ele é um bruxo disfarçado e irá mostrar-lhe o caminho para o Caldeirão Furado, porém é preciso que dê a senha correta para que ele saiba que não são trouxas e as leve para o lugar certo.

3- Ele dirá: Ninguém consegue escapar de Azkaban. A senha é: Almofadinhas conseguiu.

4- Quando chegar ao Caldeirão Furado peça ao garçom que a leve ao Beco Diagonal, não se preocupe, ele saberá o que fazer.

5- No Beco Diagonal, antes de qualquer outra coisa vá ao Banco, o nome é Gringotes. Lá deve trocar o dinheiro dos trouxas pelas moedas dos bruxos para que possa fazer as compras necessárias. Depois disso, é só conferir os itens na lista de material escolar e ir às lojas.

Espero que essa carta as ajude.

Atenciosamente,

Minerva McGonagall

Diretora

– Nat? Meu bem? – Mamãe chamou e eu ergui o olhar assim que terminei de ler a última palavra. – Hora de levantar.

Olhei ao redor e vi que chegamos a Londres. Minha pulsação acelerou automaticamente, mesmo assim segui minha mãe para fora do trem.

– Agora, devemos procurar por um mendigo. – Mamãe falou e eu concordei, minha garganta seca, meus olhos varrendo as ruas de um lado ao outro.

Era a primeira vez que eu saía de casa apenas na companhia de minha mãe, sem Liz e Linda para me ajudar caso algum monstro surgisse e isso me deixava um tanto tensa ao começarmos a andar.

Passamos por algumas ruas, sem encontrar o mendigo descrito na carta.

Depois da nona ou décima rua vazia de mendigos meu estômago deu sinal de vida e mamãe achou melhor pararmos em algum lugar para comermos algo.

Depois de algum tempo comecei a sentir algo estranho me perturbar, sabe aquela sensação de estar sendo observada? Eu estava sentindo mais ou menos isso naquele momento.

Voltei meu olhar para além da vidraça da pequena padaria que mamãe escolheu para comprar alguma coisa que nos serviria de café da manhã e o homem sujo, com as roupas rasgadas e o cabelo gorduroso que estava sentado com as costas apoiadas na parede do prédio de tijolos vermelhos logo à nossa frente mostrou seus dentes amarelados e tortos para mim, precisei de um momento para perceber que aquilo era um sorriso.

– Hum, mãe? – Chamei em voz baixa sem tirar os olhos do homem.

– Sim querida? – Mamãe perguntou, presumi que seus olhos buscaram o que eu estava fitando, pois ela murmurou em seguida. – Ah, que bom!

Pagamos pelos pãezinhos e fomos nos encontrar com o mendigo.

O homem nos seguiu com o olhar faminto até pararmos na frente dele. Nos estudou brevemente enquanto dava um sorriso amarelado e com a falta de vários dentes.

– Ninguém consegue escapar de Azkaban. – Falou após ver que eu e mamãe não diríamos nada.

Agora que parei para pensar sobre isso, acho que os mortais (ou trouxas, chamem como quiser, mas para mim sempre serão simplesmente mortais) não entenderiam o que aquilo queria dizer, para início de conversa acho que sequer chegariam perto daquele homem.

– Almofadinhas conseguiu. – Mamãe respondeu prontamente e ele se levantou ao ouvir a senha enquanto espanava a poeira da roupa.

– Uau! Hoje está movimentado. – Ele falou com diversão e eu pisquei de surpresa ao vê-lo completamente em pé, pois na nossa frente não havia mais nenhum mendigo e sim um homem com a aparência de mais ou menos trinta anos, com cabelos castanhos, olhos azuis e um belo sorriso, as roupas que ele usava eram simples, mas elegantes. – Meu nome é Tristan Redford.

– Marcela e Natália Vasconcelos. – Mamãe nos apresentou em voz baixa, olhei para seu rosto, ela parecia dividida entre o choque e o nervosismo ao olhar para o homem.

– Bem, creio que deva guiá-las até o Caldeirão Furado. Estou certo?

– Sim, por favor. – Mamãe pediu e ele se curvou levemente para nós, seus olhos vacilando para minha mãe a cada segundo possível.

– Venham por aqui, o caminho mais rápido é esse! – Ele falou e começou a andar na frente.

– Seguimos ele? – Perguntei incerta.

Mamãe também não parecia muito animada em segui-lo, mas logo deu de ombros.

– Precisamos comprar seu material escolar logo, segunda-feira temos que ir para Nova York. Esse homem é o único guia disponível, então acho que, sim, vamos segui-lo. – Ela falou e pegou minha mão, seus olhos fixos no homem à nossa frente. – Não se preocupe querida, vai ficar tudo bem.

Sem ter outra opção, ou argumento, a acompanhei sem falar nada.


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Notas finais do capítulo

primeiramente, peço desculpas por não ter postado ontem, mas aqui está para compensar.
em segundo, esse cap ia ficar gigante, então eu o dividi em três (as partes que já estão prontas), ou quatro partes, mas não garanto que tenha uma quarta parte
em terceiro, na minha nada humilde opinião, esse cap (apesar de gigante) é o melhor até agora, mas isso é vocês que podem me confirmar, ou não, até segunda-feira se tudo der certo pessoal.
e por último, agora só tem fichas para: Mago. Bruxo. Semideus. As outras já foram todas preenchidas
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